18 de novembro de 2017

LED ZEPPELIN - LED ZEPPELIN (1969)


Led Zeppelin é o álbum de estreia da banda de mesmo nome, ou seja, o Led Zeppelin. Seu lançamento oficial ocorreu em 12 de janeiro de 1969 através do selo Atlantic Records. As gravações aconteceram entre setembro e outubro de 1968, no Olympic Studios, em Londres, na Inglaterra. A produção ficou por conta de Jimmy Page.

Hora dos gigantes do Led Zeppelin retornarem ao RAC com seu álbum de estreia. Vamos aproveitar a ocasião e contar sobre os primórdios da banda.


The Yardbirds

Em 1966, o guitarrista de estúdio que morava em Londres, chamado Jimmy Page, juntou-se à banda de rock, com forte influência do blues, chamada The Yardbirds, para substituir o baixista Paul Samwell-Smith.

Com pouco tempo, Page mudou do baixo para a guitarra principal, criando uma dupla de guitarristas com o lendário Jeff Beck. Após a saída de Beck, em outubro de 1966, o The Yardbirds, cansados de gravar e das viagens em turnê constantes, começaram a diminuir seu ritmo.

Inicialmente, Page queria formar um supergrupo com ele mesmo e Beck nas guitarras, Keith Moon e John Entwistle, ambos do The Who, na bateria e no baixo, respectivamente. Os vocalistas Steve Winwood e Steve Marriott também foram considerados para o projeto.

O grupo nunca se formou, embora Page, Beck e Moon tivessem gravado uma música em 1966, “Beck's Bolero”, em uma sessão que também incluiu o baixista e tecladista John Paul Jones.

O The Yardbirds tocou seu show final em julho de 1968, no Luton College of Technology, em Bedfordshire, Reino Unido. Eles ainda estavam comprometidos com vários shows na Escandinávia, então o baterista Jim McCarty e o vocalista Keith Relf autorizaram a Page e ao baixista Chris Dreja usarem o nome ‘Yardbirds’ para cumprirem as obrigações da banda.

Jimmy Page

Mudanças e novo projeto

Page e Dreja começaram a colocar em prática uma nova formação juntos. A primeira escolha de Page para o lugar de vocalista foi Terry Reid, mas Reid recusou a oferta e sugeriu Robert Plant, o vocalista dos grupos Band of Joy e Hobbstweedle. (Nota do Blog: Band of Joy (às vezes conhecida como Robert Plant and the Band of Joy) é uma banda de rock da Inglaterra. Várias formações do grupo tocaram de 1965 a 1968 e de 1977 a 1983. Robert Plant reviveu o nome da banda em 2010 para uma turnê de shows na América do Norte e na Europa. A banda é notável por ter possuído em sua formação dois músicos, Robert Plant e John Bonham, que se juntaram ao Led Zeppelin. E, em menor grau, porque um dos roadies da banda era Noddy Holder, que mais tarde juntou à banda Slade).

Plant acabou aceitando a vaga e recomendando o antigo baterista da Band of Joy, John Bonham. Chris Dreja acabou deixando o grupo para se tornar fotógrafo e John Paul Jones perguntou sobre o cargo vago, por sugestão de sua esposa. Page conhecia Jones já que ambos eram músicos de estúdio e concordou em deixá-lo participar como membro final da formação.

Os quatro tocaram juntos pela primeira vez em uma sala abaixo de uma loja de discos, na Gerrard Street, em Londres. Page sugeriu que eles tentassem “Train Kept A-Rollin’”, originalmente um blues, mas popularizada em uma versão rockabilly por Johnny Burnette, e que foi alvo de uma versão pelos Yardbirds.

“Assim que ouvi John Bonham tocar...”, Jones lembrou: “(…) Eu sabia que isso seria ótimo... Nós nos unimos como um time imediatamente”.

Antes de partir para a Escandinávia, o grupo participou de uma sessão de gravação para o álbum Three Week Hero, de 1969, do músico norte-americano P.J. Proby. A faixa do álbum “Jim's Blues”, com Plant na harmonica, foi a primeira faixa de estúdio a contar com os quatro futuros membros do Led Zeppelin. (Nota do Blog: P.J. Proby (nascido James Marcus Smith) é um cantor, compositor e ator americano. Ele também retratou Elvis Presley e Roy Orbison em produções de teatro musical. O nome artítico P.J. Proby foi sugerido por uma amiga, Sharon Sheeley, que teve um namorado com esse nome no ensino médio).

Robert Plant

The New Yardbirds

A banda completou a turnê escandinava sob a denominação de The New Yardbirds, tocando juntos ao vivo, pela primeira vez, no Gladsaxe Teen Clubs, em Gladsaxe, Dinamarca, em 7 de setembro de 1968.

Mais tarde, naquele mês, eles começaram a gravar seu primeiro álbum, o qual foi baseado em seu repertório ao vivo. O álbum foi gravado e mixado em nove dias, e Page cobriu os custos.

Finalmente… Led Zeppelin

Após a conclusão do álbum, a banda foi forçada a mudar seu nome, pois Dreja emitiu um documento de aviso, afirmando que Page estava autorizado a usar o nome The New Yardbirds somente nas datas escandinavas e não poderia prosseguir com o mesmo.

Uma versão de como o nome da nova banda foi escolhido sustenta que Moon e Entwistle sugeriram que o supergrupo com Page e Beck surgiria como um “balão de chumbo” (em inglês, lead balloon), um axioma para resultados desastrosos.

O grupo abandonou o ‘a’ em ‘Lead’ por sugestão de seu gerente, Peter Grant, de modo que aqueles que não estão familiarizados com o termo não o pronunciariam ‘leed’.

