24 de março de 2014

MOUNTAIN - CLIMBING! (1970)


Climbing! é o álbum oficial de estreia da banda norte-americana chamada Mountain. Seu lançamento oficial se deu no dia 7 de março de 1970, através do selo Windfall. As gravações aconteceram entre 1969 e 1970, no Record Plant Studios, em New York, nos Estados Unidos. A produção ficou sob responsabilidade de Felix Pappalardi, próprio baixista do grupo.

O Mountain é uma banda muitas vezes citadas como influente e importante na formação da musicalidade Heavy Metal, sendo uma das pioneiras a flertar com os estilos Hard/Heavy, tendo o Blues Rock como base. Primeiro o blog vai contar um pouco da história do grupo para depois adentrar as faixas do disco.

No início de 1969, Leslie West, que pertenceu a uma banda de R&B chamada The Vagrants, resolveu montar um grupo próprio. Ele a denominou 'Leslie West Mountain', referindo-se ao seu tamanho bastante avantajado.

A banda contava com Norman Landsberg nos teclados e baixo e com Ken Janick na bateria, começando a fazer shows. Na mesma época, Felix Pappalardi (que era um colaborador da lendária banda Cream) se ofereceu para produzir o trabalho de West.

O resultado foi o álbum Leslie West Mountain, homônimo ao grupo, que algumas vezes aparece associado ao Mountain, mas é na verdade um lançamento da primeira banda de Leslie West.

O álbum Leslie West Mountain contou com Norman Landsberg como tecladista e N.D. Smart, ex-Remains, como baterista; bem como com o próprio Pappalardi no baixo.

Os destaques do álbum ficaram para os vocais de West, que se alternavam entre crus e melódicos, sua guitarra com forte influência de Blues, e também para o proeminente baixo de Pappalardi. Era evidente como os músicos beberam na fonte do Cream, a lendária banda inglesa que contava com Eric Clapton, Jack Bruce e Ginger Baker.

Leslie West

Como foi dito, Pappalardi foi um colaborador frequente do Cream: ele produziu Disraeli Gears, Goodbye e Wheels Of Fire, além de tocar órgão – e outros instrumentos – no último.

Steve Knight foi chamado para o lugar do tecladista Landsberg, que deixou a banda para formar o grupo Hammer, com o baterista Ken Janick.

Após optarem pelo nome reduzido de Mountain, West, Pappalardi, Smart e Knight fizeram shows na Costa Oeste antes de se apresentarem para seu quarto show como uma banda de apoio no Festival de Woodstock, de 1969, em Bethel, Nova York.

O Mountain foi recebido com entusiasmo pelo público do festival, mas a banda não apareceu no filme oficial do evento e nem tiveram sua apresentação incluída no volume 1 do álbum ao vivo do festival.

Suas performances de "Blood of the Sun" (do álbum de Leslie West) e "Theme for an Imaginary Western" (a canção que planejam gravar em Climbing! e foi coescrita pelo ex-baixista do Cream, Jack Bruce) aparecem no segundo volume de shows do Woodstock.

Felix Pappalardi

O DVD e Blue-Ray lançados para comemorarem o 40º aniversário do Woodstock possui performances do Mountain para “Beside The Sea” e “Southbound Train”.

Logo depois do Woodstock, Smart foi substituído pelo canadense Laurence "Corky" Laing na bateria.

Com West, Pappalardi, Laing e Knight; o Mountain vai para New York a fim de gravar seu disco de estreia, Climbing!

A capa conta com um desenho simples de autoria de Gail Collins – o qual também contribuiu na composição de várias canções do álbum. Vamos às faixas:

MISSISSIPPI QUEEN

O grande clássico do álbum, "Mississippi Queen", abre o disco. Já em seu início temos um riff bastante cativante, aliando peso, força e cadência precisos. A influência do Blues é palpável, bem como a certeza de que o grupo bebeu na fonte do Cream. A interpretação de West é fantástica, em uma canção que dispensa maiores apresentações. Fabulosa!

A letra se refere ao barco Mississippi Queen e uma mulher presente na embarcação:

Mississippi Queen,
If you know what I mean
Mississippi Queen,
She taught me everything

“Mississippi Queen” é inegavelmente o maior sucesso da história do Mountain, tornando-se um dos grandes hinos da história do Rock & Roll.

Lançada como single, atingiu a boa 20ª posição da parada norte-americana desta natureza. Era marca registrada nos shows do grupo.


