14 de novembro de 2014

VAN HALEN - 1984 (1984)



1984 é o sexto álbum de estúdio da banda norte-americana Van Halen. Seu lançamento oficial aconteceu no dia 9 de janeiro de 1984, através do selo Warner Bros. As gravações ocorreram no 5150 Studios, na Califórnia, durante o ano de 1983. A produção ficou a cargo de Ted Templeman.

O Van Halen é uma das mais bem sucedidas bandas de todos os tempos. O Blog vai tratar um pouco do período que se antecedeu ao lançamento do álbum em questão para, posteriormente, focar nas músicas que o compõem.


Em 14 de abril de 1982, o Van Halen lançava Diver Down, seu quinto álbum de estúdio. Cinco das doze canções presentes no disco eram covers, sendo a que mais fez sucesso foi “(Oh) Pretty Woman”, de Roy Orbison e William Dees.

Diver Down teve melhor desempenho comercial que seu antecessor, Fair Warning, de 1981. Acabou passando 65 semanas consecutivas na parada da Billboard. O single “(Oh) Pretty Woman” atingiu a 12ª posição de sua parada de sucessos específica.

Por volta da mesma época, a banda ganhou um lugar no Guinness Book of World Records para o show mais bem pago de um grupo (até aquele momento): US $ 1,5 milhão por 90 minutos de set no US Festival de 1983.

Foi também naquele momento em que as diferenças entre David Lee Roth e Eddie Van Halen foram ficando mais intensas, causando mais atrito com os demais membros do grupo.

Billy Sheehan, após sua banda Talas completar uma turnê com o Van Halen, afirma que foi abordado por Eddie Van Halen com um convite para substituir Michael Anthony. As razões para isso nunca foram devidamente esclarecidas por Sheehan.

Durante este tempo, Eddie e Alex Van Halen contribuíram para a trilha sonora do filme The Wild Life, estrelado por Eric Stoltz.

David Lee Roth
O resultado desta contribuição musical, com o uso pesado nos teclados, trazia algumas semelhanças com o som produzido nos 2 últimos álbuns do Van Halen, mas estava ainda mais alinhado com a sonoridade do então futuro lançamento da banda.

Foi também em 1983 que Eddie Van Halen foi convidado a fazer o solo de um dos grandes sucessos da música pop, gravando o solo de guitarra de “Beat It”, de Michael Jackson.

O foco do grupo era preparar o sucessor de Diver Down.

Alegadamente insatisfeito com as concessões que havia feito ao vocalista do Van Halen, David Lee Roth, e ao produtor da banda, Ted Templeman, no álbum anterior do grupo (Diver Down), Eddie Van Halen construiu seu próprio estúdio em seu “quintal”.

Tanto Roth quanto Templeman haviam desanimado Eddie a fazer dos teclados um instrumento de destaque na música do Van Halen em Diver Down.

Então, Eddie Van Halen batizou seu estúdio de 5150 (o código da polícia de Los Angeles para "fuga de doente mental").

No 5150, Eddie compôs o sucessor de Diver Down sem a famosa "interferência" de Roth ou Templeman.

O resultado final foi um acordo entre as duas facções criativas da banda: uma mistura de canções com o uso pesado dos teclados e o rock intenso que tornou o grupo mundialmente famoso.

Segundo Ted Templeman, a grande diferença entre o sucesso que seria obtido por 1984 em relação aos álbuns anteriores do Van Halen, foi que Eddie acabou “descobrindo” os sintetizadores. Enquanto Eddie construía seu estúdio particular, passava o tempo brincando com sintetizadores e acabou extraindo deles um som altamente distintivo.

Eddie Van Halen
Templeman também afirma que a união do uso dos sintetizadores com certo apelo pop, com um frontman como Roth e uma poderosa seção rítmica acabou cativando mesmo o público mediano que consome música.

Outro fator preponderante foi o uso de videoclipes de baixo orçamento e extremamente divertidos os quais tiveram intensa veiculação junto a MTV norte-americana. Foi uma ajuda essencial para a divulgação de 1984.

A capa icônica foi criada pela artista gráfica Margo Nahas.

Nahas foi convidada para criar uma capa que mostrava quatro mulheres dançando, mas não quis.

Seu marido trouxe, então, sua carteira para a banda e foi a partir desse material que a mesma escolheu a pintura de um querubim a roubar cigarros e que acabou usando um deles.

O modelo foi Carter Helm, que era o filho de um dos melhores amigos de Nahas, que ela fotografou segurando um cigarro doce.

A capa, com o querubim fumando, foi "censurada" no Reino Unido através da adição de um adesivo que obscureceu o cigarro na mão do querubim assim como o maço de cigarros.

Vamos às faixas:

1984

Pequena introdução ao álbum que já demonstra o que virá, com o uso de sintetizadores.