O termo ‘balloon’ foi substituído por ‘zeppelin’, uma palavra que, de acordo com o jornalista musical Keith Shadwick, trouxe “a combinação perfeita de peso e leveza, combustível e graça” para a mente de Page.

Em novembro de 1968, o gerente Peter Grant garantiu um contrato de adiantamento no valor de 143 mil libras da Atlantic Records, que foi o maior negócio desse tipo para uma nova banda até então.

A Atlantic era um selo com um catálogo de artistas principalmente de blues, soul e jazz, mas, no final da década de 1960, começara a se interessar pelos grupos britânicos de rock progressivo. Os executivos da gravadora assinaram com o Led Zeppelin sem os terem visto tocar.

Nos termos do contrato, a banda teve autonomia para decidir quando lançariam álbuns e turnês, tendo a última palavra sobre o conteúdo e o design de cada disco. Ela também decidiria como promover cada lançamento e quais faixas seriam lançadas como singles.

A banda formou sua própria empresa, Superhype, para lidar com todos os direitos de publicação.

A banda começou sua primeira turnê no Reino Unido, em 4 de outubro de 1968, ainda como The New Yardbirds; eles tocaram seu primeiro show como Led Zeppelin na Universidade de Surrey, em Guildford, em 25 de outubro. O gerente da turnê, Richard Cole, quem se tornaria uma figura importante na vida itinerante do grupo, organizou sua primeira turnê norte-americana no final daquele ano.

Imagem da primeira apresentação

O álbum Led Zeppelin

Em entrevista, Jimmy Page afirmou que o álbum levou cerca de 36 horas de tempo em estúdio (durante um período de algumas semanas) para ser criado (incluindo a mixagem), acrescentando que ele soube disso por causa do valor cobrado na conta do estúdio.

Um dos principais motivos para o curto tempo de gravação foi que o material selecionado para o álbum havia sido muito bem ensaiado e previamente organizado pela banda na turnê do The New Yardbirds, pela Escandinávia, em setembro de 1968.

Como explicou Page, “(a banda) começou a desenvolver os arranjos na turnê escandinava e eu sabia o som que estava procurando. Ele se formou incrivelmente rápido”.

Além disso, uma vez que a banda ainda não havia assinado o acordo com a Atlantic Records, Page e o gerente do Zeppelin, Peter Grant, pagaram as sessões inteiramente por si mesmos, o que significou que não haveria dinheiro da gravadora para tempo de estúdio excessivo.

Em outra entrevista, Page revelou que o autofinanciamento garantiria a liberdade artística: “Eu queria o controle artístico, porque sabia exatamente o que queria fazer com esses companheiros. Na verdade, eu financiei e gravei completamente o primeiro álbum antes de ir para a Atlantic... Não era a história típica onde você conseguiu um aporte para fazer um álbum - chegamos à Atlantic com fitas na mão... A reação da Atlantic foi muito positiva - quero dizer, eles nos contrataram, não?”

O grupo relatou que a gravação ficou no valor de 1.782 libras inglesas.

Para as gravações, Page tocou uma Fender Telecaster psicodelicamente pintada, um presente de Jeff Beck, depois que Page recomendou seu amigo de infância ao Yardbirds, em 1965, como um potencial substituto para Eric Clapton no posto de guitarrista principal. (Nota do Blog: A Fender Telecaster, conhecida coloquialmente como ‘Tele’, é a primeira guitarra elétrica de corpo sólido comercialmente bem-sucedida no mundo. Seu design simples e efetivo e o som revolucionário quebraram terreno e definiram tendências tanto na fabricação de guitarra elétrica quanto na música popular. Introduzida para a distribuição nacional como o Broadcaster no outono de 1950, foi a primeira guitarra fabricada em escala substancial e mantem-se em produção contínua de uma forma ou outra desde a sua primeira encarnação. Entre os guitarristas que usam o modelo estão Jeff Beck, Bob Dylan, Alex Lifeson, Bruce Springsteen e Jimmy Page).

Esta era uma guitarra diferente daquelas que Page usaria para os álbuns posteriores (mais notavelmente uma Gibson Les Paul). Jimmy reproduziu a Telecaster através de um amplificador Supro. Ele também usou uma Gibson J-200, emprestada de Big Jim Sullivan, para as faixas acústicas do disco. (Nota do Blog: James George Tomkins, conhecido profissionalmente como Big Jim Sullivan, era um músico inglês cuja carreira começou em 1958. Ele era mais conhecido como um guitarrista de estúdio. Nos anos 1960 e 1970, foi um dos músicos de estúdio mais procurados no Reino Unido e atuou em cerca de 750 singles ao longo de sua carreira, incluindo 54 hits número um do Reino Unido).

Em “Your Time Is Gonna Come”, ele usou uma guitarra Fender, de 10 cordas, fora de sintonia.

Led Zeppelin foi produzido por Jimmy Page e projetado por Glyn Johns, ambos se conheciam desde a adolescência no subúrbio de Epsom.

De acordo com Page: “O primeiro álbum é um disco ao vivo, realmente o é, e foi feito intencionalmente dessa forma. Há overdubs sobre ele, mas as faixas originais estão ao vivo”.

Page usou o ambiente natural da sala para aprimorar a textura de reverberação e gravação no registro, demonstrando as inovações na maneira de gravação de som que ele havia aprendido durante seus dias de músico de estúdio.

Até o final da década de 1960, a maioria dos produtores de música colocava os microfones diretamente em frente aos amplificadores e bateria.

John Bonham

Para Led Zeppelin, Page desenvolveu a ideia de colocar um microfone adicional a alguma distância do amplificador (até vinte pés) e depois registrar o equilíbrio entre os dois. Ao adotar essa técnica de “distância igual a profundidade”, Jimmy Page tornou-se um dos primeiros produtores a gravar o ‘som ambiente’ de uma banda: a distância do intervalo de tempo de uma nota de uma extremidade a outra da sala de gravação.

