Straight
Shooter é o segundo álbum de estúdio da banda britânica Bad
Company. Seu lançamento oficial ocorreu em abril de 1975, através
dos selos Island e Swan Song. As gravações aconteceram em setembro
de 1974, no Clearwell Castle, em Gloucestershire, na Inglaterra. A
produção ficou a cargo da própria banda.
O
sensacional Bad Company está de volta ao site com um de seus
trabalhos mais interessantes. O primeiro post sobre o grupo e sua
estreia, nos primórdios do RAC, você pode ler
aqui.
Bad
Company
Em
26 de junho de 1974, o Bad Company lançou seu álbum de
estreia, Bad Company.
O
álbum atingiu o topo do US Billboard 200, a principal parada
norte-americana desta natureza. Desde então, o disco foi certificado
cinco vezes pela RIAA e tornou-se o 46º álbum mais vendido
da década de 1970. (Nota do Blog: A Recording Industry
Association of America (R.I.A.A.ou RIAA) (em português “Associação
da Indústria de Gravação da América”) é uma organização
sediada em Washington que representa as gravadoras nos Estados
Unidos. Sua missão é promover a vitalidade financeira e criativa
dos negócios de seus membros que consistem, na maior parte, de
entidades de corporações particulares como selos de gravadoras, e
distribuidores, que criam e distribuem por média de 85% de toda
música produzida nos EUA).
O
álbum passou 25 semanas na UK Albums Chart, a principal
parada britânica de discos, atingindo a posição mais alta, o 3º
lugar, na segunda semana.
Os
singles “Can’t Get Enough” e “Movin’ On” alcançaram o 5º
e o 19º lugares, respectivamente, na principal parada
norte-americana desta natureza.
Nos
Estados Unidos, a popularidade do Bad Company disparou.
Enquanto alguns fãs reconheceram a voz do vocalista Paul Rodgers
pelo sucesso de “All Right Now” (do Free), o estágio energético
do grupo se mostrou para um público estranho, em grande parte não
familiarizado com os trabalhos do Free ou do Mott The
Hoople.
A
rádio FM devorou seu disco de estréia, em última análise
trabalhando “Can't Get Enough”, “Rock Steady”, “Bad
Company”, “Ready For Love” e “Movin’ On” em rotação
regular.
Os
vocais apaixonados e emocionantes de Rodgers lembravam um dos seus
ídolos, Otis Redding, e acertou em cheio com a base de fãs
do grupo a qual se expandia rapidamente. (Nota do Blog: Otis
Redding foi um cantor de soul norte-americano conhecido por
seu estilo passional e pelo sucesso póstumo “(Sittin' On) the Dock
of the Bay”. Foi considerado, pela revista Rolling Stone, o 8°
maior cantor e o 21° maior artista de todos os tempos).
Paul Rodgers |
Segundo
o baterista Simon Kirke, o Bad Company retornou de sua turnê
norte-americana triunfante, pois havia conquistado o topo da
Billboard com seu álbum de estreia. O manager do
grupo, Peter Grant, convocou a banda para parabenizá-los pelo
sucesso e, claro, cobrar mais discos daquele nível. (Nota do
Blog: Peter James "G" Grant foi um empresário musical
inglês. Grant gerenciou as populares bandas inglesas, Yardbirds,
Led Zeppelin e Bad Company, entre outros, e também foi
executivo da gravadora Swan Song Records).
Straight
Shooter
Entusiasmada
pela resposta a Bad Company, o grupo contratou o estúdio
móvel Ronnie Lane e instalou-se no Castelo Clearwell, em
Gloucestershire, Inglaterra, em setembro de 1974.
Três
meses depois do lançamento de Bad Company, a banda em
conjunto com o engenheiro de gravação Ron Nevison gravou oito
músicas no Clearwell Castle, em Gloucestershire, na Inglaterra.
(Nota do Blog: A Clearwell Castle, em Clearwell, Forest of
Dean, Gloucestershire, é uma mansão de renome gótico, classificada
no grau II. Na década de 1970, o Clearwell Castle foi usado
regularmente como estúdio de gravação e ensaio por bandas de
música rock, incluindo Led Zeppelin, Black Sabbath,
Deep Purple, Badfinger, Sweet, Mott the
Hoople, Van Der Graaf Generator e Bad Company).
“Esse
foi um lugar interessante para gravar”, afirmou Paul Rodgers.
Simon Kirke |
Algum
tempo depois, Nevison mixou as músicas para aquilo que se tornaria
Straight Shooter, no Air Studios, em Londres.