JUMP

Uma sonoridade bem diferente daquela que o Van Halen classicamente fazia já está presente no início da canção. O uso dos sintetizadores e os teclados dominantes deixam a guitarra de Eddie Van Halen quase irrelevante na faixa, apesar do solo brilhante que o guitarrista executa. Mas a melodia é cativante e Roth tem uma atuação das melhores em sua carreira.

As letra é divertida e animada:

Might as well jump (jump)
Might as well jump
Go ahead and jump (jump)
Go ahead and jump

“Jump” é uma – senão a mais – das principais músicas da carreira do Van Halen. Presença obrigatória nos shows, sendo considerada uma divisora de águas na história do grupo: é o ponto inicial da transformação de uma típica banda de Hard Rock para uma sonoridade mais voltada às estações de rádio.


“Jump” também contrariava a ideia de David Lee Roth que desejava que o Van Halen não fizesse uso massivo de sintetizadores e ficasse focado mais em um tradicional som Hard Rock.

A letra da canção é inspirada no mestre em artes marciais chamado Benny Urquidez, do qual Roth foi aluno.

Grande clássico do Rock, foi lançada como single e foi um tremendo sucesso: 1º lugar na principal parada de singles norte-americana (posição na qual permaneceu por 5 semanas). Também ficou no topo das paradas canadense e italiana, e acabou com o 7º lugar na parada britânica.

Somente o single “Jump” vendeu mais de 3 milhões de cópias!

Um videoclipe bastante simples foi feito para promover a canção e seu sucesso e intensa veiculação na MTV norte-americana também catapultaram o sucesso de 1984.

Foi colocada na 15ª posição da lista de 100 Greatest Songs of the 1980s, do canal VH1. E a música foi usada na entrada dos times do Olympique de Marseille (França) e Brondby (Dinamarca) no campo em dias de jogos.



PANAMA

Agora a brilhante e envolvente guitarra de Eddie Van Halen volta com força total em um dos riffs mais brilhantes e empolgantes da história da banda. Roth demonstra sua inspiração em mais uma atuação formidável. "Panama" é uma das mais facilmente reconhecíveis melodias criadas pela banda. Um verdadeiro clássico!

A letra é simples e se refere a um carro:

She's blinding, I'm flying
Right behind the rear-view mirror now
Got the feeling, power steering
Pistons popping, ain't no stopping now

David Lee Roth afirma que a canção é sobre um carro que ele viu em uma corrida em Las Vegas e o seu nome era Panama Express. Depois, Roth chegou a ter um carro chamado Panama. Durante a música é possível ouvir o ronco do motor da Lamborghini de Eddie Van Halen.

A música também se tornou um clássico do Van Halen. “Panama”, embora sem repetir o status de “Jump”, também foi lançada como single.


Atingiu a 13ª posição da principal parada norte-americana de singles, ficando com a 64ª colocação na correspondente britânica.

Seu videoclipe também teve intensa circulação na MTV norte-americana. Está presente em diferentes filmes, games e séries de TV.

Entre as versões cover, pode-se citar as realizadas por nomes como Pat Boone e The Smashing Pumpkins.



TOP JIMMY

O ritmo continua empolgante e contagiante em "Top Jimmy". O Hard Rock típico da primeira fase do grupo dá às caras nesta música. Um riff simples, mas certeiro de Eddie, rápido, com certo peso, e simultaneamente cheio de malícia. O solo é excelente. Outro ponto alto do álbum.

A letra é bastante divertida:

Jimmy on the television
Famous people on there with him
Jimmy on the news at five!
Jimmy on the radio and even on the video
The baddest cat alive!



DROP DEAD LEGS

Em "Drop Dead Legs" o ritmo está mais cadenciado, embora o peso seja o maior no álbum até este momento. O riff criado por Eddie é envolvente, transbordando a mesma lascívia tão característica desta fase 'Roth' da banda. A faixa mantém o pique inicial do disco de maneira brilhante!

A letra possui teor sexual:

Dig that steam
Giant butt
Makes me scream
I get a nut nut nuthin
but the shakes over you
(Nothin) Nothin' else could ever do



HOT FOR TEACHER

Mais um clássico presente no álbum é a excelente "Hot For Teacher". A faixa se incia com um show do ótimo Alex Van Halen na bateria que depois vai de encontro a outro solo absurdo de seu irmão na guitarra. O ritmo é bastante pesado e rápido, com o riff genial de Eddie contribuindo decisivamente para isto. Mesmo com tanta intensidade sonora, a malícia da letra encontra respaldo na sonoridade: genial!

Outra vez, a letra tem clara conotação sexual:

I think of all the education that I missed
But then my homework was never quite like this
Got it bad, got it bad, got it bad
I'm hot for teacher
I got it bad, so bad
I'm hot for teacher

“Hot For Teacher” é outro grande sucesso do Van Halen presente em 1984. Seu videoclipe é também um clássico, contando com uma professora fazendo um strip-tease!

