21 de julho de 2012

QUEENSRYCHE - OPERATION: MINDCRIME (1988)



Operation: Mindcrime é o terceiro álbum de estúdio da banda norte-americana Queensrÿche. Ele foi lançado oficialmente no dia 3 de Maio de 1988, sendo gravado entre os anos de 1987 e 1988. A produção do trabalho ficou a cargo de Peter Collins e o disco foi gravado nos estúdios Kajem/Victory Studios, em Gladwyne, no estado da Pennsylvania, nos Estados Unidos.



O surgimento do Queensrÿche se deu no início da década de 1980, quando o guitarrista Michael Wilton e o baterista Scott Rockenfield tinham uma banda chamada Croos + Fire, a qual fazia covers de bandas consagradas de Heavy Metal, como Iron Maiden e Judas Priest. O Cross + Fire recrutou o guitarrista Chris DeGarmo e o baixista Eddie Jackson, mudando o nome do grupo para The Mob.

O The Mob estava sem vocalista e convidou o vocalista Geoff Tate, o qual estava em uma banda chamada Babylon, para fazer os vocais do grupo em um show local. Tempos depois, o Babylon se desfaz e Tate ainda faz mais algumas apresentações com o The Mob, mas recusa permanecer no conjunto, pois não estaria interessado em cantar Heavy Metal.

Já em 1981, o grupo reuniu esforços e recursos suficientes para gravar uma fita demo, sendo que mais uma vez, Tate aceitou participar fazendo os vocais, embora estivesse comprometido com sua banda há época, chamada Myth.

O grupo levou a fita para vários selos na época, mas a fita demo foi rejeitada por todos eles, com a banda não conseguindo um acordo comercial com nenhuma gravadora.

Quando a banda recruta um novo manager, decide, então, mudar seu nome. A escolha foi Queensrÿche, nome retirado da primeira canção da fita demo supracitada, “Queen Of The Reich”, mas alterando a letra ‘i’ pelo ‘y’, com a adição de um trema sobre o mesmo, para que se mudasse a forma de pronúncia, a fim de que a banda não fosse associada ao nazismo.

A fita demo gravada pelo grupo começa a ter muita circulação, recebendo uma crítica extremamente positiva da tradicional Kerrang! Ainda com seus próprios esforços, o grupo lança a mesma fita demo agora como um EP em 1982. Com o sucesso inicial, Geoff Tate concorda em abandonar o Myth e se tornar o vocalista permanente do Queensrÿche.

Geoff Tate:


Em 1983, a banda finalmente consegue um acordo com a gravadora EMI Records, a qual lança novamente o EP do grupo, sob o nome Queensrÿche. Ele alcança uma pequena repercussão, atingindo a 81ª posição na Billboard.

Depois da turnê que promoveu o EP Queensrÿche, o grupo viaja para Londres, na Inglaterra, para se encontrar com o produtor James Guthrie (que trabalhou com Judas Priest e Pink Floyd), para gravar seu primeiro álbum de estúdio.

Lançado em Setembro de 1984, The Warning, fez um sucesso comercial moderado, conquistando a 61ª posição da parada norte-americana de álbuns. Seus singles, entretanto, não causaram maior repercussão.

O álbum traz algumas ótimas canções, como a faixa título, “Warning”, “Deliverance” e “Take Hold Of The Flame”. Além disso, embora bem próximo do Heavy Metal tradicional, o primeiro álbum do Queensrÿche já mostra flertes da banda com o rock progressivo. Na turnê que promoveu o trabalho, o grupo fazia o show de abertura para os gigantes do KISS.

Já estamos em 1986, quando foi lançado o segundo trabalho de estúdio do Queensrÿche, Rage For Order. A sonoridade já é um pouco mais suave e mais intricada e se percebe uma participação bem mais efetiva dos teclados.

Rage For Order é um álbum muito bom. Alcançou a 47ª posição da parada norte-americana de álbuns e a 66ª posição na sua correspondente britânica. Nele estão ótimas canções, como “I Dream In Infrared”, “The Killing Words” e o single “Gonna Get Close To You”, uma canção cover da cantora Dalbello – que atingiu a 91ª posição da parada britânica de singles.

Já em 1987, o Queensrÿche entrou em estúdio para gravar o seu terceiro álbum de estúdio, o qual se tornaria Operation: Mindcrime.

Este Operation: Mindcrime mudaria a história do grupo de maneira definitiva, pois se trata de uma obra-prima. A começar, o álbum é conceitual, contando por todas as suas músicas a história da personagem Nikki. Vai-se passar um pouco da história que é contada no disco para que o leitor possa entendê-la.

Nikki é um jovem angustiado, o qual se envolve com uma organização ilegal e passa a ter sua mente dominada, cometendo crimes a mando dos chefões desta organização.

Durante as faixas do disco, a vida de Nikki é contada. O álbum começa com o protagonista, Nikki, em um hospital. Ele está em um estado quase catatônico, incapaz de se lembrar de coisa alguma, mas de apenas fragmentos de seu passado. De repente, as memórias de Nikki vêm à tona, relembrando de como se tornou um viciado em heroína e político radical, frustrado com a sociedade contemporânea, e como foi manipulado a aderir a uma organização secreta, supostamente, dedicada à revolução.

 À frente desta organização está um demagogo político e religioso, conhecido apenas como Dr. X, que através da manipulação da mente de Nikki, utilizando-se de uma combinação de seu vício em heroína e técnicas de lavagem cerebral, usa o protagonista como um assassino. Sempre que o Dr. X usa a palavra "Mindcrime", Nikki se torna seu dócil fantoche, em um estado que o Dr. X usa-o para, a seu comando, realizar qualquer crime que este deseje.

