27 de outubro de 2013

DIO - THE LAST IN LINE (1984)


The Last In Line é o segundo álbum de estúdio da carreira-solo do vocalista Ronnie James Dio. Seu lançamento oficial aconteceu no dia 13 de julho de 1984, pelos selos Vertigo/Warner Bros. As gravações ocorreram naquele ano, no estúdio Caribou Ranch, no Colorado, Estados Unidos. O próprio Dio foi o responsável pela produção do disco.



O Blog, em seus primórdios, já tratou do álbum de estreia do Dio, o clássico Holy Diver. Abaixo, o link a quem se interessar:

Para a turnê de Holy Diver, Dio sentiu a necessidade de transformar sua banda em um quinteto com a adição de um tecladista. O escolhido foi Claude Schnell.

Já para o trabalho de composição e gravação do próximo álbum, Schnell já estava contratado como o quinto membro da banda.

Os demais membros permaneciam os mesmos, formando um grande grupo: Vivian Campbell nas guitarras, Jimmy Bain no baixo, Vinny Appice na bateria e, evidentemente, o baixinho Ronnie James Dio nos vocais.

Vivian Campbell


Ser o sucessor de um álbum em nível estratosférico como Holy Diver (1983), não seria nada fácil para nenhum trabalho. Mas Dio não se esmoreceu com o desafio e passou a se voltar para tamanho desafio tão logo a turnê de seu predecessor se encerrou.

Na verdade, o baixinho, inteligentemente, acabou por seguir a mesma fórmula que funcionou no disco anterior.

Primeiramente, manteve o mesmo time que compôs e gravou Holy Diver, com a já adição do supracitado tecladista.

Em segundo lugar, também permaneceu no posto de produtor do trabalho, fator que acabou catalisando o resultado de maneira muito eficiente.

Vinny Appice


Em seguida, Dio manteve a mesma sonoridade do álbum anterior, um Heavy Metal tradicional até o talo, com as composições servindo como base para favorecer o brilho da voz de um dos ícones do vocal no Heavy Metal em todos os tempos.

Até a arte da capa manteve a linha do disco anterior: possui uma tonalidade das cores bem semelhantes à de Holy Diver e conta com o demônio Murray, a mascote da banda.

Como foi dito, dificilmente, para qualquer conjunto existente, manter o nível de um disco como o clássico Holy Diver. Mas, como será mostrado, o resultado de The Last In Line, surpreende.

WE ROCK

Abre o disco o clássico “We Rock”.

Um riff veloz e preciso dá as cartas do primeiro trabalho do álbum. “We Rock” apresenta o melhor do Heavy Metal tradicional: peso, rapidez e muita melodia. Desnecessário dizer que os vocais de Ronnie James Dio estão praticamente perfeitos. Ótimo início.

Na letra, Dio conta uma história sobre descobertas e esperança:

We pray to someone
But when it's said
And done it's really all the same
With just a different name
So many voices
All giving choices
If we listen they will say
Oooh,we can find the way
But we'll sail on sing a song carry on

“We Rock” é um grande sucesso da carreira-solo de Dio, sendo a canção que muitas vezes fechava seus shows.



Lançada como single, atingiu a 42ª posição da parada britânica desta natureza.



THE LAST IN LINE

Homônima ao álbum, o clássico “The Last In Line” é a segunda faixa do álbum.

O início suave e melódico de “The Last In Line” pode até enganar o ouvinte, induzindo-o a pensar que se trata de uma balada. Mas logo os pesos da guitarra e bateria, juntamente à voz potente de Dio, demonstram que o Heavy Metal está de volta. Desta vez a canção, embora continue pesada, aposta em um ritmo mais lento e cadenciado. Brilhante construção.

A letra também conta uma história que envolve magia, conhecimento e a disputa entre bem e mal:

We're all born upon the cross
The throw before the toss
You can release yourself
But the only way is down

“The Last In Line” não foi lançada como single no Reino Unido, mas apenas nos Estados Unidos e outros países como a Holanda, por exemplo. Nos EUA, conseguiu a 10ª posição na parada de singles.



