23 de fevereiro de 2012

SAXON - POWER & THE GLORY (1983)



Power & The Glory é o quinto álbum de estúdio da banda inglesa de Heavy Metal chamada Saxon. Seu lançamento oficial ocorreu no dia 21 de março de 1983, com a gravação ocorrendo no final de 1982, no Axis Sound Studio, em Atlanta, nos Estados Unidos. A produção ficou a cargo do produtor norte-americano Jeff Glixman (que trabalhou com Kansas, Gary Moore, Black Sabbath, entre outros), sendo o trabalho lançado pelo selo Carrere.

O início da década de oitenta assistiu ao nascimento de um movimento que lançou várias bandas que faziam um som mais pesado no Reino Unido. Este movimento ficou conhecido como a New Wave Of British Heavy Metal (ou NWOBHM). Bandas como Def Leppard, Angel Witch, Diamond Head, entre várias outras, foram associadas ao movimento e, claro, seu grande expoente, o Iron Maiden.

Outra grande banda do movimento NWOBHM é, sem sombra de dúvidas, o Saxon. Nos anos oitenta, a banda conseguiu colocar 8 álbuns no TOP 40 da parada britânica, incluindo 4 deles no TOP 10. Além de muitos singles no TOP 20 deste tipo de parada no Reino Unido.

O Saxon foi formado no ano de 1976, na cidade de Banrsley, na região conhecida como South Yorkshire, na Inglaterra. O guitarrista Graham Oliver e o baixista Steve Dawson encontraram o vocalista Peter “Biff” Byford e o guitarrista Paul Quinn de outro grupo chamado Coast. Com a inclusão do baterista Pete “Frank” Gill, surgiria a primeira versão do grupo, o qual possuiu o nome Son Of A Bitch, antes de se consolidar sob o nome de Saxon.

Formação clássica:


A banda se apresentava regularmente em vários bares e pubs, conquistando um público fiel. Conseguiu alguma visibilidade gravando algumas “fitas demo” e fazendo turnês com outros grupos que já estavam mais consolidados, por exemplo, o Motorhead.

Então, uma dessas fitas que continham composições do grupo caiu nas mãos de produtores do selo francês Carrere Records, novo no mercado, que logo demonstrou interesse em contratar o Saxon.

Com o contrato assinado, o Saxon se preparou para gravar seu primeiro álbum de estúdio em 1979, homônimo à banda. O álbum Saxon foi lançado ainda no primeiro semestre daquele ano, obtendo boa repercussão graças ao single “Big Teaser”, mais especificamente o lado B deste single, a faixa “Stallions Of The Highway”, que chegou a atingir o topo da parada britânica de singles.

Esse sucesso fez a banda alavancar mais público para a turnê que o Saxon fazia ao lado do Motorhead, incluindo 3 noites de shows na famosa casa de espetáculos britânicas, Hammersmith Odeon.

Assim, a banda retornou ao estúdio para compor e gravar seu segundo álbum de estúdio. Lançado em 5 de maio de 1980, o fantástico Wheels Of Steel foi um grande sucesso, atingindo a 5ª posição da parada britânica de álbuns. O single “Wheels Of Steel” atingiu a 20ª posição na parada britânica de singles, assim como "747 (Strangers in the Night)" que conseguiu a 13ª posição da mesma parada. Mais que isso, as canções tornaram-se verdadeiros hinos da banda. O álbum conta com ótimas faixas, como a excelente “Motorcycle Man”.

Ainda em 1980, o Saxon lançaria outro álbum de estúdio, seu terceiro trabalho: Strong Arm of The Law, lançado em 1º de setembro de 1980, considerado um dos melhores lançamentos do grupo pelos seus fãs.

O álbum já estreou atingindo a excelente 11ª posição da parada de álbuns britânica. Com ótimas canções como “Heavy Metal Thunder” e “Dallas 1 PM” (esta, inspirada no assassinato de John F. Kennedy, presidente dos Estados Unidos), o álbum consolidou o nome do Saxon no cenário Heavy Metal! O single “Strong Arm of The Law” atingiu a 63ª posição da parada britânica de singles.

Com dois álbuns lançados em 1980, o ano seguinte começou com a banda intensificando o número de shows e excursionando bastante, arrebatando um grande sucesso de público no Japão.