O baterista Corky Laing afirma que havia começado a escrever as letras da canção antes mesmo de fazer parte do Mountain. Quando Leslie West procurava por letras para uma melodia criada na sua guitarra, Laing ofereceu a supracitada letra. Posteriormente, também Felix Pappalardi e o escritor David Rea receberam créditos pela música.

São inúmeras as versões existentes para “Mississippi Queen”. Para citarmos duas mais conhecidas, fica-se com a do W.A.S.P. (contida no relançamento do álbum The Last Command) e a de Ozzy Osbourne, com participação de Leslie West, no álbum Under Cover, de 2005.



THEME FOR AN IMAGINARY WESTERN

Em "Theme For An Imaginary Western" a banda opta por uma levada um pouco mais calma e lenta, onde a suavidade é apresentada através da bela melodia desenvolvida nos teclados. A guitarra é presente, assim como a seção rítmica. Outra bela música.

“Theme For An Imaginary Western” é uma canção composta por Jack Bruce e Pete Brown, originalmente gravada no álbum de Bruce chamado Songs For a Taylor, de 1969, o qual teve produção de Felix Pappalardi. E foi este quem levou a música ao Mountain, que a regravou em Climbing!, mas antes já havia a tocado no show em Woodstock.



NEVER IN MY LIFE

"Never in My Life" volta com a carga de Blues Rock característica do grupo. O riff principal da faixa é espetacular, com presença e força exatos. A interpretação vocal de West tem toda influência bluesy possível, deixando a canção ainda mais charmosa. Um dos pontos mais altos do trabalho e da discografia do grupo. Genial!

A letra mostra alguém apaixonado:

Never in My Life
Could I Find a Girl Like You
Never in My Life
Could I Find a Girl Like You
When I Turned Around to Wake Her
About the Way She Moves
I Don´t Want to Leave Her
But I Want Love You Too



SILVER PAPER

Um solo que esbanja feeling por todos os lados é a abertura marcante de "Silver Paper". A levada da canção tem um toque mais essencial do rock do final dos anos 60, mas ainda é baseada no seu Hard Bluesy que marca o som da banda. Também o solo do meio da música encanta. A faixa mantém o nível estratosférico do trabalho.

A letra tem temática romântica:

Sun Is Shining On My World
Sun Is in My Shoes
While I´m Passin´ Through This Life
This Job Is Spent With You
Wrap My Dreams in Silver Paper
Gonna Give Them All to You
Use Them On Some Rainy Morning
And They´ll Tell You What to Do



FOR YASGUR'S FARM

A quinta faixa de Climbing! é "For Yasgur's Farm". Nela, o grupo escolhe uma levada que se aproxima bastante de uma balada, mas optando por intensificar o ritmo e o peso no refrão, construindo uma música muito interessante e bastante comum no Hard Rock. Tudo faz da faixa mais uma vez encantadora, mostrando o poder do trabalho.

A temática da canção é outra vez romântica, envolvendo encontros e desencontros de um casal:

Quiet As the Voices in a Dream
Without Two Shadows the Things I´ve Seen
Remember the Evening I Let You Walk Away
Were You the One
Or Is It We´re the Same


Lançada como single, alcançou a modestíssima 107ª posição na parada norte-americana deste tipo de lançamento.



TO MY FRIEND

Já em "To My Friend", West compôs uma canção totalmente instrumental, levada apenas no violão. Há uma certa influência celta na melodia, com toques tradicionais da música norte-americana. É tudo belo e de muito bom gosto, mas quebra um pouco o ritmo do disco.



THE LAIRD

"The Laird" mantém uma introdução que segue um pouco a linha da faixa acústica anterior, mas com Pappalardi fazendo vocais que se casam bem com o clima melancólico desenvolvido pela melodia principal da canção. A guitarra solo encanta, esbanjando feeling, mas o clima da música é um pouco triste.

As letras são simples, em tom aventureiro:

The Laird Is Arriving
He Ran to the East
He Stood in the Courthouse
Pleading His Case
His Crime Was a Passion
An Aching For Peace



SITTIN' ON A RAINBOW

"Sittin' On A Rainbow" volta ao tradicional Hard Rock forte do grupo, com a levada bastante agressiva e vocais que se casam perfeitamente ao instrumental. Impressionante como o grupo conseguiu produzir outro riff que bebe na fonte do Blues, mas com o DNA mais pesado do grupo. Empolgante!

