18 de novembro de 2012

THIN LIZZY - BAD REPUTATION (1977)



Bad Reputation é o oitavo álbum de estúdio da banda irlandesa de Rock chamada Thin Lizzy. O lançamento oficial ocorreu no dia 2 de setembro de 1977, sob o selo Vertigo (no Reino Unido) e pelo Mercury (nos Estados Unidos). As gravações foram realizadas entre maio e junho do mesmo ano, em Toronto, no Canadá. A produção ficou por conta de Tony Visconti.



O Blog já comentou outro álbum do Thin Lizzy, Jailbreak (1976), e, naquela oportunidade, falou-se do início da história do grupo irlandês. A quem se interessar:


Com o grande sucesso de Jailbreak, a banda começou a fazer sucesso tanto nos Estados Unidos quanto no Reino Unido. O Thin Lizzy excursionou com grupos como Rush e Aerosmith, assim como estava planejada uma turnê com o Rainbow, mas o líder do grupo Phil Lynott contraiu hepatite e ficou meses sem poder tocar, cancelando a tour.

Enquanto o líder do grupo estava doente, Lynott escreveu o álbum sucessor de Jailbreak, o ótimo Johnny The Fox. As gravações ocorreram em agosto de 1976, e, durante as mesmas, é que começaram a surgir tensões entre o líder do grupo e o ótimo guitarrista Brian Robertson. Um exemplo disto foi o embate em torno da composição da ótima “Don’t Believe a Word”.

Lynott ainda estava profundamente inspirado em Mitologia Celta e nas suas experiências pessoais para compor suas músicas. A turnê para o suporte de Johnny The Fox foi um tremendo sucesso e alavancou ainda mais a popularidade do grupo, permitindo-o que fizesse muitas aparições em programas populares de TV, como o de Rod Stewart na BBC londrina.

Phil Lynott


Outra turnê estava prevista para Dezembro de 1976 em terras norte-americanas, mas um acontecimento iria mudar os planos e o destino do Thin Lizzy.

Brian Robertson sofreu uma lesão na mão ao tentar proteger o cantor e amigo Frankie Miller, em uma briga no clube Speakeasy em Londres. Miller foi convidado a improvisar com a banda de reggae Gonzalez, mas estava bêbado, ofendendo o guitarrista Gordon Hunte, do grupo Gonzalez. Hunte atacou Miller com uma garrafa nos camarins e Robertson interveio, sofrendo danos nas artérias e nervos de sua mão.

Robertson posteriormente quebrou a perna de Hunte, quebrou a clavícula de outro homem, e deu uma cabeçada em um terceiro, antes de ser atingido na cabeça com uma garrafa, deixando-o inconsciente.

Brian Robertson, inclusive, afirma que, ao contrário de relatos da época, ele não estava bêbado e só tinha ido ao local para uma refeição.

Mas Lynott ficou furioso e acabou substituindo Robertson por seu grande amigo, o lendário e talentoso guitarrista Gary Moore, para mais uma turnê nos Estados Unidos, desta vez como banda suporte para o Queen. A excursão foi um tremendo sucesso e Phil perguntou a Gary se ele queria permanecer com o Thin Lizzy, mas Moore acabou rejeitando o convite e voltou para seu conjunto à época, o Colosseum II.

Embora não tivesse sido demitido do grupo, Robertson ficou em uma posição incômoda no grupo, chegando a iniciar planos de formar uma nova banda com Jimmy Bain, do Rainbow.

Thin Lizzy foi para o Canadá para gravar seu próximo álbum de estúdio, o oitavo, como um trio: Phil Lynott como baixista e vocalista, Scott Gorham nas guitarras e Brian Downey na bateria.

Scott Gorham começou gravando todas as partes de guitarras do álbum. Entretanto, após um mês já de gravações, Brian Robertson se juntou ao grupo e gravou a guitarra-solo em três músicas, bem como teclados. Ao final do ano, Robertson seria reintegrado ao Thin Lizzy.

Scott Gorham


A arte da capa é muito simples e representa a formação do Thin Lizzy para a gravação do álbum: uma fotografia contando apenas com Lynott, Downey e Gorham.

SOLDIER OF FORTUNE

Abre o álbum a ótima “Soldier Of Fortune”.

A canção começa simples, com destaque para a forma como Phil Lynott a canta, de maneira cativante, como se tornou uma das marcas registradas do Thin Lizzy. O riff é bem simples, mas empolga. O ritmo da música segue bem animado, em um ótimo trabalho das guitarras e o acompanhamento da bateria é muito legal.

As letras retratam uma das grandes misérias humanas: a guerra. Na faixa, parte-se do ponto de vista de um soldado que retornou de uma guerra e que, mesmo com esta finalizada, ele nunca se sentiu fora de uma batalha.

The battle's over the war is won
But this soldier of fortune he will carry on
He will carry on when all hope is gone
He will carry on



BAD REPUTATION

Homônima ao álbum, a segunda faixa do disco é “Bad Reputation”.

Um riff cheio de ritmo e com ótima pegada setentista é a marca desta excelente canção. Há mesmo uma sensação mais pesada na música, podendo se inferir um leve flerte com o Heavy Metal da época. Lynott faz linhas vocais ao seu estilo, mas de uma maneira mais suavemente rasgada, construindo uma das melhores faixas do grupo!

As letras são bem simples, falando de alguém que possui má reputação:

You got a bad reputation
That's the word out on the town
It gives a certain fascination
But it can only bring you down

Mesmo não sendo lançada como single, “Bad Reputation” acabou se tornando um dos clássicos do Thin Lizzy, sendo muito executada nas rádios britânicas no momento em que o álbum foi lançado.

A famosa banda norte-americana Foo Fighters fez uma versão para “Bad Reputation”, a qual foi lançada no álbum de covers Medium Rare, de 2011. Também o conjunto 24-7 Spyz fez uma versão para o clássico.

“Bad Reputation” também é encontrada no game Guitar Hero II, além de ser trilha sonora para o documentário Dogtown and Z-Boys, de 2001.



OPIUM TRAIL

A terceira música do disco é “Opium Trail”.

A faixa é bem direta e lembra o ritmo empregado na anterior, “Bad Reputation”. O riff tem certo peso e é rápido, com mais um grande trabalho das guitarras. O solo é espetacular, sendo tocado pelo ótimo Brian Robertson. Lynott canta de sua forma característica – o que é ótimo – em mais uma ótima canção do álbum.

As letras retratam a chamada trilha do ópio:

I took a line that comes from the golden states of Shan
The smugglers trail that leads to the opium den
The Chinese connection refines to heroin
Depart the heart you crave again



SOUTHBOUND

A quarta canção de Bad Reputation é “Southbound”.

A música traz a sonoridade mais clássica do Thin Lizzy, sendo construída com um riff cheio de ritmo, apostando bastante em uma melodia mais suave e, ao mesmo tempo, cativante. Lynott emprega um tom bastante leve em sua voz, mas carregada de sentimento. “Southbound” é outro grande momento do disco.

As letras podem sugerir uma grande metáfora sobre o envelhecer:

Hey, you're not getting any younger
The wild west has already been won
Northern lights are growing colder
And the old eastern ways are gone



DANCING IN THE MOONLIGHT (IT’S CAUGHT ME IN ITS SPOTLIGHT)

A quinta faixa do disco é “Dacing In The Moonlight (It’s Caught Me In Its Spotlight)”.

A canção aposta em um ritmo bem suave e interessante, com um leve toque de blues e, até mesmo, de Jazz. Isto faz com que a música se torne bastante intrigante. O solo é muito bom – composto por Gorham – e a presença do saxofone dá um toque diferente à faixa, tornando-a um ponto diferente dentro do álbum.

As letras revelam alguém que aproveita a vida, em um certo tom romântico.

But I'm dancing in the moonlight
It's caught me in its spotlight
It's alright, alright
Dancing in the moonlight
On this long hot summer night

“Dancing In The Moonlight” foi lançada como single para promover o álbum Bad Reputation e acabou se saindo de maneira realmente boa. Atingiu a 14ª posição na parada de singles britânica, conquistando a 4ª posição na sua correspondente irlandesa.



A banda norte-americana The Smashing Pumpkins fez, por diversas vezes, apresentações ao vivo em que tocavam este clássico do Thin Lizzy, embora com um toque acústico.



KILLER WITHOUT A CAUSE

A sexta música do álbum é “Killer Without A Cause”.

“Killer Without A Cause” tem um riff bem forte e pesado, novamente podendo ser vista como um flerte com o Metal da década de setenta. O peso se mantém por toda a faixa e outra vez Brian Robertson faz solos muito bons. Mais para o final, a canção dá uma suavizada, mas não deixando, jamais, de ser empolgante. Ótima música.

As letras são bem simples e contam a vida de um assassino:

The same old confrontation
At the bar in the saloon
But it's just another tricky situation
The underworld operation lies in ruins



DOWNTOWN SUNDOWN

A sétima música de Bad Reputation é “Downtown Sundown”.

A canção começa com uma sonoridade bem suave e com certo swing, desenvolvendo-se em um ritmo leve e cativante, quase como uma balada. A voz de Lynott acompanha toda esta construção musical, soando bastante melosa. Uma boa faixa.

A letra da música tem certa conotação de fé:

Please believe in love
I believe there is a God above
For love
And He's coming, yes He's coming



THAT WOMAN’S GONNA BREAK YOUR HEART

A oitava faixa do trabalho é “That Woman's Gonna Break Your Heart”.

Outra vez, o Thin Lizzy aposta em guitarras com linhas bastante melódicas e cheias de ritmo, ora em momentos mais suaves, ora com mais pegada – em especial no solo. Lynott canta de forma bem expressiva, e a seção rítmica faz um acompanhamento primordial para o sucesso de mais uma boa música.

As letras tem clara referência a uma decepção amorosa:

You don't know now
But it's the wrong card you're choosing
That deck you're using
Is stacked against romance



DEAR LORD

A nona, e última, canção do álbum é “Dear Lord”.

A última canção de Bad Reputation volta a ter uma pegada bem hard, típica do Thin Lizzy, com Lynott contrapondo o ritmo mais forte com sua voz repleta de suavidade e melodia. No solo que é feito por Scott Gorham, ele expõe seu ótimo feeling. “Dear Lord” fecha o trabalho em alto nível.

Há uma conotação mítica/religiosa nesta faixa:

I'm down deep and I need your help
There's no one to turn to and I can't help myself
Dear Lord hear this call
Oh Lord save my fall



Considerações Finais

Bad Reputation foi um grande sucesso comercial. Além de sua qualidade, as posições nas paradas de sucesso indicam a boa repercussão do trabalho. Alcançou a excelente 4ª posição na parada britânica de álbuns, assim como a boa 39ª posição na sua correspondente norte-americana. Ainda obteve a 9ª posição na parada sueca.

Para alguns críticos musicais, Bad Reputation é um álbum ainda melhor que seu predecessor, Johnny The Fox. O disco soa mais direto e pesado, sem muitas “firulas”.

O crítico Stephen Thomas Erlewine chega a colocar Bad Reputation no mesmo nível de Jailbreak, disputando a posição de melhor álbum da história do Thin Lizzy. Ele afirmou que parte do sucesso do trabalho é devido à produção de Tony Visconti. Disse, também, que a ausência de Brian Robertson não foi tão sentida devido ao trabalho duplo do guitarrista Scott Gorham. O trabalho “mais pesado que o Thin Lizzy fez até o momento”.

Como foi dito, Robertson acabou sendo reintegrado ao conjunto no final de 1977. Entretanto, ele ficaria na banda até o dia 6 de julho de 1978, quando participou do último show com a banda, pois as tensões entre ele e Phil Lynott atingiram proporções insuperáveis.

Bad Reputation acabou sendo o último álbum de estúdio do Thin Lizzy que contou com contribuições de Brian Robertson.



Formação:
Phil Lynott – Baixo, Vocal, Gaita
Scott Gorham – Guitarras (solo e base)
Brian Robertson – Guitarra-solo nas faixas 3, 6 e 8, Teclados
Brian Downey – Bateria, Percussão

Músicos Adicionais:
Mary Hopkin-Visconti – Backing Vocals em "Dear Lord"
John Helliwell – Saxofone, Clarineta

Faixas:
01. Soldier of Fortune (Lynott) – 5:18
02. Bad Reputation (Downey/Gorham/Lynott) – 3:09
03. Opium Trail (Downey/Gorham/Lynott) – 3:58
04. Southbound (Lynott) – 4:27
05. Dancing in the Moonlight (It's Caught Me in Its Spotlight) (Lynott) – 3:26
06. Killer Without a Cause (Gorham/Lynott) – 3:33
07. Downtown Sundown (Lynott) – 4:08
08. That Woman's Gonna Break Your Heart (Lynott) – 3:25
09. Dear Lord (Gorham/Lynott) – 4:26

Letras:
Para o conteúdo completo das letras, indicamos o acesso a: http://letras.mus.br/thin-lizzy/

Opinião do Blog:
Quando o Blog comentou sobre o álbum Jailbreak, toda a categoria do Thin Lizzy já havia sido ressaltada.

Em Bad Reputation, a qualidade do grupo irlandês é mantida em um de seus melhores momentos, pois o álbum é realmente incrível. As diversas influências musicais do grande mentor Phil Lynott é demonstrada em faixas que conseguem ser diversificadas entre si, que vão de quase baladas a canções que flertam com o Heavy Metal setentista.

Músicas como “Dance in The Moonlight”, “Bad Reputation”, “Soldier Of Fortune” são verdadeiros clássicos do grupo. Além disto, há outras excelentes composições como “Opium Trail” e “Killer Without A Cause”. Scott Gorham fez um trabalho muito bom na ausência quase completa do ótimo Brian Robertson.

Embora conhecido, o Thin Lizzy não é tão consagrado como o blogueiro pensa que deveria o ser. Uma das bandas pioneiras das guitarras gêmeas, o Blog recomenda que o leitor busque mais material do grupo irlandês. Altamente recomendado pelo Blog.

7 de novembro de 2012

BAD COMPANY - BAD COMPANY (1974)



Post dedicado a Lígia Polizzi

Bad Company é o álbum de estreia e homônimo à banda inglesa, obviamente, chamada Bad Company. Seu lançamento oficial aconteceu no dia 26 de junho de 1974, com a produção a cargo do próprio grupo. As gravações ocorreram no mês de novembro de 1973, em Headley Grange (com os estúdios móveis de Ronnie Lane), em East Hampshire, na Inglaterra. O disco saiu sob o selo Swan Song.



Quando o Blog fez a resenha do álbum Fire And Water (1970), da banda Free, mencionou-se parte da história de dois dos fundadores do Bad Company, o vocalista Paul Rodgers e o baterista Simon Kirke. A partir dela é que se começará o texto sobre o Bad Company. Para quem se interessar, o post sobre o Free: http://rockalbunsclassicos.blogspot.com.br/2012/05/free-fire-and-water-1970.html

Assim que o Free se desfez, Paul Rodgers e Simon Kirke quiseram formar um novo conjunto para trabalharem. A ideia que surgiu foi a de formar um “supergrupo” e, assim, prosseguirem com suas carreiras.

Para o trabalho das guitarras, o escolhido foi o ex-guitarrista da banda Mott The Hoople, o ótimo Mick Ralphs. Ele seria responsável, no futuro, por várias composições (isoladamente ou em parceria) de sucesso do Bad Company.

Mick Ralphs:


Para o baixo, o escolhido foi o baixista Boz Burrell, que havia tocado na excelente banda setentista King Crimson.

O nome da banda, Bad Company, teria sido sugerido por Paul Rodgers, o qual seria completamente fascinado pelo filme de mesmo nome, Bad Company, de 1972, um Western com direção de Robert Benton e estrelado por Jeff Bridges.

Rodgers, em entrevista, rechaçou esta ideia, explicando que a ideia do nome surgiu de uma imagem que ele viu em um livro de moral Vitoriana, na qual uma criança inocente está olhando para uma personagem desagradável, a qual está encostada em um poste de luz. A legenda da imagem dizia “cuidado com as más companhias” – em inglês: “beware of Bad Company”.

A banda assinou contrato com a Swan Song Records (Atlantic Records) na América do Norte e com a Island Records para outros países. A Island Records tinha sido a gravadora que detinha os direitos do Free e do King Crimson no Reino Unido, além de haver lançado os 4 primeiros álbuns do Mott The Hoople.

A Atlantic, por sua vez, lançou os primeiros álbuns do King Crimson e do Mott The Hoople nos Estados Unidos através de um contrato com a Island Records.

O manager do Bad Company acabou sendo Peter Grant, que, na época, também conseguiu ser o gestor do Led Zeppelin. Ele ficaria com o grupo de Paul Rodgers até 1982, quando a Swan Song Records faliu.

O álbum foi gravado em um local chamado Headley Grange, em East Hampshire, na Inglaterra, com ajuda dos estúdios móveis de Ronnie Lane. Foi neste local que o Led Zeppelin compôs e/ou gravou algumas canções dos álbuns III, IV, Houses Of The Holy e Physical Graffiti.

Paul Rodgers:


CAN’T GET ENOUGH

Abre o álbum a clássica “Can’t Get Enough”.

Um riff simples, mas contagiante, embala a primeira canção do álbum Bad Company. O ritmo é simples, típico dos anos setenta, contribuindo para um clima bastante descontraído da faixa. O trabalho da seção rítmica é ótimo, assim como a atuação de Paul Rodgers. Excelente música.

As letras falam de um romance:

Well it's late, and I want love
Love that's gonna break me in two
Don't hang me up in your doorway
Don't hang me up like you do
Come on, come on, come on and do it
Come on, and do what you do

“Can’t Get Enough” é um grande clássico do Bad Company, tida por muitos, como sua canção de maior sucesso. Até mesmo nos dias atuais (38 anos após seu lançamento), continua sendo uma canção com grande veiculação nas rádios britânicas e norte-americanas.

Lançada como single, atingiu a excelente 5ª posição na parada de sucesso norte-americana desta natureza. Na parada britânica correspondente, uma ótima 15ª posição.



A canção aparece no filme “What the Bleep Do We Know!?” (2004) e tem uma versão gravada pelo guitarrista americano Frank Lee Sprague. Um verdadeiro clássico do Rock & Roll.



ROCK STEADY

A segunda faixa do álbum é “Rock Steady”.

“Rock Steady” resgata um pouco da sonoridade que Rodgers e Kirke experimentavam no Free, pois tem aquele toque bluesy característico. Com um riff repleto de melodia e ritmo, o resultado da canção é excepcional. Com uma atuação brilhante de Paul Rodgers nos vocais, temos outro clássico do grupo!

As letras também têm uma conotação mais romântica:

Turn on your light
and stay with me a while
and ease your worried mind
Turn on light ( now babe )
and stay with me a while
and rock steady

“Rock Steady” acabou se tornando uma das faixas prediletas entre os fãs da banda!



READY FOR LOVE

Outra excelente faixa é a terceira de Bad Company, “Ready For Love”.

Em um tom mais suave e repleto de melodia, “Ready For Love” é uma canção bastante cativante e com um feeling tremendo. A guitarra de Mick Ralphs traça linhas brilhantes, casando-se com uma atuação vocal extremamente talentosa de Paul Rogers. O refrão é simples e, simultaneamente, perfeito. Um clássico.

As letras ainda apostam em uma temática romântica, mas, desta vez, em um tom ambíguo de depressão contrapondo à esperança:

Walkin' down this rocky road
Wondering where my life is leadin'
Rollin' on to the bitter end
Finding out along the way
What it takes to keep love living
You should know how it feels, my friend

“Ready For Love” foi composta por Mick Ralphs ainda nos tempos de Mott The Hoople, presente no álbum All The Young Dudes, de 1972. Mas acabou se tornando mais um clássico do Bad Company, sendo uma canção muita querida entre os fãs do conjunto.



DON’T LET ME DOWN

A quarta música do trabalho é “Don’t Let Me Down”.

A canção tem um ritmo bem suave e cativante, com um toque bluesy bem interessante. Sue Glover e Sunny Leslie contribuem com backing vocals que intensificam a emoção da faixa no refrão, bem como o saxofone de Mel Collins. O solo de Ralphs também é ótimo. Embora lenta, “Don’t Let Me Down” conquista os ouvintes.

As letras possuem uma conotação cheia de remorso:

If I had a love that was so true
Then I wouldn't have to make do
With the half a love that I have found
That is tear in me down to the ground



BAD COMPANY

Homônima ao álbum e à banda, a quinta faixa do disco é “Bad Company”.

Com uma belíssima introdução ao piano acompanhando uma atuação vocal maravilhosa de Paul Rodgers, “Bad Company” já mostra que é uma canção contagiante. Suas linhas melódicas e leves na maior parte da música contrastam com o maior peso da guitarra no refrão (e no belo solo), mas produzindo um efeito perfeitamente interessante. Pesa, além disso, a atuação extraordinária do vocalista, mais uma vez. Faixa extraordinária.

As letras apresentam um discurso juvenil de afirmação, baseado em poder conquistado por rebeldia e armas:

Rebel souls, deserters we are called
Chose a gun and threw away the sword
Now these towns, they all know our names
Six gun sound is our claim to fame
I can hear 'em say

Lançada como single, não obteve repercussão nas paradas de sucesso do gênero. Entretanto, por ser uma canção de qualidade inquestionável, acabou se tornando outra das músicas prediletas dos fãs do conjunto.



THE WAY I CHOOSE

A sexta faixa de Bad Company é “The Way I Choose”.

Mais uma vez o grupo aposta em uma sonoridade bem suave e leve e com linhas melódicas bastante cativantes. “The Way I Choose” é a maior faixa de Bad Company e, mesmo sendo uma balada, não deixa o ritmo do disco cair. Destaque para a seção rítmica e o saxofone de Mel Collins.

As letras têm um significado de conquista amorosa:

I live my life the way that i choose
I'm satisfied nothing to lose
I dont ask no favor i dont know the reason why
If i dont ask no questions i dont get no lies



MOVIN’ ON

A sétima canção do álbum é “Movin’ On”.

“Movin’ On” é mais um clássico do Bad Company. É, também, a menor faixa do álbum de estreia do grupo. Um típico rock setentista clássico, possui um riff bem animado e contagiante, mesmo sendo simples. A guitarra de Mick Ralphs é o ponto mais alto da música, com um solo muito bom.

As letras se referem à vida de músico, itinerante e agitada:

Get up in the morning and it's just another day
Pack up my belongings I got to get away
Jump into a taxi and the time is getting tight
I got to keep a moving I got a show tonight



Lançada como single, conseguiu destaque na parada norte-americana, atingindo a ótima 19ª posição. Também conseguiu a 30ª colocação no Canadá. É mais um clássico deste extraordinário álbum do Bad Company.



SEAGULL

A oitava – e última – faixa de Bad Company é “Seagull”.

A canção “Seagull” é bem suave, acústica, com apenas a voz e o violão de Paul Rodgers, formando um tom muito emotivo. Rodgers, que é o único músico do grupo que participa da faixa, canta-a de maneira emocionante, sendo o fator fundamental de sua qualidade.

O tom melancólico da sonoridade da canção é perfeitamente refletido em suas letras:

Here is a man asking the question
Is this really the end of the world?
Seagull, you must have known for a long time
The shape of things to come
Now you fly, through the sky, never asking why,
And you fly all around 'til somebody, Shoots you down



Considerações Finais

Bad Company foi o álbum de estreia do conjunto e foi um tremendo sucesso. Em termos de paradas de sucesso, sua categoria é incontestável: 1º lugar na parada norte-americana, 3ª posição na sua correspondente britânica, além da 7ª no Canadá e 17ª na Noruega.

Para se ter uma ideia do sucesso do disco, ele permaneceu cerca de 25 semanas consecutivas na parada de álbuns britânica. A tradicional revista Kerrang! o colocou na 40ª posição de sua lista de "100 Greatest Heavy Metal Albums of All Time", de 1989.

Em 2006, uma versão limitada do álbum (formato CD) em ouro 24k foi lançada. É o 46º disco mais vendido da década de setenta.

Desde o seu lançamento oficial, estima-se que mais de 5 milhões de cópias do álbum Bad Company foram vendidas.



Formação:
Paul Rodgers – Vocal, Guitarra-Base em "Can't Get Enough", Piano em "Bad Company" e "Don't Let Me Down", todos os instrumentos em "Seagull"
Mick Ralphs– Guitarra, Teclado em "Ready for Love"
Simon Kirke – Bateria
Boz Burrell – Baixo

Músicos Adicionais:
Sue Glover e Sunny Leslie – Backing Vocals em "Don't Let Me Down"
Mel Collins – Saxofone

Faixas:
01. Can't Get Enough (Ralphs) – 4:16
02. Rock Steady (Rodgers) – 3:46
03. Ready for Love (Ralphs) – 5:01
04. Don't Let Me Down (Rodgers/Ralphs) – 4:22
05. Bad Company (Rodgers/Kirke) – 4:50
06. The Way I Choose (Rodgers) – 5:05
07. Movin' On (Ralphs) – 3:21
08. Seagull (Rodgers/Ralphs) – 4:06

Letras:
Para o conteúdo complete das letras, indicamos o acesso a: http://letras.mus.br/bad-company/

Opinião do Blog:
Quando o Blog falou sobre o Free, todo o talento de Paul Rodgers como vocalista foi devidamente (e justamente, frise-se) enaltecido. Sua atuação no álbum de estreia do Bad Company é, mais uma vez, excepcional. Seu talento foi todo colocado de forma decisiva a contribuir com o sucesso do trabalho.

Rodgers juntamente com o guitarrista Mick Ralphs compuseram – em conjunto ou isoladamente – grandes músicas neste álbum. Ralphs produziu riffs e linhas de guitarra belíssimos, sendo também importante na qualidade do que se ouve.

O disco de estreia do Bad Company é bom como se fora uma coletânea. Não é todo trabalho que possui faixas do calibre de “Movin’ On”, “Can’t Get Enough”, “Rock Steady”, além das sensacionais “Ready For Love” e “Bad Company”.

A banda Bad Company é um dos expoentes dos anos setenta no Rock & Roll. Rodgers e Kirke conseguiram, após saírem do Free, manter a categoria de seus trabalhos formando um ótimo conjunto e gravando vários álbuns de muita qualidade durante aquela década.

Bad Company é um dos álbuns favoritos deste blogueiro em todos os tempos. Banda e álbuns mais que obrigatórios para os fãs do Blog!