28 de julho de 2023

MASTODON - CRACK THE SKYE (2009)

 


Crack the Skye é o quarto álbum de estúdios da banda norte-americana Mastodon. O seu lançamento oficial aconteceu em 24 de março de 2009, através dos selos Reprise, Sire e Relapse. As gravações ocorreram entre abril e setembro de 2008, no Southern Tracks Studios, em Atlanta, nos Estados Unidos. A produção ficou a cargo de Brendan O'Brien.


Hora do site focar na banda norte-americana Mastodon, a qual é uma das melhores surgidas no século XXI.





Origens


O Mastodon foi formado em 13 de janeiro de 2000, depois que o baterista Brann Dailor e o guitarrista Bill Kelliher se mudaram de seu estado natal, Nova York, para Atlanta, Geórgia, e conheceram o baixista Troy Sanders e o guitarrista Brent Hinds em um show da banda de metal High on Fire.


Eles descobriram que tinham uma apreciação mútua das bandas de sludge metal Melvins e Neurosis, das lendas do heavy metal Iron Maiden e dos hard rockers dos anos 1970, Thin Lizzy, e começaram a trabalhar juntos na música logo depois disso.


Em uma entrevista de 2009, Kelliher revelou que a primeira vez que Hinds compareceu a um ensaio com a banda, ele "apareceu tão bêbado que não conseguiu tocar".


A banda gravou uma demo de nove canções em junho de 2000, que contou com Eric Saner nos vocais. Depois de apenas alguns meses, Saner deixou a banda por motivos pessoais, e as canções de 9 Song Demo foram regravadas com vocais de Hinds e Sanders.


Em 2001, a Reptilian Records lançou um disco de imagem de 7" contendo três das faixas regravadas. No mesmo ano, Mastodon fechou um contrato com a Relapse Records, e mais cinco das canções regravadas foram lançadas como Lifesblood EP.


O primeiro álbum de estúdio do Mastodon, Remission, foi lançado em 28 de maio de 2002, e trazia as canções "Crusher/Destroyer" e o primeiro single da banda, "March of the Fire Ants". Coincidindo com um videoclipe de "March of the Fire Ants", uma edição de luxo de Remission foi lançada em outubro de 2003. Esta versão do álbum continha um cover da música "Emerald" do Thin Lizzy e um DVD bônus com um show ao vivo filmado profissionalmente no The Masquerade em Atlanta.


Brent Hinds



Leviathan


O segundo álbum completo da banda, Leviathan, foi lançado em 2004; é um álbum conceitual vagamente baseado no romance Moby-Dick de Herman Melville. A banda foi aclamada pela crítica por Leviathan e o disco foi eleito o álbum do ano pela Kerrang! e pela Terrorizer.


"Blood and Thunder", que apresentava o vocalista do Clutch, Neil Fallon, foi escolhida como uma das gravações mais importantes da década pela National Public Radio em novembro de 2009, e que todo o álbum simboliza "uma década fenomenal para o metal". Leviathan também ficou em segundo lugar em uma lista da Metal Hammer dos melhores álbuns de 2004.


Leviathan foi seguido pelo lançamento de Call of the Mastodon em 2006, uma coleção remasterizada das nove primeiras canções da banda, bem como um DVD de entrevistas e filmagens de shows chamado The Workhorse Chronicles, que inclui material dos primeiros dias da banda como um quinteto. Muito do material de Call of the Mastodon é anterior ao álbum Remission.


Blood Mountain


O terceiro álbum de estúdio da banda, Blood Mountain, foi lançado em 12 de setembro de 2006, seguido por uma turnê de divulgação do álbum junto com o Tool na Europa e Slayer na Austrália e Nova Zelândia.


O vocalista do Mars Volta, Cedric Bixler-Zavala, deixou sua voz na faixa "Siberian Divide", enquanto o vocalista do Queens of the Stone Age, Josh Homme, contribuiu com os vocais para a música "Colony of Birchmen".


O álbum em ficou em nono lugar na parada de melhores álbuns do ano da revista Rolling Stone. A Metal Hammer do Reino Unido o elegeu como o melhor álbum de 2006 em sua enquete de final de ano. O álbum foi votado em 5º lugar pela Kerrang! em sua lista de final de ano, bem como nº 6 e nº 1, respectivamente, nas listas de Melhores Álbuns de 2006 e Melhores Álbuns de Metal de 2006 da PopMatters.