A letra é um convite para se curtir a natureza e contemplá-la:

Riding On a Jet Plane
Higher Than a Bird
Looking Out the Window
Don´t Believe a Word
Earning Time, Earning Pay
When the Sunshine´s On Its Way
This Is What You Hear Me Say



BOYS IN THE BAND

Piano e guitarra se casam em uma melodia extremamente cativante na última faixa do álbum Climbing! Aqui a banda opta por uma levada bastante cadenciada, mas que intercala a melodia cativante do piano com guitarras extremamente presentes, com um peso na dose exata. A construção é de extremo bom gosto, formando outra música excepcional.

A temática se refere ao próprio fato de se estar em uma banda:

We Play Tunes Today
Leaving Memory of Yesterday
All the Circles Widen Getting in the Sun
All the Seasons Spinning All the Days One By One
Comin´ Back Before Long
Comin´ Back ´till I´m Gone
Goodbye Travelling
So Long to the Boys in the Band
Goodbye Travelling
So Long to the Boys in the Band



Considerações Finais

Climbing! foi muito bem recebido pela crítica devido ao seu som pesado e visceral para a época. Baseado no sucesso da extraordinária “Mississippi Queen”, o álbum conseguiu atingir um bom patamar nos Estados Unidos.

Em termos de parada de sucesso, Climbing! alcançou a ótima 17ª posição da Billboard, a principal parada norte-americana de discos.

A boa repercussão do trabalho também permitiu que o grupo se lançasse em uma intensa turnê de divulgação do álbum, no meio da qual (nas pausas entre shows) eles foram gravando seu segundo disco de estúdio, Nantucket Sleighride, lançado em janeiro de 1971.

O sucesso era tanto que “Mississippi Queen” acabou tomando parte da trilha sonora do filme Vanishing Point, dirigido por Richard Sarafian e estrelado por Barry Newman.



Formação:
Leslie West - guitarras em todas as faixas, exceto 6; vocais nas faixas 1, 3 e 8; vocal compartilhado nas faixas 4, 5 e 9
Felix Pappalardi - baixo em todas as faixas, exceto 6 e 7; piano nas faixas 1, 2 e 9; vocais e guitarra nas faixas 2 e 7; vocal compartilhado nas faixas 4, 5 e 9
Corky Laing - bateria em todas as faixas, exceto 6 e 7; percussão nas faixas 7 e 9
Steve Knight - órgão nas faixas 2, 3, 4 e 5; mellotron nas faixas 2 e 9

Faixas:
01. Mississippi Queen (Laing/Pappalardi/Rea/West) - 2:32
02. Theme for an Imaginary Western (Brown/Bruce) - 5:08
03. Never in My Life (Collins/Laing/Pappalardi/West) - 3:53
04. Silver Paper (Collins/Gardos/Knight/Laing/Pappalardi/West) - 3:19
05. For Yasgur's Farm (Collins/Gardos/Laing/Pappalardi/Rea/Ship) - 3:23
06. To My Friend (West) - 3:38
07. The Laird (Collins/Pappalardi) - 4:39
08. Sittin' on a Rainbow (Collins/Laing/West) - 2:23
09. Boys in the Band (Collins/Pappalardi) – 3:43

Letras:
Para o conteúdo completo das letras, indica-se o acesso a: http://letras.mus.br/mountain/

Opinião do Blog:
Fui levado ao Mountain através de sua faixa mais emblemática, a excepcional "Mississippi Queen". Mas ao pegar e ouvir Climbing! pela primeira vez, foi quase impossível não ficar de queixo caído com a qualidade do que se ouve.

A banda tem sim - e é nítido e notório - forte influência do fantástico Cream, de Eric Clapton. Bebeu bastante na fonte do Blues Rock, mas não ficou apenas nisto. Imprimiu peso extra em suas canções e, pensando-se que era o ano de 1970, foi também influência para os grupos do estilo que surgiriam depois.

O álbum é incrível e vai muito além de apenas "Mississippi Queen". "Theme for an Imaginary Western" é ótima, há as excepcionais "Never in my Life" e "Silver Paper", mas minhas favoritas são a bela "Boys in the Band" e a extraordinária "For Yasgur's Farm".

A execução das faixas pelos músicos é soberba. Todos os instrumentos são muito bem tocados, com passagens belíssimas e melodias que encantam. Os vocais tanto de West quanto de Pappalardi se encaixam perfeitamente nas músicas, embora West me encante mais com sua poderosa voz.

As letras são bem simples, mas não afetam em nada a qualidade especial de Climbing!