Em 5 de outubro de 1981 a banda lança seu quarto álbum de estúdio, mais um grande sucesso: Denim and Leather. O álbum acabou se tornando um dos mais queridos pelos fãs, sendo que a canção homônima ao disco é uma grande homenagem aos fãs, sendo inspirada na forma de se vestir dos ‘headbangers’.

Denim and Leather atingiu a excepcional 9ª posição na parada britânica de álbuns com a já citada música homônima se transformando em um verdadeiro hino da banda!

Quanto a singles, Denim and Leather foi muito bem. “And The Bands Played On”, música que se baseava na resiliência das bandas da NWOBHM, foi grande sucesso e atingiu a 12ª posição da parada de singles britânica. O grande clássico “Princess Of The Night” (excepcional canção!!!) atingiu a 57ª posição da mesma parada supracitada, inspirada em um trem de alta velocidade.

Denim and Leather ainda teve outro single muito bem sucedido, a excelente “Never Surrender”, que conquistou a ótima 18ª posição da parada britânica de singles.

Denim and Leather foi o último álbum com a formação clássica do Saxon, já que o baterista Pete Gill deixou a banda – mais tarde se uniria ao Motorhead. Seu substituto foi Nigel Glockler.

O enorme sucesso do álbum propiciou ao Saxon ser banda headline em uma extensa turnê britânica, assim como atuar em uma turnê de enorme sucesso (com todos os ingressos vendidos) em suporte a Ozzy Osbourne. Essas turnês estabeleceram o Saxon como uma fantástica banda ao vivo.

Em 1982 a banda lança seu primeiro álbum ao vivo, “The Eagle Has Landed”, que conseguiu a excelente 5ª posição na parada britânica. O próximo passo da banda foi tentar a conquista do sucesso nas terras norte-americanas. A banda excursionou pelo país naquele ano, interrompendo a mesma para participar do Monsters Of Rock na Inglaterra e na Alemanha.

Assim, no final de 1982, a banda entrou em estúdio para gravar seu quinto álbum de estúdio, Power & The Glory. Foi o primeiro álbum gravado com o novo baterista Nigel Glockler.

Biff Byford relembra que a primeira música criada para o álbum foi “The Eagle Has Landed”, que foi concebida durante a turnê daquele ano.

Biff Byford:


O Saxon queria que o produtor do álbum fosse Chris Kimsey, que havia trabalhado com grandes nomes da música como Rolling Stones; Emerson Lake & Palmer, Yes e The Cult. Entretanto, problemas com o calendário por parte do produtor tornou impossível o trabalho dele junto ao grupo, fato que fez o vocalista Biff Byford se lamentar bastante.

Eis que foi sugerido ao grupo o produtor Jeff Glixman, que havia produzido alguns álbuns da banda Kansas. Biff Byford relembra que, na época, eles conheciam muito pouco do trabalho do produtor. Glixman foi até ao Reino Unido, reuniu-se com a banda e, segundo Biff, o encontro foi ótimo, fechando o acordo para a produção de Power & The Glory.

Glixman exigiu que as gravações fossem feitas em Atlanta, nos Estados Unidos, no Axis Sound Studio, e a banda concordou com isso. Biff recorda que foi um ótimo tempo, segundo o mesmo, “repleto de comida, bebidas alcóolicas e sexo”.

O vocalista afirmou que o trabalho ocorreu sem nenhum problema, que Glixman era um produtor que respeitava o estilo inglês e que não impôs uma produção “americanizada” para o grupo. Biff ainda afirmou que eles estavam ouvindo muito Whitesnake e Judas Priest e que a produção dos álbuns dessas bandas soava melhor que as de seus álbuns e, que dessa vez, desejavam que ocorresse o contrário. Mas que, principalmente, o fator mais importante era a qualidade das canções.

Biff relembra que a banda chegou a ter cerca de 16 canções no estúdio e que houve muita gravação e regravação das canções previamente escritas. No final, acabou se escolhendo as oito melhores músicas para comporem o álbum.

POWER AND THE GLORY

O ótimo e criativo riff de “Power and the Glory” abre o álbum, com a velocidade e peso característicos da NWOBHM. Uma das canções mais famosas e adoradas pelos fãs da banda. Possui um ótimo solo.