O site About.com classificou-o como o melhor álbum de metal de 2006. Blood Mountain também ficou em segundo lugar na lista da revista Revolver dos melhores álbuns de 2006.


Troy Sanders



Crack the Skyie


Gravado entre abril e setembro de 2008, Crack the Skye é o primeiro disco a apresentar o baterista Brann Dailor como o terceiro vocalista principal da banda.


Segundo entrevista no DVD The Making of Crack the Skye, este álbum representa o elemento éter, que seria composto pelas almas e espíritos de todas as coisas, tema intimamente relacionado ao contexto do álbum.


Como os elementos fogo, água e terra já foram representados pelos três primeiros álbuns da banda, Remission, Leviathan, Blood Mountain e o sétimo álbum da banda, Emperor of Sand, respectivamente, o elemento ar é o único elemento clássico que ainda não foi representado por um álbum do Mastodon, já que seus álbuns de estúdio seguintes, The Hunter e Once More 'Round the Sun, não representam um elemento, nem são álbuns conceituais.


O baterista Brann Dailor descreveu o álbum como mais "focado" do que seu antecessor, Blood Mountain:


"Talvez houvesse um coração mais profundo neste álbum que precisava ser mais explorado ... Ficamos mais envolvidos em sentir a vibração do álbum e tudo parece mais assustador e espaçado e algo especial está acontecendo.".


Durante a composição do disco, Brent Hinds ouvia In the Court of the Crimson King, do King Crimson todos os dias como inspiração, enquanto Dailor e Troy Sanders ouviam Animals, do Pink Floyd.


Paul Romano, que tinha feito toda a capa do álbum do Mastodon até aquele ponto, criou a arte de Crack the Skye. A peça apresenta várias imagens etéreas intimamente ligadas ao conceito geral do disco.


Brendan O’ Brien foi o produtor do disco, oficialmente lançado em 24 de março de 2009. Vamos às faixas:


OBLIVION


Oblivion” é bastante pesada e intensa, uma verdadeira porrada, com muitas alternâncias de dinâmica.


A letra possui um sentimento de falha:


Lost love, bright eyes fading

Faster than stars falling

How can I tell you that I've failed

Tell you I failed


A canção possui um videoclipe e foi um single retirado do álbum.


DIVINATIONS


Divinations” é mais direta, mantendo o peso, sendo bem agressiva.


A letra é etérea:


No escape

Binding spirits

No escape

Trapped in time space


QUINTESSENCE


Quintessence” possui uma energia progressiva, com várias melodias, mesmo não abrindo mão de peso.


A letra possui uma essência etérea:


Letting me free the quintessence

In fine mist

Opened his hand in center

Holding my eyes to the future

Hovering above myself

Letting loose the guided

Punching these holes in my head

Losing my skin to the landslide


THE CZAR


Com mais de 10 minutos, “Czar” possui um toque oriental em sua melodia, constituindo-se em uma faixa, digamos, bem viajante.


A letra é bem legal:


Don't stay, run away

Your role as usurper is found out

Don't stay, run away

Czarina has warned of the danger


A canção é dividida em 4 seções distintas: "Usurper", "Escape", "Martyr" e "Spiral".


Brann Dailor



GHOST OF KARELLIA


Ghost of Karellia” é uma música incrível, cujo riff principal é hipnotizante.


A letra é linda:


Between heaven and earth

Wisdom and the knower

A planet collide

Divisible we fall


CRACK THE SKYE


Crack the Skye” é uma verdadeira porrada, bem pesada e bastante intensa.


A letra demonstra um sofrimento:


The screaming arrows tear through my soul

In the dawn your face is haunting

White ghostly dreams of old


THE LAST BARON


The Last Baron” é caótica e totalmente brilhante por seus mais de 12 minutos.


A letra é fatalista:


It is hard to see

Through all the haze at the top of the trees

Hold my head on stable ground

Watch as the earth falls all around


Considerações Finais


Crack the Skye atingiu a 34a posição da principal parada britânica e a 11a colocação de sua correspondente norte-americana.