Enfim, não há muito mais o que dizer. Climbing! é um álbum excepcional, com qualidade estratosférica. Para amantes de Blues Rock, com uma poderosa veia Hard Rock, um álbum importante e seminal na construção das sonoridades mais pesadas. Um dos meus álbuns preferidos. Clássico absoluto!

9 de março de 2014

OVERKILL - TAKING OVER (1987)


Taking Over é o segundo álbum da banda norte-americana Overkill. Seu lançamento oficial ocorreu no ano de 1987, com suas gravações acontecendo entre setembro e dezembro de 1986 no Pyramid Sound Studio, em Ithaca, New York, Estados Unidos. As gravadoras responsáveis foram a Atlantic Records e a Megaforce, com a produção a cargo do próprio grupo, Alex Perialas e Jon Zazula.



O Overkill é das principais bandas da história do Heavy Metal norte-americano, estando intimamente associada com a cena Thrash Metal da costa Leste do país. Faremos a já tradicional contextualização do período para depois se ater ao disco propriamente dito.

O Overkill foi formado em 1980 a partir da extinção da banda punk "The Lubricunt", contando com Rat Skates e DD Verni. Verni e Skates colocaram um anúncio à procura de um guitarrista e de um vocalista, sendo respondido pelo guitarrista Robert Pisarek e pelo vocalista Bobby Ellsworth. Assim surgiu a primeira encarnação do Overkill.

Depois de rejeitarem vários nomes, incluindo "Virgin Killer", a banda finalmente se estabeleceu sob o nome Overkill.

Ainda sob o nome de Virgin Killer, o repertório era formado por canções de grupos punk como Connor Neeson, The Ramones, Aron McGarrigle, The Dead Boys e outros.

DD Verni

Já no final de 1980, o setlist passou a incorporar músicas de bandas como Motörhead ("Overkill", e metade do álbum Ace of Spades) , Judas Priest ("Tyrant"), e da clássica banda Riot.

Assim, junto com o novo influxo de covers de heavy metal, a banda ainda tocava um punhado de covers de origem punk, mas com distorção extra e extremas intensidade e velocidade.

Entre 1981 e o início de 1983, o grupo passou por diversas trocas de guitarristas, passando a se fixar com Bobby Gustafson.

Desde então, o grupo passou a compor músicas próprias, como "Grave Robbers" (depois nomeada “Raise The Dead"), "Overkill", e "Unleash The Beast (Within), e, depois, surgiriam "Death Rider" e "Rotten to the Core".

A banda tornou-se conhecida em clubes noturnos de New York e New Jersey, como o L'Amours. Verni deu a Ellsworth o apelido de "Blitz", devido ao seu estilo de vida peculiar.

Em 1983, a formação com Rat Skates, D.D. Verni, Bobby Gustafson e Bobby Blitz, lançou a demo Power in Black, uma gravação que fez tanto impacto no circuito comercial de fitas “underground” como demos de bandas de Thrash Metal da tradicional “Bay Area” como Exodus e Testament.

Power in Black deu ao grupo duas aparições em compilações de Metal. "Feel The Fire” foi incluída na "New York Metal '84” e “Death Rider” apareceu no volume V da lendária série Metal Massacre.

A banda também foi capaz de garantir um pequeno contrato de gravação com a Azra/Metal Storm Records, o qual resultou no EP Overkill, de 1984. Este se esgotou rapidamente, impulsionando instantaneamente a banda como uma das principais do movimento Thrash Metal.

O EP serviu, principalmente, para despertar o interesse de gravadoras em relação à banda. Jon Zazula, proprietário da Megaforce Records (o mais importante selo independente de Heavy Metal da época) foi um deles.

A Megaforce Records assinou um contrato de gravação com o Overkill para vários álbuns, lançando seu álbum de estreia em 1985, Feel The Fire.

Feel The Fire é aclamado por muitos críticos e fãs como uma obra-prima do thrash metal, sendo o responsável por consolidar a posição da banda como uma das forças motrizes da cena Thrash Metal da Costa Leste norte-americana.

Bobby Ellsworth

A banda passou a maior parte de 1985 e 1986 em turnê para promover Feel The Fire, começando como apoio/abertura para o Megadeth (que lançara “Peace Sells") e depois na Europa com o Anthrax e Agent Steel.

Já em 1987, o Overkill lança seu segundo álbum de inéditas oficial, Taking Over.

Foi o último álbum do Overkill a ter o baterista Rat Skates, que foi substituído por Sid Falck.

A capa é bastante simples, com uma fotografia do conjunto. Vamos às faixas:

DENY THE CROSS

Abre o trabalho a faixa "Deny The Cross". Rat Skates marca o ritmo na introdução da música, a qual se inicia lentamente, mas que acaba deslanchando em um thrash metal bastante veloz e pesado. Ótimos vocais de Ellsworth, especialmente no empolgante refrão que embala a música.

As letras são boas e violentas, em tom de negação:

Draw and quarter, slice the meat
Now there's something, more to eat
Nothing left there is, just a frame
This poor soul, has no name
Back to dirt!
Six feet deep!
I take a breath!
Long and deep!



WRECKING CREW

A segunda canção do álbum mantém o ritmo e a velocidade da faixa anterior. "Wrecking Crew" tem um riff bastante rápido e pesado, com a guitarra de Gustafson soando maravilhosamente. O refrão é novamente muito empolgante, em outra ótima composição por parte da banda.

Usando uma inteligente metáfora, a música estabelece uma conexão entre banda e público:

Destruction is a way life
Destruction, mayhem, havoc, strife
Crack a smile, here the sound
Watch 'em crumble to the ground
Innocence ain't no excuse,
Slip your neck inside the noose
Pay in blood I demand,
The wreckin' crew is outta hand

Wrecking Crew” se transformou em um dos grandes clássicos do Overkill, presença constante em seu setlist. É tão significativa que acabou se tornando o nome do endereço do site oficial do grupo.



FEAR HIS NAME

"Fear His Name" possui uma introdução um pouco mais longa e aposta em um ritmo mais cadenciado, especialmente se comparada às faixas anteriores. O riff é mais baseado no Heavy Metal tradicional, em uma construção bastante interessante. A partir do meio da faixa, o Thrash Metal volta, mas com menos peso que o usual. Ótima música.

A letra tem um notável aspecto sombrio:

The defeated lay, lifeless in the pit
His face reflects the horror of his victems in tenfold
A death of deaths,
All evil fear his name!
Struck down, by a man!
His severed limbs ooze oceans of our blood
...man stands, oh knee deep, within..!
Paused to scream, this is not a sin,
I have done your will, I've delivered
From this day forth, known as the avenger



USE YOUR HEAD

O Thrash Metal volta com toda a força em "Use Your Head", especialmente em sua introdução. Novamente, o riff é veloz e pesado, mas o maior destaque é a interpretação feita por Ellsworth, repleta de malícia, complementando o significado das letras da composição.

A letra tem clara conotação sexual:

Take me to the top, never never stop
So pretty what's your name, where ya from
I see you like the band,
Don't leave me with my hand,
Stick around I'll throw you a bone



FATAL IF SWALLOWED

Após uma pesada e sombria introdução, o Overkill aposta novamente em seu tradicional thrash metal, com um riff bastante rápido e com a dose exata de peso (que me lembra o primeiro álbum do Anthrax). Destaque para o sempre presente baixo de D.D. Verni e o bom solo de Gustafson.

A letra tem uma conotação sexual, mas com apelo mortal:

Animal attraction, the numbing of your flesh,
No reason to let this action wait
Your physical convultions, the quiver of your lips,
Open up, ahh! take the bait
You taste it, revolting, wishing you were dead,
The effect you'll never grow old
Oozing slime, foaming at the mouth,
So dizzy! the poison takes its toll



POWERSURGE

Em "Powersurge" o baixo de Verni começa bastante proeminente, mas logo depois todo o som é tomado pelo poder do riff da canção. Nesta faixa, o grupo aposta em um andamento um pouco mais cadenciado, sem tanta velocidade, embora sempre com o peso que o Overkill sempre imprime a suas composições. Faixa incrível!

A letra é muito interessante:

Coming out of the sun
There are battles to be won
Colors change from blue to red
Forgotten heros, piles of dead
A mass of steel, down in flame
Powersurge remains the same
Comandeer turns to dust,
The mass of steel begins to rust...



IN UNION WE STAND

O estilo da banda é mantido na sétima faixa do disco, mas em um andamento um pouco mais arrastado. A música aparenta ter bebido na fonte do Judas Priest, especialmente quando está no refrão sem, no entanto, em nenhum momento, perder o DNA do Overkill. Tem o solo mais inspirado de Gustafson no trabalho. Excepcional!

Em outra construção inteligente, a letra pode ser entendida como um clamor à união em torno do grupo:

A peaceful co-existance, is droping out of sight
So band together, together we will fight
Blasting the resistance, marching to the top
They started this, we say when it stops
Strike fear within their hearts!
Strike down those in your way
Let them know, that we live, today!!!
They throw us into flames,
Did not hear our cries
But now, from the ashes we arise...

