20 de outubro de 2025

MANILLA ROAD - CRYSTAL LOGIC (1983)

 


Crystal Logic é o terceiro álbum de estúdios da banda estadunidense Manilla Road. O seu lançamento oficial aconteceu em dezembro de 1983, através do selo Roadster. As gravações se deram entre maio e junho daquele mesmo ano no Miller Studio, no Kansas, Estados Unidos. A produção ficou a cargo de Mark Manzur.





Trazemos pela primeira vez a ótima banda Manilla Road.


Antecedentes


A banda Manilla Road foi criada pelo guitarrista e vocalista Mark Shelton, em 1977, com os colegas de quarto Scott Park no baixo, Benny Munkirs na bateria e Robert Park na guitarra base. O nome do grupo, Manilla Road, surgiu em uma noite em que Shelton e Munkirs estavam bebendo enquanto assistiam a Monty Python's Flying Circus.


Após passarem um tempo tocando em bares locais ao redor de Wichita, o conjunto ganhou atenção pela primeira vez com sua música "Herman Hill", inspirada pelo motim de Herman Hill. Após um acidente que tirou a vida do engenheiro de som e luz da banda, o baterista Benny Munkirs decidiu sair do grupo, junto com Robert, e o primeiro foi substituído por Myles Sype na bateria.


Em 1979, a banda gravou uma demo de três músicas, intitulada Manilla Road Underground, da qual foram distribuídas cerca de cem cópias em fita cassete para estações de rádio locais além de qualquer um que quisesse ouvi-la.


Mark Shelton



Insatisfeitos com a bateria de Sype, o restante do grupo encontrou um substituto em Rick Fisher, um amigo de colégio de Shelton. Foi com essa formação inicial que o Manilla Road lançou seu primeiro álbum de estúdio, Invasion, em 1980, pelo selo da banda, a Roadster Records.


Entre essa época e o lançamento seguinte, o conjunto gravou material em 1981 para um álbum que seria provisoriamente intitulado Dreams of Eschaton, porém este só foi lançado em 2002 pela Monster Records (sob o nome Mark of the Beast), pois Shelton não estava satisfeito com o som. Desde então, Shelton foi citado dizendo que a música "não era metal o suficiente" e "soava uma merda". Apesar disso, Mark of the Beast foi bem recebido pela crítica quando finalmente foi lançado. Ao lado de Invasion, esses primeiros álbuns têm mais em comum com o rock progressivo e o space rock do que com o som heavy metal posterior da banda.


O próximo álbum de estúdio foi Metal, em 1982, que começou a definir a futura direção musical do Manilla Road. Seu som "clássico" seria verdadeiramente consolidado com o lançamento de Crystal Logic, em 1983.


O álbum


Crystal Logic foi gravado entre maio e junho de 1983, em North Newton, no Kansas, Estados Unidos, através do estúdio Miller. O selo foi o Roadster, do próprio grupo. A produção ficou a cargo de Mark Manzur.


Scott Parker



O grupo continuava com a formação que tinha Mark Shelton nos vocais e nas guitarras, Scott Park no baixo e Rick Fisher na bateria. Neste álbum, a banda abraçou completamente o heavy metal, deixando as influências psicodélicas, progressivas e de hard rock que podiam ser encontradas nos dois discos anteriores.


Vamos às faixas:


PROLOGUE


Prologue” é um pequeno trecho que serve de abertura para a faixa seguinte.


A letra enuncia o que viria a seguir:


In the misty jungles of the Styx

Hides the lost city of the dead

The tomb of ancient kings

The forgotten graveyard of Volusia


NECROPOLIS


Necropolis” demonstra uma sonoridade com forte influência da NWOBHM.


A letra descreve a vida em Necropolis:


Now I know what it's like to be

Inside the city of the dead

All I think of is breaking free

From all the spells chained to my head

Sword and axe are my destiny

I watch the stars turning blood red

There is light, yes, I've got to believe


CRYSTAL LOGIC


Crystal Logic” é um épico de 6 minutos, trazendo ainda um leve resquício prog, por conta das mudanças de intensidade, porém sem perder nada de peso.


A letra tem um lado mágico e religioso:


We never ever will die 'cause Heavy Metal is life

And not eternal hell

We always will believe destroying Satan's league

We take a drink from The Well


FEELING FREE AGAIN


Feeling Free Again” é mais curtinha, rápida e direta.


A letra é em tom de flerte:


I got a feel for Magik

I got a feel for games

I got a love for life girl

Hey baby I'm feeling free again


THE RIDDLE MASTER


The Riddle Master” mantém o peso e, em seu final, a banda flerta com um pré speed metal, bem interessante.


A letra conta com um toque de terror:


I have no solution

My mind blank with fear

The riddle has slain me

The master is near

Another demon

Walking the Earth

An Angel of darkness

Lucifer

Oh no no no, oh no no no


Rick Fisher



THE RAM


The Ram” mantém a sonoridade da música que a precede, com peso e velocidade intensos.


A letra possui um tom épico:


Beyond the mountains

Lost in the sand

The golden statue

Of The Ram


THE VEILS OF NEGATIVE EXISTENCE


Mais soturna e sombria, “The Veils of Negative Existence” é uma canção com muito peso.


Novamente, as letras possuem tom épico:


I sail the seas of negativity

To banish evil from this place

I fight with sword of fire and lightning

I am the guardian come this day


DREAMS OF ESCHATON


Dreams of Eschaton” traz uma musicalidade um tanto quanto mais intrincada, com partes instrumentais proeminentes e muito interessantes.


A letra fala sobre o apocalipse:


I hope that can see that this is not a game

We don't just sing to thee to win fortune and fame

The souls of all of us are priceless to the last

These dreams could be our fate of living life too fast


EPILOGUE


Epilogue” encerra o disco retomando a musicalidade de “Prologue”.


Considerações Finais


Embora excelente, Crystal Logic não repercutiu em nenhuma das principais paradas de sucesso.


A crítica possui o disco em alta conta. Na revista Metal Forces, Bernard Doe escreveu: "O Manilla Road sofre do mesmo problema que o Brocas Helm, soando um pouco datado em seu estilo. Mas não vamos tirar a musicalidade da banda, que é excelente do começo ao fim, especialmente os riffs e solos do guitarrista Mark Shelton".



Em 2005, Crystal Logic foi classificado como número 344 no livro da revista Rock Hard, "Os 500 Maiores Álbuns de Rock e Metal de Todos os Tempos".


Aaron Lariviere, do The A.V. Club, o considerou um dos "discos excelentes, mas tragicamente subestimados" de 1983.


A recepção do álbum Crystal Logic resultou na exposição da banda na Europa, o que, por sua vez, rendeu-lhes um contrato internacional com a gravadora francesa Black Dragon Records.


Apesar do sucesso de Crystal Logic, o baterista Rick Fisher não se sentia à vontade com a evolução musical da banda. Com Fisher concordando em se aposentar, Shelton e Park partiram em busca de um baterista que pudesse tocar bumbo duplo, de acordo com a nova evolução sonora da banda. O baterista Randy Foxe fez um teste e foi prontamente adicionado à banda após demonstrar sua habilidade no contrabaixo. Essa segunda formação permaneceria unida pelos próximos cinco álbuns de estúdio do Manilla Road (além de um lançamento ao vivo, Roadkill, em 1988).


Em 1985, a banda estrearia esta formação com o antológico Open the Gates.





Formação:

Mark Shelton – Vocal, Guitarras

Scott Park – Baixo

Rick Fisher – Bateria, Percussão, Backing Vocals


Faixas:

Todas as canções são creditadas a Mark Shelton.

1. Prologue - 1:35

2. Necropolis - 3:10

3. Crystal Logic - 6:01

4. Feeling Free Again - 2:48

5. The Riddle Master - 4:41

6. The Ram - 3:46

7. The Veils of Negative Existence - 4:34

8. Dreams of Eschaton - 10:24

9. Epilogue - 1:55


Letras:

Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a:

https://www.letras.mus.br/manilla-road/


Opinião do Blog:

O Manilla Road é uma das bandas estadunidenses de Heavy Metal mais subestimadas da história.


Em Crystal Logic, o Manilla Road mergulha ainda mais na musicalidade do Heavy Metal. Percebem-se, notavelmente, as influências da chamada New Wave of British Heavy Metal, mas também há toques de Speed Metal e de Progressivo por todo o disco.


Mark Shelton é o destaque, com seu vocal repleto de personalidade e muita competência na guitarra, com solos cheios de feeling e riffs grudentos.


Canções como “Necropolis”, “The Riddle Master” e “The Ram” mostram o poder do heavy metal estadunidense, com peso e intensidade cativantes. A longa “Dreams of Eschaton” é bastante interessante, mas a favorita é mesmo “Crystal Logic”, com suas alternâncias de dinâmicas e um toque ‘priestiano’.


Enfim, Crystal Logic é um discaço de heavy metal e amostra das grandes capacidades do Manilla Road como banda!

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