Através de um dos parceiros ​​do Dr. X, um sacerdote corrupto chamado Father William, Nikki é oferecido aos serviços de uma prostituta que se tornou freira chamada Sister Mary. Através de sua amizade e afeto crescente em direção à Sister Mary, Nikki começa a questionar a natureza do que ele está fazendo. Dr. X percebe isso e, vendo uma ameaça em potencial em Mary, ordena Nikki para matar tanto Mary quanto o sacerdote.

Nikki vai à igreja de Mary e mata o sacerdote, mas depois de enfrenta-la, não consegue cumprir a ordem para matá-la. Ele e Mary decidem deixar a organização em conjunto e Nikki vai até o Dr. X para lhe dizer que eles estão saindo.

Dr. X, no entanto, lembra a Nikki que ele é um viciado e que ele é o único que pode proporcionar-lhe sua dose diária. Nikki, confuso, volta para Mary, somente para encontrá-la morta. Ele não pode lidar com a perda, bem como com a possibilidade de que ele mesmo poderia tê-la matado inconscientemente, começando a sucumbir à loucura.

Ele corre pelas ruas chamando por Mary. A polícia chega e tenta dominá-lo. Uma arma é encontrada com ele, sendo levado em custódia sob à suspeita de assassinato de Mary e os demais assassinatos que ele cometeu para o Dr. X.

Sofrendo de perda total da memória, ele é colocado em um hospital, onde assiste a uma reportagem sobre a recente farra dos homicídios políticos. Esta traz de volta sua memória e nos devolve ao início da história, onde ele se lembra do que aconteceu e começa a conta-la.

O idealizador da história de Nikki foi o vocalista da banda, Geoff Tate. Após a turnê do segundo álbum de estúdio do Queensryche, Rage For Order, Tate foi morar por um tempo na cidade canadense de Montreal.

Em uma tarde de inverno, Tate relata que encontrou uma Igreja Católica bem antiga e, ao sentar no banco do fundo da mesma, começou a sentir a diferente atmosfera do local, suas velas, sua tristeza e um coral cantando a plenos pulmões.

Tate se relembra que mais tarde naquele dia, a história de Nikki veio a sua mente e ele não conseguia parar de escrever. A inspiração para a personagem Dr. X, teria vindo de uma pessoa que Geoff Tate encontrou em um bar chamado St. Supice.

Para uma banda que havia excursionado fazendo shows de abertura para gigantes como Ozzy Osbourne, AC/DC e Ratt, um álbum conceitual talvez não fosse uma grande ideia, afinal, o grupo estava começando a se tornar mais popular. Um disco com faixas mais tradicionais seria uma escolha mais segura.

Das duas primeiras vezes em que Tate apresentou a ideia de um álbum conceitual para o novo trabalho do Queensrÿche, a resposta de seus colegas foi o silêncio – com ar de reprovação. O primeiro a começar a comprar a sugestão foi seu principal parceiro de composição, o guitarrista Chris DeGarmo.

Chris DeGarmo


Ao iniciarem o processo de composição das canções, toda a banda sentiu que tinha algo de especial acontecendo. Para auxiliá-los, a presença do produtor Peter Collins foi essencial, uma vez que melhorou todo o processo de confecção do trabalho, fazendo com que Operation: Mindcrime fosse muito mais que apenas mais um álbum de rock.

Collins conseguiu fazer o som do Queensrÿche se tornar mais acessível, sem que a banda perdesse sua integridade. Apesar dos diretores da gravadora não terem gostado do resultado inicial das gravações do disco, o trabalho acabou sendo lançado de uma maneira que agradou bastante aos membros do grupo.

I REMEMBER NOW

“I Remember Now” é apenas uma introdução à história, Nikki estando no hospital psiquiátrico e começando a se lembrar de tudo.



ANARCHY-X

“Anarchy-X” é uma faixa instrumental de pouco mais de 1 minuto que introduz a faixa seguinte.



REVOLUTION CALLING

A terceira faixa de Operation: Mindcrime é “Revolution Calling”.

Guitarras bem fortes e marcantes é o destaque de “Revolution Calling”. A bateria de Scott Rockenfield está muito presente e dá ótimo ritmo pra canção, assim como os vocais de Geoff Tate se casam perfeitamente com a musicalidade da faixa. Excelente música.

“Revolution Calling” demonstra a personagem Nikki desiludida com a política e a sociedade atual e seu primeiro contato com a organização do Dr. X. O trecho a seguir revela os sentimentos iniciais da personagem principal:

I used to trust the media
To tell me the truth, tell us the truth
But now I've seen the payoffs
Everywhere I look
Who do you trust when everyone's a crook?



OPERATION: MINDCRIME

A quarta canção do álbum é a homônima ao disco, “Operation: Mindcrime”.

“Operation: Mindcrime” se inicia com uma vinheta na qual um telefone toca, Nikki atende e há apenas uma voz do outro lado dizendo a palavra ‘mindcrime’. Então guitarras pesadas e com um riff vigoroso entram em cena. Uma música forte, contagiante, com belíssimos solos e uma atuação perfeita de Geoff Tate nos vocais. Brilhante!

A canção revela como Nikki era ‘ativado’ pelo Dr. X para executar os crimes planejados pelo chefe da organização. Cita o vício em heroína da personagem principal e também apresenta como o Dr. X diz ter a cura para o vício de Nikki.

A hit man for the order
When you couldn't go to school
Had a skin job for a hair-do
Yeah you looked pretty cool
Had a habit doing mainline
Watch the dragon burn
No regrets, you've got no goals
Nothing more to learn



SPEAK

A quinta canção de Operation: Mindcrime é “Speak”.

“Speak” é uma canção mais acelerada em comparação com as faixas anteriores, apresentando guitarras um pouco mais rápidas e bateria em um ritmo um tanto mais frenético. Mesmo os vocais de Tate são mais agressivos. “Speak” é uma ótima faixa, mais puxada para o Heavy Metal tradicional.