Há um videoclipe oficial que foi lançado para promover a canção. Lançada como single, atingiu a 32ª posição da parada britânica desta natureza.

Segundo Biff Byford, a canção foi inspirada na guerra das Malvinas, mas sua mensagem é totalmente uma construção anti-guerra.



REDLINE

Outro riff muito inspirado traz a segunda faixa do álbum, “Redline”. A canção é mais cadenciada, mas ao mesmo tempo pesada. Apresenta um inspiradíssimo solo por volta dos 2 minutos. Ótima canção!



WARRIOR

A terceira faixa do álbum é a pesada “Warrior”, que começa com outro riff muito bom. Um trabalho muito bom de Nigel Glockler pode ser percebido nesta música. Heavy Metal clássico de alta qualidade. Um bom solo complementa a faixa.



NIGHTMARE

A excelente “Nightmare” é a quarta faixa de Power & The Glory. Uma canção que apresenta um estilo com mais influência de Hard Rock clássico. O riff principal da canção é ótimo e conta com excelente solo por volta de 1:40 minutos.



Foi outro single lançado para promover o álbum e conseguiu entrar na 50ª posição da parada britânica dessa natureza. Uma excelente faixa.



THIS TOWN ROCKS

“This Town Rocks” é a quinta faixa do trabalho, que começa em um estilo rápido (lembrando os trabalhos iniciais do Van Halen) e depois volta para um ritmo mais cadenciado, e permanece nessa variação. Uma faixa também com influência Hard Rock. Em nossa opinião, uma das mais inspiradas do álbum!



WATCHING THE SKY

A sexta faixa do trabalho é a muito inspirada “Watching The Sky”, que mantém o ritmo forte e animado do álbum. Mais um ótimo riff se desenvolve por toda a canção que é apoiada por um trabalho vocal bastante inspirado de Biff Byford. O solo é muito interessante.



MIDAS TOUCH

A sétima faixa do trabalho é “Midas Touch”. A canção é aberta com um riff excelente, puro Heavy Metal tradicional, pesado e marcante. Após esse início impactante, a canção se desenvolve um pouco mais calma e lenta, voltando ao ritmo inicial e assim se mantendo, alternando entre esses ritmos. Outra canção excelente – destaque para o solo que se inicia aos 2:30 minutos, com muito feeling.



THE EAGLE HAS LANDED

Fecha o trabalho a ótima “The Eagle Has Landed”. Os dois primeiros minutos apresentam um solo de guitarra muito inspirado e de muito feeling. A canção segue um ritmo muito cadenciado, mas também emocionante, construindo uma linda música, muito inspirada. Excelente trabalho nos vocais por parte de Biff Byford. Ao seu final, o ritmo se torna mais veloz. Belíssima canção.



Considerações Finais

Power & The Glory permanece até hoje como o maior sucesso comercial do Saxon, ou seja, seu álbum mais vendido. Para se ter uma ideia, o álbum vendeu 15 mil cópias apenas na sua semana de lançamento nos Estados Unidos!

O álbum e a turnê que se seguiu, a extremamente bem sucedida “Power and Glory Tour”, consolidaram o Saxon como uma das maiores bandas do Heavy Metal na Europa, naquela época. Esta turnê permitiu a gravação (e posterior lançamento) do primeiro vídeo oficial da banda, "Saxon Live".

Power & The Glory também abriu as portas dos Estados Unidos para o grupo, conforme desejado. O álbum atingiu a modesta 155ª posição da parada norte-americana, mas foi muito bem no Reino Unido, conquistando a 15ª posição.

Para consolidar seu sucesso nos Estados Unidos, o grupo excursionou no país como banda de apoio na turnê norte-americana do Iron Maiden, e, depois, como headline, em conjunto com os alemães do Accept.

Biff Byford, anos depois, declarou que ter saído da condição de banda de apoio para o Iron Maiden para realizar uma turnê própria foi um erro. Segundo ele, era uma das primeiras turnês do Maiden com Dickinson e os shows eram todos lotados, permitindo que o Saxon atingisse um público muito grande. Mas o manager da banda na época não percebeu isso. O Saxon acabou conseguindo relativo sucesso nos Estados Unidos, mas este poderia ter sido muito maior se tivesse continuado a excursionar com a Donzela de Ferro.

