24 de novembro de 2025

GARY MOORE - VICTIMS OF THE FUTURE (1984)

 


Victims of the Future é o quarto álbum de estúdio da carreira solo do guitarrista norte-irlandês Gary Moore. O lançamento oficial aconteceu em 30 de janeiro de 1984, através do selo Virgin. As gravações ocorreram entre outubro e novembro de 1983, no estúdio Townhouse, em Londres, no Reino Unido.A produção ficou a cargo de Jeff Glixman.


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Antecedentes


Moore lançou seu segundo álbum solo, Corridors of Power, em 1982.


Embora não tenha sido um grande sucesso, foi o primeiro álbum em que ele assumiu os vocais principais do início ao fim, bem como seu primeiro lançamento solo a entrar na parada Billboard 200.


Gary Moore



Musicalmente, Corridors of Power apresentava uma sonoridade mais voltada para o rock, com influências adicionais de bandas de AOR como Journey e REO Speedwagon. O disco também contou com a participação do ex-baterista do Deep Purple, Ian Paice, do baixista do Whitesnake, Neil Murray, e do tecladista Tommy Eyre, que já havia tocado com Moore na banda de apoio de Greg Lake.


Durante a turnê de divulgação de Corridors of Power, o vocalista John Sloman foi contratado para dividir os vocais principais com Moore e Eyre foi substituído por Don Airey.


Victims of Future


Dando continuidade à trajetória de Moore no hard rock, Victims of the Future é uma coleção de hinos do rock and roll (como "Teenage Idol" e "Hold On to Love"), uma balada romântica melancólica ("Empty Rooms"), um cover de "Shapes of Things", dos Yardbirds, e duas canções mais sombrias, com letras sociais e políticas: "Victims of the Future" e "Murder in the Skies", esta última, um protesto contra o abate do voo 007 da Korean Air Lines pela União Soviética.


O disco foi lançado na América do Norte com uma capa diferente e conteúdo alterado. O solo de guitarra introdutório de "Murder in the Skies" foi removido e "Devil in Her Heart", um lado B do single, foi adicionada. "All I Want", omitida do LP, foi incluída como faixa bônus na versão em cassete.


Foi o primeiro álbum a contar com o ex-guitarrista/tecladista do UFO, Neil Carter, e o baixista Bob Daisley. Foi também o último a contar com o baixista Neil Murray, que retornou ao Whitesnake, e o baterista Ian Paice, que retornou ao Deep Purple reformado em 1984.


Gary Moore



Vamos às faixas:


VICTIMS OF THE FUTURE


O disco é aberto com uma faixa bem nos moldes do Heavy Metal tradicional, com guitarras pesadas e muita potência.


A letra é bem pessimista:


Caught in the fight for survival,

trapped with our backs to the wall

Are we just lambs to the slaughter,

who wait for the axe to fall?

Our world is headed for destruction

Our fate is in the hands of fools


TEENAGE IDOL


Esta canção lembra um pouco o Mötley Crüe em seus discos iniciais.


A letra fala sobre um jovem e o rock:


He dumped his chick and he sold his car

He bought himself a hot guitar

He joined a band and they cut some tracks.

He hit the road and he's never looked back, oh no

And now they're playing all his records on the radio

And everybody knows, he's gonna be a teenage idol

Wow


SHAPES OF THINGS


A ótima versão para o clássico dos Yardbirds é um Hard Rock cheio de personalidade.


A letra fala sobre envelhecer:


Shapes of things before my eyes,

just teach me to dispise

Will time make man more wise?

Yeah

Yeah







Trata-se de um cover para a canção de mesmo nome da grande banda The Yardbirds. Foi um single para promoção do disco, atingindo a 77ª colocação na principal parada britânica desta natureza.


EMPTY ROOMS


Empty Rooms” é uma grande balada, na qual Neil Carter dá um verdadeiro show nos teclados e Gary Moore faz um solo lindíssimo de guitarra.


A letra fala sobre solidão:


Empty rooms

Where we learn to live without love

Empty rooms

Where we learn to live without love





Também foi um single para promoção do disco, alcançando a 51ª posição na principal parada britânica desta natureza.


Gary Moore



MURDER IN THE SKIES


Murder in the Skies” é um Hard/Heavy bem criativo, com ótimos vocais de Moore.


A letra fala sobre o avião coreano derrubado pela URSS:


Time was running out for everyone,

Flying over the sea of japan.

None would live to see the rising sun,

Death was following close at hand.


ALL I WANT


All I Want” possui um riff criativo e um ritmo mais cadenciado, sendo outra bela faixa.