BREATHLESS

“Breathless” é a terceira música do trabalho.

Outro riff bem pesado é a marca de “Breathless”. Dio emprega uma interpretação bem forte, acompanhando o ritmo da canção. O peso está presente em uma construção que se apresenta em uma velocidade não tão acelerada. Boa faixa.

A letra confronta o desejo de conhecimento com o medo do que se pode se tornar:

You said a single word
No one really heard
It's always worse at night
'cause when the darkness kills the light



I SPEED AT NIGHT

“I Speed At Night” é a quarta canção do álbum.

Como o próprio nome sugere, “I Speed At Night” aposta em um ritmo mais veloz e rápido. O riff é pesado e intenso, mas com a tradicional melodia que Dio sempre empregou em suas composições por toda sua carreira. Faixa interessante, com um ótimo solo por parte de Campbell.

As letras são simples e demonstram um espírito de aventura:

My demons they seem to disappear no vision
I only see to hear
Protection
I never needed none direction just nowhere near the sun



ONE NIGHT IN THE CITY

A quinta faixa de The Last In Line é “One Night In The City”.

O riff principal da canção é empolgante, pois possui na medida exata peso, melodia e intensidade. O ritmo é mais cadenciado e Dio a canta de maneira exímia, proporcionando um dos melhores momentos do disco. O casamento entre a voz do cantor e a guitarra de Vivian Campbell é espetacular. Ponto altíssimo do trabalho!

A letra conta a história de dois personagens: Johnny e a princesa Sally:

But one child went away and one child stayed to play for one night in the city
One night looking pretty yeah one night in the city one night touching pretty
But chains don't make a wall and dreams lay where they fall
Dark is never night when dreams make up the light one night in the city



EVIL EYES

Sexta música de The Last In Line é “Evil Eyes”.

A canção aposta em um riff bem rápido e simples, sendo bem direta. Um Heavy Metal bem típico dos anos oitenta, contando com um solo inspirado de Vivian Campbell. O maior destaque, como sempre, é a inspirada interpretação de Dio.

A letra mistura magia e maldição:

Yes evil eyes
Oh those eyes
Hide in the night time turn out the light
They'll see you anyway



MYSTERY

A sétima faixa do trabalho é “Mystery”.

“Mystery” começa com teclados mais presentes e dando a melodia base da canção. O riff é ótimo, repleto de sonoridade em uma linha entre o Heavy Metal e o Hard Rock, o qual faz desta música única dentro do álbum. Outro ótimo momento do disco.

Outra vez a letra aposta em uma temática que envolve magia e mistério:

We are lightning we are flame and we burn at the touch of a spark
When there's the fire but no one sees the there's only the dark
Just imagine will you try I can see that you've opened your mind
Silver linings can disappear but they always shine

Lançada como single, atingiu boas posições nas duas principais paradas desta natureza: 20ª posição nos Estados Unidos e 34ª colocação no Reino Unido.



EAT YOUR HEART OUT

A oitava música do disco é “Eat Your Heart Out”.

Esta é outra faixa do trabalho que soa bastante direta ao ouvinte. O riff é pesado e com um ritmo mais lento, cadenciado. A interpretação de Dio é também um pouco mais “agressiva”, acompanhando a parte instrumental. Mais um bom solo de Vivian Campbell.

A letra demonstra um espírito de decepção e vingança:

And all the promises of springtime
Turned to lies so cold
But I'm stronger than you know and
I've come to let you go



EGYPT (THE CHAINS ARE ON)

A nona – e última – música de The Last In Line é “Egypt (The Chains Are On)”.

A derradeira faixa do álbum é também a mais extensa do trabalho. Apresenta um riff sensacional por parte de Campbell, que aposta novamente no peso e no ritmo mais arrastado, que funciona de maneira impressionante nesta construção. Dio tem uma interpretação magnífica, cantando de maneira belíssima e transmitindo muita emoção.

A letra conta uma história fantástica:

In the land of the lost horizon
Where the queen lies dark and cold
And when the stars won't shine
Then the story's told yeah



Considerações Finais

Como foi dito, não deve ter sido muito fácil fazer o sucessor de Holy Diver.

Em termos de parada de sucessos, The Last In Line superou seu antecessor: 23ª posição na parada norte-americana de álbuns com a excepcional 4ª colocação na sua correspondente britânica. Ainda abocanhou o 6º lugar na parada sueca.

A recepção da crítica também foi positiva, tanto na época quanto posteriormente. The Last In Line foi colocado na 372ª colocação de uma lista de The 500 Greatest Rock & Metal Albums of All Time, criada pela revista Rock Hard, em 2005.

Após 6 meses de seu lançamento, o álbum já havia superado a casa de 500 mil cópias vendidas apenas nos Estados Unidos.



Formação:
Ronnie James Dio – Vocal
Vivian Campbell – Guitarra
Jimmy Bain – Baixo
Claude Schnell - Teclado
Vinny Appice – Bateria, Percussão

Faixas:
01. We Rock (Dio) - 4:36
02. The Last in Line (Bain/Campbell/Dio) - 5:40
03. Breathless (Campbell/Dio) - 4:04
04. I Speed at Night (Appice/Bain/Campbell/Dio) - 3:22
05. One Night in the City (Appice/Bain/Campbell/Dio) - 5:15
06. Evil Eyes (Dio) - 3:38
07. Mystery (Bain/Dio) - 3:46
08. Eat Your Heart Out (Appice/Bain/Campbell/Dio) - 3:49
09. Egypt (The Chains Are On) (Appice/Bain/Campbell/Dio) - 6:57

Letras:
Para o conteúdo completo das letras, indica-se o acesso a: http://letras.mus.br/dio/

Opinião do Blog:
Ronnie James Dio atingiu o ápice de sua carreira-solo já no seu álbum de estreia, o extraordinário Holy Diver. Isto deixou uma árdua tarefa após sua divulgação, a qual seria, compor e gravar o seu sucessor.

Quase 30 anos depois, pode-se dizer que Dio fez com sucesso a missão. The Last In Line é um trabalho muito bom.

Evidentemente, não possui o brilho do anterior, já que este era um álbum estratosférico. Mas mesmo assim, o disco aqui analisado tem o seu valor.

Dio apostou na manutenção do estilo do trabalho prévio. A temática das letras é bastante semelhante, assim como a estrutura da parte instrumental. Até o número de canções é o mesmo: nove.

O Heavy Metal tradicional é o estilo proposto. Dio, desnecessário dizer, tem uma atuação inspirada e somente isto já valeria a audição do trabalho.

Vivian Campbell nos presenteia com um ótimo trabalho nas guitarras, com bons riffs e solos. Bain é preciso no baixo, e Appice demonstra todo seu talento na bateria. Schnell também faz corretamente sua missão.

Em termos de composição, The Last In Line não tem a mesma força do brilhante Holy Diver. Aqui, temos sim ótimas canções como “We Rock”, a brilhante “One Night In The City”, “Egypt” e a faixa-título. Todas apresentam Dio em sua melhor forma.

As outras faixas oscilam em boas composições como “Evil Eyes” e outras apenas medianas, como “Eat Your Heart Out”.


Mesmo assim, o Blog recomenda (e muito) a audição atenta do segundo trabalho solo de um dos maiores vocalistas da história da música, o saudoso Ronnie James Dio.

5 de outubro de 2013

DAVID COVERDALE - NORTHWINDS (1978)


CURTA A PÁGINA OFICIAL DO BLOG NO FACEBOOK:

Northwinds é o segundo álbum da carreira-solo do vocalista britânico David Coverdale. Seu lançamento oficial aconteceu no dia 1º de março de 1978, através do selo Purple Records. As gravações ocorreram entre março e abril de 1977, no AIR Studios, em Londres, na Inglaterra. O produtor foi o ex-baixista do Deep Purple, Roger Glover.

David Coverdale é um vocalista consagrado em todo mundo. Ficou inicialmente conhecido como o substituto de Ian Gillan no Deep Purple e, depois, como líder e fundador do também mítico Whitesnake. Neste post, vamos falar do intervalo entre a saída do Deep Purple e a fundação do Whitesnake.

David Coverdale


Em junho de 1975, muitos acharam que o Deep Purple estava acabado. Um de seus líderes e fundadores, o guitarrista Ritchie Blackmore, deixou o grupo.

Um dos motivos alegados por Blackmore foi a sonoridade do álbum Stormbringer (1974), no qual o Deep Purple experimentou ainda mais a fusão de seu Rock com os ritmos americanos do Funk e do Soul. Isto não deixou o talentoso guitarrista nenhum pouco feliz, apesar do sucesso de público e crítica do disco (e das boas vendas).

Sem Blackmore, a imprensa foi taxativa em afirmar que o Deep Purple havia acabado. Mas coube a David Coverdale evitar, ao menos instantaneamente, o colapso de um dos maiores nomes do Rock nos anos 70.

Foi David Coverdale que chegou ao tecladista do Deep Purple, Jon Lord, e pediu para que não permitisse que a banda se dissolvesse e mantivesse todos juntos.

Ao mesmo tempo, Coverdale entregou a Lord um álbum que o guitarrista norte-americano Tommy Bolin havia gravado com Billy Cobham. Além deste trabalho, Bolin havia tocado com o James Gang.

Lord gostou do estilo de Bolin e o convidou para uma audição com o Purple. Assim, a banda foi formada por Coverdale nos vocais, Bolin na guitarra, Lord nos teclados, Ian Paice na bateria e Glenn Hughes no baixo e nos vocais.

Com esta formação, o grupo grava um único álbum: Come Taste The Band, lançado em outubro de 1975.

O álbum teve menos sucesso do que os registros anteriores, e, no final da turnê em março de 1976, Coverdale supostamente saiu em lágrimas do palco e entregou a sua demissão aos líderes da banda.

Em relação ao seu pedido de demissão, a resposta foi que não havia mais banda para deixá-lo sair. A decisão de dissolver o Deep Purple já havia sido tomada algum tempo antes do último show, por Jon Lord e Ian Paice (os últimos membros originais remanescentes), embora ambos não tivessem a contado para ninguém.

A dissolução da banda foi finalmente tornada pública em Julho de 1976. Coverdale disse em uma entrevista: "Eu estava com medo de deixar a banda, pois era a minha vida. O Purple me deu minha fama, mas ao mesmo tempo eu queria sair”.

Após o fim do Deep Purple, Coverdale embarcou em uma carreira-solo. Ele lançou seu primeiro álbum em fevereiro de 1977, intitulado White Snake. Todas as músicas foram escritas por Coverdale e o guitarrista Micky Moody.

Micky Moody


Sobre seu primeiro trabalho solo, Coverdale admitiu mais tarde que o trabalho não saiu exatamente como ele desejava, uma vez que foi composto e concebido pouco depois do colapso do Purple e muitos sentimentos difusos e complexos ainda perduravam.

Mesmo que o álbum não foi bem sucedido comercialmente, seu título inspirou o nome da futura banda de Coverdale.

David decidiu continuar trabalhando e voltou-se para gravar seu segundo trabalho solo.

Novamente, Coverdale contou com o auxílio do guitarrista Micky Moody e a produção de outro nome ligado ao Deep Purple, o baixista Roger Glover.

O disco foi batizado de NorthWinds e tem uma capa simples, uma imagem de um rio com árvores e uma foto de David.

KEEP ON GIVING ME LOVE

Abre o disco  a canção “Keep On Giving Me Love”.

Já no início da faixa de abertura o ouvinte percebe que as influências de Blues estão proeminentes no trabalho. O riff é cadenciado e calcado na sonoridade bluesy, assim como a interpretação do vocalista Coverdale. Trata-se de uma música bastante interessante e um bom começo para o álbum.

As letras são simples em tom de amor e de reflexão:

I don't mind,
You can think it over slow,
And tell me what you find
I'm marking time,
If you got love to give,
Baby, I don't mind



NORTHWINDS

A segunda – e homônima ao álbum – faixa do trabalho é “Northwinds”.