Formação:
Biff Byford - Vocal
Graham Oliver - Guitarra
Paul Quinn - Guitarra
Steve Dawson - Baixo
Nigel Glockler – Bateria

Faixas:
01. Power and the Glory (Byford/Quinn/Oliver/Dawson/Glockler) - 5:57
02. Redline (Byford/Quinn/Oliver/Dawson/Glockler) - 3:38
03. Warrior (Byford/Quinn/Oliver/Dawson/Glockler) - 3:47
04. Nightmare (Byford/Quinn/Oliver/Dawson/Glockler) - 4:25
05. This Town Rocks (Byford/Quinn/Oliver/Dawson/Glockler) - 3:58
06. Watching the Sky (Byford/Quinn/Oliver/Dawson/Glockler) - 3:43
07. Midas Touch (Byford/Quinn/Oliver/Dawson/Glockler) - 4:13
08. The Eagle Has Landed (Byford/Quinn/Oliver/Dawson/Glockler) - 6:56

Letras:
Para o conteúdo das letras, recomendamos o acesso a: http://letras.terra.com.br/saxon/

Opinião do Blog:
Embora seja uma banda conhecida, este blog pensa que o Saxon é uma das bandas mais subestimadas da história do rock. O grupo britânico tem quase 40 anos de história e 19 álbuns de estúdio lançados, ou seja, sempre se manteve bastante produtivo.

Mais que isso, o grupo tem álbuns de qualidade excepcional e indiscutível lançados durante toda a sua carreira, sendo Power & The Glory apenas uma demonstração disso. Wheels Of Steel, Strong Arm Of The Law e Denim and Leather são obrigatórios para qualquer fã de rock que se preze.

Power & The Glory é um álbum excepcional, Heavy Metal clássico da mais alta qualidade. A faixa homônima ao álbum, “The Eagle Has Landed” e “Nightmare” já valeriam o álbum. Mas não é somente isso, o trabalho é todo muito uniforme.

É apenas o trabalho de se deixar levar por uma das melhores bandas de Heavy Metal da história e curtir um disco que é muito acima da média. Divirta-se!

16 de fevereiro de 2012

SLAYER - REIGN IN BLOOD (1986)



Post atendendo a vários pedidos de diferentes pessoas por um resumo sobre o Slayer

Reign in Blood é o terceiro álbum de estúdio da banda norte-americana Slayer. O álbum foi lançado oficialmente no dia 7 de outubro de 1986, produzido pelo mundialmente conhecido produtor Rick Rubin, sob o selo Def Jam, sendo as gravações realizadas em Los Angeles.

Em 1985, o Slayer experimentava os primeiros sabores do sucesso. Lançado naquele ano, seu segundo álbum de estúdio, Hell Awaits, teve muito boa repercussão entre críticos e, especialmente, entre fãs. Leitores da revista britânica Metal Force elegeram Hell Awaits como melhor álbum do ano e Dave Lombardo, o melhor baterista de 1985.

Aproveitando esse bom momento, o executivo do Slayer, Brian Slagel, achou que fosse o momento da banda dar um passo à frente a caminho do sucesso. Slagel começou a buscar um novo selo para gravação e lançamento do terceiro trabalho do grupo.

Slagel negociou com muitos selos, incluindo o Def Jam, que pertencia a Rick Rubin e Russel Simmons. O selo era mais caracterizado e voltado a um público Hip Hop, o que deixava Slagel receoso.

Entretanto, o baterista Dave Lombardo fez contato com conhecidos da Columbia Records, que era a distribuidora atrelada a Def Jam, para conseguir que Rubin aparecesse a um show do Slayer. Rubin acabou indo ao show com Glen Friedman, que conhecia o vocalista Tom Araya, o qual havia participado como convidado do álbum homônimo à banda Suicidal Tendencies (do mesmo grupo), para o qual Friedman também contribuiu.

Rubin ficou impressionado com a atuação do grupo e, mesmo com Slagel na Europa, reuniu-se com a banda e os convenceu a assinar com sua gravadora.

