3 de fevereiro de 2016

MEGADETH - SO FAR, SO GOOD... SO WHAT! (1988)


So Far, So Good... So What! é o terceiro álbum de estúdio da banda norte-americana Megadeth. Seu lançamento oficial aconteceu em 19 de janeiro de 1988, através do selo Capitol Records. As gravações ocorreram durante o ano anterior no estúdio Music Grinder, em Los Angeles, na Califórnia. A produção ficou a cargo de Paul Lani e do próprio Dave Mustaine.


Um dos grandes nomes do movimento Thrash Metal norte-americano e do Heavy Metal em geral, o Megadeth, retorna ao Blog depois de muito tempo. Primeiramente, como de costume, abordar-se-á os fatos que antecederam ao lançamento do álbum para depois se comentar sobre suas faixas.

Em setembro de 1986, o Megadeth lançava seu segundo álbum de estúdio, o aclamado Peace Sells... but Who's Buying?

O disco fez barulho, chegando a alcançar a 76ª posição da principal parada norte-americana de álbuns, a Billboard.

Além disso, o álbum foi notadamente destacado por seu conteúdo lírico político, auxiliando a expandir a base de fãs do Megadeth. Também, sua faixa-título foi o single principal do trabalho, acompanhada por um videoclipe da música que recebeu regular divulgação na MTV dos Estados Unidos.

Já em fevereiro de 1987, o Megadeth foi a banda de abertura na turnê “Constrictor Tour”, de Alice Cooper, e no mês seguinte o grupo começou sua primeira turnê mundial como atração principal no Reino Unido. A turnê, de 72 semanas, foi apoiada pelas bandas Overkill e Necros, e continuou nos Estados Unidos.

Durante a turnê, o líder, vocalista e guitarrista Dave Mustaine e o baixista David Ellefson consideraram demitir o baterista, Gar Samuelson, por conta de seu severo abuso de drogas.

Dave Mustaine
De acordo com Mustaine, Samuelson tornou-se uma pessoa difícil de se lidar quando estava 'intoxicado'. O baterista Chuck Behler viajou com o Megadeth para as últimas datas da turnê, pois os outros membros da banda temiam que Samuelson não fosse capaz de terminar a tour.

Se não bastassem os problemas com o baterista Samuelson, o guitarrista Chris Poland, ocasionalmente, brigou com Dave Mustaine, e, posteriormente, foi acusado de furtar e vender equipamentos da banda para comprar heroína!

Como resultado, Samuelson e Poland foram “convidados a deixar” o Megadeth em 1987.

Naquele mesmo ano, Jeff Loomis, da banda Sanctuary, então com 16 anos de idade, fez um teste para o grupo. Mustaine elogiou o talento de Loomis, mas o considerou demasiado jovem para se juntar ao conjunto.

Poland foi inicialmente substituído por Jay Reynolds, do Malice, mas quando o grupo começou a trabalhar em seu próximo álbum, Reynolds foi substituído por seu próprio professor de guitarra, Jeff Young, enquanto o Megadeth completava seis semanas de gravação do seu terceiro álbum de estúdio.

Com um orçamento grande da gravadora, So Far, So Good ... So What! levou mais de cinco meses para ser gravado. O álbum foi atormentado com problemas durante sua produção, em boa parte, devido à luta de Mustaine com sua dependência em drogas.

David Ellefson
Mustaine disse mais tarde: "A produção de So Far, So Good ... So What foi horrível, principalmente devido a substâncias e às prioridades que tinha ou não naquele momento!".

Além disso, Mustaine entrou em confronto com o produtor Paul Lani, em várias ocasiões, começando com a insistência de Lani sobre que a bateria deveria ser gravada separadamente dos címbalos, em um inédito processo para bateristas de rock.

Mustaine e Lani se afastaram durante a mixagem do álbum, com o produtor sendo substituído por Michael Wagener, que acabou remixando o disco.

Vamos às faixas:

INTO THE LUNGS OF HELL

Com um riff memorável como base, "Into The Lungs Of Hell" é uma faixa instrumental que transborda o melhor do Thrash Metal por todos os poros. Solos de guitarra bem trabalhados, ritmo e intensidade absurdos e muito feeling. Genial.



SET THE WORLD AFIRE

Um riff infernal anuncia a segunda faixa do álbum, "Set The World Afire". Obviamente, o Thrash Metal é a base da canção a qual conta com um ritmo acentuado e grande intensidade. Após a grande introdução, o grupo opta por um andamento um pouco mais cadenciado, mas o peso é uma presença constante. Alternando entre andamentos mais lentos e outros mais rápidos, o ouvinte está diante de uma bela peça característica da Bay Area.

A letra menciona um desastre nuclear:

Dig deep the piles of rubble and ruins
Towering overhead both far and wide
There's unknown tools of World War III
Einstein said "We'll use rocks on the other side"
No survivors!

“Set The World Afire” foi a primeira música que Dave Mustaine escreveu após ser demitido do Metallica. Ele teria escrito sua letra durante a viagem de volta para sua casa na Califórnia. A canção estava previamente nominada 'Megadeath', mas Mustaine preferiu usar o nome para sua banda, com a exclusão do 'a' de Death.



ANARCHY IN THE U.K.

Com a urgência que o Punk Rock pede, o Megadeth fez uma competente versão para "Anarchy In The UK". Simples, rápida e com um bom solo de guitarra após o primeiro minuto.

A letra é uma apologia à anarquia:

Of many ways to get what you want
I use the best, I use the rest
I use the enemy
I use anarchy


Trata-se de um cover de uma música originalmente gravada pela lendária banda punk Sex Pistols. As letras foram, de maneira bem sutil, modificadas, mas por engano, pois, segundo Mustaine, ele as teria ouvido de modo errado.

Logo se tornou um clássico dos shows do Megadeth, embora muito rapidamente também tenha sido excluída do set list da banda, por seu conteúdo anti-cristão, após a conversão religiosa de Mustaine.

Lançada como single, atingiu a 45ª posição da parada britânica desta natureza. Conta com a participação de Steve Jones, do Sex Pistols, tocando o segundo solo de guitarra.



MARY JANE

Já em "Mary Jane", desde seu início o Megadeth bebe na fonte do Heavy Metal tradicional, com um pouco menos de velocidade, apostando em um andamento mais lento, embora o peso seja muito impactante. A partir do terceiro minuto, a trilha Thrash passa a ser dominante e, deste modo, a faixa ganha em ritmo e intensidade. Ponto alto do trabalho.

A letra fala sobre magia e sacrifício:

From the earth, up through the trees
I can hear her calling me
Her voice rides on the breeze
Oh, it's haunting me


Lançada como single, atingiu a 46ª posição da parada britânica desta natureza.




502

Em "502", o grupo aposta em uma faixa mais curta e direta, indo sem rodeios ao ponto. O riff principal da música é bom e criativo. No meio da canção há uma vinheta de acidente automobilístico que anuncia um inspirado solo de guitarra.

A letra fala sobre automóveis:

Pull over, shithead, this is the cops
Full tank, pockets lined with cash
Full throttle, gonna rip some ass
Drive all day, and through the night,
Romance the road, winding left and right
The stars above guide me, the moonlight is free
A feeling inside me, and the whole world to see





IN MY DARKEST HOUR

Com uma introdução bastante criativa e inspirada, um dos grandes clássicos do Megadeth é originado: "In My Darkest Hour". O ritmo é mais cadenciado e o peso é absurdo, muito graças a um riff magistral criado por Dave Mustaine. Aliás, o vocalista faz um ótimo papel também na interpretação da letra, passando toda a angústia que o conteúdo lírico transmite. Da metade para a frente, o Thrash Metal domina, com solos de guitarra incríveis. Faixa espetacular!

A letra é angustiante e sobre solidão:

I walk, I walk alone
Into the promised land
There's a better place for me
But it's far, far away

Com o passar do tempo, “In My Darkest Hour” se tornou um grande clássico da discografia do Megadeth.

Lançada como single, não obteve maior repercussão em termos de paradas de sucesso.

Embora sua letra não mencione o fato, a inspiração para “In My Darkest Hour”, segundo Dave Mustaine, teria sido a notícia sobre a morte do baixista do Metallica, Cliff Burton, seu ex-companheiro de banda.



LIAR

"Liar" começa com outro riff muito inspirado por parte da banda. A música é curta, com pouco mais de 3 minutos, e o Thrash Metal é a base. O ritmo é bastante veloz, com as guitarras fazendo um trabalho bem interessante.

A letra é um grande insulto:

Look deep in the mirror, look deep into its eyes
Your face is replaced, a creature you despise
I know what you're made of, it ain't much I'm afraid
I know you'll be lying until you dying day

Lançada como single, não causou maior barulho nas paradas de sucesso. A letra de “Liar” é direcionada ao guitarrista Chris Poland, demitido da banda em 1987.



HOOK IN MOUTH

A oitava - e última - música de So Far, So Good... So What! é "Hook In Mouth". Contando com um dos melhores riffs criados por Mustaine, um dos clássicos do Megadeth encerra o álbum com louvor. O andamento é veloz e o peso está na dose certa. Além disso, os vocais mais agressivos de Dave se casam perfeitamente com a proposta da canção. Sensacional!

A letra é uma mensagem de fúria:

You say you've got the answers, well who asked you anyway?
Ever think maybe it was meant to be this way?
Don't try to fool us, we know the worst is yet to come
I believe my kingdom will come




“Hook in Mouth” é outra canção que se tornou clássica na história do Megadeth.

Lançada como single, também não conseguiu ser bem-sucedida nas paradas de sucesso.

A letra de “Hook In Mouth” é uma crítica ao Parents Music Resource Center, ou PMRC, um comitê formado em 1985 com o objetivo declarado de aumentar o controle dos pais sobre o acesso das crianças à música com conteúdo considerado violento, sobre uso de drogas ou de caráter sexual, através da rotulagem de álbuns com um adesivo com a inscrição Parental Advisory.



Considerações Finais

So Far, So Good... So What! foi o lançamento de maior impacto, até então, para o Megadeth. Ao menos em termos de paradas de sucesso.

O álbum atingiu a boa 18ª colocação na principal parada britânica de discos, conquistando a 28ª posição na correspondente norte-americana.

Ao tempo de seu lançamento, a crítica especializada recebeu positivamente o disco. Holger Stratmann, da revista Rock Hard, chamou o álbum de a nova obra de arte do Megadeth. Jim Farber, da Rolling Stone, afirmou que a banda estava indo diretamente ao topo da cena Thrash americana. Também o crítico Robert Christgau revisou positivamente o trabalho.

Entretanto, revisões retrospectivas do disco tendem a serem mais críticas e pesadas, como as de Steve Huey, do AllMusic, e de Mike Stagno, do Sputinkmusic.

A turnê que se seguiu ao lançamento do álbum foi a primeira a apresentar os novos membros da banda, Chuck Behler e Jeff Young. O baixista David Ellefson disse que os membros anteriores, Gar Samuelson e Chris Poland, estavam cansados de ficarem constantemente na estrada e suas saídas foram inevitáveis.

No entanto, alguns problemas ocorreram durante a etapa australiana da turnê. A banda foi forçada a cancelar alguns desses shows por causa de problemas com drogas.

Mustaine afirmou que o grupo voltou para casa porque o novo guitarrista Young estava obcecado por heroína. Young negou, afirmando que era Mustaine quem queria voltar para Los Angeles e buscar a reabilitação.

O resultado foi que ambos, Young e Behler, foram demitidos imediatamente após a final da turnê, em agosto de 1988.

So Far, So Good... So What! ultrapassa a casa de 1 milhão de cópias vendidas.



Formação:
Dave Mustaine - Vocais, Guitarra, Guitarra Acústica
David Ellefson - Baixo, Backing Vocals
Jeff Young - Guitarra, Guitarra Acústica
Chuck Behler - Bateria, Percussão
Músicos Adicionais:
Steve Jones (do Sex Pistols) - solo de guitarra em "Anarchy in the UK".

Faixas:
01. Into the Lungs of Hell (Mustaine) - 3:29
02. Set the World Afire (Mustaine) - 5:48
03. Anarchy in the U.K. (Rotten/Jones/Matlock/Cook) - 3:00
04. Mary Jane (Mustaine/Ellefson) - 4:25
05. 502 (Mustaine) - 3:28
06. In My Darkest Hour (Mustaine/Ellefson) - 6:16
07. Liar (Mustaine/Ellefson) - 3:20
08. Hook in Mouth (Mustaine/Ellefson) – 4:40

Letras:
Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a: https://letras.mus.br/megadeth/

Opinião do Blog:
Espremido entre os clássicos 'Peace Sells' (1986) e Rust in Peace (1990), So Far, So Good... So What! tende a ser visto como uma obra menor na discografia do Megadeth. Mas o Blog pensa diferente.

É claro que o álbum em questão pode ser considerado um degrau abaixo dos supracitados discos do grupo, mas está longe de ser apenas mais um. No fim da década de 80 e início dos anos 90, o Megadeth era uma das mais criativas bandas do estilo Heavy Metal.

Muito disso graças à criatividade do seu líder e principal compositor, Dave Mustaine. O excelente guitarrista transbordava inspiração em composições que mesclavam o Heavy Metal com a vertente Thrash Metal, criando canções que iam de encontro ao gosto dos fãs do estilo.

Entre riffs criativos e solos que transbordam feeling, Mustaine é a grande estrela do álbum. Mesmo não sendo um grande vocalista, Dave é um cara inteligente e usa sua voz de maneira eficiente e que combina perfeitamente com a sonoridade do grupo. Além disto, imprime uma interpretação exata para o conteúdo lírico do trabalho.

Entre os pontos negativos para o disco estão a produção, a qual deixa um pouco a desejar e a presença de um cover. Nada contra a boa versão para "Anarchy in the UK", mas quem conhece o Blog sabe que se prefere composições originais sempre.

"Mary Jane" possui a mescla perfeita entre o Heavy Metal tradicional e o Thrash Metal, encantando o ouvinte que aprecie esta fusão realizada de maneira criativa. Já a furiosa "Liar" é uma música com a cara do Thrash Metal da Bay Area. Bem como a clássica "Hook In Mouth", uma faixa que representa muito bem o Megadeth.

Além disto está presente uma das melhores composições de toda a discografia do Megadeth, "In My Darkest Hour", uma música espetacular, amostra do poder e magnitude que o Heavy Metal pode possuir. Um espetáculo.

