13 de dezembro de 2014

LED ZEPPELIN - LED ZEPPELIN IV (1971)


Led Zeppelin IV é o quarto álbum de estúdio da banda inglesa chamada Led Zeppelin. Seu lançamento oficial ocorreu em 8 de novembro de 1971, através do selo Atlantic. As gravações aconteceram entre dezembro de 1970 e março do ano subsequente, com a produção sob responsabilidade do guitarrista da banda, Jimmy Page.

Dispensável qualquer apresentação sobre o Led Zeppelin. O Blog irá contextualizar o momento do lançamento de seu quarto álbum, na verdade sem nome, mas que será tratado pelo Blog como IV.


Em 1970, Page e Plant se “refugiaram” para Bron-Yr-Aur, uma locação remota no País de Gales, para começarem a trabalhar em seu terceiro álbum, Led Zeppelin III. O resultado foi um estilo mais acústico que foi fortemente influenciado pelo folk e música celta, e mostrou a versatilidade da banda.

O disco foi lançado em outubro de 1970, com um som acústico bem proeminente, e o trabalho recebeu reações mistas, com os críticos e fãs sendo surpreendidos pela sonoridade menos pesada em comparação aos dois primeiros álbuns, alimentando ainda mais a hostilidade da banda com a imprensa musical. O disco continha clássicos do grupo como “Immigrant Song” e “Since I've Been Loving You”, por exemplo.

Led Zeppelin III alcançou o número um nas paradas do Reino Unido e Estados Unidos, mas a sua permanência seria a menor dentre seus primeiros cinco álbuns.

A faixa de abertura do disco, "Immigrant Song", foi lançada como single nos Estados Unidos em novembro de 1970, contra a vontade da banda, alcançando o top vinte da parada norte-americana desta natureza.

Depois, a banda se preparou para as gravações de seu novo álbum, que se tornaria IV.

Robert Plant
O álbum foi inicialmente registrado no recém-inaugurado Basing Street Studios, baseado no Island Records, em Londres, ao mesmo tempo em que o Jethro Tull registrava seu Aqualung, em dezembro de 1970.

Após a sugestão de Fleetwood Mac, a banda, em seguida, mudou-se para a Headley Grange, uma remota casa vitoriana em East Hampshire, Inglaterra, para realizar gravações adicionais. Nela, o grupo usou o Rolling Stones Mobile Studio.

Uma vez que as faixas básicas haviam sido gravadas, a banda mais tarde acrescentou overdubs no Island Studios. Em seguida, completaram a mixagem no Sunset Sound, em Los Angeles, mas o resultado final não foi satisfatório, criando um atraso indesejado no lançamento do disco.

Por fim, a mixagem teve que ser realizada em Londres, empurrando a data de lançamento final para frente por mais alguns meses.

Depois das críticas ruidosas que o álbum antecessor, Led Zeppelin III, recebeu ao final de 1970, Page decidiu que o próximo álbum do Led Zeppelin não teria um título, mas, ao invés disto, quatro símbolos desenhados à mão no encarte e símbolo da gravadora.

Cada símbolo escolhido pelo respectivo membro da banda o representaria. Assim, não haveria qualquer nome que identificaria o Led Zeppelin na capa do álbum e este nem mesmo seria batizado.

Page também declarou que a decisão de lançar um álbum sem qualquer informação escrita na capa do mesmo foi contrária a um forte conselho, dado a ele por um assessor de imprensa, de que este movimento seria semelhante a um “suicídio profissional”.

Segundo Jimmy Page: “Não foi fácil. A gravadora insistia para que o nome constasse (na capa). Havia olhos olhando para o céu, se quiser. Foi sugerido que seria um suicídio profissional lançar um álbum sem título. A realidade era que nós tínhamos sofrido com os comentários austeros sobre nossos álbuns ao longo do caminho. Na época em que o álbum saiu era difícil, às vezes, para os críticos, entrarem em acordo com o que estava por lá, sem um ponto imediato de referência para um álbum anterior. Mas a ética da banda foi muito assumida, onde estávamos, coletivamente, naquele ponto no tempo. Um álbum sem título me pareceu a melhor resposta a todos os críticos -. Porque sabíamos que o caminho que a música estava sendo recebida, tanto pelas vendas quanto pela recepção em shows”.

Lançar o álbum sem um título oficial tornou difícil até mesmo identificá-lo de maneira consistente. Embora mais comumente ele seja chamado de Led Zeppelin IV, Atlantic Records usa os nomes de Four Symbols e Fourth Album.

Jimmy Page
Também o disco tem sido referido como ZoSo (em referência ao símbolo escolhido por Page), Untitled e Runes.

Page frequentemente se refere ao álbum, em entrevistas, como “o quarto álbum” e “Led Zeppelin IV”, enquanto Robert Plant usa “o quarto álbum”.

Não somente o álbum não possui nenhum título, mas não há nenhuma impressão em qualquer lugar de frente ou de trás das capas, ou até mesmo um número de catálogo na coluna que o identificasse (pelo menos, na versão original - LP de vinil).

A ideia para cada membro da banda escolher um emblema pessoal a ser inserido na capa do disco foi de Jimmy Page. Em uma entrevista de 1977, ele lembrou:

“Depois de toda essa porcaria que acontecera com os críticos, eu divulguei para todos nós que seria uma boa ideia lançar algo totalmente anônimo. No começo eu queria apenas um símbolo nele, mas, em seguida, foi decidido que, uma vez que era o quarto álbum e havia quatro de nós, cada um poderia escolher o seu próprio símbolo. Eu projetei o meu e todos os outros possuíam suas próprias razões para usar os símbolos que eles usaram.”

Page declarou que ele projetou seu próprio símbolo e nunca revelou publicamente qualquer raciocínio por trás dele. Há argumentações de que o seu emblema já aparecera em 1557 para representar Saturno. O símbolo é por vezes referido como “ZoSo”, embora Page tenha explicado que não era sua intenção, de fato, assemelhar-se a uma palavra.

O símbolo do baixista John Paul Jones foi escolhido do Livro Book Of Signs, de Rudolf Koch, sendo um único círculo com a interseção de três vesica piscis. Destina-se a simbolizar uma pessoa que possui tanto a confiança quanto a competência.

O símbolo do baterista John Bonham, os três anéis em interseção (anéis de Borromeu), foi escolhido pelo baterista do mesmo livro visto pelo baixista Jones. Ele representa a tríade de mãe, pai e filho, mas, invertido, também representa o logotipo da cerveja Ballantine.

O símbolo do vocalista Robert Plant, uma pena dentro de um círculo, era um próprio projeto, baseando-se no sinal da suposta civilização Mu.

Há também um quinto símbolo, menor escolhido pela vocalista convidada Sandy Denny representando sua contribuição para a faixa “The Battle of Evermore”; sendo que o mesmo aparece na lista de créditos, no encarte do LP, servindo como um asterisco e tem o formato de três triângulos que tocam em seus pontos.


Durante a turnê do Led Zeppelin, no Reino Unido, durante o inverno de 1971, ocorrida logo após o lançamento do álbum, a banda projetava os quatro símbolos em seus equipamentos de palco.

O símbolo de Page era colocado em um de seus amplificadores Marshall, os três círculos interligados de Bonham adornavam a pele exterior do seu bumbo, Jones tinha o seu símbolo em material que foi envolto em seu teclado Fender Rhodes, e, finalmente, o símbolo da pena de Plant foi pintado em um alto-falante lateral de seu gabinete PA.

Apenas os símbolos de Bonham e de Page permaneceram para as turnês subsequentes do Led Zeppelin.

Agora o Blog vai se ater à imagem da capa do álbum.

A pintura a óleo, rústica, do século 19, na parte frontal do disco, foi comprada de uma loja de antiguidades, em Reading, Berkshire, por Robert Plant. A pintura foi então justaposta e aposta internamente, em uma parede forrada de uma casa suburbana parcialmente demolida para, então, uma fotografia ser tirada.

Page explicou que a capa do quarto álbum foi concebida para trazer à tona uma dicotomia cidade /campo que tinha inicialmente surgido no Led Zeppelin III:

“Ela representou a mudança no equilíbrio que estava acontecendo. Lá estava o velho conterrâneo e os blocos de apartamentos sendo derrubados. Foi apenas uma maneira de dizer que devemos cuidar da terra, não estuprá-la e pilhá-la.”

No entanto, a respeito do significado da capa do álbum, Page também afirmou:

“A capa era para ser algo para as outras pessoas saborearem um pouco ao invés de mim, na verdade, soletrar tudo para fora, o que tornaria a coisa toda bastante decepcionante no nível de sua própria aventura pessoal na música.”

A capa do álbum foi uma das dez escolhidas pelo Royal Mail para um conjunto de “Capa de Álbum Clássico”; selos postais emitidos em janeiro de 2010.

A ilustração no interior, intitulada "O Eremita" e creditada para Barrington Colby MOM, foi influenciada pelo desenho do cartão com o mesmo nome no baralho de tarô Rider-Waite.

Esta personagem, mais tarde, foi retratada pelo próprio Page no filme-concerto do Led Zeppelin, The Song Remains the Same (1976). A pintura interna também é referido como View in Half or Varying Light e foi vendida em leilão com esse nome em 1981.

Existem versões variadas para o trabalho artístico dentro do álbum. Algumas versões retratam um suplicante de longos cabelos e barba comprida na base de uma montanha, enquanto outros não mostram a estrela de seis pontas dentro da lanterna do eremita.

John Bonham
Se a imagem do interior do álbum for colocada na posição vertical frente a um espelho, o rosto de um homem pode ser visto escondido nas rochas abaixo do eremita. Existe a especulação de que o rosto é, na verdade, de um cão preto.

O tipo de fonte para a letra de “Stairway to Heaven”, impressa na capa do interior do álbum, foi uma contribuição de Page.

Ele encontrou-a em uma revista de artes e ofícios antigos chamada The Studio, que datava do final do século 19. Ele pensou que o estilo era interessante e organizado para alguém criar um alfabeto inteiro.

Vamos às faixas:

BLACK DOG

Um riff sensacional, contando com uma pegada com os dois pés fincados no Blues é a fantástica abertura do álbum IV. Plant tem uma atuação soberba, casando seus vocais harmoniosamente com a sonoridade estabelecida pelo instrumental da banda. Um dos grandes clássicos do Led Zeppelin perfazendo um início incrível para o trabalho.

A letra se refere a um romance na maturidade:

All I ask for when I pray
Steady rolling woman won't come my way
Need a woman gonna hold my hand
Tell me no lies, make me a happy man

A inspiração para a composição de “Black Dog” foi um cão de idade avançada, o qual ficava rondando a Headley Grange, uma das locações onde o álbum foi gravado.

Lançada como single nos Estados Unidos, acabou alcançando a 15ª posição da principal parada norte-americana desta natureza.


O riff principal é uma criação de John Paul Jones e a canção acabou se tornando um clássico da banda, presença obrigatória nos shows do conjunto.

Inúmeras são as versões cover para a música, citando como exemplos o Masterplan, Tracy G e Keith Emerson.

Entre as principais premiações recebidas pela canção, destacam-se a 1ª posição da lista The 20 Greatest Guitar Tracks, da Q Magazine e a 300ª colocação na lista The 500 Greatest Songs of All Time, da Revista Rolling Stone, de 2010.



ROCK AND ROLL

A segunda faixa de IV é outro grande clássico do Led Zeppelin, "Rock And Roll". A ousadia da banda em batizar uma de suas canções com o mesmo nome do estilo é plenamente justificada por uma composição memorável, a qual mistura ritmo envolvente, malícia, peso e um riff magistral de guitarra. Uma das mais incríveis músicas do Rock.

A letra é simples em tom de nostalgia e celebração:

Seems so long since we walked in the moonlight
Making vows that just can't work right
Open your arms, open your arms
Open your arms, baby, let my love come running in
It's been a long time, been a long time

A composição de “Rock And Roll” se deu de maneira orgânica e quase espontânea. A banda havia acabado de terminar uma tomada para “Four Sticks” e o baterista John Bonham tocou a introdução de “Keep A Knockin”, de Little Richard (presente em IV, mas não creditada), no que foi seguido pelos demais companheiros de banda, em uma espécie de Jam Session. Cerca de 15 minutos depois, estava pronta a base para a música.

A letra é baseada em alguns hits dos anos 50 e 60 do Rock e foi escrita por Robert Plant.

Trata-se de outro clássico do Led Zeppelin, presença garantida em seus shows a partir de 1971.

Lançada como single, atingiu a 47ª posição na parada norte-americana desta natureza.


Entre as inúmeras versões cover, dá-se destaque para as do Foo Fighters (com Page e Plant), Kid Rock e Van Halen.

Em relação aos prêmios, “Rock And Roll” está na 66ª posição da lista The 100 Greatest Rock Songs of All Time, do canal de TV VH1 (do ano 2000); e na 201ª colocação da lista The 1001 Best Songs Ever, da Q Magazine de 2003.



THE BATTLE OF EVERMORE

A terceira música do disco traz um pouco do que a banda tentou em seu trabalho anterior, com a pegada mais folk e a sonoridade mais acústica. O dueto composto por Robert Plant e Sandy Denny funciona de maneira graciosa. Quebra-se um pouco o ritmo estabelecido pelas duas faixas anteriores, mas trata-se de uma composição de beleza ímpar.

A letra tem inspiração no livro O Senhor dos Anéis, de J.R.R. Tolkien:

Oh, dance in the dark of night
Sing to the morning light
The magic runes are written in gold
To bring the balance back, bring it back

“The Battle Of Evermore” tem a participação especial de Sandy Denny (da banda Fairport Convention) nos vocais, fazendo um dueto com Robert Plant.

Page compôs a canção no mandolim que era de propriedade de Robert Plant. A música esteve poucas vezes presente nos shows da banda, mais fortemente na turnê de 1977.

Bandas como Heart e Stonecircle fizeram versões para a música. Está na lista 1010 Songs You Must Own!, da Q Magazine, de 2004.



STAIRWAY TO HEAVEN

Uma melodia suave e tocante domina a abertura da quarta faixa de IV até se encontrar com uma interpretação vocal impressionante de Robert Plant. O ritmo continua leve e lento até a entrada de John Bonham, que ocorre após os 4 minutos de canção. A partir de então a música entra em um movimento ascendente até chegar no esplendoroso solo de guitarra de Jimmy Page que esbanja feeling, em um momento indescritível do álbum. Não há muito como se descrever a beleza de "Stairway to Heaven", uma das mais brilhantes composições de toda a história da música.

A letra é ótima e pode ser inferida como uma metáfora do sucesso:

And as we wind on down the road
Our shadows taller than our souls
There walks a lady we all know
Who shines white light and wants to show
How everything still turns to gold
And if you listen very hard

“Stairway To Heaven” é uma das mais famosas canções de todos os tempos e, possivelmente, a mais famosa de toda a carreira do Led Zeppelin.

Entre várias entrevistas que Jimmy Page deu sobre a composição do clássico, o guitarrista afirma que as primeiras ideias para a música surgiram quando ele e Plant estavam em Bron-Yr-Aur, em Gales, durante uma noite. Page também disse que “Stairway To Heaven” é o resultado final de uma construção que foi feita por partes, ao longo do tempo.

Há uma certa controvérsia acerca de “Stairway To Heaven”, sobre a qual a introdução da música seria semelhante à faixa “Taurus”, da banda Spirit, que foi lançada em 1968. Somente em maio de 2014 que Mark Andes, baixista do Spirit, acionou a justiça em um processo contra o Led Zeppelin acerca desta controvérsia e ainda não há decisão legal sobre o mérito da questão. Fato é que o Led Zeppelin excursionou com o Spirit em sua primeira turnê nos Estados Unidos.

Evidentemente, a faixa se tornou presença obrigatória em praticamente todos os shows do grupo. Muitas vezes o Led Zeppelin estendia a música para mais de 10 minutos, com Page esticando seu solo e Plant adicionando mais vocais ao que é a versão de estúdio.

Como várias vezes ocorreu no Rock, também com “Stairway To Heaven” há uma lenda dos tempos dos discos vinis que dizia que, se a música fosse tocada “ao contrário”, conteria mensagens de cunho satanista. Plant refuta todas estas inferências afirmando categoricamente que nunca existiu isto e que não é esta a forma que ele concebeu de fazer música.

Outro fato curioso sobre a canção é o fato dela ter se tornado um hino do Rock sem nunca ter sido lançada como single.

Entre diversas premiações, a revista Guitar World a colocou na 1ª posição de sua lista 100 Greatest Guitar Solos, mesma posição que outra revista, Classic Rock, a pôs na lista Ten of the Best Songs Ever! A Q magazine, em 2006, deixou “Stairway To Heaven” na 8ª colocação de sua lista 100 Greatest Songs of All Time e o canal VH1, em 2000, classificou-a com o 3º lugar de sua lista The 100 Greatest Rock Songs of All Time.

Entre as inúmeras versões cover, citam-se as feitas por Frank Zappa, Heart e Orquestra Sinfônica de Londres.



MISTY MOUNTAIN HOP

Um criativo e pesado riff volta a elevar o ritmo do álbum. "Misty Mountain Hop" retorna a pegada Hard Rock do Led Zeppelin, mas claro, com a inconfundível identidade da banda. Plant faz vocais excelentes enquanto a guitarra de Page brilha de maneira intensa. Outro ótimo momento do disco.

A letra representa o espírito de rebeldia juvenil:

There you sit, sitting spare like a book on a shelf rusting
Not trying to fight it
You really don't care if they're coming, woh-oh-oh
I know that it's all a state of mind

O nome da canção, “Misty Mountain Hop” é uma referência ao livro de J.R.R. Tolkien, O Hobbit. Esteve no set list do grupo na turnê que se seguiu ao lançamento do álbum para depois aparecer mais esporadicamente nos shows.

Glenn Hughes e Dream Theater estão entre os nomes que fizeram versões para a faixa.



FOUR STICKS

Repleta de ritmo e swing, com ótimos vocais maliciosos de Robert Plant, é assim que se inicia a canção "Four Sticks". O peso está presente em boa parte pela atuação marcante de John Bonham, um dos destaques da faixa. Trata-se de uma composição bastante interessante e que mantém o nível estratosférico estabelecido no álbum.

A letra é sobre uma garota:

Oh, yeah, brave I endure
Woo, yeah, strong shields and lore
Tthey can't hold the wrath of those who walk
In the boots of those who march
Baby, through the roads of time so long ago

O título da música, “Four Sticks”, é uma referência ao fato do baterista John Bonham ter usado dois pares de baquetas para a gravação da canção, a qual foi uma das mais difíceis de serem gravadas para o disco.

É uma faixa que foi pouquíssimas vezes tocada nos shows do conjunto.

Os covers de Rollins Band e do Soufly estão entre os mais destacados.



GOING TO CALIFORNIA

Uma simples, mas cativante melodia acústica domina toda a sétima canção de IV, sendo esta "Going To California". O destaque principal da faixa vai para os vocais de Robert Plant, perfeitamente encaixados com a sonoridade da canção. Bela, mas um degrau abaixo do restante do trabalho.

A letra remete à procura de um amor, tendo como palco a Califórnia:

To find a queen without a king
They say she plays guitar and cries and sings la la la la
Ride a white mare in the footsteps of dawn
Trying to find a woman who's never, never, never been born
Standing on a hill in my mountain of dreams
Telling myself it's not as hard, hard, hard as it seems

Como o próprio nome diz, a letra se refere ao estado norte-americano da Califórnia, apontando, inclusive, a infeliz característica natural dos terremotos.

Entre as versões cover, citam-se as de Zakk Wylde, Paul Gilbert e Great White.



WHEN THE LEVEE BREAKS

A oitava - e última - faixa de Led Zeppelin IV é "When The Levee Breaks". A gaita, tocada por Robert Plant, é um claro ponto alto da canção. Assim como o riff incrível de Jimmy Page e a bateria magistral de John Bonham. Um Blues Rock de primeiríssima, com uma pegada Hard Rock inquestionável, fechando o álbum com chave-de-ouro.

A letra é em tom de lamento:

If it keeps on raining, levee's going to break
If it keeps on raining, levee's going to break
When the levee breaks I'll have no place to stay
Mean old levee taught me to weep and moan
Mean old levee taught me to weep and moan
Got what it takes to make a mountain man leave his home

Esta é a versão do Led Zeppelin para a canção de mesmo nome, “When The Levee Breaks”, originalmente composta e gravada por Kansas Joe McCoy e sua esposa, Memphis Minnie. A letra original foi modificada pelos membros do conjunto, embora baseada na original.

A introdução de bateria criada por John Bonham é bastante usada em samples por músicos do estilo Hip-Hop.

Devido à complexidade da gravação e de recursos de estúdio utilizados na gravação de “When The Levee Breaks”, a canção foi pouquíssimas vezes executada ao vivo.

Mas a versão do Led Zeppelin originou covers como os feitos por bandas do calibre de W.A.S.P., Razor e Virgin Steele.



Considerações Finais

É impossível, em um pequeno resumo como este, dimensionar o tamanho do sucesso e todo o legado de Led Zeppelin IV, bem como refletir toda a sua importância para a história da música como um todo.

O álbum atingiu a 1ª posição na parada britânica de álbuns, bem como a 2ª colocação na sua correspondente norte-americana. Também foi 1º lugar no Canadá e conquistou a 2ª posição em países como Austrália, França, Japão e Itália.

Logo após o seu lançamento, Led Zeppelin IV foi um sucesso comercial e de crítica praticamente instantâneo. Permaneceu na parada inglesa por 77 semanas consecutivas.

O crítico Robert Christgau, que inicialmente deu ao álbum uma crítica mediana, depois o elogiou como uma “obra-prima do gênero”. Stephen Thomas Erlewine, do Allmusic, revela que Led Zeppelin IV não apenas “define o Led Zeppelin, mas o som e estilo do Hard Rock Setentista”.

Entre premiações, a revista Classic Rock colocou o disco na 1ª posição de sua lista 100 Greatest Rock Albums Ever, de 2001. Já o Hall da Fama do Rock deixa o disco na 4ª colocação da lista The Definitive 200: Top 200 Albums of All-Time, de 2007.

Também está na 24ª posição da lista The 100 Greatest Albums Ever Made, de 1996, da Revista Mojo e na 69ª colocação da lista 500 Greatest Albums Ever, de 2012. Entre inúmeras outras premiações.

Em seguida ao lançamento do disco a banda partiu em turnês que percorreram Reino Unido, Austrália e Ásia, América do Norte, Japão e Reino Unido novamente, que compreendeu o período do fim de 1971 ao início de 1973.

Estima-se que Led Zeppelin IV, somente de vendas certificadas, supere a casa de 29 milhões de cópias vendidas.



Formação:
John Bonham - Bateria
John Paul Jones - Baixo, Piano Elétrico, Mellotron, Bandolim, Guitarra Acústica em “The Battle of Evermore”
Jimmy Page - Guitarra e Violão, Bandolim
Robert Plant - Vocal, Pandeiro, Gaita em “When The Levee Breaks”
Músicos Adicionais:
Sandy Denny - Vocal em “The Battle of Evermore”
Ian Stewart - Piano em “Rock and Roll”

Faixas:
01. Black Dog (Jones/Page/Plant) - 4:54
02. Rock and Roll (Bonham/Jones/Page/Plant) - 3:40
03. The Battle of Evermore (Page/Plant) - 5:51
04. Stairway to Heaven (Page/Plant) - 8:01
05. Misty Mountain Hop (Jones/Page/Plant) - 4:38
06. Four Sticks (Page/Plant) - 4:44
07. Going to California (Page/Plant) - 3:31
08. When the Levee Breaks (Bonham/Jones/Minnie/Page/Plant) – 7:07

Letras: Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a: http://letras.mus.br/led-zeppelin/

Opinião do Blog:
Qualquer lista de melhores bandas de Rock de todos os tempos deve, obrigatoriamente, contar com o Led Zeppelin nas primeiras posições. A discografia da banda fala por si mesma e seus legado, influência e importância são indiscutíveis para o estilo.

O mesmo pode ser dito para o seu quarto álbum, a que o Blog preferiu se referir como Led Zeppelin IV. Um dos melhores discos da história da música como um todo.

Robert Plant dá uma aula de como um vocalista de bandas de Rock deve atuar: talentoso, repleto de categoria, casando seus vocais harmoniosamente com todas as sonoridades desenvolvidas pela banda durante o álbum. Realmente impressionante.

Dispensável, também, ressaltar todas as qualidades de Jimmy Page no disco. Riffs precisos, feeling absurdo nos solos e um talento incrível colocado à disposição de engrandecer a música da banda.

A seção rítmica é composta pelo monstro John Bonham, um dos melhores e mais influentes bateristas da história do Rock e que encontrou em John Paul Jones a parceria perfeita. Ambos têm atuação fundamental para a qualidade do disco.

As letras são boas e compõem bem o trabalho.

Parece bajulador tantos elogios para um mesmo disco, mas é impossível não se encantar por faixas tão brilhantes como "Black Dog", "Misty Mountain Hop", "Four Sticks" e "The Battle Of Evermore". Além disso, a banda tem a ousadia de nomear uma música por "Rock And Roll" e compõe um dos melhores riffs da história, uma verdadeira aula de Hard Rock!

E por mais clichê, piegas e repetitiva que seja, o Blog é incapaz de não se render à beleza e à profundidade de um hino como "Stairway to Heaven". Sua intensa e megalomaníaca exposição não traz qualquer mancha a uma das mais incríveis canções criadas pelo ser humano. Absolutamente espetacular!

Enfim, o quarto álbum do Led Zeppelin está entre os álbuns fundamentais do Rock. É, certamente, um dos pilares de tudo o que se compôs, após sua concepção, dentro do estilo. Obrigatório e essencial para qualquer fã de Rock And Roll que se preze. Uma das obras-primas da história da música.

6 de dezembro de 2014

ANTHRAX - SPREADING THE DISEASE (1985)


Spreading The Disease é o segundo álbum de estúdio da banda norte-americana Anthrax. Seu lançamento oficial aconteceu em 30 de outubro de 1985, com as gravações ocorrendo no Pyramid Sound Studios, em New York, Estados Unidos. O selo responsável foi o Megaforce Records, com a produção sob responsabilidade de Carl Canedy, Jon Zazula e da própria banda.


O Anthrax volta ao Blog agora com seu segundo álbum. Um breve histórico será apresentado antes de se ter o foco no disco propriamente dito.

Fistful Of Metal, lançado em janeiro de 1984, foi o álbum de estreia do Anthrax, resultado de alguns anos de batalha e insistência pelo sucesso por parte da banda. Nele, canções como “Metal Thrashing Metal” e o cover de Alice Cooper, “I'm Eighteen”, destacam-se.

Logo após, o baixista Danny Lilker deixa o grupo, devido às tensões criadas pelo seu comportamento pouco profissional. Lilker formaria outra banda de sucesso, o Nuclear Assault.

O substituto para a posição de baixista surgiu no sobrinho do baterista Charlie Benante – e também roadie da banda – Frank Bello.

Em Agosto de 1984, Turbin foi demitido da banda, formando um novo grupo chamado Deathriders.

Scott Ian
Em seu livro Eddie Trunk’s Essential Hard Rock and Heavy Metal, o jornalista musical Eddie Trunk admitiu que chegou a pressionar o produtor Jon Zazula e a própria banda pela demissão de Turbin.

O Anthrax chegou a se apresentar como um quarteto, com o guitarrista Scott Ian nos vocais, com um repertório de covers dos estilos punk e hardcore.

Também Matt Fallon chegou a ser contratado como vocalista substituto temporariamente.

A escolha para o posto de vocalista foi por Joey Belladona.

Joey Belladonna
Com ele, a banda grava e lança já no ínício de 1985 o EP Armed and Dangerous, o qual continha 2 faixas ao vivo e 2 canções de um single chamado “Soldiers Of Metal”.

Mais tarde, também em 1985, Ian, Benante e Lilker colaboraram com o vocalista Billy Milano para produzir o álbum satírico Speak English or Die, como a banda chamada Stormtroopers of Death.

Depois se reuniram em Ithaca, no Pyramid Sound Studios, para gravarem seu segundo álbum de estúdio, que se tornaria Spreading The Disease.

A capa é bem bacana. Vamos às faixas:

A.I.R.

A pequena introdução mais cadenciada e clássica pode enganar o ouvinte de primeira viagem, mas logo depois dos 30 segundos de execução a típica fúria Thrash Metal toma conta da sonoridade. Belladonna diz a que veio com uma interpretação muito boa. Velocidade, ritmo e peso nas medidas exatas. Muito bom começo.

A letra é excelente e versa sobre os problemas da adolescência:

Who are you gonna live your life for?
Conformity will trap you like a locked door
Independence means owning your decision's
Authority will put your soul in prison



LONE JUSTICE

Um baixo bastante presente dá às cartas no início da faixa, que logo desemboca em um riff típico do Thrash Metal, rápido, intenso e com certo peso, mas sem abrir mão de uma melodia envolvente. Belladonna tem uma de suas atuações mais brilhantes em toda sua carreira, dando a única interpretação com a intensidade que a música solicita. Momento brilhante, em uma das melhores composições de toda a discografia do Anthrax.

A letra também é ótima, baseada na personagem Judge Dredd:

Then he with his squint-eyed grin and stubbled chin
He rides through history
The jury, in his mind the choices weigh
The trials, if you're gulity you're his prey
No judgement otherwise can change the lust
That's in his eyes
The sentence, will be carried out in stride



MADHOUSE

"Madhouse" possui um riff pesadíssimo e inconfundível e, embora o ritmo seja um pouquinho mais cadenciado que o das faixas anteriores, o peso é ainda mais impactante. Tanto a ponte quanto o refrão são espetaculares, cativando ainda mais o ouvinte. Trata-se de outra composição clássica, certamente entre as melhores da carreira da banda.

A letra outra vez é muito boa, em tom crítico à vida em um hospício:

White coats to bind me, out of control
I live alone inside my mind
World of confusion, air filled with noise
Who says that my life's such a crime?

Foi lançada como o principal single proveniente de Spreading the Disease, embora não tenha causado nenhuma repercussão em qualquer parada de sucesso.


Um videoclipe foi feito para promover a música, mas teve pouca circulação, acabando por ser banido da MTV norte-americana, por, supostamente, zombar dos doentes mentais.

Tornou-se um clássico da banda e presença constante nos shows do grupo.

A música está presente em games como GTA, Guitar Hero II e Rock Band. O Pantera lançou uma versão cover, gravada ao vivo, em 1987.



S.S.C/STAND OR FALL

A quarta faixa traz um riff muito veloz e rápido e intenso, característico do estilo proposto pela banda no trabalho. Em alguns momentos, a sonoridade traz influências que podem ser atribuídas ao Iron Maiden de álbuns como The Number Of The Beast (1982). Boa composição.

A letra possui o sentido de luta por justiça:

Right now my new life has begun
I have to stand tall I can't run
They're trying to take it away
I'm fighting the battle I...



THE ENEMY

Em "The Enemy", o grupo traz uma pegada muito mais clássica, bem tradicional, que remete diretamente a bandas como o Black Sabbath da fase Dio. Pois, com uma fonte tão rica, o Anthrax imprime sua personalidade musical ao estilo e compôs uma faixa muito boa, contando com um ritmo intenso, pesado, entretanto, repleto de melodia. Mais para o final da faixa, a trilha Thrash está de volta com um ótimo solo.

A letra faz referência ao holocausto:

He is but a solitary man
Whose prejudice will spread like a flame
Throughout the land
He's enslaving those who will be free
Etching his own name in black
For all of us to hear and see



AFTERSHOCK

O Thrash Metal, com a tradicional influência hardcore, está de volta em "Aftershock". O Anthrax usa de um típico riff do estilo, bem direto, pesado e veloz, com Belladonna em uma boa atuação e Benante bastante presente na bateria.

A letra tem sentido crítico em relação à política:

Never again we cannot depend
On leaders who see things so blind
Time will not lend, and never amend
A lesson for all mankind



ARMED AND DANGEROUS

Um início bastante suave e melódico, com uma belíssima melodia e com uma atuação bastante impressiva de Belladonna, marca a introdução de "Armed and Dangerous". Depois, a banda desenvolve uma pegada que faz a fusão precisa entre o Heavy Metal tradicional e o Thrash Metal, compondo outra das mais brilhantes músicas da discografia da banda. Excelente canção.

A letra propõe a luta por liberdade:

Am I evil, or am I insane
The lion inside of me, is no longer tame
A blade in my left, a gun in my right
To beat you within, an inch of your life



MEDUSA

Peso e intensidade, em um ritmo mais cadenciado, perfazem-se em um riff extremamente cativante e típico do grupo. A pegada Hevy/Thrash é a sonoridade proposta e o resultado final é impressionante, pois o ouvinte está diante de mais um clássico da banda. Excelente momento do disco.

A letra foca no mito grego da Medusa:

Serpents bride, the end awaits
Human prey, no swords or armor
Shield you from your fate
Hey you, you can't escape
Wicked smile, full of lies
Head of snakes, approch her cave
But don't look in her eyes
Oh, her eyes



GUNG-HO

A nona - e última - faixa de Spreading The Disease é "Gung-Ho". Trata-se de um Thrash Metal típico, direto, intenso e brutal. O peso é absurdo, assim como a velocidade do riff, com a banda construindo uma pérola do Thrash Metal. Uma forma mais ríspida de se encerrar o álbum.

A letra tem caráter militar:

Raging on the warpath, storming through the town
Blowing it to pieces, killing all around
Stand in our way, if you've got the balls
In a hail of bullets, your nailed to the wall



Considerações Finais

Apesar da qualidade inquestionável do trabalho, Spreading The Disease passou praticamente em branco no que tange ao sucesso comercial.

Atingiu a mais que modestíssima 113ª posição da principal parada norte-americana de álbuns e passou em branco em todas as demais.

Mas as revisões feitas pelos críticos especializados são em geral bastante positivas, como as realizadas pelo Allmusic, Kerrang! e Sputinik.

Turnês nos EUA e na Europa se seguiram durante o ano posterior. A tour norte-americana, com o Black Sabbath, foi cancelada após quatro datas devido a problemas com a voz do vocalista Glenn Hughes, então no Sabbath.

Em abril de 1986 o Anthrax tentou sua primeira turnê pela Europa, a qual incluiria um show perto de Chernobyl imediatamente após o famoso desastre nuclear ocorrido na ainda então União Soviética.

Em maio daquele ano a banda tocou em seu primeiro show europeu, em Bochum, Alemanha, apoiada pelos grupos Overkill e Agent Steel.

Mais tarde, no mesmo ano, o Anthrax excursionou pela Europa com o Metallica. A turnê começou em 10 de setembro, no St David's Hall, em Cardiff, no País de Gales, e terminou em 26 de setembro, em Solnahallen, Suécia.

O show sueco foi a última apresentação do Anthrax antes do acidente com o ônibus do Metallica no dia seguinte, que matou o seu baixista, o lendário Cliff Burton.



Formação
Joey Belladonna - Vocal
Dan Spitz - Guitarra
Scott Ian - Guitarra, Backing Vocals
Frank Bello - Baixo, Backing Vocals
Charlie Benante - Bateria

Faixas:
01. A.I.R. (Belladona/Spitz/Ian/Bello/Benante) - 5:45
02. Lone Justice (Belladona/Spitz/Ian/Bello/Benante) - 4:36
03. Madhouse (Belladona/Spitz/Ian/Bello/Benante) - 4:19
04. S.S.C./Stand or Fall (Belladona/Spitz/Ian/Bello/Benante) - 4:08
05. The Enemy (Belladona/Spitz/Ian/Bello/Benante) - 5:25
06. Aftershock (Belladona/Spitz/Ian/Bello/Benante) - 4:28
07. Armed and Dangerous (Turbin/Ian/Lilker) - 5:43
08. Medusa (Zazula/Belladona/Spitz/Ian/Bello/Benante) - 4:44
09. Gung-Ho (Turbin/Ian/Lilker) – 4:34

Letras:
Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a: http://letras.mus.br/anthrax/

Opinião do Blog:
É claro que quando se trata de álbum clássico do Anthrax, a maioria dos fãs traz a mente o brilhante Among The Living (1987), que já foi tratado pelo Blog em seu início. Mas a verdade é que já em Spreading The Disease a banda mostrava boa parte de seu impressionante repertório.

O Anthrax é uma das melhores e mais criativas bandas oriundas da cena Thrash Metal dos Estados Unidos. Foi um dos grupos que mais se arriscou por diferentes estilos e sonoridades em sua carreira, sem quaisquer medos, acertando em cheio em algumas vezes e pecando em outras, mas nunca se omitindo em experimentar.

Spreading The Disease é apenas o segundo disco da carreira do grupo, mas já mostra uma banda pronta para alçar seus maiores e mais brilhantes vôos. Há muita qualidade no trabalho.

A força da banda, neste álbum, está em seu coeso e harmonioso conjunto. Todos cumprem seu papel com exatidão. Belladonna se mostra a escolha ideal para dar voz à intensa massa sonora produzida pelos instrumentistas, dos quais podemos apontar Charlie Benante e sua bateria insana como o mais proeminente.

Outro ponto de destaque no grupo são as letras, criativas, críticas e inteligentes, bem acima da média normal de bandas do estilo.

Alguns dos clássicos do Anthrax com Belladonna nos vocais saíram deste Spreading The Disease e isto, por si só, já aponta que se está diante de um disco de qualidade indiscutível. "Madhouse" dispensa qualquer apresentação, uma pérola do Thrash Metal. Tem-se as brilhantes "Armed And Dangerous" e "Medusa", composições que flertam com o melhor que o Heavy Metal pode conceber.

E ainda há "Lone Justice", possivelmente minha canção preferida do Anthrax, sendo simplesmente espetacular.

Spreading The Disease está entre os meus álbuns preferidos de todos os tempos, mostrando uma banda talentosa e jovem, querendo conquistar seu espaço. O disco possui uma coleção de músicas muito acima da média, contando com a intensidade e a capacidade de cativar que o Heavy/Thrash pode oferecer ao ouvinte. Álbum mais que obrigatório.