4 de dezembro de 2013

CREAM - FRESH CREAM (1966)


Fresh Cream é o álbum de estreia da banda inglesa chamada Cream. Seu lançamento oficial se deu no dia 9 de dezembro de 1966, com as gravações acontecendo entre julho e outubro daquele mesmo ano, nos estúdios Rayrik Studios & Ryemuse Studios, em Londres, na Inglaterra. A produção ficou a cargo de Robert Stigwood e os selos responsáveis foram o Reaction (UK) e Atco (USA).



Falar de Cream é dissertar sobre uma das mais importantes e influentes bandas de todos os tempos. Para muitos críticos, é o primeiro chamado “supergrupo” a obter sucesso internacionalmente.

Em julho de 1966, Eric Clapton já era tido como um talentoso guitarrista, muito devido a suas atuações com as bandas The Yardbirds e John Mayall & the Bluesbreakers. Clapton, no entanto, começou a sentir que o ambiente do grupo de Mayall estava confinando seu talento e começou a buscar novos horizontes musicais.

Eric Clapton


Naquele mesmo ano, Clapton conheceu Ginger Baker, então o baterista de um conjunto chamado  Graham Bond Organisation, que em um determinado momento também tinha Jack Bruce no baixo, guitarra, gaita e piano.

Ginger Baker também se sentia sufocado na Graham Bond Organisation e estava mais que exaurido com os vícios e crises de instabilidade mental devido ao uso desregulado de drogas por Graham Bond.

Ginger Baker


Eric Clapton afirmou que:"Eu sempre tinha gostado de Ginger". Continua: "Ginger tinha vindo para me ver tocar com os Bluesbreakers. Após o show, ele me levou de volta a Londres em seu Rover. Fiquei muito impressionado com o seu carro e jeito de dirigir. Ele estava me dizendo que ele queria começar uma banda, e eu estive pensando sobre isso também", finalizou o guitarrista.

Com cada um impressionado com as habilidades musicais do outro, Baker pediu a Clapton para se juntar ao seu novo grupo, então sem nome. Clapton imediatamente concordou, sob a condição de que Baker trouxesse Jack Bruce como baixista do conjunto.

De acordo com Clapton, Ginger Baker estava tão surpreso com a sugestão que quase bateu o carro. Eric conheceu Bruce quando o baixista/vocalista, brevemente, havia tocado com os Bluesbreakers em novembro de 1965.

Os dois também tinham trabalhado juntos como parte de uma banda chamada Powerhouse (que também incluiu Steve Winwood e Paul Jones). Impressionado com os vocais e proezas técnicas de Bruce, Clapton gostaria de tê-lo no novo projeto.

O que Clapton desconhecia era o fato de, enquanto Ginger Baker e Jack Bruce estavam no Graham Bond Organisation, o relacionamento dos dois era péssimo. Incluindo: brigas no palco, sabotagens aos instrumentos um do outro, além de Baker expulsar Bruce do grupo após ameaçá-lo com uma faca.

Baker e Bruce colocaram de lado suas diferenças para o bem do novo trio de Ginger, o qual ele imaginou como colaborativo e participativo, com cada um dos membros contribuindo para as músicas e as letras.

A banda foi nomeada "Cream", pois Clapton, Bruce e Baker já eram considerados a "nata da cultura" entre os músicos de blues e de jazz na efervescente cena musical britânica da época. Inicialmente, o grupo foi referido e anunciado como "The Cream" (ou seja, com o artigo definido The), mas quando saíram oficialmente seus primeiros lançamentos de discos, o trio seria chamado simplesmente de "Cream".

A banda chegou a cogitar o nome "Sweet 'n' Sour Rock 'n' Roll".

Do trio, Clapton tinha a maior reputação dentro da Inglaterra, no entanto, ele era praticamente desconhecido nos Estados Unidos, pois havia deixado o Yardbirds antes de "For Your Love" atingir o Top Ten na parada norte-americana de singles.

O Cream fez sua estréia não-oficial no Twisted Wheel em 29 de julho de 1966. A oficial viria duas noites mais tarde na Sixth Annual Windsor Jazz & Blues Festival. Sendo um grupo novo e com poucas canções originais no set, a banda tocava versões de blues que emocionaram a multidão e ganharam uma recepção calorosa.

Em outubro, a banda também teve a chance de tocar com Jimi Hendrix, que havia chegado recentemente a Londres. Hendrix era um fã da música de Clapton e queria uma chance de tocar com ele no palco. Jimi foi apresentado ao Cream através de Chas Chandler, seu empresário.

Jack Bruce


Foi durante o início dos ensaios do conjunto que eles decidiram que Jack Bruce seria o principal vocalista do grupo. Enquanto Clapton tinha vergonha de cantar, ele ocasionalmente foi harmonizando seus vocais com Bruce e, com o tempo, assumiu a principal voz em várias faixas do Cream.

Com a mesma velocidade o Cream já entrou em estúdio para gravar seu primeiro registro de estúdios. O Blog levará em conta a versão original do álbum lançada no Reino Unido.

N.S.U.

Abre o disco a faixa “N.S.U.”.

Ginger Baker abre o trabalho com uma levada mais tranquila e a qual é seguida pela guitarra de Clapton. Em instantes a fúria da banda já aparece, com Baker “esmurrando” a batera e Clapton com um riff mais pesado e cheio de ritmo. Os vocais de Bruce são ótimos e o solo de Clapton é absurdamente repleto de feeling.

A letra é pequena, mas divaga sobre um estilo de vida:

Driving in my car, smoking my cigar,
The only time I'm happy's when I play my guitar



SLEEPY TIME TIME

A segunda música do álbum é “Sleepy Time Time”.