Enfim, o Megadeth sempre foi uma das bandas preferidas do blogueiro, especialmente no que tange aos seus primeiros álbuns. Embora So Far, Good... So What! não esteja no nível estratosférico de um Rust in Peace, simultaneamente, está muito longe de ser apenas mais um disco. É um trabalho de alta qualidade, obrigatório para fãs de Thrash Metal norte-americano e extremamente recomendado pelo Blog!

1 de fevereiro de 2016

BRUCE SPRINGSTEEN - BORN TO RUN (1975)


Born To Run é o terceiro álbum do artista norte-americano Bruce Springsteen. Seu lançamento oficial aconteceu em 25 de agosto de 1975. As gravações ocorreram entre maio de 1974 e julho de 1975, nos estúdios Record Plant e Sound Studios, ambos em New York, Estados Unidos. O selo responsável foi o Columbia e a produção ficou a cargo de Bruce Springsteen, Mike Appel, Jon Landau.


Um dos grandes nomes da história do Rock estreiam aqui no Blog: Bruce Springsteen. Como de costume, vai-se abordar os fatos que antecederam o lançamento do álbum para depois focalizar em cada faixa separadamente.

Em setembro de 1973, Bruce Springsteen lançou seu segundo álbum: The Wild, the Innocent & the E Street Shuffle. A crítica especializada adorou o trabalho, mas ele não obteve sucesso comercial.

Em seu segundo disco, as canções de Springsteen se tornaram mais grandiosas, em forma e âmbito, com a E Street Band fornecendo uma vibração menos folk e mais voltada ao R&B, e a parte lírica oferecendo uma abordagem sobre a vida de rua adolescente.

Em The Wild, the Innocent & the E Street Shuffle possui alguns clássicos da carreira de Springsteen e que se tornariam amados pelos fãs: "4th of July, Asbury Park (Sandy)", "Incident on 57th Street", além de "Rosalita (Come Out Tonight)", até hoje um ponto alto de seus shows.

Em 22 de maio de 1974, o crítico musical Jon Landau, do jornal The Real Paper, de Boston, escreveu sobre Bruce, após assistir a um show no Havard Square Theater: “Eu vi o futuro do rock and roll, e seu nome é Bruce Springsteen. Em uma noite quando eu precisava me sentir jovem, ele me fez sentir como se eu estivesse ouvindo música pela primeira vez”.

Landau, posteriormente, tornar-se-ia manager e produtor de Springsteen, ajudando-o a finalizar o seu novo álbum, o qual se tornaria Born to Run.

O terceiro disco de Bruce Springsteen contou com um enorme orçamento, em um último esforço para lançar um álbum comercialmente viável. Springsteen ficou atolado no processo de gravação, enquanto se tornou obcecado por uma produção conhecida como "Wall of Sound".

Bruce Springsteen
Em relação ao seu novo trabalho, Springsteen notou uma progressão em sua forma de composição quando comparadas com seus trabalhos anteriores. Ao contrário de Greetings from Asbury Park, NJ e The Wild, the Innocent and the E Street Shuffle, Born to Run incluiu algumas referências específicas a lugares de New Jersey, em uma tentativa de tornar as canções mais identificáveis para um público mais amplo.

Springsteen também se referiu a uma maturação em suas letras, chamando Born to Run como “o álbum em que eu deixei para trás minhas definições adolescentes do amor e da liberdade – foi uma linha divisória”.

Além disso, Springsteen passou mais tempo no estúdio, em um processo de refinamento das canções, bastante superior em realção aos dois álbuns anteriores. Ao todo, o álbum levou mais de 14 meses para a gravação, com seis meses gastos apenas com a emblemática faixa-título, "Born to Run".

Em quase todo este tempo, Springsteen batalhou com a raiva e a frustração sobre o disco, dizendo que ele ouvia "sons na cabeça" os quais não conseguia explicar para os outros no estúdio.

Durante o processo, Springsteen trouxe Jon Landau para ajudar com a produção. Este foi o início do rompimento do relacionamento de Bruce com o produtor e manager Mike Appel, culminando com Landau assumido ambos papéis após o embróglio.

Foi o primeiro álbum de Springsteen a contar com o pianista Roy Bittan e o baterista Max Weinberg (embora David Sancious e Ernest "Boom" Carter tenham tocado piano e bateria, respectivamente, na faixa-título).

O álbum é conhecido por seu uso de introduções para definir o tom de cada música (todo o registro foi composto no piano, e não na guitarra), além de contar com arranjos e produção ao almejado melhor estilo "Wall of Sound".

Na verdade, Springsteen chegou a afirmar que gostaria que Born to Run soasse como “Roy Orbison cantando Bob Dylan, produzido por Phil Spector”.

A maioria das faixas foram gravadas pela primeira vez com uma banda cuja seção rítmica compreendia Springsteen (guitarra), Weinberg (bateria), Bittan (piano), e o baixista Garry Tallent, com as contribuições dos outros membros sendo adicionadas posteriormente.

Prensagens originais têm a faixa "Meeting Across the River" nomeada como "The Heist". A capa original do álbum tem o título impresso em uma fonte estilo grafitti. Estas cópias, conhecidas como o "script cover", são muito raras e consideradas como o "santo graal" para colecionadores de Springsteen.

Clarence Clemons
A arte da capa de Born to Run é uma das imagens mais populares e emblemáticos da música. Ela foi tirada pelo fotógrafo Eric Meola, que disparou 900 quadros em uma sessão de três horas. Estas fotos foram compiladas em Born to Run: The Unseen Photos.

A foto na capa mostra Springsteen segurando uma Fender Telecaster, apoiando-se no saxofonista Clarence Clemons. Essa imagem se tornou-se extremamente famosa. O fotógrafo Meola menciona que "quando vimos as folhas de contato, esta espécie foi um estalo. No mesmo instante, nós sabíamos que ela era o tiro certo”.

Desde então, a pose de Springsteen e Clemons na capa tem sido imitada muitas vezes, como na do álbum Next Position Please, da banda Cheap Trick, por exemplo.

Vamos às faixas:

THUNDER ROAD

Uma suave e belíssima melodia embala os momentos iniciais de "Thunder Road". Trata-se de um Rock simples e direto, mas com ótimo ritmo e muito bom gosto. A excelente interpretação de Springsteen casa-se de maneira perfeita com o instrumental da banda que o acompanha. Uma música como poucas.

A letra de "Thunder Road" descreve uma jovem mulher chamada Mary, seu namorado, e a última chance para fazer o relacionamento funcionar:

On the wind, so Mary climb in
It's a town full of losers
And I'm pulling out of here to win

Indiscutivelmente, “Thunder Road” é um dos grandes clássicos da discografia de Bruce Springsteen.

Nesta canção, Springsteen menciona Roy Orbison "cantando para os solitários" no rádio. Orbison, cuja uma de suas canções mais conhecidas é "Only the Lonely", foi uma enorme influência sobre Springsteen.

O título da canção vem do filme de Robert Mitchum, Thunder Road. Springsteen declarou que ele estava de alguma forma inspirado pelo filme, apesar de não tê-lo visto. Como afirma: "Eu nunca vi o filme, eu só vi o cartaz no saguão do cinema."

Entre diversos prêmios destacam-se a 86ª posição da lista 500 Greatest Songs of All Time, de 2004, da conceituada revista Rolling Stone. Na mesma linha, foi nomeada a 226ª colocada na lista 1001 Greatest Songs Ever, da revista Q Magazine, em 2003.



TENTH AVENUE FREEZE-OUT

Já em "Tenth Avenue Freeze-Out" vemos o Rock de Springsteen com influências riquíssimas do Blues e do Jazz norte-americanos, com os arranjos inovadores e altamente criativos. O saxofone de Clarence Clemons brilha intensamente e enriquece absurdamente a composição. O nível continua estratosférico.

A canção conta a história da formação da E Street Band:

When the changes was made uptown
And the Big Man joined the band
From the coastline to the city
All the little pretties raise their hands
I'm gonna sit back right easy and laugh


Lançada como single, atingiu a modesta 83ª posição da principal parada de sucessos dos Estados Unidos.

O protagonista da letra, Bad Scooter, é um pseudônimo, para Bruce Spirngsteen, como as iniciais sugerem. Já o termo Big Man se refere ao saxofonista Clarence Clemons.

“Tenth Avenue Freeze-Out” estava quase sempre nos set lists dos shows de Springsteen. Também é uma faixa clássica das rádios AOR americanas.




NIGHT

"Night" mantém o alto nível do trabalho, mas com uma proposta mais roqueira. Trata-se de uma composição mais agitada, com ótima presença do órgão e do baixo, tocados, respectivamente, por Roy Bittan e Garry W Tallent. Mais para o final, Clemons dá uma amostra de todo o seu talento. Grande canção!

A letra é boa, mostrando um trabalhador que sai à noite em busca de diversão:

You get up every morning at the sound of the bell
You get to work late and the boss man's giving you hell
Till you're out on a midnight run
Losing your heart to a beautiful one
And it feels right as you lock up the house



BACKSTREETS

Com um início sensível e tocante, "Backstreets" se inicia com uma pegada suave, dominada pelo piano. Mas logo a veia roqueira de Springsteen aparece, com momentos mais agitados, especialmente no excelente refrão, o qual conta com uma interpretação magistral de Bruce. Enfim, trata-se de outra composição de nível muito elevado.

A letra fala sobre um relacionamento:

Huddled in our cars
Waiting for the bells that ring
In the deep heart of the night
We let lose of everything
To go running on the backstreets
Running on the backstreets
Terry you swore we'd live forever
Taking it on them backstreets together

"Backstreets" também tem sido interpretada como uma narrativa sobre um relacionamento homossexual, uma vez que o nome Terry é sexualmente ambíguo. Também é sugerido que a letra representa uma amizade platônica, mas intensa, entre dois homens e que se desvaneceu.

Entretanto, várias das inúmeras versões piratas de "Backstreets" durante a turnê de 1978 para o álbum Darkness on the Edge of Town, Terry é repetidamente referida como "ela" e "menina", confirmando que se trata realmente de uma mulher.

Outra interpretação é que a música é sobre o relacionamento de Springsteen com sua namorada Diane Lozito, no início dos anos 70.



BORN TO RUN

Os acordes iniciais de "Born To Run" são inconfundíveis para quem já a conhece. O riff principal da canção é excelente, mas é difícil se destacar alguma individualidade quando o que acontece é uma fusão única de talentos executando perfeitamente a música. Clemons está incrível e a interpretação de Springsteen é perfeita. Enfim, um dos grandes clássicos do Rock em todos os tempos.

A letra é uma incontestável declaração de amor:

Wendy, let me in, I wanna be your friend
I wanna guard your dreams and visions
Just wrap your legs 'round these velvet rims
And strap your hands 'cross my engines
Together we could break this trap
We'll run till we drop, baby we'll never go back


“Born To Run” é um dos maiores clássicos da história de Bruce Springsteen.

Lançada como single, atingiu a 23ª posição na principal parada norte-americana desta natureza. Ficou com a 93ª colocação da correspondente britânica. Além disso, esteve nos 38º, 53º e 17º lugares das paradas de Austrália, Canadá e Suécia, respectivamente.

Escrita na primeira pessoa, a música é uma carta de amor para uma garota chamada Wendy, por quem o protagonista parece possuir uma paixão incontrolável.

No entanto, Springsteen demonstra que ele tem uma saída muito mais simples: fugir através da estrada Freehold. US Route 9, a qual é mencionada na letra como Highway 9.

A faixa foi gravada no 914 Sound Studios, em Blauvelt, Nova York, entre pausas durante a turnê de 1974, com a gravação final realizada em 6 de agosto daquele ano, bem antes do resto do álbum, e contando com Ernest "Boom", Carter na bateria e David Sancious nos teclados; os quais seriam substituídos por Max Weinberg e Roy Bittan, respectivamente, para o restante do álbum e na formação da E Street Band.

Além disso, a canção também foi gravada apenas com Springsteen e Mike Appel como produtores; Jon Landau seria trazido como um produtor adicional apenas no ano seguinte, quando os trabalhos do álbum estavam sobrecarregados.

É presença praticamente constante nos shows e turnês de Bruce Springsteen desde que foi lançada, estando presente em vários lançamentos com apresentações ao vivo do artista. Além disso, também é encontrada em várias coletâneas.

Frank Turner, Big Daddy e Wolfsbane se encontram entre as bandas que fizeram cover para o clássico de Springsteen.

Também algumas músicas de outros artistas fazem referências a “Born To Run”, como, por exemplo, em “Redemption”, de Frank Turner e “Street Hassle”, de Lou Reed.

Aparece, também, em incontáveis episódios de séries de TV nos Estados Unidos. Está no game Guitar Hero World Tour. O livro Born To Run, de Christopher McDougall, contém as letras da canção de mesmo nome em um de seus capítulos. A rádio WNCX, de Cleveland, toca a música todas as sextas-feiras, às 17 horas locais.

Entre premiações citam-se como exemplos: 21ª posição na lista 500 Greatest Songs of All Time, da revista Rolling Stone, de 2004. A revista Q Magazine coloca a canção na 920ª colocação da lista 1001 Greatest Songs Ever, de 2003.

Também faz parte da lista The Rock and Roll Hall of Fame's 500 Songs that Shaped Rock and Roll, do Hall da Fama do Rock.



SHE'S THE ONE

Já em "She's The One", Springsteen aposta em uma longa introdução bastante cadenciada, mas com uma razoável dose de peso. Há uma sensível influência Bluesy na composição a qual segue em uma pegada mais arrastada e que funciona de maneira eficiente. Destaque total para Clarence Clemons no saxofone.

A letra menciona uma mulher que mente, mas em quem o protagonista apaixonado quer acreditar:

That Thunder in your heart
At night when you're kneeling in the dark
It says you're never gonna leave her
But there's this angel in her eyes
That tells such desperate lies
And all you want to do is believe her
And tonight you'll try just one more time
To leave it all behind and to break on through
Oh she can take you, but if she wants to break you

"She's the One" foi uma das canções que Springsteen escreveu antes de começar a gravar Born to Run, juntamente com "Born to Run", "Thunder Road" e "Jungleland", embora originalmente ele não tivesse certeza se a incluiria no álbum.

Várias versões da canção foram registradas para o álbum, entre abril e junho de 1975, e esta última versão, gravada no 914 Sound Studios, em Blauvelt, Nova York, é a presente no disco.




MEETING ACROSS THE RIVER

Esta é uma música que apresenta uma vertente mais intimista de Bruce Springsteen, sendo conduzida quase que exclusivamente ao piano acompanhado, ao fundo, pelo saxofone. Há uma clara influência de Jazz e isto engrandece a composição. Uma canção diferente dentro do álbum, mas não menos brilhante.

A letra menciona alguém que procura melhorar sua sorte:

Hey Eddie, this guy, he's the real thing
So if you want to come along
You gotta promise you won't say anything
'Cause this guy don't dance

A letra descreve um criminoso de baixo nível, de pouca sorte, mas com uma última chance de sucesso para ele e seu amigo, Eddie, e que se envolvem em uma reunião de um homem do outro lado do rio. Springsteen retrata seus personagens com simpatia. O narrador parece desesperado; ele precisa gastar algum dinheiro em um passeio com Eddie, e sua namorada está ameaçando o deixar porque ele penhorou seu rádio.

As primeiras prensagens originais de Born to Run traziam a canção nomeada como “The Heist”.



JUNGLELAND

A oitava - e última - faixa de Born To Run é "Jungleland". A derradeira música do trabalho é também a mais longa, superando a casa dos 9 minutos. Revela-se, simultaneamente, como uma escolha perfeita para fechar o disco com chave-de-ouro, pois no seu transcorrer, reúne aquilo que de melhor o álbum havia apresentado, alternando momentos mais intimistas com outros mais agitados, todos com uma atuação perfeita dos vocais de Springsteen. Música sensacional!

A letra envolve sentimentos como esperança e desespero:

In the parking lot the visionaries
Dress in the latest rage
Inside the backstreet girls are dancing
To the records that theD.J. plays
Lonely-hearted lovers struggle in dark corners
Desperate as the night moves on,
Just a look and a whisper, and they're gone

A canção em suas letras reflete o padrão de toda o álbum, começando com um sentimento de esperança desesperada que desliza para desespero e derrota.

Nos shows, "Jungleland" é tocada geralmente em seus finais.

John Malkovich usou a canção, em uma trilha sonora teatral toda baseada na obra de Springsteen, na peça Balm in Gilead, nos anos 80.

O romance pós-apocalíptico de horror/fantasia The Stand, de Stephen King, é aberto com três epígrafes, uma das quais é uma seção da letra da canção.



Considerações Finais

Born to Run entrou para a história como álbum de Rock e definitivamente mudou a carreira – e a vida – de Bruce Springsteen.

O álbum atingiu a excelente 3ª posição da principal parada norte-americana, conquistando a 17ª colocação na correspondente britânica. Também ficou com os 7ºs lugares nas paradas de Austrália, Nova Zelândia e Suécia.

O lançamento do álbum foi acompanhado por uma campanha promocional de 250 mil dólares por parte da gravadora, Columbia Records, dirigida tanto a consumidores como para a indústria da música, fazendo bom uso da frase de Landau "Vi o futuro do rock 'n' roll e seu nome é Bruce Springsteen".

Com muita publicidade, Born to Run saltou para dentro do top 10 das paradas em sua segunda semana de lançamento e logo superou a casa de 500 mil cópias vendidas.

As consagradas revistas norte-americanas Time e Newsweek colocaram Springsteen em suas capas na mesma semana (27 de outubro de 1975). Na Time, Jay Cocks elogiou Springsteen, enquanto o artigo da Newsweek deu um olhar cínico na campanha publicitária "próximo Dylan" que assombrava Springsteen até sua consagração.

A questão do 'hype' tomou alguma proporção em torno de si, já que os críticos começaram a se perguntar se Springsteen era real ou apenas um produto da promoção da gravadora.

Chateado com o departamento de marketing da Columbia, Springsteen disse que a decisão de rotulá-lo como “o futuro do rock foi um erro muito grande e eu gostaria de estrangular o cara que pensou isso”.

Quando Springsteen chegou para seu primeiro show no Reino Unido, no Hammersmith Odeon, ele, pessoalmente, derrubou o poster com os dizeres "Finalmente o mundo está pronto para Bruce Springsteen" no saguão e ordenou que os botões com a mensagem "Eu vi o futuro do rock 'n' roll no Hammersmith Odeon" não fossem divulgados.

Agora, temendo o hype pudesse ser negativo, a Columbia suspendeu todas as entrevistas de Springsteen à imprensa. Finalmente, quando o furor passou, as vendas gradualmente foram se reduzindo e o álbum deixou as paradas após 29 semanas.

Entretanto, o disco havia estabelecido uma sólida base de fãs para Springsteen, a qual seria reforçada com cada um de seus lançamentos subsequentes.

Born to Run recebeu críticas altamente positivas da mídia especializada em música. Em uma revisão entusiasmada para a revista Rolling Stone, Greil Marcus escreveu que Springsteen desenvolvia temas românticos americanos com seu som majestoso, estilo ideal de rock and roll, letras evocativas, e uma entrega apaixonada que define o que é um álbum magnífico: “É o drama que conta; as histórias que Springsteen está contando não são nada de novo, embora ninguém nunca as tivesse contado melhor ou tê-las feito mais importantes”.

John Rockwell, do The New York Times, disse que o álbum era "solidamente rock 'n' roll", sendo mais diversificado que os discos anteriores de Springsteen, enquanto suas letras detalhadas mantivessem uma qualidade universal que transcende as fontes e os mitos sobre as quais ele trabalho.

Nas premiações, a revista Rolling Stone colocou Born To Run como o 18º colocado na lista the 500 greatest albums of all time e o canal VH1, em 2001, colocou o trabalho como a 27ª posição da lista greatest album of all time.

Também está presente, na qualidade de gravação histórica, no Registro Nacional de Gravações do Congresso Nacional norte-americano.

Após o lançamento do álbum, uma batalha legal com seu ex-manager, Mike Appel, manteve Springsteen fora do estúdio por quase um ano, período em que ele e a E Street Band permaneceram unidos através de uma extensa turnê em todos os EUA.

Born To Run ultrapassa a casa de 6 milhões de cópias vendidas apenas nos Estados Unidos.



Formação:
Bruce Springsteen - Vocal, Guitarra, Gaita, Percussão
Roy Bittan - Piano, Órgão, Cravo, Backing Vocals exceto em "Born to Run"
Clarence Clemons - Saxofones, Pandeiro, Backing Vocals
Danny Federici - Órgão em "Born to Run"
Garry W. Tallent - Baixo
Max Weinberg - Bateria exceto em "Born to Run"
Ernest "Boom", Carter - Bateria em "Born to Run"
Suki Lahav - Violino em "Jungleland"
David Sancious - Piano, Órgão em "Born to Run"
Steven Van Zandt - Backing Vocals em "Thunder Road", Horn
Músicos Adicionais:
Wayne Andre - Trombone
Mike Appel - Backing Vocals
Michael Brecker - Saxofone Tenor
Randy Brecker - Trompete
Richard Davis - Contrabaixo em "Meeting Across The River"
David Sanborn - Saxofone Barítono

Faixas:
01. Thunder Road (Springsteen) - 4:49
02. Tenth Avenue Freeze-Out (Springsteen) - 3:11
03. Night (Springsteen) - 3:00
04. Backstreets (Springsteen) - 6:30
05. Born to Run (Springsteen) - 4:31
06. She's the One (Springsteen) - 4:30
07. Meeting Across the River (Springsteen) - 3:18
08. Jungleland (Springsteen) - 9:34

Letras:
Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a: http://letras.mus.br/bruce-springsteen/

Opinião do Blog:
É dispensável maiores apresentações a Bruce Springsteen, um dos grandes nomes da história do Rock em todos os tempos. Especialmente em sua terra natal, os Estados Unidos, Springsteen goza de um prestígio e um reconhecimento proporcional ao tamanho - e qualidade - de sua obra.

Após 2 bons trabalhos lançados em 1973, Springsteen surgiu com uma obra única não apenas em sua discografia, mas na história da música. Há poucos álbuns como Born To Run por aí.

É bastante palpável todo o cuidado e empenho com que Bruce Springsteen gravou o álbum. Impressiona como cada segundo de sua duração foi pensado para se encaixar cada nota, cada instrumento, de maneira única e a soar contribuindo para o engrandecimento de cada composição.

Tudo isto é ainda mais ressaltado com o trabalho incrível de Bruce nos vocais, dando a interpretação exata que a letra da música necessita. Também, para fãs de saxofone, a atuação brilhante de Clarence Clemons é notável.

Outra característica marcante de Born To Run são os arranjos das canções, trabalhados de maneira excepcional de forma a tornar tudo mais grandioso, mas sem soar desnecessário. Brilhante.

Também nas letras o trabalho se apresenta bem. Vale à pena uma conferida.

Em um álbum tão excepcional como Born To Run, fica difícil até se ressaltar alguma faixa sem se cometer injustiça com as outras. O nível das composições é excepcional.

Mas a incrível e energética "Thunder Road" merece destaque, por toda a sua melodia e intensidade. Também a roqueira "Night", com um certo ar dos anos 50, destaca-se bastante. E temos "Born To Run", uma faixa-título emblemática e que levou Springsteen a patamares inimagináveis.

Mas "Jungleland" e seus 9 minutos de pura intensidade e brilhantismo consegue ser a preferida do blogueiro. Uma canção sensacional.

Enfim, o leitor do Blog está diante de uma das principais obras da história do Rock, com uma produção cuidadosa e composições excepcionais, reunidas para formarem um álbum muito acima da média. Bruce Springsteen mostrou-se extremamente inspirado ao compor 8 faixas incríveis como as que constroem Born To Run. E, ainda, acompanhado por uma banda magnífica, gravou um dos grandes clássicos de todos os tempos. Outro dos álbuns preferidos do Blog. Mais que obrigatório!