Pelo seu próprio conteúdo – e também pelo vídeo – o grupo conservador Parents Music Resource Center tentou censurar a divulgação tanto do clipe quanto da música.


Lançada como single, atingiu a modesta 56ª posição da parada norte-americana desta natureza da Billboard.

Também está presente em várias diferentes mídias e séries de TV. Foi eleita na 36ª posição da lista de melhores canções de Hard Rock de todos os tempos pelo canal VH1.



I'LL WAIT

Os teclados retornam com força total em "I'll Wait", novamente relegando a guitarra de Eddie a um segundo plano. A sonoridade da canção flerta muito proximamente com o Pop oitentista, obtendo um resultado no mínimo curioso. O destaque vai para David Lee Roth com vocais impecáveis.

A letra tem sentido romântico:

I'll wait
'Til your love comes down
I'm coming straight for your heart
No way
You can stop me now
As fine as you are

“I'll Wait” também faz amplo uso de sintetizadores e fez bastante sucesso na época de lançamento do álbum 1984.

Roth escreveu as letras da canção inspirado por uma propaganda impressa em que havia uma mulher vestindo roupas íntimas masculinas da marca Calvin Klein. Ela é uma parceria da banda Van Halen com o vocalista da banda The Doobie Brothers, Michael McDonald.

Foi lançada como single e alcançou a 13ª colocação da parada da Billboard.



GIRL GONE BAD

Após uma pequena introdução, o Hard Rock característico da banda está de volta, graças a mais um riff bastante inspirado de Eddie. A banda opta por uma sonoridade com certo peso, em um ritmo mais cadenciado, flertando com o Heavy Metal clássico, mas com a identidade musical indiscutível do Van Halen. Ótima faixa!

A letra possui sentido sexual:

Found that girl with a lonesome john
When she should have been with me
Guess that woman fall in love
She don't work for free



HOUSE OF PAIN

A guitarra de Eddie produz um riff repleto de peso e cadencia, mas simultaneamente envolvente e cativante na nona - e última - canção do álbum 1984. A banda produz um Hard/Heavy bastante intenso com relevante força e muito direto, especialmente da metade para o final. Mais um solo brilhante do guitarrista para encerrar o trabalho com chave-de-ouro.

A letra pressupõe o fim de um relacionamento:

Heartache's all around me
How many times we've tried
Said she tried to leave me
But her hands were always tied
If I had it all to do
I'd keep it just the same



Considerações Finais

Embalado por alguns singles muito bem sucedidos – especialmente o estrondoso barulho de “Jump” - 1984 fez um sucesso excepcional.

O álbum atingiu a excelente 2ª posição da principal parada norte-americana de discos, a Billboard, ficando atrás apenas do marcante Thriller, de Michael Jackson. Também alcançou a 15ª colocação na parada britânica e a 1ª da correspondente canadense.

A crítica especializada recebeu bem o álbum, por exemplo os críticos Robert Christgau e JD Considine, embora o primeiro tenha descrito “Jump” como uma música que não fosse esperada do Van Halen. Já Stephen Thomas Erlewine, do AllMusic, não se conteve ao elogiar o trabalho da banda no disco.

A revista Rolling Stone, ao final da década de 80, colocou 1984 na 81ª posição de sua lista de 100 Greatest Albums of the 1980s.

1984 também marca o último álbum do Van Halen a contar com sua formação original. Durante a turnê para a promoção do disco, as tensões artísticas e pessoais entre os membros do grupo se intensificaram a ponto de se tornarem insustentáveis.

As razões para o rompimento de Roth com a banda variam de acordo com a fonte consultada, mas parece senso comum que o vocalista estava insatisfeito com o fato de Eddie tocar música fora do Van Halen sem consultar à banda, além de seu histórico abuso de drogas.

Roth também começou a semear uma bem sucedida carreira-solo, especialmente com o EP Crazy from the Heat, lançado em janeiro de 1985, o qual continha os sucessos “California Girls” e “Just a Gigolo”.

Assim, em 1º de abril de 1985, David Lee Roth deixou (pela primeira vez) o Van Halen.

1984 supera a casa de 13 milhões de cópias vendidas pelo mundo.