O início suave e mais delicado até engana, mas logo o que se houve é um Blues Rock de primeiríssima qualidade. O destaque maior é a guitarra de Clapton a qual permanece em evidência por toda a duração da canção. Os solos são fenomenais.

A letra pode ser entendida como uma ode à preguiça:

I'm a sleepy time baby, a sleepy time boy.
Work only maybe, life is a joy



DREAMING

A terceira canção de Fresh Cream é “Dreaming”.

“Dreaming” tem uma levada mais calma se comparada com as duas faixas que a precedem, com um ritmo típico do Rock dos anos 60. As linhas da guitarra de Clapton estão bem mais suaves, sendo bonitas. Assim, também, é a interpretação de Bruce.

A letra fala de um amor distante:

Dreaming about my life;
Where are you now and when will you
Come to me?
I dream my life away



SWEET WINE

A quarta faixa do disco é “Sweet Wine”.

Em “Sweet Wine” a bateria de Baker está bastante proeminente, mostrando o talento do baterista. A levada é bem característica do Rock daquela década, mas com a guitarra de Clapton mais furiosa. O solo é incrível, com muita técnica e feeling.

A letra mostra a temática de desperdício da vida:

Sweet wine, hay making, sunshine day breaking
We can wait till tomorrow
Car speed, road calling, bird freed, leaf falling
We can bide time



SPOONFUL

A quinta canção presente em Fresh Cream é “Spoonful”.

Maior faixa do trabalho, “Spoonful” apresenta uma forte interpretação de Jack Bruce, carregada de sentimento e intensidade. Outra vez, a guitarra de Clapton está impressionante, com as notas sendo tocadas precisamente, baseadas pelo importante trabalho da seção rítmica. Mais um ótimo solo.

“Spoonful” é um Blues composto originalmente por Willie Dixon e popularizada por Howlin’ Wolf em 1960.



CAT’S SQUIRREL

A sexta música do trabalho é “Cat’s Squirrel”.

Nesta música é possível se perceber a qualidade dos músicos que integravam o Cream. Baixo e bateria formam uma ótima base para a guitarra de Eric Clapton desfilar toda sua magia com solos muito bem compostos.

Trata-se de uma música tradicional, instrumental, com os arranjos feitos pelo Cream.



FOUR UNTIL LATE

A sétima música presente no álbum de estreia do Cream é “Four Until Late”.

A forte influência de Blues no som do Cream é sentida em outra oportunidade em “Four Until Late”. Trata-se de um Blues Rock bem suave, com linhas de guitarra mais leves e com toda melodia sensível típica do estilo. A gaita tocada por Jack Bruce é um show.

É a única faixa do álbum cantada por Eric Clapton e trata-se de outro cover, desta vez de uma canção originalmente composta pelo mito do Blues, Robert Johnson.



ROLLIN’ AND TUMBLIN’

A oitava canção do trabalho é “Rollin’ And Tumblin’”.

O Blues Rock está novamente presente com um ritmo forte, intenso, marcado por uma seção rítmica mais agressiva e acompanhados pela guitarra marcante de Clapton e pela gaita de Bruce. Também os vocais estão bem imponentes. Mais um momento intenso do álbum.

É uma canção tradicional do Blues norte-americano, sendo regravada por incontáveis artistas. Mas a versão do Cream é baseada na leitura que Muddy Waters fez nos anos 50.



I’M SO GLAD

A nona música do disco é “I’m So Glad”.

O início de “I’m So Glad” é suave com linhas quase acústicas e melódicas, mas que logo são reforçadas pelos vocais fortes e intensos de Jack Bruce. Baker faz um excelente trabalho na bateria, dando peso e dinâmica à execução. Do meio pra frente da faixa, a guitarra de Clapton toma conta, com solos repletos de técnica e feeling.

É outra composição presente no álbum que se trata de uma releitura feita pelo Cream. A original foi composta por mais um ‘Bluesman’, Skip James. Entretanto, a versão do Cream é uma das faixas mais conhecidas e queridas pelos fãs da banda.



TOAD

A décima – e última – faixa de Fresh Cream é “Toad”.

“Toad” tem um início bem pesado, com guitarras distorcidas e seção rítmica bem pesada. Mas quase sua totalidade de duração é preenchida por um excelente solo de bateria feito por Ginger Baker, um dos primeiros a serem gravados por bandas de Rock. Portanto, trata-se de uma composição instrumental.



Considerações Finais

Para a promoção do álbum, foi lançado o single “I Feel Free”, presente apenas na versão norte-americana do disco, mas que atingiu a 11ª posição da parada britânica de singles e foi o primeiro sucesso do Cream.

O álbum foi sucesso no Reino Unido, alcançando a excelente 6ª posição na parada britânica desta natureza (foi 10º colocado na parada australiana). Mas, entretanto, inicialmente não repercutiu nos Estados Unidos, onde só foi bem com o lançamento dos discos posteriores do grupo.

Nos shows o Cream aumentava consideravelmente a duração das composições presentes em Fresh Cream, incluindo longos solos de seus virtuosos músicos. No Reino Unido, as apresentações sempre eram muito concorridas.

Mas, na primeira excursão aos Estados Unidos a banda não repercutiu e os shows foram cada vez mais curtos e sem público. A situação mudaria com o lançamento do clássico Disraeli Gears, segundo álbum da banda, em 1967, o qual aumentaria, também, as vendas de Fresh Cream nos EUA.

Estima-se que, apenas nos Estados Unidos, Fresh Cream supere a casa de 500 mil cópias vendidas.



Formação:
Ginger Baker - Bateria, Percussão
Jack Bruce - Vocal, Baixo, Gaita
Eric Clapton – Guitarra

Faixas:
01. N.S.U. (Bruce) - 2:43
02. Sleepy Time Time (Bruce/Godfrey) - 4:20
03. Dreaming (Bruce) - 1:58
04. Sweet Wine (Baker/Godfrey) - 3:17
05. Spoonful (Dixon) - 6:30
06. Cat's Squirrel (Tradicional) - 3:03
07. Four Until Late (Johnson) - 2:07
08. Rollin' and Tumblin' (Tradicional) - 4:42
09. I'm So Glad (James) - 3:57
10. Toad (Baker) - 5:11

Letras:
Para o conteúdo completo das letras, indica-se o acesso a: http://letras.mus.br/cream/

Opinião do Blog:
O Cream é uma das bandas mais incríveis e importantes do Rock, mesmo tendo uma duração e carreira tão curta e efêmera. Pode ser considerado um dos primeiros “supergrupos” (aqueles conjuntos formados por músicos já consagrados) que se têm notícia e uma das bandas que influenciou o surgimento do Hard Rock na década seguinte.

Além disso, Fresh Cream marca a estréia do extraordinário Eric Clapton aqui no Blog.

Falando-se mais especificamente de Fresh Cream, a rapidez entre o surgimento do grupo e a gravação do primeiro álbum de estúdio foi responsável que boa parte das canções do trabalho fossem versões de composições de outros autores.

Nada disto, porém, tira o brilho de Fresh Cream. O trabalho é todo muito coeso, consistente, sem pontos baixos. A sonoridade é um Blues Rock vigoroso, forte, o qual apontava para o futuro e para explosão do Hard Rock dos anos setenta, mesmo que em doses ainda pequenas.

Como é costume do Blog, analisam-se apenas as letras das composições próprias do grupo autor do álbum em questão. Mas pode-se dizer que a temática abordada pelo Cream neste trabalho inicial é simples, mas condizente com as características do Blues.

Dispensável abordar a qualidade dos músicos presentes no grupo que, com o passar do tempo, tornaram-se referências para o Rock. Ginger Baker, Jack Bruce e Eric Clapton despejam talento, feeling e técnica por todo o álbum. Bruce ainda arrasa na gaita!

O Blog destaca “N.S.U.”, “Sleepy Time Time”, “Sweet Wine” e a versão incrível para “I’m So Glad”, embora, como já mencionado, não existam pontos baixos no trabalho.


Enfim, o Blog recomenda fortemente o primeiro (e todos os demais) álbum do Cream como referência para todo fã de Rock que se preze. Obrigatório!

3 de dezembro de 2013

WARRANT - DIRTY ROTTEN FILTHY STINKING RICH (1989)


Dirty Rotten Filthy Stinking Rich é o álbum de estreia da banda norte-americana chamada Warrant. Seu lançamento oficial ocorreu no dia 31 de janeiro de 1989 através do selo Columbia. As gravações aconteceram entre abril e novembro de 1988 no The Enterprise Estúdio, situado em Burbank, na Califórnia. A produção ficou a cargo de Beau Hill.



O Warrant faz parte das bandas norte-americanas que tocavam Hard Rock nos Estados Unidos (ou Glam Metal). Contar-se-á, brevemente, como o grupo surgiu e posteriormente os aspectos que envolvem o álbum mais especificamente, como é a tradição do Blog.

O Warrant foi formado em 1984 pelo guitarrista Erik Turner, o qual fazia parte de um grupo chamado Knightmare II.

A primeira formação da banda incluía o vocalista Adam Shore, o baterista Max Asher (Max Mazursky), o guitarrista Josh Lewis e o baixista Chris Vincent, sendo este rapidamente substituído por Jerry Dixon.

Erik Turner:


A banda batalhou duro na Califórnia, fazendo shows de abertura para nomes como Hurricane, Ted Nugent, Stryper e Black N' Blue, entre outros. Mas em Setembro de 1986, tanto Shore quanto Asher saíram para criarem o Hot Wheelz.

Ainda naquele mesmo mês, Erik Turner foi a um show e viu uma banda chamada Plain Jane, a qual havia se tornado uma presença regular no circuito de clubes de Los Angeles.

Turner ficou impressionado com as composições e performance vocal do grupo, convidando o vocalista Jani Lane e o baterista Steven Sweet para fazerem uma Jam com sua banda no Hollywood db Som em setembro de 1986 .

Lane e Sweet, juntamente com o guitarrista Joey Allen (que substituiu Lewis) completaram o line-up renovado do Warrant, em 1987. Como se observou com os anos, o recrutamento de Jani Lane se provou crucial para o futuro da banda, com o vocalista rapidamente assumindo o papel de principal compositor do grupo.

Depois de alcançar a fama na cena de clubes de Los Angeles, a banda gravou uma fita demo em setembro de 1987 para Paisley Park Records, uma gravadora de propriedade do músico Prince. Com grandes gravadoras que se tornavam interessadas e depois de gravarem faixas para a A&M Records, a banda também se colocou em exposição fazendo parte da trilha sonora do filme Bill and Ted's Excellent.

Por fim, foi anunciado que a Columbia havia contratado o Warrant.

Lane imediatamente comprou um Corvette preto, provando estar pronto para viver no Rock n' Roll.

Jani Lane:


O Warrant começou a excursionar com o D' Molls  e depois com Britny Fox. A gravadora imediatamente providenciou para que trabalhassem com o produtor Beau Hill, para tratarem do que viria a ser o álbum de estreia da banda.

Com a produção de Beau Hill, o Warrant gravou o seu primeiro trabalho nos estúdios The Enterprise, entre abril e novembro de 1988. A arte da capa apresenta um manager, com referências negativas de ambição, riqueza e corrupção.

32 PENNIES

Abre o álbum a canção “32 Pennies”.

Guitarras pesadas e típicas do Hard Rock norte-americano dos anos 80 são a base da faixa. O ritmo é pesado, mas cadenciado. Os vocais de Jani Lane são fortes e com boa dose de malícia, construindo um início convincente para o trabalho.

A letra aborda a temática romântica associada ao materialismo:

Ooh Ooh baby yeah
32 pennies in a Ragu jar
That's all I've got to my name
But I love her and she loves me
To the pennies its all the same



DOWN BOYS

“Down Boys” é a segunda faixa do disco.

Um riff bastante pesado e arrastado constrói a base da segunda música do álbum de estreia do Warrant. O peso fundamental da canção é mesclado com algumas passagens mais calmas, especialmente no refrão. Jani Lane alterna seu vocal de acordo com as passagens instrumentais.

A letra tem temática sexy:

Some things you do really make me mad
I must confess
The way the streetlight silhouttes
Your thighs inside your dress

“Down Boys” foi o primeiro single lançado para promover o disco. Alcançou a 27ª posição da parada norte-americana desta natureza. Além de um dos maiores sucessos do grupo, a faixa é tida como uma das mais pesadas da discografia da banda.



BIG TALK

A terceira música do álbum de estreia do Warrant é “Big Talk”.

A bateria de Steven Sweet está bem mais proeminente nesta faixa do trabalho. O ritmo é envolvente, com certa dose de peso, mas com andamento mais lento. Os vocais de Lane são bons, em um dos melhores momentos do trabalho.

A letra fala daquelas pessoas que gostam de se gabarem:

I dont know why
Some men lay down and die
Don't they believe in what they're saying
You should get on your feet
Beleive you can't be beat
Remember talk is only playing



“Big Talk” foi o terceiro single lançado para promover este álbum. Ganhou videoclipe, mas atingiu apenas a 90ª posição da parada norte-americana deste tipo de lançamento.



SOMETIMES SHE CRIES

A quarta faixa do disco é “Sometimes She Cries”.

O ritmo forte do trabalho é quebrado em sua quarta canção, pois a banda resolveu apostar em uma balada. As linhas melódicas são mais lentas, mas o peso está sempre presente, especialmente no refrão.

A letra apresenta uma figura feminina solitária e depressiva:

Lisa don't have a lover no more,
Plays with her pillow,
Stares at the bedroom floor,
Used to have a million,
They've come and gone,
No matter what she does,
She can't figure out what she's doin' wrong,
In a lonely night,
And in the pourin rain

“Sometimes She Cries” foi o quarto single lançado para promover o álbum e obteve boa repercussão, alcançando a 20ª posição da parada norte-americana desta natureza. É das mais conhecidas músicas do grupo.



SO DAMN PRETTY (SHOULD BE AGAINST THE LAW)

“So Damn Pretty (Should Be Against The Law)” é a quinta canção do álbum.

O riff inicial é dos melhores do trabalho e marca o início de uma música que aposta em um ritmo mais veloz e acelerado e sem perder nada de peso. Os vocais são muito bons, apostando em um tom mais alto e forte. Das melhores do disco.

A letra tem franca conotação sexual:

Come on and spread your wings
Come on and let me in
You know it really ain't dirty
And not a sin
To have to hold
Love to squeeze
Come on and be my baby
Get down on your knees
Oh yeah, pretty, Pretty please



D.R.F.S.R.

A sexta faixa do disco é “D.R.F.S.R.”.

A sexta composição do trabalho traz o nome com as iniciais que formam o nome do álbum. Outra vez, o grupo apostou em um ritmo mais arrastado, embora pesado, com o refrão sendo um pouco mais suave. Outro ponto interessante do trabalho.

A letra se refere à ganância e ao poder econômico:

Sign it all in the palm of my hand
Nothing gonna get in the way
Do you understand
I got a house
I got a jet
I got a Rolls Royce painted blue
The only thing that's left
Is for me to own you too



IN THE STICKS

“In The Sticks” é a sétima música do trabalho.

O peso que é uma tônica de todo o álbum está presente mais uma vez aqui. Novamente, o grupo aposta no Hard/Glam Metal como base sonora, tendo o supracitado peso associado com o andamento mais arrastado.

A temática é mais em um tom sexy e de flerte:

Dancin' on a moonbeam
When I finally caught your name
Said you had to be going soon
And I said that that's a shame
Took you down to the willow pond
Where the cat tails grow real high
And in a few brief moments
We waived our child hood goodbye



HEAVEN

A balada “Heaven” é a oitava canção do álbum.

O início da música já indica ser uma balada, com linhas suaves tocadas de maneira acústica, com Jani Lane cantando de maneira a acompanhar esta levada mais leve. Depois, as guitarras voltam juntamente com a seção rítmica, mas tudo de maneira menos intensa e pesada que o restante do trabalho.

A letra trata de decepção amorosa:

Now the lights are going out,
Along the boulevard
Memories come rushing back and makes it pretty hard
I've got nowhere left to go
And no one really cares
I don't know what to do
But I’ m never giving up on you

“Heaven” explodiu em um sucesso tremendo nos Estados Unidos, tanto que a gravadora fez a banda regravar a canção para uma versão ainda mais voltada para as rádios, depois que percebeu o potencial da composição.

Lançada como segundo single para promover o disco, atingiu a 2ª posição da principal parada norte-americana desta natureza. Também foi uma das músicas favoritas dos fãs do conjunto e presença garantida nos shows.



O videoclipe conta com a presença da modelo escocesa Tracy Allan. Além disto, a música foi trilha sonora de um Reality Show da TV norte-americana e teve uma versão gravada pela banda punk New Found Glory.

A música é uma composição criada por Jani Lane em seus tempos da banda Plain Jane.



RIDIN’ HIGH

A nona canção do trabalho é “Ridin’ High”.

O peso presente em quase todo o disco está de volta em “Ridin’ High”, a qual é a menor faixa do álbum. O ritmo é basicamente o mesmo de outras músicas, com o peso das guitarras ancoradas em um andamento mais cadenciado.

A letra mistura a temática de carros com a rebeldia juvenil:

Now I'm going downtown
Feel I should strut my stuff, babe
Workin' on one track mind
And baby that's not all
Keep the motor running cuz
I ain't got time to waste
I'm dressing for success
I guess I'm blessed with good taste



COLD SWEAT

A décima – e última – faixa do álbum é “Cold Sweat”.

“Cold Sweat” é pesada e com um riff mais lento. Os vocais de Jani Lane estão muito bons, casando-se perfeitamente com o instrumental da música. A canção apresenta uma boa inspiração em Aerosmith, especialmente nos momentos iniciais.

A letra tem temática sexual:

(And I sweat)
Every time that we touch
(And I sweat)
I get the chills up and down my spine
(Cold sweat) You bet, You bet
Its a midnight stage freight
Ice cold sweat



Considerações Finais

Catapultado pelo estrondoso sucesso da canção “Heaven”, Dirty Rotten Filthy Stinking Rich também foi muito bem sucedido, especialmente se for lembrado que se tratava de um álbum de estreia de uma banda praticamente desconhecida.

Alcançou a excelente 10ª posição da parada norte-americana de álbuns. Depois disto, o grupo ficou fortemente conhecido nos Estados Unidos, levando-o a se apresentar perante públicos cada vez maiores.

Após o lançamento de Dirty Rotten Filthy Stinking Rich, a banda excursionou exaustivamente com nomes como Poison, Queensryche, Motley Crue, Cinderella, entre outros.

Os clipes extraídos dos 4 singles do disco tiveram extensa exibição na MTV dos Estados Unidos, especialmente o de “Heaven”. Além disso, a banda apareceu incontáveis vezes na revista Screamer até surgir em sua capa em uma edição em junho de 1989.

Da turnê foi extraído o vídeo Warrant: Live – Dirty Rotten Filthy Stinking Rich, o qual também foi um sucesso comercial.

Há certa controvérsia sobre a gravação do álbum. Fortes rumores apontam que os guitarristas Joey Allen e Erik Turner não tocaram sequer uma nota em todo o disco e que todos os solos e bases de guitarras do trabalho foram tocados pelo guitarrista Mike Slamer, que fora trazido para as gravações pelo produtor Beau Hill.

A história nunca fora desmentida pelo grupo e quem a confirmou, inicialmente, foi a esposa de Slamer, afirmando que seu marido havia tocado no álbum de estreia do Warrant. Slamer, depois, também acabou afirmando que tocou no disco, assim como Beau Hill, que disse ainda que o Warrant foi condizente com a situação.

A justificativa dada por Hill para trazer Slamer para o trabalho foi que eles tinham um ótimo disco, mas o trabalho de guitarra original era abaixo do esperado.

Estima-se que Dirty Rotten Filthy Stinking Rich ultrapasse a casa de 2 milhões de cópias vendidas apenas nos Estados Unidos.



Formação:
Jani Lane – Vocal, Violão
Joey Allen – Guitarra
Erik Turner – Guitarra
Jerry Dixon – Baixo
Steven Sweet – Bateria

Faixas:
01. 32 Pennies (Lane) – 3:09
02. Down Boys (Lane) – 4:04
03. Big Talk (Lane) – 3:43
04. Sometimes She Cries (Lane) – 4:44
05. So Damn Pretty (Should Be Against the Law) (Lane) – 3:33
06. D.R.F.S.R. (Lane) – 3:17
07. In the Sticks (Lane) – 4:06
08. Heaven (Lane) – 3:57
09. Ridin' High (Lane) – 3:06
10.Cold Sweat (Lane) – 3:32

Letras:
Para o conteúdo completo das letras, indica-se o acesso a: http://letras.mus.br/warrant/

Opinião do Blog:
O Warrant é outra banda apresentada pelo Blog que faz parte da sonoridade Hard Rock/Glam Metal a qual fez tanto sucesso nos Estados Unidos durante a década de 80.

Mesmo tendo lançado seu álbum em 1989, quando o movimento já dava os primeiros sinais de saturação, o grupo conseguiu atingir um patamar de sucesso bastante elevado. Seus dois primeiros álbuns se tornaram grandes sucessos comerciais, ambos superando a casa de 2 milhões de cópias vendidas (cada).

Dirty Rotten Filthy Stinking Rich é um bom disco, que apresenta um trabalho de composição consistente, ancorado por suas melhores composições.

Evidentemente, “Heaven” é seu maior destaque e para aqueles que gostam de baladas, é praticamente impossível não se apegar à canção. Assim como é muito difícil negar seu valor como grande composição.

Faixas mais rápidas e diretas como “Big Talk”, “D.R.F.S.R.” e “So Damn Pretty” também são muito boas. As demais composições formam um arcabouço de músicas entre normais e regulares.

O maior destaque vai para Jani Lane, que empresta sua bela voz em todo o disco (atuação impecável em “Heaven”), além de ser a mente por de trás do grupo, assinando todas as composições.

O trabalho de guitarras é correto, eficiente e de bom gosto. Se foi mesmo Mike Slamer quem gravou todas as faixas do trabalho, a omissão do fato não deixa de ser um ponto negativo para a história do grupo.

Baixo e bateria sob a responsabilidade de Jerry Dixon e Steven Sweet são bons e não comprometem a qualidade do que se houve.

Outro destaque são as letras que, se não são brilhantes e inovadoras, fogem da temática exclusivamente sexual que as bandas do estilo exploravam.

O Warrant seguiu gravando álbuns e excursionando, incluindo alguns hiatos durante todo o período desde 1989, continuando ativa mesmo após a morte de Jani Lane, em 2011, seu principal e melhor compositor.


Dirty Rotten Filthy Stinking Rich é um bom trabalho, especialmente se tratando de um álbum de estreia, com boas composições e mostrando uma banda em seu melhor momento. Vale à pena uma conferida.

15 de novembro de 2013

KISS - ROCK AND ROLL OVER (1976)


Rock And Roll Over é o quinto álbum de estúdio da banda norte-americana chamada KISS. Seu lançamento oficial aconteceu no dia 11 de novembro de 1976, através do selo Casablanca. As gravações ocorreram entre setembro e outubro daquele mesmo ano, no Star Theatre, em Nova Iorque, Estados Unidos. A produção ficou a cargo de Eddie Kramer.



Nos primórdios do Blog, foi contada uma parte da saga do KISS rumo ao estrelato e, brevemente, um pouco da história do grupo, quando abordou-se o disco Destroyer, de 1976:


Para a próxima análise, começar-se-á a partir do momento posterior ao lançamento de Destroyer.

Destroyer foi o disco musicalmente mais ambicioso, em se tratando de estúdio, do KISS até aquele momento. O álbum conteve uma produção bastante complexa (utilizando orquestra, coro, e outros inúmeros efeitos), sendo uma ruptura do som cru dos três primeiros álbuns de estúdio .

A arte do álbum foi desenhada por Ken Kelly, que havia desenhado Tarzan, Conan e que também trabalhou com bandas como Rainbow e Manowar .

Comercialmente falando, Destroyer vendeu bem inicialmente e se tornou o segundo disco de ouro do grupo (após Alive) e rapidamente caiu nas paradas. Somente quando a balada "Beth" (o B- Side para o single Detroit Rock City) começou a ganhar mais divulgação, nas rádios FM, fez um novo pico de vendas do disco.

Peter Criss


Em outubro de 1976, o Kiss apareceu no programa de TV chamado The Paul Lynde Halloween Special, dublando "Detroit Rock City”, "Beth" e "King of the Night Time World".

Para muitos adolescentes, esta era a sua primeira exposição ao Kiss  e toda a sua teatralidade em suas apresentações, algo sempre impactante quando visto pela primeira vez. O show foi co-produzido por Bill Aucoin .

Além das três músicas apresentadas, o Kiss foi tema de uma breve e cômica entrevista, conduzida pelo próprio Paul Lynde . Nela, Lynde brincou ao ouvir os primeiros nomes dos membros do grupo com "Oh , eu adoro um bom grupo religioso".

O grupo foi apresentado a Lynde por Margaret Hamilton, vestida como a Bruxa Malvada do Oeste de O Mágico de Oz.

O programa de TV trouxe ainda mais popularidade ao conjunto. Então, a banda sentiu que era o momento de gravar e lançar o mais rápido possível um novo trabalho, aproveitando a maré de sorte e o surto inicial de fama.

O álbum foi gravado no Teatro Star, em uma espécie de “ao vivo”, e, para se obter de maneira adequada o som da bateria, Peter Criss gravou as faixas em um banheiro, com a comunicação via vídeo-link com o resto do conjunto.

Criss também faz dois vocais no disco, nas faixas "Baby Driver" e "Hard Luck Woman". Paul Stanley, que originalmente queria que a última música fosse cantada por Rod Stewart, deu-a a Criss, depois que Gene Simmons insistisse que o bateria devia cantá-la em seu lugar.

Apesar de "Hard Luck Woman" não ter sido o sucesso comercial de "Beth", acabou se tornando outro single top 20 para o KISS.

Paul Stanley


"Calling Dr. Love" tornou-se obrigatória nos concertos, sendo tocada em praticamente todas as turnês desde o lançamento do álbum.

A arte da capa foi criada pelo artista Michael Doret, que trabalhou com o KISS novamente em seu álbum de 2009, Sonic Boom.

I WANT YOU

Abre o trabalho a música “I Want You”.

A primeira faixa do álbum começa com o ritmo suave e melódico, sugerindo ser uma balada. Mas, tão logo a ideia passe pela cabeça do ouvinte, todo o instrumental ganha força mostrando que se trata de uma canção com base no Hard setentista. A guitarra de Ace Frehley está ótima (especialmente os solos) e os vocais de Paul Stanley são do mais alto nível.

A temática da canção é de conquista amorosa:

You can walk in a haze
You can travel till you die
You can live in a dream
And your life will pass you by
Every day that you hesitate
You're never changin' the hands of fate
You can fight but tonight
There's nothing you can do



TAKE ME

A segunda canção do álbum é “Take Me”.

Um riff bem empolgante e com certa dose de peso é a grande base da segunda faixa do disco. Stanley opta por vocais bem fortes e animados, com a boa e velha veia roqueira, mas sem cometer excessos. Tudo é bem construído e amarrado em uma ótima composição.

As letras têm forte conteúdo sexual:

Sittin' in the back
Her head down in my lap
The moonlight shinin' down on her hair
The radio was playin'
Her fingertips were strayin'
Her mama didn't know she was there, no



CALLING DR. LOVE

O clássico “Calling Dr. Love” é a terceira música de Rock And Roll Over.

Um riff espetacular, com o melhor do Hard Rock dos anos setenta é a base da canção. Desta feita, os vocais são comandados pelo baixista Gene Simmons e são colocados de maneira perfeita para combinar ao instrumental da faixa. O refrão empolga, abusando dos backing vocals. Outro solo com muito feeling.

A letra aborda a temática de sedução/sexual:

And even though I'm full of sin
In the end you'll let me in
You'll let me through, there's nothin' you can do
You need my lovin', don't you know it's true

Composta por Simmons, a inspiração para sua criação veio de um episódio do programa humorístico “Três Patetas” a que o baixista assistiu e que envolvia os personagens como médicos.



Um clássico do KISS, “Calling Dr. Love” aparece em várias coletâneas e também em alguns álbuns ao vivo lançados pelo grupo.

Aparece em alguns seriados de TV, no game Rock Band e até mesmo é mencionada no livro The Wastelands, da saga The Dark Tower, de Stephen King. Bandas como The Eletric Hellfire Club e a brasileira Dr. Sin já fizeram versões do clássico.

Lançada como single para promover Rock And Roll Over, alcançou a 16ª posição na parada norte-americana desta natureza.



LADIES ROOM

“Ladies Room” é a quarta música do álbum.

O riff que embala toda a canção é muito inspirado, sendo forte, com boa dose de peso, mas repleto de melodia, como pede um bom Hard Rock. Gene Simmons faz os vocais e opta por uma interpretação um pouco mais suave, mas combinando perfeitamente com a parte instrumental.

A letra tem tom sexy novamente:

Meet, meet you in the ladies room
Meet, meet you in the ladies room
For my money, you can't be too soon
You can't be too soon



BABY DRIVER

A quinta faixa do álbum é “Baby Driver”.

O ritmo inicial do disco continua forte e apostando em um Hard Rock cheio de malícia em sua quinta canção, “Baby Driver”. O riff criado é cheio de melodia e sensualidade, reforçado pela cozinha de Simmons e Criss. Aliás, é o próprio baterista quem canta nesta boa música.

A letra aborda uma mistura de flerte com carros:

Go baby driver
Don't want to sleep alone
Ooh, what a rider
Push that pedal to the floor, yeah
Nobody knows where you're goin'
Nobody cares where you've been
And if you want to hear some stories
Ask that girl to let you in
I mean let you in



LOVE ‘EM AND LEAVE ‘EM

“Love ‘Em And Leave ‘Em” é a sexta canção de Rock And Roll Over.

Os riffs roqueiros são mantidos e um deles é a base desta música do trabalho. Simmons faz uso de seus típicos vocais, misturando uma pequena dose de agressividade e muito de sensualidade/malícia. O refrão é ótimo e a guitarra de Frehley está muito boa outra vez.

Mais uma vez a letra tem sentido sexual:

Well, make a reservation
Between the hours of ten and two, how do you do
You've got the time to remember
I've gotta slick proposition you
There's nothing else I'd rather do



MR. SPEED

A sétima faixa do disco é “Mr. Speed”.

Como é típico na discografia setentista do KISS, a banda aposta em um riff cheio de malícia, ritmo e melodia. Entretanto, nunca deixa de ter certo peso. Em “Mr. Speed”, o grupo vai certeiro novamente, mantendo o nível do trabalho. O refrão é contagiante, embalado pela sensacional voz de Paul Stanley.

A letra tem abordagem de flerte/sexy:

Well, you know, I got the kind of lovin' that you need
The kind of lovin' that you need
I'm so fast, that's why the ladies call me Mr. Speed



SEE YOU IN YOUR DREAMS

A oitava canção do álbum é “See You In Your Dreams”.

A base desta faixa é novamente um riff com doses precisas de peso e melodia, construído com uma cadência que se funde de maneira muito harmônica com os vocais mais graves de Gene Simmons. O solo de Ace Frehley também contribui decisivamente para a excelente música composta pelo KISS.

A letra fala de uma obsessão romântica:

When you're in the room, you're home too soon
You can't get me out of your mind
And you get in bed, you cover your head
My letter to you is signed
And this is what I'm sayin'



HARD LUCK WOMAN

O clássico “Hard Luck Woman” é a nona música do trabalho.

Apostando em uma melodia bem suave e cativante, executada de maneira predominantemente acústica, “Hard Luck Woman” é uma balada cantada pelo baterista Peter Criss. Suas linhas são repletas de tons leves e se casam de maneira interessante com o vocal mais ríspido de Criss, quebrando de maneira inteligente o ritmo mais acelerado do disco.

A letra possui temática mais romântica:

Before I go let me kiss you
And wipe the tears from your eyes
I don't wanna hurt you, girl
You know I could never lie

“Hard Luck Woman” é um clássico do KISS e foi pensada para seguir o grande sucesso de “Beth”, lançada no álbum anterior. Embora Paul Stanley tivesse a composta pensando nos vocais de Rod Stewart, foi ele mesmo que sugeriu que Criss (que canta “Beth” em Destroyer) fizesse os vocais, após a também insistência de Simmons para que o baterista a cantasse.



A ideia foi bem sucedida, pois foi o primeiro single para promover o álbum e alcançou a 15ª posição na parada norte-americana deste tipo de lançamento.

Há versões covers feitas por diferentes artistas, como as bandas Pretty Maids e Rosenfeld, bem como o cantor country norte-americano Garth Brooks.



MAKIN’ LOVE

A décima – e última – faixa de Rock And Roll Over é “Makin’ Love”

Desta feita o KISS apostou mais na velocidade do riff principal da canção, alternando-o com passagens um pouco mais cadenciadas. Claro, a melodia e o peso estão presentes, mas tudo se encaixando no pacote Hard Rock magistral do grupo. Os vocais de Paul Stanley estão beirando a perfeição, como de costume.

A letra tem temática sexual:

Red light, green light, don't say "No"
I really want her, she says
"Stop, baby" go, go, go
I really want her by my side
The whole night through
We do all the things that we wanna do
Well, come on baby, don't leave me sad
'Cause you're good lookin', the best I've had



Considerações Finais

A missão de Rock And Roll Over, lançado menos de oito meses após Destroyer, era manter o sucesso comercial alcançado pelo seu antecessor. Podemos dizer que o álbum a cumpriu de maneira muito eficiente.

O disco foi amparado por dois singles que conseguiram atingir o Top 20 da parada norte-americana deste tipo de lançamentos. Isto garantiu que tanto “Hard Luck Woman” quanto “Calling Dr. Love” tivessem boa repercussão e circulação pelas rádios dos Estados Unidos.

O álbum atingiu a ótima 11ª posição na parada norte-americana de discos, contando com as 7ª e 9ª colocações nas paradas canadense e sueca, respectivamente. Entretanto, não repercutiu naquele ano na parada britânica.

Com o sucesso de Rock And Roll Over, o KISS pode continuar a excursionar para públicos cada vez maiores e, também, aumentar o número de apresentações.

Continuando sua estratégia de se manter na mídia, compôs, lançou e gravou o excelente Love Gun pouco mais de 6 meses após o lançamento deste álbum aqui apresentado.

Rock And Roll Over supera a casa de 1 milhão de cópias vendidas apenas nos Estados Unidos.

Gene Simmons


Formação:
Paul Stanley - Vocal, Guitarra Base, Violão
Gene Simmons - Vocal, Baixo
Ace Frehley - Guitarra Solo, Backing Vocals
Peter Criss - Bateria, Percussão, Vocal

Faixas:
01. I Want You (Stanley) - 3:04
02. Take Me (Stanley/Delaney) - 2:56
03. Calling Dr. Love (Simmons) - 3:44
04. Ladies Room (Simmons) - 3:27
05. Baby Driver (Criss/Penridge) - 3:40
06. Love 'Em and Leave 'Em (Simmons) - 3:47
07. Mr. Speed (Stanley/Delaney/Frehley) - 3:18
08. See You in Your Dreams (Simmons) - 2:34
09. Hard Luck Woman (Stanley) - 3:34
10. Makin' Love (Stanley/Delaney) - 3:14

Letras:
Para o conteúdo completo das letras, indica-se o acesso a: http://letras.mus.br/kiss/

Opinião do Blog:
É apenas repetir o óbvio apontar-se o KISS como uma das mais importantes e marcantes bandas da história da música. Seu nome estará sempre cravado entre os maiores para a eternidade.

É claro que todo o trabalho de marketing encima do grupo (e que nunca nega isto, especialmente o baixista Gene Simmons) muitas vezes deixa que as pessoas não percebam a força e a qualidade de sua obra musical. De nada serviria a promoção comercial se as músicas fossem ruins.

E Rock And Roll Over está entre as melhores obras da discografia do KISS, pelo menos para o Blog.

Nos palcos e clipes, o KISS abusa da teatralidade, reforçado pela caracterização dos membros do conjunto em personagens, reforçando uma construção fantasiosa, transformando os músicos em heróis e/ou seres fantásticos. Absolutamente genial, pois contribui enormemente para todo o marketing sobre o conjunto.

Mas não é apenas isto. O KISS é, antes de tudo, uma banda de Rock.

Rock And Roll Over aposta em uma sonoridade setentista, com base no estilo Hard Rock. Para tanto, o trabalho de guitarras está soberbo. Os riffs exploram o peso na medida correta, repletos de melodia e com boas doses de malícia. Destaque para o bom gosto dos solos de Ace Frehley no disco.

Para isto contribuem o baixo sempre presente de Gene Simmons e a correta bateria de Peter Criss.

Mesmo tendo uma das mais belas vozes da história do Rock, Paul Stanley, o KISS opta por utilizar outros membros do grupo cantando em algumas faixas. Gene e Peter o fazem de maneira correta e inteligente.

Nas letras, temos outra amostra de que o KISS é uma banda acima da normalidade. Seus compositores usam e abusam da temática sexual, apoderando-se de uma arma eficiente para atrair os púbicos mais jovens. Mas tudo é feito de maneira inteligente e sutil, sem apelar para baixarias.

Desta maneira, Rock And Roll Over é um álbum excepcional com canções cativantes. As mais famosas são mesmo “Hard Luck Woman” e “Calling Dr. Love”, mas faixas como “I Want You”, “Mr. Speed” e “Makin’ Love” estão no mesmo patamar.


Sem música de enchimento e sem enrolação, Rock And Roll Over vai direto ao ponto e mostra uma banda com sede de sucesso. Apostando em composições que nos brindam com o melhor do Rock & Roll, este é um disco mais que obrigatório da genial banda KISS.