Rubin, então, assumiu a produção do novo álbum em parceria com a banda. Foi a primeira vez que o produtor trabalharia com uma banda de Heavy Metal e sua percepção fez com que a sonoridade do grupo mudasse significativamente em relação aos dois trabalhos lançados anteriormente.

Em comparação com o álbum anterior Hell Awaits, o novo trabalho teria canções muito mais curtas e diretas, em contraste com as canções mais longas do trabalho prévio. Outra mudança característica seria a produção, muito mais limpa. Também a temática das canções seriam uma nova alteração apresentada em Reign in Blood.

Hanneman e King disseram que a banda, na época da gravação, estava ouvindo muito Metallica e Megadeth e resolveram fazer composições na contramão das duas bandas: canções consideravelmente menores e diretas, revelando boa parte da influência Hardcore do grupo. O tempo total do álbum é de 29 minutos, e quando Rick Rubin avisou ao Slayer sobre este fato, a resposta do grupo foi “So What?”.

Slayer:


Larry Carroll foi o artista responsável pela concepção da arte da capa do álbum. Como será descrito à frente, esta causaria alguns problemas de atraso no lançamento do disco.

Liricamente, o álbum apresenta uma mudança significativa para o Slayer. A banda abandonou a temática satanista das músicas de seus primeiros trabalhos, sendo deixada de lado em Reign in Blood. Neste trabalho, a banda apostou em canções que mostravam temas reais, mundanos, apresentados de forma cruel, mas absolutamente reais. Esta temática realística ajustada a uma sonoridade absolutamente técnica e brutal, fazem de Reign in Blood uma obra única.

Musicalmente, não há o que se discutir Reign in Blood. O álbum é bastante curto, o que permite sentir o impacto de um lançamento absolutamente violento e brutal. O álbum definiu novos parâmetros para o estilo Thrash Metal, pois aposta em uma musicalidade extremamente veloz e ao mesmo tempo incrivelmente pesada. Tudo isso feito com uma técnica muito refinada.

Difícil destacar uma faixa isoladamente, pois o trabalho é bastante uniforme. Pessoalmente, as faixas “Altar of Sacrifice” e “Criminally Insane” estão entre as preferidas no álbum, ao lado das duas que se transformaram em verdadeiros hinos do estilo.

ANGEL OF DEATH

Angel Of Death é a faixa de abertura de Reign in Blood, tornando-se um dos mais conhecidos trabalhos da banda, um verdadeiro hino do estilo Thrash Metal.

Jeff Hanneman compôs as letras de Angel Of Death após ler alguns livros sobre a história de Joseph Mengele, famoso nazista que realizou diversas experiências com seres humanos no campo de concentração de Auschwitz. A canção detalha algumas das “experiências” que esse sujeito realizou.

O conteúdo lírico de Angel Of Death causou polêmica e acusações de que o Slayer seria uma banda nazista. Hanneman atestou em diferentes entrevistas que a música trata dos livros que ele havia lido sobre Mengele e que era desnecessário que o tratasse como um “monstro” na música, pois isto já era de conhecimento de todos. Já Kerry King atesta a canção como se fosse um documentário.

Aliada à acusação de nazistas, veio a de que os membros da banda seriam também racistas. Ambas acusações foram rejeitadas pelo grupo através das quase três décadas que já se passaram após o lançamento do álbum. Ainda pesam, contra todas as acusações, os fatos de Rick Rubin, produtor da canção, ter origem judia; Tom Araya ser chileno e o baterista Dave Lombardo ser cubano.

A música é a mais longa do álbum e sua estrutura de riffs, a atuação soberba de Araya nos vocais e uma performance quase perfeita de Lombardo na bateria tornaram Angel Of Death uma das mais clássicas faixas da história do Heavy Metal.

É presença praticamente obrigatória nas apresentações da banda e tem algumas versões feitas por outras bandas. Aparece em filmes como Gremlins II e Jackass, além de alguns games.



RAINING BLOOD

Os efeitos de uma tempestade que abrem a última canção do álbum, Raining Blood, anunciam outro dos grandes clássicos da história do Heavy Metal. Riffs matadores e um vocal absolutamente perfeito de Araya são alguns dos destaques da canção.