As letras de “Speak” continuam mostrando como a organização funciona e como Nikki acabou se tornando um dos meios pelos quais o Dr. X realiza seus desejos.

They've given me a mission
I don't really know the game yet
I'm bent on submission
Religion is to blame
I'm the new messiah
Death angel with gun
Dangerous in my silence
Deadly to my cause



SPREADING THE DISEASE

A sexta canção do disco é “Spreading The Disease”.

A canção se inicia com um ótimo trabalho de bateria que logo dá lugar a um riff muito marcante e com peso. O ritmo também é rápido e empolgante, com Tate fazendo vocais bastante eficientes. Uma boa música.

“Spreading The Disease” apresenta a personagem Sister Mary ao ouvinte, explicando como ela era uma prostituta que foi salva pelo Father William:

Father William saved her from the streets
She drank the lifeblood from the Saviour's feet
She's Sister Mary now, eyes as cold as ice
He takes her once a week
On the altar like a sacrifice



THE MISSION

A sétima faixa do disco é “The Mission”.

“The Mission” se inicia de maneira muito suave, com a voz de Tate se casando perfeitamente com a belíssima melodia. Após isso, surgem as guitarras trazendo peso à música, mas de forma mais cadenciada. Entretanto, mesmo mais pesada, a bela melodia continua pela canção, em especial, devido aos belos teclados de “The Mission”.

A faixa apresenta o início do envolvimento da personagem principal, Nikki, com a Sister Mary, como pode ser inferido da seguinte parte:

Waiting for days longer
Till Sister comes to wash my sins away
She is the lady that can ease my sorrow
She sets the pace for my delivery of pain



SUITE SISTER MARY

A oitava música de Operation: Mindcrime é “Suite Sister Mary”.

Com mais de 10 minutos de duração, “Suite Sister Mary” é uma faixa que apresenta belíssimas orquestrações e coros de vozes. A canção alterna em momentos mais suaves e outros em que a sonoridade é a característica do Queensrÿche. Musicalmente, é uma obra de arte. Difícil fazer qualquer comentário em que seja diferente dizer que “Suite Sister Mary” é uma música espetacular.

A cantora Pamela Moore participa maravilhosamente da canção, interpretando a personagem Sister Mary. Brilhante!

No início da canção, há o comando para Nikki matar tanto Sister Mary quanto Father William. Podemos ver a relação entre Nikki e Mary nas entrelinhas dos versos:

Mary, Mary just a whore for the underground
They made you pay in guilt for your salvation
Thought you had them fooled? Now they've sent me for you
You know too much for your own good
don't offer me faith, I've got all I need here
My faith is growing, growing tight against the seam
What we need is trust, to keep us both alive
Help us make it through the night



THE NEEDLE LIES

A nona faixa do álbum é “The Needle Lies”.

Sem dúvidas, “The Needle Lies” é a faixa mais pesada de todo o trabalho. Nela é possível perceber as influências de Heavy Metal clássico do Queensrÿche. A canção tem um ótimo riff, acelerado, que traz à mente referências como o Judas Priest. O trabalho da bateria de Rockenfield é muito bom! Excelente canção.

Nesta música, Nikki está tentando deixar a organização secreta, mas o Dr. X não permite que o protagonista assim o faça.

Wet and raving
The needle keeps calling me back
To bloody my hands forever
Carved my cure with the blade
That left me in scars
Now every time I'm weak
Words scream from my arm



ELETRIC REQUIEM

A décima faixa do álbum é “Eletric Requiem”, contendo apenas cerca de 1 minuto e meio de uma tensa sonoridade. Entretanto, é fundamental para a trama da história, pois é o momento em que Nikki encontra Mary morta.

BREAKING THE SILENCE

A décima primeira faixa de Operation: Mindcrime é “Breaking The Silence”.

“Breaking The Silence” é mais uma ótima canção do álbum, com uma forte veia Hard Rock, apresentando um riff muito inspirado de guitarra criado por Chris DeGarmo. Nela, Tate atua brilhantemente, casando sua voz com o ritmo intenso da música. Os solos são inspirados e esbanjam feeling. Excelente faixa!

Nesta música, Nikki enlouquece e começa a se comportar de maneira alucinada, enlouquecida.

Breaking the silence of the night
Can't you hear me screaming?
I look for your face in the neon light
You never answer me



I DON’T BELIEVE IN LOVE

A décima segunda faixa do álbum é “I Don’t Believe In Love”.

Um riff de alta inspiração no Hard Rock oitentista abre a canção, que é repleta de uma suave melodia. Em uma construção muito brilhante, a música alterna passagens bem leves e melódicas com outras mais pesadas e intensas, como o espetacular refrão. Uma das melhores faixas de toda a discografia do Queensrÿche.

A letra revela como Nikki sofre sem o amor de Mary, sentindo demais sua ausência:

I don't believe in love
I never have, I never will
I don't believe in love.
It's never worth the pain that you feel

“I Don’t Believe In Love” foi lançada como single para promoção de Operation: Mindcrime. Conseguiu atingir a 41ª posição na parada de singles norte-americana. É presença praticamente obrigatória em shows e coletâneas da banda após seu lançamento.



Em 1990, a canção foi indicada para o prêmio de melhor performance de Heavy Metal.



WAITING FOR 22

A décima terceira faixa do trabalho é “Waiting For 22”, sendo apenas uma canção com pouco mais de 1 minuto.

MY EMPTY ROOM

A décima quarta canção do álbum é “My Empty Room”, uma pequena música com pouco mais de 1 minuto e meio. Nela, Nikki sofre com suas memórias e sua solidão.