Outra característica notável do álbum foi o ‘vazamento’ nas gravações dos vocais de Plant. Em uma entrevista para a revista Guitar World, em 1998, Page afirmou que: “a voz de Robert era extremamente poderosa e, como resultado, conseguiria algumas das outras faixas. Mas, estranhamente, o vazamento parece intencional”.

Em “You Shook Me”, Page usou a técnica de ‘eco reverso’. Envolve ouvir o eco antes do som principal (em vez de depois), e é conseguido girando a fita e gravando o eco em uma faixa sobressalente, depois voltando a fita novamente para obter o eco que precede o sinal.

O álbum foi um dos primeiros discos a serem lançados em forma estéreo; na época, a prática de liberar versões mono e estéreo era a prática.

A capa de Led Zeppelin, que foi escolhida por Page, apresenta uma imagem em preto e branco do dirigível Hindenburg, fotografado por Sam Shere. A imagem refere-se à origem do próprio nome da banda. (Nota do Blog: LZ 129 Hindenburg (Luftschiff Zeppelin # 129; Registro: D-LZ 129) foi uma grande aeronave alemã que transportava passageiros, o principal da classe Hindenburg, a classe mais longa da máquina voadora e a maior aeronave por volume de envelope. O dirigível voou de março de 1936 até que foi destruído pelo fogo, 14 meses depois, em 6 de maio de 1937, no final da primeira jornada transatlântica norte-americana de sua segunda temporada de serviço. Trinta e seis pessoas morreram no acidente, que ocorreu ao pousar na estação aérea naval Lakehurst, em Manchester Township, Nova Jersey, Estados Unidos).

A imagem traseira do álbum apresenta uma fotografia da banda tirada pelo antigo baixista do The Yardbirds, Chris Dreja.

Todo o design do encarte do disco foi coordenado por George Hardie, com quem a banda continuaria a trabalhar em futuras capas. O próprio Hardie também criou a ilustração da capa frontal, tornando a famosa fotografia original em preto e branco com uma caneta técnica Rapidograph e uma técnica mezzotint.

Hardie lembrou que originalmente ofereceu à banda um projeto baseado em um antigo sinal de clube em San Francisco - uma imagem multi-sequencial de uma aeronave zeppelin fálico nas nuvens.

Page declinou, mas foi a imagem mantida como o logotipo para a capa traseira dos dois primeiros álbuns do Led Zeppelin e uma série de propagandas. A maioria das impressões do álbum tem o nome da banda e o logotipo da Atlantic Records na capa, em vermelho, mas em algumas impressões, como o lançamento do disco na iTunes Store, podem ser encontrados em laranja em vez disso.

John Paul Jones

Durante as primeiras semanas de disponibilidade do álbum no Reino Unido, houve algumas impressões da capa do álbum apresentando o nome da banda e o logotipo da Atlantic em turquesa.

Quando foi trocada para a impressão laranja, mais tarde naquele ano, a capa impressa em azul-turquesa tornou-se um item de colecionador.

A capa do álbum recebeu atenção generalizada quando, em um show em fevereiro de 1970, em Copenhague, na Dinamarca, a banda foi classificada como "The Nobs" como resultado de uma ameaça legal da aristocrata Eva von Zeppelin (uma parente do criador da aeronave Zeppelin).

Von Zeppelin, ao ver o logotipo do Hindenburg batendo nas chamas, ameaçou que o show fosse retirado do ar. Em 2001, Greg Kot escreveu para a revista Rolling Stone: “A capa de Led Zeppelin... mostra o dirigível Hindenburg, em toda a sua gloria fálica, em chamas. A imagem faz um bom trabalho para encapsular a música contida em seu anterior: sexo, catástrofe e coisas explodindo”.

Há informações de que Plant participou de composições para o disco, mas não recebeu crédito por causa de obrigações contratuais, ainda em vigor, resultantes de sua associação com a CBS Records. Esta afirmação, entretanto, é contestada por Mick Wall, autor da biografia do Led Zeppelin, When Giants Walked the Earth.

Muitas das primeiras músicas de Led Zeppelin foram baseadas em padrões do blues e o álbum também incluiu três músicas compostas por outros artistas: “You Shook Me” e “I Can’t Quit You Baby”, ambas do bluesman Willie Dixon.

Para “Babe I'm Gonna Leave You”, Page erroneamente acreditava que estava adaptando uma música popular tradicional a qual havia ouvido em um registro de Joan Baez, mas isso foi corrigido em lançamentos subsequentes, depois que foi revelado que a música foi composta por Anne Bredon na década de 1950.

Bredon eventualmente recebeu royalties pela música. Em “You Shook Me”, Plant imita vocalmente os efeitos da guitarra da Page, uma versão metálica da técnica de blues chamada call-and-response.

Page afirmou, em 1975: “Para o material, obviamente fomos direto para nossas raízes no blues. Eu ainda tinha muitos riffs restantes do Yardbirds. (…) No primeiro LP, eu ainda estava fortemente influenciado pelos dias anteriores. Eu acho que isso diz um pouco, também... Era óbvio que alguém tinha que assumir a liderança, caso contrário, nós teríamos todos sentados ao redor de bloqueios por seis meses. Mas depois disso, no segundo LP, você pode realmente ouvir a identidade do grupo se moldar”.

Vamos às faixas:

GOOD TIMES BAD TIMES

Já em sua primeira canção, é possível perceber os diferenciais do Led Zeppelin. Uma seção rítmica invejável e que produz as condições perfeitas para que a guitarra de Jimmy Page possa brilhar intensamente. Ótima atuação dos vocais de Robert Plant. Um Blues Rock simplesmente incrível!

A letra fala sobre o fim da juventude:

Good times, bad times
You know I've had my share
When my woman left home
For a brown eyed man
Well, I still don't seem to care



“Good Times Bad Times” foi lançada como single para promover o álbum e acabou conquistando a 80ª posição da principal parada norte-americana desta natureza.

Nos shows do Led Zeppelin, a canção poucas vezes foi tocada em sua totalidade, sendo normalmente usada para introduzir a execução de “Communication Breakdown”.

A banda norte-americana Godsmack fez uma versão para “Good Times Bad Times”, lançando-a como single, em 2007.

Em 2003, a revista norte-americana Blender colocou a faixa em sua lista The 1001 Greatest Songs to Download Right Now!.



BABE I’M GONNA LEAVE YOU

Outra faceta impactante do conjunto já é encontrada na segunda faixa: a capacidade incomparável de desenvolver melodias suaves, tocantes e, ao mesmo tempo, inesquecíveis. A face acústica de "Babe I'm Gonna Leave You" é apaixonante enquanto as passagens mais pesadas possuem o estilo Hard único do Led Zeppelin. Grande canção!

A letra é sobre o rompimento de uma relação:

It was really, really good
You made me happy every single day
But now I've got to go away
Baby, baby, baby, baby
That's when it's calling me
I said, that's when it's calling me back home

“Babe I’m Gonna Leave You” é uma canção originalmente composta por Anne Bredon, mas que foi gravada em 1962 pela cantora Joan Baez, e lançada em seu disco Joan Baez in Concert, Part 1, do mesmo ano.

Tanto Jimmy Page quanto Robert Plant eram fãs de Baez.

A versão que o Led Zeppelin se inspirou para o arranjo de “Babe I’m Gonna Leave You” é o de Joan Baez. Originalmente, o grupo cerditava a música como “tradicional com arranjos de Page”, mas a partir do final da década de 80, após um aviso de Anne Brendon, os lançamentos do álbum passaram a dar crédito a Brendon, Page e Plant.

Anne Brendon recebeu, posteriormente, uma quantia substancial como recompensa financeira por seus direitos autorais.

Jimmy Page, em entrevista à revista norte-americana Guitar World, afirma que tocava “Babe I’m Gonna Leave You” desde os seus tempos de músico de estúdio e, assim que se encontrou com Plant, ambos pensaram que seria uma boa ideia colocá-la no disco de estreia do grupo.

A música foi regravada por incontáveis bandas e o próprio Robert Plant, em sua carreira-solo ou com o grupo Strange Sensation, já regravou-a.



YOU SHOOK ME

A pegada Blues Rock é retomada com grande estilo na versão da banda para "You Shook Me", do grande Muddy Waters. Tanto Robert Plant na gaita quanto John Paul Jones no Hammond estão fenomenais. Fantástica versão.

A letra é divertida:

You know you shook me
You shook me all night long
You know you shook me, baby
You shook me all night long
You shook me so hard, baby
Baby, baby, please come home

“You Shook Me” foi composta originalmente por Willie Dixon e J. B. Lenoir, mas ficou famosa com a gravação do bluesman Muddy Waters, lançada com single no ano de 1962.

Jeff Beck havia gravado uma versão, com o seu Jeff Beck Group, de “You Shook Me”, mas que apenas foi lançada em seu álbum solo Truth, em agosto de 1968. John Paul Jones tocou o Hammond nesta feita.

Uma vez que sua versão foi lançada nove meses após a de Beck e tem semelhanças, o Led Zeppelin foi acusado de roubar a idéia de Jeff. Page denota a coincidência, citando os antecedentes e os gostos do próprio Beck e negando ter ouvido a versão de Jeff. Em 1977, afirmou:

“[Beck] tinha o mesmo tipo de gosto na música que eu. É por isso que você encontrará nos primeiros Lps, que ambos fizemos, uma música como “You Shook Me”. Era o tipo de coisa que nós dois tocamos em bandas. Alguém me disse que ele já havia a gravado depois de tê-la colocado no primeiro álbum do Zeppelin. Eu pensei: “Oh, querido, vai ser idêntico”, mas não foi nada assim, felizmente. Eu simplesmente não fazia ideia de que ele havia feito isso. Foi em Truth, mas eu a escutei pela primeira vez quando estava em Miami, depois de termos gravado nossa versão. É um exemplo clássico de vir da mesma área musicalmente e de ter um gosto semelhante”.

No entanto, a biógrafa de Beck, Annette Carson, observa que “durante uma entrevista, em 1976, com Billy Altman da revista NME, Beck atestava (o fato de Page ter acompanhado Peter Grant em vários shows do Jeff Beck Group quando estava tocando pela primeira vez na América), afirmando que [Jimmy] estava indo conosco de cidade em cidade”.

Carson continua: “Rod Stewart fez uma reivindicação semelhante sobre Page, em um programa de rádio nos EUA, durante os anos oitenta”. Carson ainda acrescenta: “Tanto Beck quanto Stewart tinham memórias vívidas de Jimmy Page viajando juntamente à turnê pelos EUA, naquele verão, quando ele, obviamente, ouviu todo o material deles”.

O biógrafo do Led Zeppelin, Mick Wall, também aponta. em When Giants Walked the Earth: A Biography of Led Zeppelin. que “Peter Grant deu [a Jimmy Page] uma cópia prévia de Truth semanas antes do lançamento” e “parece inconcebível que John Paul Jones não tenha mencionado em algum momento que ele realmente tocou o órgão Hammond na versão de Truth”.

As principais diferenças entre as duas versões incluem a proeminência concedida ao piano de Nicky Hopkins e que Rod Stewart canta apenas dois versos, ambos na gravação de Jeff Beck.



DAZED AND CONFUSED

O toque angustiante e introspectivo de "Dazed and Confused" ganham novas possibilidades na extraordinária voz e na invejável capacidade de interpretação de Robert Plant, o grande destaque da música. O baixo de John paul Jones está ainda mais marcante e há um solo fenomenal de Jimmy Page. Faixa soberba!

A letra fala sobre um relacionamento:

Been dazed and confused for so long it’s not true
Wanted a woman, never bargained for you
Take it easy baby, let them say what they will
Tongue wag so much when I sent you the bill

O cantor e compositor Jake Holmes escreveu “Dazed and Confused” e a lançou em sua estreia da carreira, “The Above Ground Sound” of Jake Holmes, de 1967.

Após Holmes fazer um show com o The Yardbirds, em agosto de 1967, a banda passou a tocar “Dazed and Cofused” em suas turnês finais em 1967 e 1968. Mas o grupo nunca chegou a gravá-la.

Quando o Yardbirds se dissolveu, em 1968, Page planejava gravar a música no estúdio com o grupo sucessor que ele havia montado naquele verão. De acordo com o baixista do Zeppelin, John Paul Jones, a primeira vez que ouviu a música foi na primeira sessão de ensaio da banda em Gerrard Street, em Londres, em 1968: “Jimmy tocou os riffs no primeiro ensaio e disse: Este é um número que quero que façamos”.

O futuro Led Zeppelin gravou sua versão em outubro de 1968, no Olympic Studios.

O cantor Robert Plant escreveu um novo conjunto de letras bluesy, de acordo com Page, embora Plant não seja creditado no álbum. Outras fontes dizem que Page escreveu as letras novas. A despeito das letras e vocal, a música permaneceu muito semelhante à realizada pelos Yardbirds no início daquele ano.

Em junho de 2010, Holmes apresentou uma ação judicial no Tribunal Distrital dos Estados Unidos, alegando violação de direitos autorais e nomeando Page como um corréu. O processo foi arquivado em 17 de janeiro de 2012, após um acordo não revelado entre a Page e Holmes, alcançado fora do tribunal, no outono de 2011.

Os lançamentos subsequentes do Led Zeppelin, como o Celebration Day (2012) e as edições remasterizadas e de luxo do álbum de estréia do grupo (2014), expandiram o crédito do compositor para “Dazed and Confused” para By Page – Inspired by Jake Holmes.



YOUR TIME IS GONNA COME

O Hammond de Jones volta a ser protagonista em "Your Time Is Gonna Come". A beleza da melodia da canção é tocante e se torna ainda mais dominante graças a atuação impecável do vocalista Robert Plant. Belíssima faixa! 

A letra é sobre as consequências de seus atos:

Always the same, playing your game
Drive me insane, trouble is gonna come to you
One of these days and it won't be long
You'll look for me but baby I'll be gone
This is all I gotta say to you woman

A única performance conhecida desta música nos concertos do Led Zeppelin é um breve trecho durante um show, em Tóquio, no dia 24 de setembro de 1971, durante o medley “Whole Lotta Love”, da qual existe uma gravação bootleg. O nome do bootleg é Light and Shade.

Jimmy Page interpretou “Your Time Is Gonna Come” em sua turnê com a banda norte-americana The Black Crowes, em 1999. Uma versão da música interpretada por ambos está no álbum Live at the Greek, de 2000.

Slash, o guitarrista do Guns N' Roses, disse que “Your Time Is Gonna Come” é sua música favorita de Led Zeppelin. Outra versão famosa é a que o Vanilla Fudge apresenta no álbum Out Through the In Door, de 2007.



BLACK MOUNTAIN SIDE

A instrumental "Black Mountain Side" tem um certo toque flamenco e possui como protagonista Jimmy Page em uma abordagem acústica deveras tocante.

“Black Mountain Side” foi inspirada em uma música popular tradicional irlandesa chamada “Down by Blackwaterside”.

O arranjo de guitarra acompanha de perto a versão de Bert Jansch para aquela música, gravada em seu álbum de 1966, Jack Orion. Este arranjo foi aprendido por Al Stewart, que acompanhou de perto os shows de Jansch e que, por sua vez, ensinou a Jimmy Page, que era músico de estúdio para o álbum de estreia de Stewart.

Quando a música foi tocada nos shows do Led Zeppelin, ela geralmente aparecia como parte do instrumental ‘White Summer’, de Jimmy Page, com o arranjo combinado ‘White Summer-Black Mountain Side’, que normalmente atingia os 11 minutos.

Page sentava-se em um banquinho durante as duas músicas e costumava tocá-las em uma guitarra ‘Double Cutaway’, da Danelectro DC de 1959, sintonizada de forma diferente de sua favorita Gibson Les Paul.

Essas músicas foram utilizadas pela banda para mostrar as habilidades da Page como guitarrista, porque ele as tocou quase que inteiramente por si mesmo, apenas com o baterista John Bonham adicionando alguns detalhes mais tarde na música.

A combinação ‘White Summer/Black Mountain Side’ foi tocada pela primeira vez como parte de seu primeiro concerto no Fillmore West, em San Francisco, em 10 de janeiro de 1969.

Esta música foi um componente do set ao vivo do Led Zeppelin até a quinta Tour pelos EUA, em 1970. Anos mais tarde, foi restaurada para o set da turnê pelos EUA, de 1977, os concertos de 1979 e a turnê europeia de 1980.

“Black Mountain Side” também foi usada como introdução para “Kashmir” nesta última turnê. Page tocava esta música com a banda The Firm, da qual fez parte com Paul Rodgers.



COMMUNICATION BREAKDOWN

"Communication Breakdown" é curta, direta, indo direto ao ponto. Ela é uma verdadeira paulada, amostra das sonoridades Hard & Heavy que conquistariam a década seguinte. Atuações incríveis e o Led Zeppelin em estado puro!

A letra é sobre relacionamento:

Hey, girl, I got something I think you ought to know
Hey, babe, I wanna tell you that I love you so
I wanna hold you in my arms, yeah
I'm never gonna let you go
'Cause I like your charms

A música foi um movimento popular nos shows do Led Zeppelin, e junto com “Heartbreaker”, foi a única canção a ser tocada durante todos os anos que a banda fez turnê. Geralmente, ou abria os shows ou era um bis.

Em alguns casos, ainda em 1969, “Good Times Bad Times” foi usada como uma introdução à “Communication Breakdown”.

“Communication Breakdown” foi a última música tocada nos anos de 1975 e 1979 pela banda, em Earls Court, em 25 de maio de 1975, e, Knebworth, em 11 de agosto de 1979.

O baixista Andy Shernoff, da banda The Dictators, afirma que o riff de guitarra de Jimmy Page em “Communication Breakdown” foi uma inspiração para o estilo de guitarra do guitarrista dos Ramones, Johnny Ramone.

Johnny Ramone afirmou no documentário Ramones: The True Story que ele construiu sua habilidade em seu estilo musical, tocando a música incontáveis vezes durante maior parte de sua carreira inicial.

A música é conhecida pelo seu uso em filmes, particularmente, em um contexto militar. A música é usada no filme Small Soldiers.

“Communication Breakdown” também está na lista da revista norte-americana Blender The 1,001 Greatest Songs to Download Right Now!, de 2003.

Iron Maiden, Sebastian Bach, The Flaming Lips e Gary Cherone estão entre os nomes que já fizeram versões para a música.



I CAN’T QUIT YOU BABY

O clássico do Blues, do mestre Willie Dixon, "I Can't Quit You Baby", ganha uma versão inacreditável do Led Zeppelin. John Bonham faz um trabalho formidável e o baixo de Jones é onipresente, mas tanto a voz de Plant quanto a guitarra de Jimmy Page estão impressionantes. Enfim, um cover fabuloso!

A letra fala de uma má garota:

Ohhh, I can't quit you, baby
So I'm gonna put you down for a while
I said I can't quit you, baby
I guess I'm gonna have to put you down for a while
Said you messed up my happy home
Made me mistreat my only child

“I Can’t Quit You Baby” é um clássico do Blues, composta por Willie Dixon e primeiramente gravada por Otis Rush, em 1956.

A interpretação do Led Zeppelin geralmente segue a versão de Otis Rush de 1966, mas com diferentes instrumentação e dinâmica. Ela também incorpora uma pausa no solo de guitarra de Jimmy Page. O biógrafo Keith Shadwick observa: “acaba como uma das peças mais bem sucedidas no primeiro álbum, sem pontos planos e uma forma perfeitamente simétrica, tudo dentro do clássico blues tradicional”.

O Led Zeppelin tocou regularmente “I Can’t Quit You Baby” em seus shows de 1968 até o início de 1970. Duas versões ao vivo, de 1969, estão incluídas na coletânea Led Zeppelin BBC Sessions, de 1997. Uma performance da música, em 9 de janeiro de 1970, no Royal Albert Hall, está incluída no DVD Led Zeppelin, de 2003 (uma versão editada desta performance foi lançada no álbum de 1982, Coda).

Em 1970, a música foi retirada do set list típico dos concertos do Led Zeppelin, pois eles incorporaram material do álbum Led Zeppelin III em seus shows, com “I Can’t Quit You Baby” sendo essencialmente substituída por “Since I've Been Loving You”.

No entanto, foi revivida como parte do medley “Whole Lotta Love” durante alguns concertos do Led Zeppelin em 1972 e 1973. A música foi ensaiada pelos membros sobreviventes do grupo para a celebração do aniversário da Atlantic Records, em 14 de maio de 1988, mas não foi executada durante o evento.



HOW MANY MORE TIMES

A nona - e última - faixa de Led Zeppelin é "How Many More Times". Em sua derradeira canção, o álbum dá uma amostra daquilo que se tornaria a sonoridade dominante nos anos seguintes. A guitarra de Page está fabulosa, enquanto Bonham destrói nas baquetas e Jones cria a base dominante no baixo. Por fim, os vocais incríveis de Plant encerram a questão: o Hard Rock está sacramentado.

A letra é em tom sexual:

Now I got ten children of my own
I got another child on the way that makes eleven
But I'm in constant heaven
I know it's all right in my mind
'Cause I got a little schoolgirl and she's all mine
I can't get through to her 'cause it doesn't permit
But I'm gonna give her everything I've got to give

Com oito minutos e meio, “How Many More Times” é a música mais longa do álbum. Consiste em várias seções menores mantidas unidas por um ritmo de bolero que empurra a peça.

Alguns elementos desta música são levemente remanescentes da incrível canção “Beck's Bolero”, de Jeff Beck, previamente gravada e na qual Jimmy Page tocou guitarra e John Paul Jones tocou baixo.

Tal como acontece com todas as outras faixas do álbum de estréia do Led Zeppelin, Robert Plant não obteve crédito de compositor para esta música devido a obrigações contratuais então vigentes.

Em uma entrevista que deu à revista Guitar World em 1993, Page afirmou que a música “foi composta de pequenos pedaços que desenvolvi enquanto estava com os Yardbirds, assim como outras canções como “Dazed and Confused”. Foi tocada, ao vivo, em estúdio, com sugestões e acenos de cabeça”.

Também foi relatado que as componentes ‘Rosie’ e ‘Hunter’ da música vieram espontaneamente ao grupo na noite da sessão de gravação. O componente ‘Hunter’ é retirado de "The Hunter" gravado pelo bluesman Albert King com Booker T. & Mg’s.

O título e os vocais de Robert Plant contêm referências identificáveis com o clássico de Howlin’ Wolf, “How Many More Years”, de 1951, como homenagem a Wolf, que era o compositor sob seu nome verdadeiro, Chester Burnett, e outros músicos de blues que Plant admirava na época da gravação.

Nas primeiras turnês de shows do Led Zeppelin, “How Many More Times” era frequentemente o número de encerramento da banda. No final de 1969, a introdução da música seria bastante extensa e a banda incorporaria cada vez mais material na faixa como um medley.

Em 1970, “How Many More Times” foi retirada do setlist habitual do Led Zeppelin, embora continuasse a realizá-lo de vez em quando até os primeiros shows de sua turnê norte-americana de 1975, quando foi reintroduzida, na íntegra, como resultado de um dedo machucado de Jimmy, que o impediu temporariamente de tocar a mais desafiante “Dazed and Confused”.

Também foi apresentada uma vez em 1973, em 22 de janeiro, enquanto a banda estava excursionando pelo Reino Unido. Page e Plant tocaram a música na turnê Walking in Clarksdale, em 1998, lançando a apresentação em Shepherd's Bush como um CD single.

“How Many More Times” possui inúmeras versões cover. Uma das mais conhecidas foi feita pela banda LA Guns e está presente no álbum Shrinking Violet, de 1999.



Considerações Finais

Led Zeppelin é um álbum fundamental para o Rock. Além disso é um inegável sucesso comercial e seu desempenho em termos de paradas de sucesso constatam estas afirmações.

O disco atingiu a ótima 10ª posição da principal parada norte-americana desta natureza, bem como a 6ª colocação na sua correspondente britânica. Também conquistou os 1º, 8º, 9º e 11º lugares nas paradas de Espanha, Dinamarca, Austrália e Canadá.

O álbum foi anunciado em jornais musicais selecionados sob o slogan ‘Led Zeppelin - a única maneira de voar’.

Inicialmente, o disco recebeu críticas negativas.

Em uma avaliação pungente, a revista Rolling Stone afirmou que a banda ofereceu “menos que seu gêmeo, o Jeff Beck Group, não soou bem ou melhor há três meses ... Parece que, se quiserem preencher o vazio criado pelo desaparecimento do Cream, eles terão que encontrar um produtor, editor e algum material digno de seus talentos coletivos”.

A revista também chamou Plant de “tão fofo como Rod Stewart, mas em nenhum lugar tão excitante”.

Como foi observado pelo jornalista de rock, Cameron Crowe, anos mais tarde: “Era um tempo de supergrupos, de bandas furiosamente superestimadas e que mal conseguiram cortá-lo, e o Led Zeppelin inicialmente se viu lutando a montante para provar sua autenticidade”.

No entanto, a reação da imprensa ao álbum não foi inteiramente negativa. No Reino Unido, o álbum recebeu uma crítica brilhante no jornal inglês Melody Maker. Chris Welch escreveu, em uma revisão intitulada Jimmy Page triunfa - Led Zeppelin é um gás!: “Seu material não depende de riffs óbvios de blues, embora quando os toquem, eles evitam a fraqueza demarcada da maioria das chamadas bandas britânicas de blues”.

Ao comparar o disco com o sucessor, Led Zeppelin II, Robert Christgau escreveu no tabloide norte-americano, The Village Voice, que a estreia foi “mais sutil e mais ambiciosa musicalmente”, e não tão boa, “porque a sutileza derrotou o efeito. A musicalidade, em outras palavras, era realmente acessível a essa música, mas ela tinha força e validade reais: uma combinação de espetáculo e força física esmagadora”.

O álbum teve muito sucesso comercialmente. Inicialmente foi lançado nos Estados Unidos, em 12 de janeiro de 1969, para capitalizar a primeira turnê norte-americana da banda. Antes disso, a Atlantic Records havia distribuído algumas centenas de cópias antecipadas para estações de rádio e críticos.

Uma reação positiva ao seu conteúdo, juntamente a uma boa reação aos shows iniciais da banda, resultou no álbum gerando 50.000 pedidos antecipados. Dentro de dois meses de seu lançamento, o disco atingiu o top ten da Billboard e ganhou sua primeira certificação de ouro, nos EUA, em 22 de julho de 1969.

Led Zeppelin ficou na parada da Billboard por 73 semanas e permaneceu por 79 semanas nas paradas britânicas.

O sucesso e a influência do álbum são hoje amplamente reconhecidos, mesmo entre publicações que inicialmente foram céticas. Em 2006, a revista norte-americana Rolling Stone afirmou:

“(O álbum) era bem diferente de qualquer outra coisa. Os arranjos foram mais esculpidos que aqueles de Cream ou Jimi Hendrix, e a musicalidade não era pesada como a do Iron Butterfly ou bombástica como do Vanilla Fudge. As comparações mais próximas podem ser o MC5 ou o Stooges - ambos do Michigan -, mas ambos sem o polimento ou a proeza do Led Zeppelin, e nem o Led Zeppelin tivera a sensibilidade política, social ou mortal daquelas bandas. O que ele tinha, no entanto, era o potencial para uma audiência em massa”.

Stephen Thomas Erlewine, do site AllMusic, dá nota máxima ao disco, atestando: “Led Zeppelin teve um som distinto e totalmente formado desde o início, como ilustra sua estreia homônima. Levando o blues elétrico, pesado e distorcido, de Jimi Hendrix, Jeff Beck e Cream, para um extremo, o Zeppelin criou a marca de uma guitarra majestosa e poderosa construída em riffs simples e memoráveis e ritmos pesados. Mas a chave para o ataque do grupo era a sutileza: não era apenas uma investida de barulho de guitarra, era sombreada e texturizada, cheia de dinâmica e tempos alternados”.

Por fim, Erlewine atesta: “Embora o álbum não seja tão variado como alguns dos seus esforços posteriores, no entanto, marcou um ponto de viragem significativo na evolução do hard rock e heavy metal”.

Em 2003, o canal de TV norte-americano, VH1, colocou Led Zeppelin na 44ª posição de sua lista de maiores álbuns de todos os tempos. Na mesma direção, a revista norte-americana Rolling Stone colocou o disco na 29ª colocação de sua famosa lista The Rolling Stone 500 Greatest Albums of All Time.

Em 2004, a revista britânica Q colocou o álbum no 7º lugar de sua lista The Music That Changed the World, além de também nomeá-lo, na 6ª posição, na lista 21 Albums That Changed Music, em 2007.

Ainda em 2007, o Rock and Roll Hall of Fame colocou o disco na 165ª colocação de sua listagem chamada The Definitive 200. Led Zeppelin ainda está presente no livro 1001 Albums You Must Hear Before You Die, organizado por Robert Dimery.

Em 1969, o Led Zeppelin completou quatro turnês de shows nos EUA e quatro no Reino Unido, e também lançou seu segundo álbum, LedZeppelin II, gravado principalmente enquanto a banda estava viajando durante as supracitadas turnês, em vários e diferentes estúdios norte-americanos.

Led Zeppelin supera a casa de 9 milhões de cópias vendidas pelo mundo.



Formação:
Jimmy Page - Guitarras, Backing Vocals, Produção
Robert Plant - Vocal, Harmônica
John Bonham - Bateria, Timpani, Backing Vocal
John Paul Jones - Baixo, Hammond, Backing Vocal
Músicos Adicionais:
Viram Jasani - Tabla em “Black Mountain Side”

Faixas:
01. Good Times Bad Times (Page/Jones/Bonham/Plant) - 2:46
02. Babe I'm Gonna Leave You (Bredon/Page/Plant) - 6:42
03. You Shook Me (Dixon/Lenoir) - 6:28
04. Dazed and Confused (Page, inspired by Jake Holmes) - 6:28
05. Your Time Is Gonna Come (Page/Jones/Plant) - 4:34
06. Black Mountain Side (Page) - 2:12
07. Communication Breakdown (Page/Jones/Bonham/Plant) - 2:30
08. I Can't Quit You Baby (Dixon) - 4:42
09. How Many More Times (Page/Jones/Bonham/Plant) - 8:27

Letras:
Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a: https://www.letras.mus.br/led-zeppelin/

Opinião do Blog:
Led Zeppelin é o pontapé inicial daquela que, para o RAC, é a melhor banda de todos os tempos: o Led Zeppelin.

O grupo era formado por músicos de um calibre incontestável e, também muito importante, já com experiência de palco e gravação. Isto tornou as coisas mais fáceis em se tratando de um álbum de estreia.

Jimmy Page, além de eficiente produtor, é um guitarrista incrível. John Paul Jones atua com a mesma qualidade tanto no baixo quanto no Hammond. John Bonham é uma das referências na bateria enquanto Plant está entre os melhores vocalistas da história.

O ouvinte está diante de um disco inovador, que traz a importância das beleza e sutileza de melodias como complemento a uma abordagem agressiva, extrema e voraz do Hard/Heavy nascente. A banda se mostra afiada e sedenta pelo reconhecimento de sua musicalidade.

Desta forma, Led Zeppelin aponta para o estilo Hard/Heavy que conquistaria as massas na década seguinte ao mesmo tempo em que traz a diferença estilística marcante do conjunto. Quando é pesado e feroz, o Led Zeppelin é dominante, mas, ao mesmo tempo, também cativa com a leveza e a sensibilidade das melodias mais amenas.

Também, a maneira como o grupo construía os arranjos é indubitavelmente um grande diferencial. As letras são legais e merecem uma olhadela.

Portanto, o conjunto consegue, ao mesmo tempo, ser letal como em "Good Times Bad Times" e absolutamente tocante na versão incrível de "Babe I'm Gonna Leave You".

Faixas incríveis estão neste disco. A versão fabulosa de "I Can't Quit You Baby" precisa ser destacada. A beleza descomunal de "Your Time Is Gonna Come" é referência da sensibilidade melódica do 'Led'. E não há como explicar a força de "How Many More Times".

Mas o RAC escolhe a paulada "Communication Breakdown" e a versão matadora de "Dazed and Confused" como suas favoritas do disco.

Concluindo, Led Zeppelin é apenas o início da jornada daquela que se tornaria a melhor banda de todos os tempos. Além disso, é um álbum extremamente influente e já apontava a sonoridade única do grupo e que seria lapidada nos trabalhos posteriores. Influente, seminal, marcante; enfim, o primeiro disco do Led Zeppelin é obrigatório!

2 comentários:

  1. Disco essencial. Sobre "You Shook Me", o Beck afirma que o Page roubou a versão dele e o Jimmy Page afirma que o Beck roubou a "Beck's Bolero" dele, tanto é que nas versões posteriores do álbum "Truth", a música vem credidata ao Page.

    A Rolling Stones deu uma review negativa para esse álbum porque o Led Zeppelin, a mando do Peter Grant, negou a dar entrevista para a revista e como vingança eles fizeram essa crítica negativa na época.

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    1. Obrigado por complementar o post com suas informações, amigo. Abraço!

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