A
capa do álbum foi projetada pela Hipgnosis, a qual também
havia projetado a arte do álbum de estreia do grupo. (Nota do
Blog: a Hipgnosis foi um grupo inglês de design de arte, baseado
em Londres, que se especializou na criação da arte da capa para
álbuns de músicos e bandas de rock).
Vamos
às faixas:
GOOD
LOVIN’ GONE BAD
A canção de abertura do disco apresenta um ritmo interessante, com forte presença do baixo de Boz Burrell e um riff pesado guiado pela guitarra de Mick Ralphs. A faixa é um Hard Rock dotado de muito balanço, contando com ótimos vocais de Paul Rodgers.
A
letra fala sobre confiança:
Now
I ain't complaining, just tryin' to understand
What makes a woman do the things she does
One day she`ll love you the next day she`ll leave you
Why can`t we have it just the way it used to be
What makes a woman do the things she does
One day she`ll love you the next day she`ll leave you
Why can`t we have it just the way it used to be
“Good
Lovin’ Gone Bad” é um clássico do Bad Company.
A
canção foi lançada como single antes mesmo do lançamento de
Straight Shooter, alcançando a 31ª posição da principal
parada britânica desta natureza, atingindo a 36ª colocação em sua
correspondente norte-americana, ainda em 1974.
A
música “Hold On Loosely”, da banda 38 Special, presente
no álbum Wild-Eyed Southern Boys, de 1981, faz referência a
“Good Lovin’ Gone Bad”.
FEEL
LIKE MAKIN’ LOVE
A clássica "Feel Like Makin' Love" possui um andamento mais arrastado, novamente, apresentando o baixo de Burrell conduzindo a canção. Durante o ótimo refrão, a música ganha peso e a guitarra de Ralphs aparece mais. Uma faixa com muita sensibilidade.
A
letra obviamente tem teor sexual:
Baby,
when I think about you, I think about love
Darling, I don't live without you and your love
If I had those golden dreams of my yesterday
I would wrap you in the heaven, but they lay dying on the way
Darling, I don't live without you and your love
If I had those golden dreams of my yesterday
I would wrap you in the heaven, but they lay dying on the way
“Feel
Like Makin’ Love” é outro grande clássico do Bad Company.
A
canção foi lançada como single e conquistou o 10º lugar da
principal parada norte-americana desta natureza, obtendo a 20ª
colocação em sua correspondente britânica.
Paul Rodgers começou a escrever as letras desta música em um
acampamento na Califórnia, enquanto fazia uma turnê pelos EUA com o
Free. Ele tinha 19 anos.
Depois
de vários anos, Rodgers apresentou-a para o guitarrista do Bad
Company, Mick Ralphs, que compôs o grande acorde no refrão - o
‘duh-duh’ silencioso que marca a mudança da balada de um country
para o rock.
Em
2009, o canal norte-americano de TV VH1 colocou “Feel
Like Makin’ Love” na 78ª posição de sua lista best hard
rock song of all time.
A
música aparece no filme Scotland PA, de 2001. Entre versões
cover mais conhecidas estão a de artistas como Kid Rock e
Pauline Henry.
WEEP
NO MORE
Já em "Weep No More", a influência bluesy, oriunda dos tempos do Free, aparece mais escancarada. O ritmo cadenciado e a guitarra de Ralphs são grandes destaques, mas a atuação de Rodgers nos vocais está em um patamar mais elevado.
A
letra representa sofrimento romântico:
I
hear your voice in the wind
And I feel your tears in the rain
Shadows of night are falling
Don't you recall your name
And I feel your tears in the rain
Shadows of night are falling
Don't you recall your name
SHOOTING
STAR
A beleza ímpar de "Shooting Star" é intangível. Simples e, ao mesmo tempo, contagiante, a faixa conta com uma atuação impecável de Paul Rodgers nos vocais. O refrão é incrível e o solo de guitarra de Ralphs também abusa do feeling. Enfim, um grande clássico!
A
letra conta a história de um Rock Star:
Johnny
died one night, died in his bed
Bottle of whisky, sleeping tablets by his head
Johnny life passed him by like a warm summer day
If you listen to the wind you can still hear him play
Bottle of whisky, sleeping tablets by his head
Johnny life passed him by like a warm summer day
If you listen to the wind you can still hear him play
“Shooting
Star” é outro clássico incontestável do Bad Company.
O
guitarrista Mick Ralphs e o baterista Simon Kirke revelaram, no
programa de rádio norte-americano In the Studio (que dedicou
um episódio ao Straight Shooter), que a faixa “Shooting
Star” (a qual conta a história de uma estrela do rock que morreu
cedo) foi inspirada logicamente pelas mortes relacionadas a drogas e
álcool de Jimi Hendrix, Janis Joplin e Jim Morrison.
“Shooting
Star” não foi lançada como single, mas teve intensa circulação
nas rádios e está presente em diversas coletâneas e álbuns ao
vivo do grupo.
DEAL
WITH THE PREACHER
Um Hard Rock imponente está presente em "Deal With the Preacher". A guitarra de Mick Ralphs está bastante dominante e o trabalho da cozinha formada por Simon Kirke e Boz Burrell permite que o guitarrista brilhe ainda mais. Grande momento do álbum.
A
letra possui inclinação romântica:
Let
me say as the sun climbs across the sky above
So your smile filled me with a stronger love
Just as you and I, watchin' the morning sky, oh yeah
Somehow I know it's time for me to say goodbye, yeah, yeah
So your smile filled me with a stronger love
Just as you and I, watchin' the morning sky, oh yeah
Somehow I know it's time for me to say goodbye, yeah, yeah
WILD
FIRE WOMAN
O excelente riff de "Wild Fire Woman" é um grande destaque do disco, com sua pegada bluesy, mas sem abrir mão de uma boa dose de peso. A faixa é intensa e a interpretação de Paul Rodgers é fundamental para o sucesso da composição. Bem legal!
A
letra é sobre desejo:
Wild
fire shooting thru my veins
Burns a fever to my brain
Wild fire woman, something you got
I start to shiver when you do that, do that baby, now
Burns a fever to my brain
Wild fire woman, something you got
I start to shiver when you do that, do that baby, now
ANNA
Composta pelo baterista Simon Kirke, "Anna" é uma balada com uma musicalidade que remete imediatamente ao Free, do qual Kirke e Rodgers fizeram parte. A pegada Blues está ainda mais evidente, o andamento arrastado e um clima mais melancólico formam uma canção muito interessante.
A
letra é uma declaração de amor:
And
I know if she left me, my world would turn cold
She's the best liitle lady that a man could ever hold
When I'm down, she knows what to say
She clears my blindness away
And in the night, she says "Hold me",
She's the best liitle lady that a man could ever hold
When I'm down, she knows what to say
She clears my blindness away
And in the night, she says "Hold me",
It
makes me feel so strong
CALL
ON ME
A oitava - e última - faixa de Straight Shooter é "Call on Me". A derradeira música do disco é um Rock simples, direto, dominado pelos teclados. A intensidade é baixa e, embora possua um andamento dinâmico, o peso está ausente. Fecha o álbum de modo interessante.
A
letra é novamente em tom de desejo:
Call
on me, call on me
Call on me, call on me
I'll be by your side
To keep you satisfied
Call on me, call on me
I'll be by your side
To keep you satisfied
Considerações
Finais
Straight
Shooter foi outro grande sucesso comercial para o Bad Company,
transformando-o em um dos principais nomes do Rock na década de 70.
O
álbum atingiu as extraordinárias 3ªs posições tanto na parada
norte-americana quanto na parada britânica de álbuns. Ainda ficou
com os 3º, 6º e 13º lugares nas paradas de Canadá, Noruega e Nova
Zelândia; respectivamente.
O
álbum vendeu 500 mil cópias apenas após seu primeiro mês de
lançamento.
Straight
Shooter recebeu críticas diferentes dos jornalistas musicais.
A
avaliação de Gautam Baksi, do AllMusic, dá ao disco
uma nota 4 de um máximo possível de 5, atestando que a popularidade
do álbum foi atribuída às baladas acústicas “Shooting Star” e
“Feel Like Makin’ Love”, enquanto as duas músicas escritas por
Simon Kirke - “Anna” e “Weep No More” - bem como o álbum,
não possuíam suficientes músicas de apoio e singles de
acompanhamento, fazendo o disco menos bem-sucedido que o seu
antecessor.
Robert
Christgau sentiu que, embora Straight Shooter fosse melhor que
seu antecessor, não deveria ser rotulado de Hard Rock porque Paul
Rodgers não tinha nem uma voz forte, que é necessária para ser um
cantor de rock, e porque o álbum não é tocado na velocidade certa.
Ed
Naha, da revista Rolling Stone, foi muito mais favorável que
Christgau. Naha pensou que, com seu segundo álbum, o Bad Company
estava provando que não acabaria como as bandas Mott the
Hoople, Free ou King Crimson, as quais os membros
do Bad Company fizeram parte anteriormente.
Naha
também afirmou que “Anna”, de Simon Kirke, era tão ruim quanto
foi gravada pela primeira vez, mas que “Weep No More” demonstrou
que ele estava progredindo como compositor, enquanto Boz Burrell
também estava fazendo progressos no baixo.
A
resposta apoteótica ao álbum acelerou o impulso do grupo e sua
posição como uma das atrações de concertos mais populares do
mundo. O baterista Simon Kirke afirmou: “Em 1975, conseguimos
voltar e visitar a América como headliner”, e Kirke
continuou: “Foi um ano maravilhoso”. (Nota do Blog:
Headliner é a banda principal de um show).
Paul
Rodgers relembra esta época: “Havia um pouco de pressão sobre nós
pois éramos os primeiros artistas assinados com o selo Swan Song,
que pertencia ao Led Zeppelin”, afirmou.
Rodgers
conta como era a relação com o Led Zeppelin: “Por trás
das cenas, nós tiramos sarro uns dos outros sem piedade. Nós
ficávamos do lado do palco e gritamos ‘lixo!’ e coisas parecidas
com eles. Nós nunca fizemos shows juntos, mas nós fizemos jams, um
pouco. Havia um relacionamento real entre as duas bandas”.
Por
fim, o guitarrista Mick Ralphs definiu a importância de Peter Grant,
empresário de ambas as bandas: “Não há dúvida de que, sem Peter
Grant, não teríamos alcançado o nível de sucesso que alcançamos”,
ecoa. “Sua influência e as ideias eram essenciais para nosso
status elevado. Ele era um grande empresário e um homem adorável”.
Straight
Shooter supera a casa de 3 milhões de cópias vendidas apenas
nos Estados Unidos.
Formação:
Paul
Rodgers - Vocal, Violão, Piano
Mick
Ralphs - Guitarra, Teclados
Boz
Burrell - Baixo
Simon
Kirke - Bateria
Faixas:
01.
Good Lovin' Gone Bad (Ralphs) - 3:35
02.
Feel Like Makin' Love (Rodgers/Ralphs) - 5:12
03.
Weep No More (Kirke) - 3:59
04.
Shooting Star (Rodgers) - 6:16
05.
Deal With the Preacher (Rodgers/Ralphs) - 5:01
06.
Wild Fire Woman (Rodgers/Ralphs) - 4:32
07.
Anna (Kirke) - 3:41
08.
Call on Me (Rodgers) - 6:03
Letras:
Para
o conteúdo completo das letras recomenda-se o acesso a:
https://www.letras.mus.br/bad-company/
Quem acompanha o RAC há mais tempo sabe da admiração que o autor possui pelo trabalho de Paul Rodgers e, também, pelas bandas Free e Bad Company. Todos estão entre os favoritos da casa.
Straight Shooter, segundo álbum de estúdio do Bad Company, foi o responsável por consolidar o sucesso do supergrupo, alçando-o a um patamar ainda maior.
O disco se sai muito bem na missão indigesta de suceder a Bad Company, um dos mais incríveis álbuns de estreia de todos os tempos.
Tudo é possível pela qualidade extraordinária de todos os músicos que compunham a banda naquele momento. Paul Rodgers, Simon Kirke, Boz Burrell e Mick Ralphs dispensam maiores apresentações e estão ótimos no disco.
As letras são legais e merecem uma conferida.
Com "apenas" 8 canções, Straight Shooter não possui músicas de enchimento. Mesclando composições mais acústicas com outras mais pesadas, o resultado final transcende, e muito, a média comum.
A pesada "Wild Fire Woman" apresenta o melhor do Hard Rock do grupo, ao lado da emblemática "Good Lovin' Gone Bad". A ótima "Deal With the Preacher" também merece destaque.
As preferidas do RAC são, entretanto, faixas que apelam à sensibilidade: as incríveis "Fell Like Makin' Love" e "Shooting Star", esta última, antológica.
Enfim, Straight Shooter é um disco obrigatório e essencial para fãs de Rock e Hard Rock setentista, mesmo que não esteja no mesmo patamar intergaláctico da estreia do grupo, Bad Company. Mas, sem sombra de dúvidas, é uma amostra de que o Bad Company não estava para brincadeiras!
num tem download essa desgraça?!
ResponderExcluirNão. É um site de textos, não de download.
Excluirvvhh
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