“Northwinds” tem um início bastante suave, tocante e melódico. Os teclados são mais presentes, acompanhando de maneira bem positiva a bela voz de Coverdale. Assim, a canção se aproxima bastante de uma balada, mas com a típica veia Hard dos anos 1970. Certamente, um dos pontos mais altos do disco.

As letras são tocantes, em um tom que mistura vazio e nostalgia:

I'll take the sun before the rain anyday, oh Lord
Call on the northwinds when any clouds gets in my way
Nothin' ever changes, the song remains the same
Feel I got a one way ticket,
Oh I'm sittin', sittin' on an empty train...



GIVE ME KINDNESS

“Give Me Kindness” é a terceira música do disco.

O Hard bluesy continua com tudo na terceira faixa do trabalho. Desta vez, Coverdale conta com a ajuda do lendário Ronnie James Dio e sua esposa Wendy nos backing vocals, em uma música a qual tem fortíssimas influências norte-americanas, especialmente da sonoridade sulista daquele país. Ótimo trabalho.

As letras continuam com o toque de alguém tentando se encontrar:

Honey, if you lie to me
I just want to know if,
If your love is true
Cause one day I'll joke
On all this whiskey and coke
And I'm sure I'll put the blame on you
Maybe baby you could show me some more,
You seem to be feeling good
Everytime I wanna hold you baby,
Give me what a good woman should
You tell me who, who, who has been fooling who?



TIME AND AGAIN

A quarta canção do álbum é “Time And Again”.

O romantismo pelo qual David Coverdale ficaria internacionalmente conhecido dá as caras em “Time And Again”. A faixa tem belíssimas linhas melódicas e o vocal de Coverdale está em um momento brilhante, com um show de interpretação e emoção. Umas das mais belas baladas que o lendário vocalista já compôs.

A letra é uma verdadeira declaração de amor:

We wasted words on conversation,
'cos all I wanna do is just talk about,
The woman I love, woman I love...
I never thought I could be this way,
When I hold you in my arms
I know I just wanna stay this is the place I should be,
In sweet harmony with the woman I love



QUEEN OF HEARTS

“Queen Of Hearts” é a quinta música de Northwinds.

É impossível ouvir esta canção e não pensar na sonoridade dos primórdios do Whitesnake. O teclado está presente e a guitarra marcante, ambos com o toque de Blues, em uma fusão quase perfeita com o Hard setentista. Os vocais de Coverdale se destacam, mais uma vez, de maneira brilhante.

Outra vez, a letra é uma declaração de amor:

You gave me the answer,
I knew right from the start
I'm gonna tell you, holy roller,
They say that love's a gamble,
But, I got the Queen of Hearts



ONLY MY SOUL

A sexta faixa de Northwinds é “Only My Soul”.

A canção se desenvolve de maneira mais suave e com linhas melódicas bastante tocantes. A interpretação de Coverdale é muito intensa, impregnando (no melhor sentido) a música de sentimento e intensidade. A voz de David está belíssima. O refrão é mais forte, mas apenas para tornar toda a construção em um altíssimo ponto do trabalho.

As letras passam o sentimento de solidão:

Broken dreams lay all around me,
Sad eyed children of despair
Whispered voices in the distance
Call me on to who knows where



SAY YOU LOVE ME

“Say You Love Me” é a sétima canção do disco.

Esta música traz novamente o tom melancólico e mais suave que Coverdale espalhou em boa parte deste álbum. Sua interpretação, através de sua voz, está novamente brilhante. Sua belíssima voz é o grande destaque, mas não é apenas isto, a banda que o acompanha faz um ótimo trabalho. A canção é uma quase balada, com forte toque bluesy.

O tom romântico é novamente a base das letras:

Never ever gonna leave ya,
So dry your eyes and smile again
Say the words I need to hear...
Say you love me, say you love me
Say that you need me,
I can't take it anymore...



BREAKDOWN

A oitava – e última – faixa de Northwinds é “Breakdown”.