Formação:
David Lee Roth - Vocal
Eddie Van Halen - Guitarra, Teclados, Backing Vocals
Michael Anthony - Baixo, Backing Vocals
Alex Van Halen - Bateria, Percussão

Faixas:
01. 1984 (Van Halen/Van Halen/Roth/Anthony) - 1:07
02. Jump (Van Halen/Van Halen/Roth/Anthony) - 4:04
03. Panama (Van Halen/Van Halen/Roth/Anthony) - 3:32
04. Top Jimmy (Van Halen/Van Halen/Roth/Anthony) - 2:59
05. Drop Dead Legs (Van Halen/Van Halen/Roth/Anthony) - 4:14
06. Hot for Teacher (Van Halen/Van Halen/Roth/Anthony) - 4:42
07. I'll Wait (Van Halen/Van Halen/Anthony/Roth/M. McDonald) - 4:41
08. Girl Gone Bad (Van Halen/Van Halen/Roth/Anthony) - 4:35
09. House of Pain (Van Halen/Van Halen/Roth/Anthony) – 3:19

Letras:
Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a: http://letras.mus.br/van-halen/

Opinião do Blog:
O Blogeiro não nega que o Van Halen está, certamente, entre suas bandas favoritas. Também não nega que são incontáveis e inúmeras vezes que ele ouviu o álbum 1984 e este está entre os discos que ele mais ouviu em sua vida.

Também deve confessar que é incapaz de escolher entre as fases Roth e Hagar do Van Halen, encontrando diferentes méritos em ambas, deixando esta disputa insana e sem sentido algum para quem não tem mais o que fazer.

1984 é um álbum excepcional em vários sentidos. O uso de teclados e sintetizadores por parte do grupo é uma amostra de que o Van Halen estava antenado no que acontecia naquele momento, especialmente na musicalidade Pop.

A banda então opta por flertar deliberadamente com esta musicalidade típica dos anos oitenta e se sai bem com a curiosa "I'll Wait" e a ótima e contagiante "Jump", talvez, seu maior sucesso.

Mas é quando o Van Halen toca seu Hard Rock lascivo e malicioso que a banda brilha como poucas no cenário do estilo. E em 1984 temos o grupo em um dos seus melhores momentos.

Eddie Van Halen dispensa maiores apresentações e elogios: ele personifica a figura do 'Guitar Hero' e está, como de costume, brilhante no álbum. A seção rítmica possui o excelente irmão de Eddie, Alex, também atuando de maneira especial na bateria e Michael Anthony correto com o baixo.

É claro que David Lee Roth é bastante lembrado por sua incrível presença de palco e um carisma acima da média. Mas a verdade é que Roth canta de maneira perfeita a trazer toda a malícia de suas letras para a sonoridade da banda. Em 1984 ele está em um de seus melhores momentos.

Se "Jump" e "I'll Wait" mostram o Van Halen em sintonia com a música mais popular daquele tempo, o grupo se destaca mesmo quando flerta com sua sonoridade original. Há as ótimas e 'roqueiras' "Girl Gone Bad" e "Top Jimmy", a incrível "Hot For Teacher" e não é preciso muito para ressaltar o brilho intenso de "Panama".

As letras transpiram o espírito do Rock 'N' Roll. Simples e funcionam de maneira deliciosa.

Enfim, 1984 (gravado em romanos na capa do álbum, MCMLXXXIV) é um clássico do Rock. Apresenta o último álbum da formação clássica de uma banda importantíssima no cenário do estilo e bem próxima de seu auge. Obrigatório para fãs de Hard Rock!

3 de novembro de 2014

QUEEN - SHEER HEART ATTACK (1974)


Sheer Heart Attack é o terceiro álbum de estúdio da banda inglesa Queen. Seu lançamento oficial ocorreu no dia 8 de novembro de 1974, através dos selos EMI/Parlophone (Inglaterra) e Elektra/Hollywood (Estados Unidos). As gravações aconteceram entre julho e setembro de 1974, nos estúdios AIR, Rockfield, Trident e Wessex Sound, no Reino Unido. A produção ficou a cargo de Roy Thomas Baker e da própria banda.

O Queen dispensa maiores apresentações. Vamos tratar um pouco do começo da banda para depois o Blog passar por todas as faixas do disco.


Em 1968, o guitarrista Brian May, um estudante da Imperial College de Londres e o baixista Tim Staffell decidiram formar uma banda. May colocou um anúncio no quadro de avisos da faculdade para um baterista no estilo de Mitch Mitchell ou Ginger Baker.

Foi Roger Taylor, um jovem estudante de odontologia, quem fez o teste e conseguiu o emprego. O nome do grupo era Smile.

Enquanto estava na Ealing Art College, Tim Staffell tornou-se amigo de Farrokh Bulsara, um colega que tinha assumido o nome de inglês de Freddie. Bulsara viu que ele e a banda tinham os mesmos gostos musicais e ele logo se tornou um grande fã da Smile.

No final de 1970, depois de Staffell sair para se juntar à banda Humpy Bong, os membros restantes do Smile, incentivados por Bulsara, mudaram seu nome para Queen e continuaram a trabalhar juntos.

Quando perguntado sobre o nome, Bulsara explicou, “eu pensei no nome e é apenas um nome, mas é muito real, obviamente, e soa esplêndido. É um nome forte, muito universal e imediato. Ele tinha um grande potencial visual e foi aberto a todos os tipos de interpretações. Fiquei certamente ciente de conotações homossexuais, mas isso era apenas uma faceta dele”.

A banda teve uma série de baixistas, durante este período, e que não se encaixavam com a química da banda. Foi em fevereiro de 1971 que se estabeleceram com John Deacon e começaram a ensaiar para o seu primeiro álbum.

Eles gravaram quatro canções autorais, sendo as mesmas: “Liar”, “Keep Yourself Alive”, “The Night Comes Down” e “Jesus”, todas para uma fita demo; embora nenhuma gravadora tenha demonstrado interesse.

Foi também por esta altura que Freddie mudou seu sobrenome para "Mercury", inspirado pelos versos “Mother Mercury, look what they've done to me” da canção My Fairy King.

Freddie Mercury
Em 2 de julho de 1971, o Queen fez seu primeiro show com sua formação clássica com Mercury, May, Taylor e Deacon em uma faculdade de Surrey, fora de Londres.

Tendo sido aluno de Arte na faculdade, Mercury também desenhou o logotipo do Queen, chamado de “The Queen Crest”, pouco antes do lançamento do primeiro álbum da banda. O logotipo combina os signos do zodíaco de todos os quatro membros da banda: Dois leões (Deacon e Taylor), um caranguejo para o signo de Câncer (May) e duas fadas para Virgem (Mercury).

Os leões abraçaram uma letra estilizada Q, o caranguejo repousa sobre a carta com as chamas subindo diretamente acima dele, e as fadas estão abrigadas, cada uma, abaixo de um leão. Há também uma coroa dentro do Q e todo o logotipo é ofuscado por uma enorme Phoenix.

Todo o símbolo carrega uma semelhança passageira com o revestimento do Exército Real do Reino Unido, especialmente com os “lion supporters”.

O logotipo original, como encontrado no verso da primeira capa do primeiro álbum, foi um desenho simples, mas versões de cores mais complexas foram usadas em capas de álbuns posteriores.

Em 1972, o Queen entrou em discussões com o Trident Studios, após ter sido visto no De La Lane Studios por John Anthony e, após alguns encontros, foi oferecido um contrato de gestão por Norman Sheffield (da Neptune Productions, uma subsidiária da Trident) para gerenciar a banda e capacitá-los a utilizarem suas instalações para gravarem novo material, enquanto continuava à procura de uma gravadora para assinar com o Queen.

O contrato da Trident ofereceu ao Queen uma oportunidade para utilizar estúdios de boa tecnologia, mas houve certa dificuldade para conseguir uma gravadora disposta a lançar álbuns da banda.

Em julho de 1973, o Queen, finalmente sob um acordo da Trident/EMI, lançou seu álbum de estreia, com uma musicalidade influenciada pelo Hard Rock e Rock Progressivo da época.

O álbum foi bem recebido pela crítica; Gordon Fletcher da Rolling Stone afirmou “seu álbum de estreia é excelente” e o Chicago's Daily Herald chamou o trabalho de “estreia acima da média”.

O álbum chamou pouca atenção do mainstream, e o single “Keep Yourself Alive”, uma composição de Brian May, vendeu muito pouco.

Entretanto, com o passar do tempo, “Keep Yourself Alive” é citada como o destaque do álbum, e em 2008, a Rolling Stone classificou-a na 31ª posição das “100 Greatest Guitar Songs of All Time”, descrevendo-a como “o valor de um álbum inteiro em um amontoados de riffs em uma única canção”. O álbum acabou ultrapassando a casa de 500 mil cópias vendidas há época.

O segundo LP do grupo, Queen II, foi lançado em 1974, e conta com uma imagem icônica da banda, produzida pelo fotógrafo Mick Rock, na capa. Esta imagem seria usada como base para o vídeo clássico da música “Bohemian Rhapsody”, em 1975.

O álbum alcançou o número cinco na parada de álbuns britânica e se tornou o primeiro álbum do Queen a estourar no Reino Unido.

O primeiro single “Seven Seas of Rhye”, de Freddie Mercury, chegou a número dez no Reino Unido, dando à banda seu primeiro hit.

Brian May
O álbum é o primeiro testemunho real do som distintivo da banda, em camadas, e conta com passagens instrumentais longas e complexas, letras com temas de fantasia e virtuosismo musical.

Além do supracitado único single, o álbum também incluiu a canção “The March of the Black Queen”, um épico de seis minutos, que não possui refrão. O The Daily Vault descreveu o número como “ameaçador”.

A reação da crítica foi mista; o Winnipeg Free Press, ao elogiar o álbum de estreia da banda, descreveu Queen II como uma “monstruosidade de produção excessiva”. Já o Allmusic descreveu o disco como um dos favoritos entre os fãs hardcore da banda, sendo o primeiro de três álbuns do Queen presentes no livro 1001 Albums You Must Hear Before You Die.

Ainda em 1974, aproveitando os bons ventos do recém-lançado Queen II, o grupo voltou aos estúdios para gravar seu terceiro álbum, que viria a se tornar Sheer Heart Attack. Vamos às faixas:

BRIGHTON ROCK

Um rock bastante vigoroso é o início do álbum, com a ótima "Brighton Rock". May criou um riff bastante forte, com uma certa pegada Hard Rock, mas há a presença melódica bem característica do grupo britânico. Excelente começo!

A letra mostra amor e traição:

Jenny pines away writes a letter ev'ry day
We must ever be together
Nothing can my love erase
Oh no I'm compromised
I must apologize if my lady should discover
How I spent my holidays



KILLER QUEEN

Freddie Mercury inicia o clássico "Killer Queen" com sua poderosa voz ao piano e depois começa a ser acompanhado pelo restante da banda. A belíssima melodia encanta o ouvinte, sendo uma canção com a sonoridade genial marcante do Queen. Não há muitas palavras para definir músicas tão belas sem se soar muito bajulador.

A letra fala de uma rainha dominadora:

To avoid complications
She never kept the same address
In conversation
She spoke just like a baroness
Met a man from China
Went down to Geisha Minah
Then again incidentally
If you're that way inclined

Segundo Eric Hall, que promovia o Queen nas rádios naqueles tempos, Freddie Mercury chegou até ele e apresentou a canção, a qual teria sido inspirada no próprio Hall. Mercury declarou, posteriormente, que primeiro escreveu as letras antes de compor os arranjos da música.

A canção foi a primeira a ser gravada fora da Inglaterra, nos Rockfield Studios, em Gales.


“Killer Queen” foi o primeiro grande clássico do Queen. Lançado como single, atingiu a estonteante 2ª posição na parada britânica com a respectiva 12ª colocação em sua correspondente norte-americana. O single britânico superou a casa das 250 mil cópias vendidas.

Foi presença constante em shows, na maioria das vezes como parte integrante de um “medley” (uma reunião de partes de diferentes canções). Também aparece no game Rock Band. Um verdadeiro clássico.



TENEMENT FUNSTER

Belas linhas melódicas acompanham a voz de Roger Taylor. Ao longo de sua duração, a faixa se torna mais pesada, com um Rock básico, mas empolgante. O ritmo é cadenciado, direto, mas o riff contagia. Bela música!

A letra reflete a rebeldia juvenil:

I like the good things in life
But most of the best things ain't free
And this same situation, just cuts like a knife
When you're young, and you're poor, and you're crazy



FLICK OF THE WRIST

O piano está de volta, acompanhado por um rápido e eficiente solo de May. Aliás, o guitarrista está bastante inspirado nesta pequena música, abusando do feeling. O uso de vozes dobradas causam um efeito muito interessante, recurso que o Queen usaria com frequência em sua carreira.

As letras apresentam um personagem mau:

Intoxicate your brain with what I'm saying
If not you'll lie in knee
Deep trouble
Prostitute yourself he says
Castrate your human pride
Sacrifice your leisure days
Let me squeeze you till you've dried

Mercury nunca revelou se a personagem referida na canção foi inspirada em alguém. Brian May, recuperado de uma hepatite, gravou suas partes de guitarra sem nunca ter ouvido a música anteriormente.

Ao ouvir o álbum, “Flick Of The Wrist” é a canção do meio de 3 músicas que se sucedem em sequência, sem nenhuma pausa entre elas. Na verdade, apesar de terem sido gravadas separadamente, as músicas “Tenement Funster”, “”Flick Of The Wrist” e “Lily Of The Valley” se apresentam como um único trecho ininterrupto.

Na verdade, foi a gravadora quem escolheu os pontos exatos em que se passa de uma faixa para outra.

O Dream Theater fez uma versão para as 3 canções, presente na edição especial de seu álbum Black Clouds & Silver Linings.



LILY OF THE VALLEY

O clima agora é mais melancólico, com Mercury e sua magnífica voz cantando acompanhado apenas pelo piano, com o já citado uso de backing vocals com vozes em camadas, tornando tudo ainda mais cativante. Momento intimista, mas tocante!

As letras são belíssimas:

I lie in wait with open eyes
I carry on through stormy skies
I follow every course
My kingdom for a horse
But each time I grow old
Serpent of the Nile
Relieve me for a while
And cast me from your spell and let me go


“Lily Of The Valley” foi lançada como single, mas não obteve repercussão em nenhuma das principais paradas de sucesso.



NOW I'M HERE

Com algumas influências do Hard Rock, "Now I'm Here" é um rock mais direto e básico, daqueles que vai diretamente ao ponto. Nem por isso a música deixa de ser brilhante, pois o riff criado por Brian May é excelente. Aliado a isto temos outra atuação impecável de Mercury nos vocais. Outro momento incrível do trabalho!

A letra é emocionante:

A thin moon me in the smoke screen sky
Where the beams of your love light chase
Don't move don't speak don't feel no pain
With the rain running down my face
Your matches still light up the sky
And many a tear lives on in my eye
Down in the city just hoople and me
Don't I love him so don't I love him so?

A canção se tornou um clássico do Queen e permaneceu nos shows de maneira consistente de 1974 a 1986.


Lançada como single, atingiu a 11ª posição da parada britânica desta natureza.



IN THE LAP OF THE GODS

Com contornos de grandiosidade e influências de música clássica, temos a imponente "In The Lap Of The Gods". O ritmo é mais lento e cadenciado, mas abusando de sua melodia encantadora. Os backing vocals são usados magistralmente, dando à faixa contornos épicos. Outra belíssima construção do Queen.

A letra trata de dinheiro e poder:

It's so easy but I can't do it
So risky but I gotta chance it
It's so funny there's nothing to laugh about
My money that's all you want to talk about
I can see what you want me to be
But I'm no fool



STONE COLD CRAZY

Um riff brilhante, forte, rápido e pesado marcam o início de "Stone Cold Crazy". As influências Hard Rock e Heavy Metal estão bastante presentes nesta faixa, lembrando mais o Queen de seu primeiro álbum e, de certa forma, destoando do restante do álbum. Mas a canção é excepcional, uma precursora do Speed Metal. 

A letra mostra um homem ligado à máfia:

Walking down the street
Shooting people that I meet
With my rubber tommy water gun
Here come the deputy
He's gonna come and get me
I gotta get me up and run
They got the sirens loose
I ran right outa juice
They're gonna put me in a cell
If I can't go to heaven
Will they let me go to hell?
Crazy, stone cold crazy, you know

“Stone Cold Crazy” é uma das mais antigas canções do Queen, sendo que uma de suas versões preliminares já havia sido tocada pela banda de garagem do próprio Mercury. Depois a mesma foi passando por diversas e diferentes modificações, resultando na versão ouvida no álbum.

O canal VH1 a elegeu na 38ª posição de sua lista de melhores canções de Hard Rock, em 2009. Está presente nos jogos Guitar Hero: Metallica e Rock Revolution.

Em 20 de abril de 1992, no concerto tributo à Freddie Mercury, James Hetfield (Metallica) e Tony Iommi (Black Sabbath) se juntaram ao Queen para tocarem “Stone Cold Crazy”.

Metallica, Extreme e Sun 41 estão entre as bandas que gravaram covers da canção.



DEAR FRIENDS

"Dear Friends" é outra curtíssima canção, também bastante intimista, com a belíssima voz de Mercury acompanhada por um piano e ótimos backing vocals. Tocante.

A letra declara amor por uma amizade:

So dear friends
Your love has gone
Only tears to dwell upon
I dare not say
As the wind must blow
So a love is lost
A love is won



MISFIRE

"Misfire" tem uma pegada bastante interessante, com um rock direto e simples, mas ao mesmo tempo cheio de ritmo e alto astral. A atuação de Mercury também é crucial para o sucesso da faixa, sendo brilhante.

A letra tem conotação romântica:

Don't you know honey, that love's a game
It's always hit or miss, so take your aim
Got to hold on tight, shoot me out of sight



BRING BACK THAT LEROY BROWN

Nesta faixa, o Queen traz à tona suas influências do Rock dos anos 50, com bastante influência do Blues e da música norte-americana. O baixo de Deacon está ainda mais proeminente e faz toda a diferença. Dispensável dizer que Mercury está novamente soberbo em sua interpretação. Outro momento espetacular.

A letra faz referência à música “Bad Bad Leroy Brown”, de Jim Croce, que havia falecido no ano anterior em um acidente de avião:

Big bad Leroy Brown he got no common sense
No no he got no brains but he sure gotta lotta style
Can't stand no more in this here jail
I gotta rid myself of this sentence
Gotta get out of the heat step into the shade
Gotta get me there dead or alive babe



SHE MAKES ME (STORMTROOPER IN STILETTOS)

Uma faixa que possui uma construção simples, mas repleta de intensidade. Brian May é quem faz os vocais e até se sai bem, atuando de maneira correta. É apenas uma simples balada que complementa o álbum, mas sem destoar do restante.

A letra é romântica:

Who knows who she'll make me
As I lie in her cocoon
But the world will surely heal my ills
I'm warm and terrified
She makes me so



IN THE LAP OF THE GODS... REVISITED

Embora o nome possa induzir a se pensar que a última canção do álbum repita a brilhante sétima faixa, aqui a estrutura é totalmente diferente. Mercury tem mais uma atuação extraordinária acompanhado com a mesma excelência por Brian May. Outro momento magnífico do álbum, encerrando-o com chave-de-ouro.

A letra trata de esperança:

No beginning there's no ending
There's no meaning
In my pretending
Believe me life goes on and on and on
Forgive me when I ask you
Where do I belong
You say
I can't set you free from me
But that's not true



Considerações Finais

Apoiado pelo enorme sucesso de “Killer Queen”, o álbum Sheer Heart Attack acabou fazendo bastante barulho da mesma maneira.

Acabou alcançando a excelente 2ª posição da parada britânica, assim como a 12ª na sua correspondente norte-americana. Também atingiu as 6ªs posições nas paradas canadense e francesa.

A crítica especializada acabou recebendo o álbum de maneira bastante positiva como as das revistas Rolling Stone e Circus.

Com o tempo e o sucesso extraordinário que a banda fez nos anos posteriores, Sheer Heart Attack acabou se tornando um clássico e sendo bastante homenageado.

Ficou com a 28ª posição na lista The 100 Greatest British Rock Albums Ever, de 2006, da revista Classic Rock. Também está na 45ª colocação da lista The 100 Greatest Rock Albums Ever, de 2007, da tradicional revista Kerrang! Também está na 308ª posição na lista The 500 Greatest Rock & Metal Albums of All Time, do Rock Hard, de 2005 e com o 88º lugar da lista The 100 Records That Changed the World, da revista Mojo.

Além disto, Sheer Heart Attack está presente no livro 1001 Albums You Must Hear Before You Die.

O álbum supera a casa de 800 mil cópias vendidas.


Formação:
Freddie Mercury: Vocal, Piano
Brian May: Guitarra, Backing Vocals, Piano em “Dear Friends”, Banjo Ukelele em “Bring Back That Leroy Brown”, Vocal em “She Makes Me (Stormtrooper em Stilettos)”
Roger Taylor: Bateria, Percussão, Backing Vocals, Vocal em "Tenement Funster", 'Gritos' em “In the Lap of the Gods”
John Deacon: Baixo, Guitarra Acústica em "Misfire", guitarra base e guitarra solo em “Misfire”

Faixas:
01. Brighton Rock (May) - 5:08
02. Killer Queen (Mercury) - 3:01
03. Tenement Funster (Taylor) - 2:48
04. Flick of the Wrist (Mercury) - 3:19
05. Lily of the Valley (Mercury) - 1:43
06. Now I'm Here (May) - 4:10
07. In the Lap of the Gods (Mercury) - 3:20
08. Stone Cold Crazy (Mercury/May/Taylor/Deacon) - 2:12
09. Dear Friends (May) - 1:07
10. Misfire (Deacon) - 1:50
11. Bring Back That Leroy Brown (Mercury) - 2:13
12. She Makes Me (Stormtrooper in Stilettos) (May) - 4:08
13. In the Lap of the Gods... Revisited (Mercury) – 3:42

Letras:
Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a: http://letras.mus.br/queen/

Opinião do Blog:
Qualquer lista de melhores bandas da história da música que não conte com o Queen disputando as primeiras posições já começou errada. Trata-se de um dos mais criativos e inventivos grupos da música em todos os tempos.

A incrível capacidade do Queen em fundir estilos musicais com o Rock impressiona, pois o resultado final nunca difere de algo que surpreende, cativa e emociona simultaneamente.

Sem chegar ao seu ápice, mas apurando todo este seu estilo, Sheer Heart Attack é uma jóia que contempla todas estas características supracitadas. O álbum é brilhante.

Dispensam maiores comentários sobre a qualidade dos músicos que compõem o Queen. A cozinha formada por Roger Taylor e John Deacon é excelente e contribue decisivamente para a qualidade do disco. O mesmo pode ser empregado a Brian May com seus riffs, solos e melodias de iguais valores e sensibilidade.

Freddie Mercury é uma das mais belas vozes da história e neste disco está impecável. Em todas as passagens do álbum ele soa certeiro, com a interpretação exata e precisa que é exigida naquele momento. Absolutamente fantástico.

As letras são simples, mas inteligentes e só agregam valor ao álbum.

Difícil escolher os melhores momentos do álbum, pois são tantos e tão diferentes entre si que o blogeiro fica com medo de cometer injustiças. Mas entre as preferidas estão as clássicas "Killer Queen" e "Now I'm Here", a belíssima "In The Lap Of The Gods... Revisited", a brutal "Stone Cold Crazy" e a tocante "Lily Of The Valley".

Sheer Heart Attack é um dos grandes álbuns da história do Rock, criativo e inventivo, com um grupo que caminhava em direção ao seu apogeu. O Queen é brilhante e dispensa mais elogios, mas o leitor deve sempre procurar a discografia da banda como referência em qualidade musical. E Sheer Heart Attack é um de seus pontos mais brilhantes na carreira dos britânicos.