Empty room today
And here I sit
Chalk outline upon the wall
I remember tracing it
A thousand times, the night she died, why?
There's no sleep today, I can't pretend
When all my dreams are crimes
I can't stand facing them
Now who will come
To wash away my sins
Clean my room, fix my meals
Be my friend?



EYES OF A STRANGER

A décima quinta e última faixa de Operation: Mindcrime é “Eyes Of A Stranger”.

A canção começa com uma melodia mais tranquila e depois se torna mais intensa, com um riff em que se percebem influências de Hard Rock. Tate alterna seus vocais em passagens mais suaves e se tornando mais agressivo em outras, como no refrão. Outra ótima faixa do trabalho.

Nas letras, “Eyes Of A Stranger” apresenta Nikki sendo internado em um manicômio. Nos últimos segundos do álbum, Nikki se lembra de tudo, com o ouvinte podendo ouvi-lo dizer ‘I remember now’.

And I raise my head and stare
Into the eyes of a stranger
I've always known that the mirror never lies
People always turn away
From the eyes of a stranger
Afraid to know what
Lies behind the stare



Lançada como single, atingiu a 59ª posição da parada britânica de singles e a 35ª posição na sua correspondente norte-americana. “Eyes Of A Stranger” se tornou uma das mais conhecidas canções do Queensrÿche.



Considerações Finais

O álbum fez bastante sucesso, atingindo a 50ª posição da parada norte-americana de álbuns, além da 58ª posição de sua correspondente no Reino Unido, o que é muito para uma banda relativamente desconhecida na época e que não possui um som tão acessível assim.

Em 1989, houve a realização de uma série de clipes apresentados na MTV dos Estados Unidos que representavam o álbum, sendo lançado um VHS chamado Video: Mindcrime.

Em 1990, na Tour do álbum seguinte, Empire (1990), a banda chegou a se apresentar executando todo o álbum na íntegra, com um palco em que se apresentavam vídeos, animações e ainda contavam com a participação da cantora Pamela Moore, interpretando a Sister Mary.

Na turnê para promoção de Operation: Mindcrime, o Queensrÿche chegou a se apresentar com grandes nomes da época, bandas como Def Leppard, Metallica e Guns ‘n’ Roses.



Desde então, o álbum Operation: Mindcrime é citado pela crítica especializada como um dos melhores álbuns conceituais de todos os tempos no rock, ao lado de nomes como The Wall, do Pink Floyd; e Scenes From A Memory, do Dream Theater, por exemplo.

Em Abril de 2006, o Queensrÿche lançou a sequencia de ‘Mindcrime’, Operation: Mindcrime II, o qual incluía a participação do genial Ronnie James Dio como Dr. X. Na turnê que promoveu o álbum, o grupo chegou a se apresentar com um palco e produção especial, atores e vídeos especiais, executando os dois álbuns na íntegra. Um DVD de 2007 chegou a ser lançado, chamado Mindcrime at the Moore, com uma destas apresentações – incluindo participação de Dio.

Estima-se que em toda a sua carreira, o Queensrÿche já superou a marca de 20 milhões de cópias vendidas.

Formação:
Geoff Tate - Vocal
Chris DeGarmo - Guitarra, Backing Vocals
Eddie Jackson - Baixo, Backing Vocals
Michael Wilton - Guitarra, Backing Vocals
Scott Rockenfield - Bateria, Percussão, Teclados

Faixas:
01. I Remember Now (DeGarmo/Tate/Wilton) – 1:17
02. Anarchy-X (DeGarmo) – 1:27
03. Revolution Calling (Tate/Wilton) – 4:42
04. Operation: Mindcrime (DeGarmo/Tate/Wilton) – 4:43
05. Speak (Tate/Wilton) – 3:42
06. Spreading the Disease (Tate/Wilton) – 4:07
07. The Mission (DeGarmo) – 5:46
08. Suite Sister Mary (DeGarmo/Tate) – 10:41
09. The Needle Lies (Tate/Wilton) – 3:08
10. Electric Requiem (Rockenfield/Tate) – 1:22
11. Breaking the Silence (DeGarmo/Tate) – 4:34
12. I Don't Believe in Love (DeGarmo/Tate) – 4:23
13. Waiting for 22 (DeGarmo) – 1:05
14. My Empty Room (Tate/Wilton) – 1:28
15. Eyes of a Stranger (DeGarmo/Tate) – 6:39

Letras:
Para o conteúdo das letras, indicamos o acesso a: http://letras.mus.br/queensryche/

Opinião do Blog:
O Queensrÿche é daquelas bandas difíceis de se definir um rótulo sobre o seu som – o que é ótimo, na verdade – afinal, eles mesclam com competência elementos de Heavy Metal, Hard Rock, e Progressivo em seu som, criando uma identidade musical própria.

Em Operation: Mindcrime, a banda criou uma verdadeira obra-prima. A história é envolvente, criativa e empolgante. O desenrolar dos acontecimentos é feito com muita sabedoria e acaba criando expectativa pela próxima faixa, pelo desfecho da trama.

As letras das canções deixam a entender, também, críticas aos modelos políticos, sociais e religiosos; e que continuam sendo atuais, mesmo 24 anos depois.

Musicalmente, não há muito que se dizer sem soar piegas. Temos uma banda muito talentosa, com músicos extremamente competentes, explorando muito próximo do limite as suas capacidades. As guitarras são pesadas ou mais suaves conforme a necessidade, a bateria faz um trabalho muito bom, os teclados são sempre muito bem colocados e a voz de Geoff Tate costura exemplarmente tudo isso, sendo sempre precisa.

Músicas como “I Don’t Believe In Love”, “Eyes Of A Stranger”, “The Mission” e a inacreditável “Suite Sister Mary” falam por si mesmas. Alie isso a uma produção perfeita, pois cada vinheta ou intermissão nas canções é feita de maneira exclusivamente para enriquecer todo o contexto.