As críticas são muito positivas. Thom Jurek, dá ao álbum uma nota 4 em 5, apontando: “(…) Crack the Skye rocks, e com força! Seus ritmos inconstantes e estruturas-chave são muito mais carnudos e fortes do que a maioria do prog metal, e a ameaça e a especulação cosmológica existem em igual medida, proporcionando um senso de equilíbrio perfeito. (…) Crack the Skye é o som de uma banda que se estende até seus limites e explora a profundidade de sua identidade musical coletiva como uma série de possibilidades e não como assinaturas.”


Crack the Skye foi nomeado um dos álbuns mais bem recebidos de 2009 por várias publicações musicais. A revista Classic Rock colocou-o em terceiro lugar em seus melhores álbuns de 2009, enquanto a Kerrang! colocou-o em 4º lugar em seus melhores álbuns de 2009. A revista Time colocou Crack the Skye em terceiro lugar em sua lista dos 10 melhores álbuns de 2009, o ano. Rhapsody chamou-o de 7º melhor álbum de 2009. O álbum também foi eleito o álbum nº 1 de 2009 pelos críticos e colaboradores da Metal Hammer. Em 2014, TeamRock colocou Crack the Skye em 57º lugar em sua lista dos 100 melhores álbuns progressivos de todos os tempos. O álbum foi homenageado com o Prêmio Metal Storm de 2009 de Melhor Álbum de Metal Alternativo.


A fim de divulgar seu novo álbum, o Mastodon fez uma turnê com o Metallica na última parte da etapa europeia de 2009 da World Magnetic Tour da banda de Thrash. No outono de 2009, eles embarcaram com o Dethklok na turnê "Adult Swim Presents" junto com Converge e High on Fire. Em 17 de outubro de 2009, eles gravaram um DVD documentando a turnê no Aragon Ballroom em Chicago.


O Mastodon tocou no festival de música alternativa Big Day Out, em turnê pela Austrália e Nova Zelândia em janeiro e fevereiro de 2010.


The Hunter, o quinto álbum de estúdio da banda, seria lançado em 2011.





Formação:

Brann Dailor – Bateria, Percussão, Backing vocals, Vocal em 1 e 6

Brent Hinds – Guitarra-solo, Banjo, Vocal exceto em 5 e 6

Bill Kelliher – Guitarra-base

Troy Sanders – Baixo, Vocal em 5

Músicos Adicionais:

Rich Morris – Teclados e Mellotron

Scott Kelly – Vocal em 6

Brendan O'Brien – Backing vocals


Faixas:

1. Oblivion (Dailor/Sanders/Hinds) - 5:46

2. Divinations (Hinds/Sanders) - 3:38

3. Quintessence (Hinds/Sanders) - 5:27

4. The Czar (Hinds/Sanders) - 10:54

5. Ghost of Karelia (Sanders) - 5:24

6. Crack the Skye (Kelly/Dailor/Sanders) - 5:54

7. The Last Baron (Hinds/Sanders) - 13:00


Letras:

Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a: https://www.letras.mus.br/mastodon/


Opinião do Blog:

Para quem acompanha o blog, é necessário ressaltar que o Mastodon é minha banda preferida do século XXI, contando com uma discografia impressionante.


Crack the Skye é o ponto de viragem do grupo, demonstrando um amadurecimento. Sua musicalidade bebe no Heavy Metal, mas também entre o Prog e o Psicodélico. Isto torna os caminhos das canções imprevisíveis e a alternância de dinâmicas é uma constante em todo o disco.


A uniformidade é o peso constante das guitarras, mas há uma avalanche melódica, ao mesmo tempo. Viajar pelos 50 minutos do disco é uma experiência transcendental.


As letras são bem legais e aqui não há música de enchimento. Indicamos como preferidas a faixa-título, a impressionante “The Last Baron” e a sensacional “Ghost of Karellia”.


Enfim, o Mastodon é uma banda muito talentosa, com seus discos apontando em diferentes direções e sempre proporcionando uma imersão profunda em sua sonoridade. Crack the Skye é uma verdadeira viagem sem retorno.

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