“Breakdown” volta com o Hard setentista típico, sendo uma faixa mais rápida, pesada e consideravelmente mais animada. Há um certo toque de Deep Purple em seu som, o que é ótimo. As guitarras marcam presença e a interpretação de Coverdale é excelente, casando-se perfeitamente com a base, terminando o trabalho de ótima maneira.

As letras são simples, em um tom que envolve rebeldia e desordem:

But, I never saw the splendour
In stealing all your gold,
Taking all your silver
And doing what I'm told



Considerações Finais

Northwinds teve uma boa recepção da crítica, consideravelmente melhor que o seu primeiro intento em carreira-solo.

Mas isto não se refletiu em termos de vendagens ou mesmo de aparição nas principais paradas de sucesso do Reino Unido ou Estados Unidos. Comercialmente, o trabalho não teve muita repercussão.

A verdade é que mesmo antes de Northwinds ser lançado, no início de 1978, David Coverdale já havia convidado o guitarrista Micky Moody e formado uma nova banda: o Whitesnake.

Desta maneira, 4 canções presentes em Northwinds (“Keep on Giving Me Love”, “Queen of Hearts”, “Only My Soul” e “Breakdown”) acabaram fazendo parte do primeiro lançamento do Whitesnake, o EP Snakebite, também lançado em 1978.



Formação:
David Coverdale - Vocal, Piano
Micky Moody - Guitarras, Backing Vocals
Tony Newman - Bateria, Percussão
Alan Spenner - Baixo
Tim Hinkley - Teclados, Backing Vocals

Faixas:
01. Keep on Giving Me Love (Coverdale/Moody) - 5:16
02. Northwinds (Coverdale) - 6:13
03. Give Me Kindness (Coverdale) - 4:34
04. Time and Again (Coverdale) - 4:02
05. Queen of Hearts (Coverdale/Moody) - 5:16
06. Only My Soul (Coverdale) - 4:36
07. Say You Love Me (Coverdale) - 4:21
08. Breakdown (Coverdale/Moody) - 5:15

Letras:
Para o conteúdo completo das letras, indicamos o acesso a: http://letras.mus.br/david-coverdale/

Opinião do Blog:
A música é uma expressão artística. Ela é como uma fotografia da alma de seu compositor em um dado momento, carregando boa parte de seu estado de espírito, de suas bagagens emocional e cultural. Neste ponto, Northwinds é um excelente retrato do momento de David Coverdale em 1978.

Ao se analisar as letras de Northwinds, percebe-se que, em algumas delas, o vocalista encontra-se em um momento de busca, melancolia e, em outras passagens, até vazio. Coverdale deixou suas emoções “escaparem” em seu segundo trabalho solo. Assim, a transição entre o fim do Deep Purple e o surgimento do Whitesnake pode ser percebido através deste álbum.

Mesmo não sendo nenhum sucesso comercial, o disco Northwinds foi primordial na vida de David Coverdale. Ele deu as bases para o surgimento do grupo que tomou conta da maior parte da vida de David e com o qual ele gravou muitos de seus sucessos.

Em Northwinds, Coverdale deixou sua veia romântica fluir mais consistentemente, talvez, pela primeira vez. O trabalho apresenta belas baladas como “Northwinds”, “Time And Again” e “Only My Soul”. E o vocalista ficaria conhecido mundialmente (pelo Whitesnake) por esta sua veia romântica.

Mais que isto, em algumas canções há o embrião da sonoridade inicial dos primeiros álbuns do Whitesnake (que são de qualidade inquestionável). Aquele Hard 70’s repleto de influências do Blues, como em “Breakdown” e “Keep On Giving Me Love”.

O trabalho possui boas músicas, mesmo não sendo brilhante. O maior peso do mesmo está em ser o embrião do Whitesnake – tanto que metade de suas canções foram colocadas no EP inicial do futuro grupo de Coverdale.

Com brilhantes interpretações de Coverdale e algumas belas canções, o segundo álbum solo do vocalista é indicado para audição aos leitores do Blog. E, conforme ficou claro, pesa o fato de ser a origem de um dos grandes nomes do Hard Rock em todos os tempos, o Whitesnake.