Composta por Hanneman e King, Raining Blood descreve uma alma que está no purgatório e, revoltada com isso, parte em vingança contra o céu.

Raining Blood foi um dos singles do álbum, mas não conseguiu entrar nas paradas desta natureza. Entretanto, trata-se de uma das mais importantes composições da história da música Heavy Metal.

Bandas como Vader e Malevolent Creation, entre outros, fizeram versões para o clássico. Até a cantora Tori Amos (acredite) fez uma versão da música. Kerry King disse que demorou mais ou menos um minuto e meio da versão para reconhecer que se tratava da canção de sua banda.

Hanneman e King atestam que Raining Blood é a canção preferida deles nos shows da banda, tratando-se uma presença quase obrigatória ao lado de Angel Of Death.

Está presente em games como GTA e Guitar Hero III, além de aparecer em um episódio do seriado de animação South Park (Die Hippie, Die).



OUTRAS CONSIDERAÇÕES

Apesar da quase ausência de divulgação pelas rádios, Reign In Blood conseguiu atingir a 94ª posição na parada norte-americana de álbuns, conseguindo ainda a 47ª posição da parada britânica.

Devido ao conteúdo lírico do trabalho e da arte da capa, a Columbia Records se negou a fazer a distribuição de Reign in Blood na época, o que atrasou seu lançamento em alguns meses. A Geffen Records foi quem acabou fazendo a distribuição, embora o disco jamais tenha constado em seu catálogo.

Reign in Blood foi extremamente bem recebido tanto pelos fãs quanto pela crítica especializada. Até hoje é tido como um dos mais importantes trabalhos dentro do Heavy Metal. A famosa revista Kerrang! Cita o álbum como o “mais pesado” de todos os tempos, colocando-o como o 27º melhor álbum de Heavy Metal. Já a revista Metal Hammer o elegeu, na época, como o melhor álbum dos últimos vinte anos.

Durante a turnê de divulgação do trabalho, em 1987, o baterista Dave Lombardo deixou a banda, alegando que não conseguia mais viver daquilo, pois não estava ganhando dinheiro com a banda. Após ofertas de um salário por parte de Rick Rubin, apelo dos fãs, entre outros, Lombardo retornaria ao grupo atendendo um pedido de sua esposa, ainda no final de 1987. Tony Scaglione, da banda Whiplash, foi o baterista que ajudou o Slayer a continuar sua turnê.

Dave Lombardo:


Em 2004, a banda executou o álbum na íntegra em uma turnê chamada Still Reigning, que deu origem a um DVD homônimo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Reign in Blood é um dos grandes marcos do Heavy Metal. Uma pequena busca na internet e o leitor do blog vai encontrar inúmeras citações de vários músicos diferentes sobre a obra-prima do Slayer.

Tanto Jeff Hanneman quanto Tom Araya já afirmaram que Reign in Blood foi o ápice da banda, um ponto de inspiração que não é possível de se alcançar novamente. Para Araya, Christ Illusion, álbum de 2006, foi o que chegou mais próximo.

Reign in Blood definiu novos parâmetros para o estilo Thrash Metal, influenciando um sem número de bandas dentro do estilo. Talvez, mais importante que isso, foi o álbum que influenciou bandas como Death e Possessed, auxiliando a definir parâmetros para o nascente estilo Death Metal. Um álbum para a história da música.

Formação:
Tom Araya – baixo, vocal
Jeff Hanneman – guitarra
Kerry King – guitarra, backing vocals
Dave Lombardo – bateria

Faixas:
01. Angel of Death (Hanneman) - 4:51
02. Piece by Piece (King) - 2:03
03. Necrophobic (Hanneman/King) - 1:40
04. Altar of Sacrifice (Hanneman/King) - 2:50
05. Jesus Saves (Hanneman/King) - 2:54
06. Criminally Insane (Hanneman/King) - 2:23
07. Reborn (Hanneman/King) - 2:12
08. Epidemic (Hanneman/King) - 2:23
09. Postmortem (Hanneman) - 3:27
10. Raining Blood (Hanneman/King) - 4:17

Letras:
Para conteúdo das letras, recomenda-se o acesso a: http://letras.terra.com.br/slayer/

Mais vídeos:

Altar of Sacrifice:


Criminally Insane: