6 de outubro de 2025

LUCIFER'S FRIEND - LUCIFER'S FRIEND (1971)

 


Lucifer’s Friend é o autointitulado álbum de estreia da banda alemã Lucifer’s Friend. Seu lançamento oficial aconteceu em janeiro de 1971, pelo selo Phillips. As gravações ocorreram em novembro de 1970, no TonStudio Maschen e no Windrose, ambos na Alemanha. A produção ficou a cargo de Herbert Hildebrandt.





A banda Stonewall, do vocalista John Lawton, separou-se durante uma turnê na Alemanha Ocidental em 1969. Enquanto o grupo voltava para casa, na Grã-Bretanha, Lawton decidiu ficar na Alemanha por um tempo.


Na Alemanha, Lawton conheceu Peter Hesslein, Dieter Horns, Peter Hecht e Joachim Reitenbach, todos membros de uma banda chamada The German Bonds.


Os cinco se uniram para gravar um álbum com o nome de banda, Asterix, em 1970, logo depois mudando seu nome para Lucifer's Friend.


Peter Hecht



Os primeiros álbuns do grupo seriam lançados pelo selo Vertigo Records na Europa, mas nos Estados Unidos esses álbuns foram lançados por uma série de pequenas gravadoras independentes (Billingsgate, Janus, Passport), muitas vezes um ano ou mais após seu lançamento na Europa.


Assim, apesar do airplay em alguns mercados e de um culto de seguidores, os discos da banda eram difíceis de encontrar e o sucesso comercial lhes escapava.


A banda finalmente assinou um contrato com a Elektra Records em 1977: lançou três álbuns com um som pop mais comercial, mas a essa altura o interesse pelo grupo havia diminuído; esses álbuns tiveram ainda menos sucesso do que os anteriores.


O Lucifer’s Friend ficaria conhecido por mudar estilos musicais e influências em cada álbum. A estreia autointitulada, de 1970, continha letras sombrias e um estilo despojado de guitarra e órgão, soando semelhante a Deep Purple, Uriah Heep, Led Zeppelin e Black Sabbath. Este álbum ainda é procurado pelos fãs dos primórdios do heavy metal.


O disco


O álbum foi gravado nos estúdios TonStudio Maschen e Windrose-Dumont Time Studios, ambos na Alemanha, com produção de Herbert Hildebrandt e coprodução da própria banda.


Peter Hesslein



A arte da capa, bastante sombria (para a época), foi obra do Juligan Studio. Algumas prensagens originais vinham em um belíssimo LP Gatefold.


RIDE THE SKY


Com uma força e um peso impressionantes, “Ride the Sky” possui um riff principal matador e John Lawton arrasando nos vocais. Que música!!!


A letra fala em alto astral:


Hey world look out I'm coming

Friends pass me by and you saw me humming

Mars, Venus and stars

Shaking their heads at me

No more todays, tonight I'll be riding the sky


EVERYBODY’S CLOWN


Everybody’s Clown possui uma pegada que lembra o Deep Purple da Mark II, com os teclados e a guitarra bem proeminente, sendo um Hard Vigoroso.


A letra fala sobre mudança de perspectiva:


Stop the world I need a little time right now

In my head I'm so confused

Busy little people in their big machine

Haven't got the time to feel abused


KEEP GOIN’


Keep Goin’” tem um ritmo cadenciado, alternando momentos de clamaria com outros de intensidade absurda, com os teclados dominantes!


Letra fala sobre perseverança:


Keep going they're hot on your heels

The longer you rest now the harder it feels

Nobody will open the door

Even your friends won't know you no more


TOXIC SHADOWS


Toxic Shadows” oscila em termos de sonoridades, com uma pegada jazz em algumas passagens, mostrando uma influência prog e uma atuação impecável de Lawton nos vocais.


A letra possui um certo fatalismo:


I smell coal dust in your hair

You who bakes in A house of fire

with your feeling finger

Take my hard rock, put it there

Ooh babe just a little bit higher


John Lawton



FREE BABY


Em “Free Baby”, os teclados são bem proeminentes e toques de rock espacial são muito presentes.


A letra fala sobre uma dama livre:


Hey baby is IT mine or someone else's bed

you're sleep tonight

Tell me baby, if it's someone else, make sure

that he will treat you right

When you're on your own you play around


BABY YOU’RE A LIAR


Baby You’re a Liar” é curta, direta, indo certeira ao ponto, com um grande trabalho do órgão e das guitarras. Que porrada!


A letra é sobre uma garota mentirosa:


Now I've had the time to think about

where I went wrong

I know I'd run a mile to do it all once more

Spending lonely nights with someone

that I know I'll never love

Wishing things was like they were before

But I've gotten wiser to you babe

Baby I'M a liar and I fell I for you

Baby couldn't get no higher with you - no, no, no

Baby now you've gone away from me

it's all over, don't bother waiting


IN THE TIME OF JOB WHEN MAMMON WAS A YIPPIE


In the Time of Job When Mammon Was a Yippie” traz uma pegada mais pesada e direta, na qual a potência das guitarras é fundamental.


A letra é divertida:


Mary said to Joe there ain't no play

that's easy

You want to see them fall for the tricks

All we got to do is let them take it easy

And make like he's working for kicks


LUCIFER’S FRIEND


A faixa-título encerra o trabalho de forma poderosa, unindo Hard e Prog, com exuberância instrumental e vocais matadores de Lawton.


A letra tem um tema de horror:


Fear and fright since yesterday night

The little man knocked at my window

The hour he'd want but he had to run

But he'll BE back again

Since yesterday night, I lived in fear of fright

I still hear his voice shouting

through the night


Considerações Finais


Apesar de sua inegável qualidade, a estreia do Lucifer’s Friend não fez qualquer barulho em termo das principais paradas de sucesso, a britânica e a norte-americana.


A ótima “Ride the Sky” foi lançada como single, mas obteve os mesmos resultados do disco.


Atualmente, o disco é reconhecido como uma peça influente no desenvolvimento do Heavy Metal e é um item muito procurado por fãs dos primórdios do Heavy Metal e |Hard Rock. Críticas contemporâneas enaltecem o trabalho, como o site AllMusic, por exemplo.


O segundo álbum do grupo, Where the Groupies Killed the Blues, seria lançado em 1972.





Formação:

John Lawton – Vocal

Peter Hesslein – Guitarra solo, Percussão

Peter Hecht – Órgão, Piano, Trompa (em "Ride the Sky")

Dieter Horns – Baixo

Joachim Rietenbach – Bateria, Percussão


Faixas:

01. Ride the Sky - 2:55

02. Everybody's Clown - 6:12

03. Keep Goin' - 5:26

04. Toxic Shadows - 7:00

05. Free Baby - 5:28

06. Baby You're a Liar - 3:55

07. In the Time of Job When Mammon Was a Yippie - 4:04

08. Lucifer's Friend - 6:12


Letras:

Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a:
https://www.letras.mus.br/lucifers-friend/


Opinião do Blog:

A ausência de sucesso comercial e de reconhecimento poderia indicar que a banda Lucifer’s Friend seria algo menor ou descartável. Porém, a realidade se trata exatamente o oposto.


Este disco de estreia do grupo alemão se trata de um item essencial e praticamente obrigatório para os amantes dos primórdios do Hard Rock e do Heavy Metal. As guitarras cortantes de Peter Hesslein em associação com os teclados de Peter Hecht trazem à memória, bandas como o Deep Purple e o Uriah Heep praticamente de modo imediato.


Toda esta massa sonora é recheada pela atuação vocal soberba do grande John Lawton, um vocalista muito competente e bastante talentoso, mas muitas vezes esquecido e subestimado. Este álbum é um retrato fiel do talento de Lawton.


Everybody’s Clown”, “ Toxic Shadows” e a faixa-título mesclam o Heavy Rock com arranjos complexos, dando uma amostra da sonoridade mais intrincada que o grupo exploraria no futuro. “Keep Goin’” é uma porrada, bem como a excelente “Baby You’re a Liar”.


Mas a nossa favorita é mesmo a impactante “Ride a Sky”, uma canção com o poder metálico de grupos como o Black Sabbath e a voz impressionante de Lawton.


O Lucifer’s Friend iria alternar a sua sonoridade durante sua existência, com trabalhos posteriores mergulhando o grupo em experimentos mais voltados ao Rock Progressivo ou mesmo ao Jazz Fusion. Entretanto, escolhemos a pesadíssima estreia do grupo para apontarmos como esta banda merece um resgate urgente.

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