Embora o maior sucesso comercial do Queensrÿche foi o álbum Empire (1990), embalado pelo supersucesso de “Silent Lucidity”, foi em Operation: Mindcrime que a banda criou um disco para a eternidade. Não é qualquer álbum que a mídia especializada coloca ao lado de obras-primas como The Wall (Pink Floyd), Tommy (The Who) ou Scenes From A Memory (Dream Theater).

Enfim, um dos maiores álbuns conceituais de todos os tempos.

8 de julho de 2012

BLUE ÖYSTER CULT - AGENTS OF FORTUNE (1976)



Agents Of Fortune é o quarto álbum de estúdio da banda norte-americana chamada Blue Öyster Cult. Seu lançamento oficial se deu em Maio de 1976, com sua gravação ocorrendo entre 1975 e 1976, nos estúdios The Record Plant, na cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos. A produção do álbum ficou a cargo de Murray Krugman, Sandy Pearlman e David Lucas.



Para começar a descrição sobre este ótimo álbum, primeiramente, contar-se-á, em resumo, um pouco da história do Blue Öyster Cult.

O grupo teve origem em Long Island, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, no ano de 1967, nas vizinhanças da Stony Brook University. O primeiro nome da banda foi Soft White Underbelly e desde seu início foi influenciada pelo seu manager, Sandy Pearlman.

A formação inicial tinha o guitarrista Donald "Buck Dharma" Roeser, o baterista Albert Bouchard, o tecladista Allen Lanier, o vocalista Les Braunstein e o baixista Andrew Winters.

O manager Sandy Pearlman desejava que o Blue Öyster Cult fosse a versão norte-americana dos ingleses do Black Sabbath. Ele foi muito importante para a banda, conseguindo contratos para a mesma com gravadoras e também agendando muitos shows. Além disso, ele forneceu algumas de suas poesias para que a banda as usasse como letras de músicas.

Outro escritor que forneceu letras – de seus primórdios – para o grupo foi Richard Meltzer.

Em 1968, com Pearlman conseguindo um contrato, o Blue Öyster Cult chegou a gravar material para o que seria um primeiro álbum para a gravadora Elektra Records, mas quando o vocalista Les Braunstein deixou o grupo, a gravadora acabou arquivando o disco.

O substituto de Braunstein foi um dos antigos auxiliares da banda, Eric Bloom. Em 1969, o conjunto ainda se chamava Soft White Underbelly – nome com o qual se apresentou em shows nas décadas de 70 e 80 em locais bem pequenos. Mas após uma crítica negativa sobre um show, Pearlman achou que era hora de procurarem um nome novo.

Eric Bloom


Ainda em contrato com a Elektra Records – e se chamando Soft White Underbelly – o grupo gravou mais material para ser lançado como um álbum, mas apenas uma das faixas foi lançada como single, “What Is Quicksand?”. Foram produzidas e distribuídas apenas 300 cópias deste material. Este material para o álbum chegou a ser lançado como disco em 2001, com o nome de St. Cecilia: The Elektra Recordings.

Depois de algumas mudanças de nomes – entre eles Santos Sisters – o grupo se firma como Blue Öyster Cult em 1971.

O nome veio de um poema escrito pelo manager Sandy Pearlman em 1960, parte de sua poesia chamada Imaginos (a qual inspirou o álbum de mesmo nome de 1988). Na obra de Pearlman, Blue Öyster Cult era o nome de uma sociedade de alienígenas que secretamente se reuniram com o fim de determinar o destino da Terra. Embora rejeitado inicialmente, a banda acabou aceitando o novo nome.

David Lucas, produtor e compositor de jingles de Nova Iorque assiste à uma apresentação do grupo e os leva para o seu Warehouse Recording Studio, no qual gravam uma fita demo e com a qual o manager Sandy Pearlman consegue uma audição para a banda junto da gravadora Columbia Records. Clive Davis – presidente da Columbia Records - gosta do que ouve e assina com a banda.

O Blue Öyster Cult vai para o estúdio de David Lucas onde gravam as oito faixas de seu álbum de estreia. Nesta época o baixista Andrew Winters deixa a banda, sendo substituído pelo irmão do baterista Albert Bouchard, Joe Bouchard.

Com produção de Murray Krugman e Sandy Pearlman, o álbum de estreia do Blue Öyster Cult foi lançado em janeiro de 1972, contendo 10 faixas e sendo homônimo ao grupo.

Já no primeiro álbum do grupo, aparece o logotipo da banda – uma espécie de gancho-e-cruz – desenvolvido por Bill Gawlik. Na mitologia grega, este é o símbolo de Kronos, rei dos Titãs, pai de Zeus. Também é o símbolo de um metal pesado (Heavy Metal), o chumbo, e definidor do som da banda – o Heavy Metal.



O álbum de estreia do Blue Öyster Cult apresenta uma sonoridade muito interessante, com um rock and roll que flerta em demasia com o Hard Rock e o Heavy Metal dos anos setenta. Nele há músicas que se tornariam clássicos do grupo como “Cities on Flame with Rock and Roll”, excelente canção, inspirada na música do Black Sabbath chamada “The Wizard”.

“Cities on Flame with Rock and Roll” foi lançada como single, mas não obteve maior sucesso nas paradas correspondentes a este tipo de lançamento. A ótima “Stairway To The Stars”, a linda balada “Then Came the Last Days of May” e a ‘psicodélica’ “Screams” estão no álbum. Muito bem recomendado pelo Blog.

O primeiro álbum acabou obtendo repercussão comercial e atingiu a modesta 172ª posição na parada norte-americana de álbuns. Mais que isso, permitiu que o grupo conseguisse excursionar com nomes como Alice Cooper e The Byrds.

Em fevereiro de 1973 sairia o segundo – e ótimo – álbum do Blue Öyster Cult, chamado Tyranny And Mutation. Os produtores foram os mesmos do primeiro disco do grupo e foi escrito enquanto a banda fazia a turnê referente ao trabalho de estreia.

Em Tyranny And Mutation há excelentes canções do grupo americano. “The Red And The Black” é uma faixa incrível, Hard Rock veloz e de primeira qualidade. “Baby Ice Dog” é outra faixa muito inspirada e representa a primeira colaboração da banda com a cantora Patti Smith. A pesada “Hot Rails To Hell” e a ótima “Wings Wetted Down” merecem muito destaque.

Tyranny And Mutation alcançou a 122ª posição da parada norte-americana de álbuns e aumentou o sucesso e reconhecimento do Blue Öyster Cult mais um degrau.

Em Abril de 1974 sai o terceiro álbum do grupo, Secret Treaties. Mais uma vez, a produção ficou a cargo de Krugman e Pearlman.

Mais maduros e experientes, a banda se destaca ainda mais em seu terceiro álbum. A ótima “Carrer Of Evil” traz um excelente rock clássico. “Subhuman” é outra faixa que esbanja talento e feeling, bem como a mais pesada “Harvester Of Eyes”, uma grande canção.

Em Secret Treaties está uma das mais conhecidas e espetaculares músicas do Blue Öyster Cult, “Astronomy”. Uma faixa cheia de melodia e feeling, mostra como o grupo compunha brilhantes canções. A canção ganhou uma versão sensacional do Metallica em seu álbum de covers Garage Inc., de 1998.

Impulsionado por “Astronomy”, Secret Treatries alcançou a ótima 53ª posição da parada norte-americana e permitiu que o Blue Öyster Cult fosse a atração principal de turnês.

Em fevereiro de 1975 é lançado o primeiro álbum ao vivo do grupo, On Your Feet or on Your Knees. O disco eleva ainda mais o sucesso da banda, alcançando a 22ª posição das paradas norte-americana e canadense. Ele se torna um grande sucesso comercial e permite que o grupo pensasse em voos ainda maiores. Este próximo voo seria seu próximo álbum de estúdio.

Agora, trata-se um pouco do processo de criação de Agents Of Fortune. Para economia de tempo, por vezes se trata o Blue Öyster Cult apenas pelas iniciais BÖC.

Em 1975, com o sucesso de On Your Feet or On Your Knees, a banda chegou a estar em um dilema. O disco ao vivo consolidou os ganhos obtidos com os três primeiros álbuns, estabelecendo uma personalidade “Heavy Metal” para o grupo. Entretanto, o grupo achou que era hora de evoluir e arriscar novidades entropicamente.

Cada membro da banda começou a desenvolver ideias separadamente para o novo trabalho, resultando em que cada integrante da banda se tornou mais consciente e protetor com seus próprios arranjos assim como as identidades próprias foram desenvolvidas. Antes, o Blue Öyster Cult desenvolvia as ideias musicais em conjunto; agora, cada membro trouxe uma ideia completa e fundamentada para apresentar aos demais companheiros.

Blue Öyster Cult, em 1976


O resultado da experiência foi positivo, com o grupo encontrando um novo paradigma, uma descoberta de como poderiam funcionar. A banda havia encontrado um certo platô de sucesso e recentemente chegara de uma turnê (a primeira) bem-sucedida na Europa. Além disso, os anos trouxeram uma base de fãs com fidelidade poucas vezes vista.

Pela primeira vez o BÖC se permitiu gravar fora das facilidades do estúdio da Columbia, procurando o Record Plant em Nova Iorque. Enquanto o grupo começou a gravar o que se tornaria Agents Of Fortune, o Aerosmith estava no corredor do estúdio e o KISS, no andar de cima!

Claro que Sandy Pearlman e Murray Krugman – os grandes mentores e produtores do grupo – estavam com eles nesta nova empreitada. David Lucas, que trabalhou no primeiro álbum da banda, voltou para auxiliar novamente.

A cantora Patti Smith, velha amiga da banda, emprestou sua voz na canção – além de ajudar na composição - “The Ballad Of Vera Gemini” em conjunto com o baterista Albert Bouchard. O mesmo acontece em “Debbie Denise”, um poema de Patti.

A arte da capa foi criada pelo artista Lynn Curlee.

THIS AIN’T THE SUMMER OF LOVE

A faixa que abre o álbum é “This Ain’t The Summer Of Love”.

A faixa é curta, com pouco mais de 2 minutos. É marcada por um riff bem simples, dotado de algum peso e um ritmo bastante interessante. O vocal é inspirado e o solo de guitarra contém muito feeling. O vocal na música é feito por Eric Bloom.

O refrão é muito bom:

This ain't the garden of eden
There ain't no angels above
And things ain't like what they used to be
And this ain't the summer of love

“This Ain’t The Summer Of Love” inspirou a música “Swallow My Pride”, da banda Green River, uma das pioneiras do movimento Grunge.



TRUE CONFESSIONS

A segunda faixa de Agents Of Fortune é “True Confessions”.

“True Confessions” é uma faixa bastante melódica, com um ritmo bastante suave e empolgante. Apostando bastante na melodia, os teclados são muito presentes na canção, apresentando vocais limpos e que se casam perfeitamente com a melodia.

Composta pelo tecladista Allen Lanier, é ele mesmo quem faz os vocais da música.

A música não apresenta refrão, tem uma estrutura interessante e letras simples.

True, true confessions, I lied
True, true confessions, I lied
Spent all night with candy's eyes
Dragged myself cross the warm blind side
Spent all night with candy's eyes
Dragged myself cross the warm blind side



(DON’T FEAR) THE REAPER

A terceira faixa do álbum é um dos grandes clássicos do Blue Öyster Cult, “(Don’t Fear) The Reaper”.

Um riff bastante inspirado, suave e melódico é a base da canção. A guitarra se destaca muito na canção, tanto fazendo as bases da música, quanto nos solos. O maior destaque é realmente o envolvente riff, os vocais se casam com perfeição ao ritmo da faixa, apostando na melodia contagiante.

Escrita e composta pelo guitarrista Donald (Buck Dharma) Roeser, é o mesmo quem faz os vocais da canção.

Como as letras da canção citam o famoso casal Romeu e Julieta de William Shakespeare, muita gente pensou que se tratasse de uma música sobre pacto suicida. Mas Buck Dharma afirma que sua intenção foi criar uma canção sobre amor eterno, que supera a limitação física dos corpos e perdure por toda a eternidade.

Romeo and Juliet
Are together in eternity (Romeo and Juliet)
Forty thousand men and women everyday (like Romeo and Juliet)

Buck Dharma afirma que escreveu a canção realmente pensando em uma história sobre o ‘pós vida’. Na época em que compôs a música, Dharma havia sofrido com uma doença mais séria e que o fez pensar na transitoriedade da existência humana.

Lançada como single, “(Don’t Fear) The Reaper” atingiu a 12ª posição da parada norte-americana de singles e a 18ª posição de sua correspondente britânica. Além disso, permaneceu mais de 20 semanas na parada dos Estados Unidos, alavancando as vendas de Agents Of Fortune.



Dharma disse que se assustou ao perceber o sucesso de sua canção. Segundo ele, o BÖC era uma banda obscura, que tinha certo orgulho em ser underground, sendo uma banda “anti-single hit”. Mas diante de uma canção tão brilhante, era impossível não se contagiar pelo sucesso de “(Don’t Fear) The Reaper”.

A indiscutível qualidade da canção é confirmada por sua presença no 397º lugar da lista das 500 melhores canções de todos os tempos feita pela revista Rolling Stone. Também, em 2010, há um dado de que houve 922 mil cópias digitais vendidas da música.

Obviamente, é presença obrigatória nos shows do grupo. Um verdadeiro clássico.



E.T.I. (EXTRA TERRESTRIAL INTELLIGENCE)

A quarta faixa de Agents Of Fortune é “E.T.I. (Extra Terrestrial Intelligence)”.

Um riff clássico de Hard Rock, dotado de muita melodia é a base da canção, a qual é bastante suave. Os vocais são simples, mas se encaixam muito bem com o ritmo da música. O solo é repleto de feeling, muito bom. Eric Bloom é quem canta nesta faixa.

Mais uma composição que conta com a colaboração de Sandy Pearlman e reflete a característica da banda em apostar em temas de ficção e obscuros. Grande música do BÖC!

I'm in fairy rings and tower beds
"Don't report this," three men said
Books by the blameless and by the dead
King in yellow, queen in red



THE REVENGE OF VERA GEMINI

A quinta canção do trabalho é “The Revenge Of Vera Gemini”.

A canção tem um riff bastante simples que se estende por toda a faixa, ganhando mais intensidade no refrão. O baixo está muito audível durante toda a música, contribuindo para a ótima qualidade da canção.

Como foi dito acima, a amiga de longa data do Blue Öyster Cult, Patti Smith, auxiliou o baterista Albert Bouchard na composição da canção. Não apenas isto, os dois são quem estão cantando na música. Grande faixa!



SINFUL LOVE

A sexta faixa de Agents Of Fortune é “Sinful Love”.

Com teclados e guitarras bem marcantes, “Sinful Love” é uma canção repleta de melodia, contando com vocais bastante marcantes. O riff é empolgante e a música contagia, com um ritmo bastante envolvente e uma ótima pegada Hard Rock. Grande faixa.

Outra vez, quem faz os vocais é o baterista Albert Bouchard, que compôs os riffs da canção.

The power that I give you, I'm so sick of your voice
In my body, You don't give me no choice
But to boot you, honey, to give you the shove
So take back your despot, I'll keep you love



TATTOO VAMPIRE

A sétima faixa de Agents Of Fortune é “Tattoo Vampire”.

A música traz um ótimo riff, bem estilo do Hard Rock dos anos setenta. O ritmo se mantém bem agitado durante toda a canção, contando com bastante empolgação, mas sem perder a maior característica do grupo que é sempre apostar em melodias marcantes.

Embora o riff tenha sido composto pelo baterista Albert Bouchard, os ótimos vocais da canção são do guitarrista Eric Bloom. O bom refrão é empolgante:

Grisly smiles, that don't flake off
Corny-colored demons leering
Vampire photos, sucking the skin



MORNING FINAL

A oitava canção do álbum é “Morning Final”.

Em “Morning Final”, a banda faz uma introdução de quase 40 segundos na canção, depois apostando em mais um riff cheio de melodia que se estende por toda a faixa. O solo é dos mais bonitos de todo o trabalho.

Os ótimos vocais da música são do baixista Joe Bouchard. Realmente, na opinião do Blog, uma das grandes canções do disco! As letras são características do BÖC, bem obscuras:

Oh baby don't it make you feel so bad
Dark clouds are over the street
After what I read, I can hardly feel my heart...
My heart beat



TENDERLOIN

A nona faixa do disco é “Tenderloin”.

A canção começa com um ritmo bastante suave, novamente apostando em uma melodia contagiante e um riff leve, de Hard Rock clássico. Os vocais são limpos e harmonizam com a sonoridade instrumental da faixa de maneira muito bem feita. Eric Bloom é quem canta – muito bem, por sinal.

As letras são bonitas, como no trecho:

I'm feeling hungry, have another line
So faith is taken up
You raise your eyes say, "That's just like life,
There's never quite enough. There's just never quite enough



DEBBIE DENISE

A décima, e última faixa de Agents Of Fortune, é “Debbie Denise”.

Outra canção bastante suave, bem próxima de uma balada, assim é “Debbie Denise”. O baterista Albert Bouchard a canta de maneira muito ‘doce’, o que acaba combinando com o ritmo da música com total perfeição. Realmente uma faixa muito bonita.

É outra canção que foi uma parceria do baterista Albert Bouchard com a cantora Patti Smith, sendo que “Debbie Denise” era um poema de Patti.

As letras falam de um caso de amor:

Wanting me to come close, I guess I noticed
I couldn't see, so what could I say
That more affection could I show her
I had only one thing on my mind
When I come to her, she'd pin back my hair
And out past the fields out the window I'd stare



Considerações Finais

Agents Of Fortune acabou se tornando um dos maiores sucessos comerciais do Blue Öyster Cult. Em 1978, o álbum já teria batido a marca de 1 milhão de cópias vendidas apenas nos Estados Unidos.

Em termos de paradas de sucesso para álbuns, Agents Of Fortune também é um dos mais bem sucedidos na discografia do grupo.

Ficou com a 29ª posição na parada norte-americana, conquistando a 26ª posição na correspondente britânica, assim como o 28º lugar no Canadá.

Donald 'Buck Dharma' Roeser


A renomada revista britânica Kerrang! colocou Agents Of Fortune na 62ª posição de sua lista de The 100 Greatest Heavy Metal Albums of All Time, em 1989. Em 2004, a revista Q também listou o álbum em sua eleição The Greatest Classic Rock Albums Ever!

Com o sucesso do álbum, a base de fãs do Blue Öyster Cult aumentou, os shows foram se tornando cada vez mais complexos e em lugares maiores, com maior capacidade de público.

O Blue Öyster Cult continuou gravando álbuns (alguns muito bons!) e excursionando ao longo dos anos, tendo recentemente visitado o Brasil. Hoje a banda tem um status “cult”, alterando sua formação muitas vezes, mas mantendo sua base nos guitarristas Buck Dharma e Eric Bloom.

Estima-se que o Blue Öyster Cult já tenha superado mais de 24 milhões de cópias vendidas por todo mundo.

Formação:
Eric Bloom – Guitarra, Percussão, Vocal nas faixas 1, 4, 7, 9
Donald "Buck Dharma" Roeser – Guitarra, Percussão, Vocal na faixa 3
Allen Lanier – Teclado, Guitarra, Baixo, Vocal na faixa 2
Joe Bouchard – Baixo, Piano, Vocal na faixa 8
Albert Bouchard – Bateria, Violão, Percussão, Harmonica, Vocal nas faixas 5, 6, 10

Músicos Adicionais:
Patti Smith – Vocal em "The Revenge of Vera Gemini"
Randy Brecker – Trompa
Michael Brecker – Trompa
David Lucas – Vocal, Teclado, Percussão

Faixas:
01. This Ain't the Summer of Love (A. Bouchard/Krugman/D. Waller) – 2:21
02. True Confessions (Lanier) – 2:57
03. (Don't Fear) The Reaper (Roeser) – 5:08
04. E.T.I. (Extra Terrestrial Intelligence) (Roeser/Pearlman) – 3:43
05. The Revenge of Vera Gemini (A. Bouchard/Smith) – 3:52
06. Sinful Love (A. Bouchard/Helen Wheels) – 3:29
07. Tattoo Vampire (A. Bouchard/Wheels) – 2:41
08. Morning Final (J. Bouchard) – 4:30
09. Tenderloin (Lanier) – 3:40
10. Debbie Denise (A. Bouchard/Smith) – 4:13

Letras:
Para o conteúdo das letras, recomendamos o acesso a: http://letras.mus.br/blue-oyster-cult/

Opinião do Blog:
O Blue Öyster Cult não é das bandas mais conhecidas do público em geral – leia-se público não especializado em Rock ‘N’ Roll – mas trata-se de uma banda clássica do Hard Rock, bastante importante e que influenciou muitos outros grupos, como Metallica e Iced Earth, apenas como exemplo.

Embora a ideia inicial do mentor do grupo, Sandy Pearlman, fosse da banda se tornar a versão norte-americana do Black Sabbath, o grupo acabou tomando um caminho próprio. Se o Blue Öyster Cult flertou com o Heavy Metal no início de sua trajetória, foi no Hard Rock que a banda acabou se encontrando.

Talvez a maior influência do Sabbath para o BÖC seja encontrada na temática obscura encontrada em boa parte das letras dos americanos, sendo bastante comum a abordagem a temas de terror e sombrios, com inspiração em autores como Edgar Allan Poe e Stephen King.

A característica interessante de diferentes músicos cantarem suas composições, presente em Agents Of Fortune, mostra a versatilidade dos integrantes da banda. Além disso, o instrumental de todo o álbum é bastante coeso e de alta qualidade.

As guitarras estão sempre presentes e apostam mais na melodia que “apenas” no peso. Se nos álbuns anteriores o Blue Öyster Cult se alternava entre Heavy Metal e Hard Rock, em Agents Of Fortune, o grupo aposta mais fortemente no Hard ‘setentista’, sempre esbanjando muita melodia, com ótimos toques de suavidade. Isto ocorre nas ótimas "This Ain't the Summer of Love", “Sinful Love” e “True Confessions”.

A excelente canção "(Don't Fear) The Reaper" é um grande clássico do Rock, faixa belíssima e empolgante que demonstra muito da qualidade dessa grande banda que é o Blue Öyster Cult.

Tanto o álbum Agents Of Fortune quanto o Blue Öyster Cult são recomendados e obrigatórios para todos os fãs de um bom Rock And Roll, especialmente quem curte Hard Rock com bastante melodia.