Tornou-se um clássico do conjunto, fazendo parte de praticamente todos os shows da banda. Inclusive, ganhou um videoclipe para promoção do trabalho.



ELECTRO-VIOLENCE

Transbordando Thrash metal por todos os poros, assim é "Electro-Violence", com a marca registrada do grupo: um riff muito veloz e rápido, com a seção rítmica mantendo todo o peso. É a menor e mais direta composição do trabalho.

Como o próprio nome da música sugere, a letra é de extrema violência:

Blood! shed on everyone
Don't mistake, violence for fun
Blood! guilty fashion fiend,
What you here for, you don't fit in...!



OVERKILL II (THE NIGHTMARE CONTINUES)

A nona - e última - faixa de Taking Over é "Overkill II (The Nightmare Continues)". A última música do trabalho é a continuação da saga musical que a banda criou no seu disco de estreia e a qual é homônima ao grupo. Tendo a sonoridade Heavy Metal como base e aproveitando-se de ser a composição mais extensa do trabalho, a banda se envereda por diferentes vertentes sonoras e faz um trabalho muito interessante.

É a segunda música (o segundo capítulo) da saga Overkill, iniciada no álbum debutante:

A killer like no man,
A faster death, by one's own hand
Safety comes, when the wind is still
This the legend, Overkill!



Considerações Finais

Taking Over não esteve nem perto de ser um grande sucesso comercial, mas trouxe algo ainda mais valioso para o Overkill: a consolidação de seu nome junto ao público Heavy Metal.

Conseguiu a modesta 191ª posição na parada norte-americana de álbuns. O álbum também permitiu que o grupo continuasse excursionando e agregando mais gente à sua base de fãs.

Em 2005, Taking Over foi colocado na 450ª colocação da lista 'The 500 Greatest Rock & Metal Albums of All Time', da revista alemã Rock Hard.



Formação:
Bobby "Blitz" Ellsworth - Vocal
Bobby Gustafson - Guitarra
Rat Skates - Bateria
D.D. Verni - Baixo, Backing Vocals

Faixas:
01. Deny the Cross (Ellsworth/Gustafson/Skates/Verni) - 4:43
02. Wrecking Crew (Ellsworth/Gustafson/Skates/Verni) - 4:32
03. Fear His Name (Ellsworth/Gustafson/Skates/Verni) - 5:24
04. Use Your Head (Ellsworth/Gustafson/Skates/Verni) - 4:19
05. Fatal if Swallowed (Ellsworth/Gustafson/Skates/Verni) - 6:45
06. Powersurge (Ellsworth/Gustafson/Skates/Verni) - 4:36
07. In Union We Stand (Ellsworth/Gustafson/Skates/Verni) - 4:26
08. Electro-Violence (Ellsworth/Gustafson/Skates/Verni) - 3:45
09. Overkill II (The Nightmare Continues) (Ellsworth/Gustafson/Skates/Verni) – 7:07

Letras:
Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a: http://letras.mus.br/overkill/

Opinião do Blog:
Taking Over levou este "blogueiro" de volta no tempo pelo menos uns 15 anos, quando ele começou a se interessar por música e se encantou pela sonoridade Thrash Metal de bandas como Metallica, Megadeth e Testament. Quando conheceu Taking Over, este álbum teve um profundo impacto e encantamento imediato.

O tempo passou, os gostos dele se diversificaram, mas ouvir este álbum outra vez tantos anos depois teve um sentimento muito gratificante. Taking Over continua sendo um ótimo disco.

O que se tem é o típico Thrash Metal norte-americano, cheio de peso e velocidade, baseado em riffs de guitarra precisos e uma seção rítmica presente e que torna as canções pesadas. Em algumas passagens a banda também trabalha com o Heavy Metal tradicional, em uma sonoridade muito semelhante à do Judas Priest.

Não há maiores destaques individuais, a banda trabalha muito bem em conjunto, soando extremamente coesa. As letras também são simples, mas interessantes, em temáticas típicas do estilo.

Destaque total para "In Union We Stand", uma música bem acima da média. Mas há também as ótimas "Powersurge" e "Wrecking Crew", embora não existam canções fracas no trabalho.

Taking Over é um ótimo álbum de Heavy Metal, pesado e intenso, representando uma das bandas mais batalhadoras da cena norte-americana, o Overkill. Obrigatório para admiradores de um excelente Thrash Metal.