A letra é romântica:


All I want from you is your sweet lovin',

every day and every night

All I want from you is your sweet lovin',

it's gonna make me feel allright

Yeah


HOLD ON TO LOVE


Esta música segue o padrão do trabalho, mas traz um Hard com influência AOR.


A letra dá conselhos amorosos:


You know you've got to hold on to love

if you wanna learn to forget your sorrow

You've got to hold on to love

like there's no tomorrow





A canção é outro single do disco, conquistando a 65ª posição na principal parada britânica.


LAW OF THE JUNGLE


O disco é finalizado com “Law of the Jungle”, uma canção com uma pegada mais soturna e muito peso.


A letra é sobre sobrevivência:


The law of the jungle

Is so hard to break

When death walks behind you

With each step you take


Considerações Finais


Victims of the Future atingiu a boa 12ª colocação na principal parada de sucessos do Reino Unido. Entretanto, ficou apenas com o 172º lugar na correspondente norte-americana.


Eduardo Rivadavia, do AllMusic, dá uma nota 4,5 (em 5) afirmando: “Viictims of the Future chegou no meio da fase mais consistente de sua carreira – a de guitarrista de heavy metal. Entre a épica faixa-título inspirada na Guerra Fria e os riffs massivos de "Murder in the Skies" (escrita sobre o avião comercial coreano abatido por caças russos), Moore ataca o ouvinte com mais notas de guitarra do que a maioria das pessoas em toda a carreira. São ótimas músicas, e seus vocais poderosos também são muito eficazes, especialmente na balada de sucesso "Empty Rooms"”.


Tempos depois, Moore descartou Victims of the Future como "apenas mais uma das minhas tentativas fracassadas de fazer heavy rock".


Conforme afirmado, Neil Carter foi adicionado à banda para a gravação do álbum e continuou a impulsionar Moore em sua nova direção musical. Para a turnê de divulgação, eles foram acompanhados pelo ex-baixista do Rainbow, Craig Gruber, e pelo baterista Bobby Chouinard, que depois foram substituídos pelo baixista de Ozzy Osbourne, Bob Daisley, e pelo ex-baterista da Roxy Music, Paul Thompson, respectivamente.


Em 1985, Moore lançou seu quinto álbum solo, Run for Cover.





Formação:

Gary Moore – Guitarras, Vocal

Neil Carter – Teclados, Vocal

Neil Murray – Baixo nas faixas 1, 3, 7, 8

Mo Foster – Baixo nas faixas 4, 6

Bob Daisley – Baixo nas faixas 2, 5

Ian Paice – Bateria nas faixas 1, 3, 4, 8

Bobby "Prime Time" Chouinard – Bateria nas faixas 2, 5, 6, 7

Noddy Holder – Backing Vocal em "Shapes of Things"


Faixas:

1. Victims of the Future (Moore/Carter/Paice/Murray) - 6:11

2. Teenage Idol (Moore) - 4:05

3. Shapes of Things (Samwell-Smith/Relf/McCarty) - 4:10

4. Empty Rooms (Moore/Carter) - 6:31

5. Murder in the Skies (Moore/Carter) - 5:15

6. All I Want (Moore) - 4:07

7. Hold On to Love (Moore) - 4:23

8. Law of the Jungle (Moore) – 6:13


Letras:

Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a:

https://www.letras.mus.br/gary-moore/


Opinião do Blog:

Em 1984, Gary Moore continuava sua aventura pelo Hard Rock/Heavy Metal, lançando este interessante Victims of the Future.


O disco traz uma sonoridade Hard Rock que por vezes se torna até mesmo um Heavy Metal e, em outras, suaviza-se a ponto de remeter a um AOR. As composições são ótimas e, embora não crie nada novo, são bem inspiradas. Algumas letras também são interessantes, como na faixa-título.


Claro que o grande destaque do trabalho é o guitarrista Gary Moore, com solos de guitarra inspiradíssimos, com muito virtuosismo, e que se encaixam organicamente com as músicas, não se tornando apenas um portfólio da indiscutível categoria de Moore.


Um ponto que merece destaque são os vocais de Gary, dos quais eu gosto bastante. Moore tem uma voz potente e versátil, funcionando bem tanto nas músicas mais diretas quanto nas passagens mais suaves.


Também merece menção o tecladista Neil Carter, que se faz bem presente por toda a obra.


Aqui não há faixas de enchimento e todas as canções são pelo menos interessantes. Destaco “Victims of th Future”, a pesada “Law of the Jungle” e a minha preferida, “Empty Rooms”. Gary sempre compôs baladas incríveis.


Enfim, tanto fãs de Gary Moore quanto fãs de Hard Rock podem ouvir Victims of the Future sem medo, pois é um discaço do estilo.

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