9 de setembro de 2023

POISON - LOOK WHAT THE CAT DRAGGED IN (1986)

 


Look What the Cat Dragged In é o álbum de estreia da banda norte-americana chamada Poison. O lançamento oficial aconteceu em 23 de maio de 1986, através do selo Enigma Records. As gravações ocorreram naquele mesmo ano, no Music Grinder Studios, em Hollywood, nos Estados Unidos. A produção ficou a cargo de Ric Browde.


Origens


O Poison, inicialmente chamado de Paris, foi formado em 1983, em Mechanicsburg, Pensilvânia, e consistia no vocalista principal Bret Michaels, o guitarrista Matt Smith, o baixista Bobby Dall e o baterista Rikki Rockett.


Michaels começou sua carreira artística com uma banda de porão chamada Laser e, então, em 1979, juntou-se ao amigo de infância Rockett para formar uma banda chamada Spectres. Em 1980, Michaels e Rockett se juntaram a Smith e Dall para formar a banda Paris e o grupo começou a tocar no circuito de clubes, apresentando principalmente covers de rock em bares locais.


Segundo Vicky Hamilton, primeira empresária do Poison, o som da banda nessa época girava em torno do guitarrista Smith, que era de longe o melhor músico do grupo. Enquanto Smith era responsável pela música, Dall era mais focado nos negócios e Rockett e Michaels focavam no show e na imagem da banda.


A banda Paris formou um forte número de seguidores locais na Pensilvânia, mas viu poucas oportunidades de maior sucesso lá, e, então, tomou-se a decisão de se mudar para Los Angeles. Em março de 1983, a Paris mudou seu nome para Poison e rumou para o oeste, para a Califórnia.


Bret Michaels



Agora com sede em Los Angeles, os shows do Poison começaram a ganhar atenção considerável no circuito de clubes da West-Hollywood, na famosa Sunset Strip. A banda morava junta em um pequeno apartamento na Orange St. em Hollywood, e muitas fãs locais começaram a trazer sacolas de mantimentos e limpar o apartamento em troca da oportunidade de passar um tempo com os membros da banda.


Evolução


Hamilton, que já havia representado o Stryper e que descobriria o Guns N 'Roses, negociou um acordo com o influente clube, The Troubadour, que forneceria à banda um show regular e permitiria que desenvolvessem ainda mais sua imagem e seu show.


O grupo gravou demos para a Atlantic Records, mas a gravadora desistiu da banda. Em 1985, o guitarrista Smith estava rapidamente se desiludindo com o Poison, pois estava prestes a se tornar pai e duvidava cada vez mais das chances de sucesso da banda. Ele posteriormente deixou o conjunto e voltou para casa na Pensilvânia, deixando o futuro do Poison muito em dúvida.


CC DeVille



A banda fez um teste com vários guitarristas em Los Angeles e acabou reduzindo o campo para dois candidatos: Slash e C.C. DeVille. A banda conhecia Slash da banda Hollywood Rose, da qual ele era membro antes de ingressar no Guns N' Roses, mas a banda esperava encontrar um guitarrista da costa leste.


DeVille havia, recentemente, recusado uma oferta para se juntar ao Stryper, e, embora o resto do Poison tenha ficado devidamente impressionado com sua forma de tocar e imagem, eles não se importaram com sua personalidade impetuosa de Nova York.


DeVille supostamente rejeitou o material escrito pela banda – e o qual o guitarrista havia sido convidado a aprender para sua audição e entrou em conflito com Poison (sobre quais músicas abrangeriam a audição).


Michaels e Dall, em particular, não gostavam do guitarrista em um nível pessoal e tinham fortes dúvidas sobre contratá-lo. No final das contas, apesar de sua apreensão, a banda decidiu que o talento de DeVille e sua motivação para o sucesso o tornavam a melhor escolha. No final, o desejo da banda de substituir Smith por outro guitarrista da costa leste alimentou a mudança para contratar DeVille em vez de Slash. A banda também viu o potencial de single de sucesso na música que DeVille trouxe com ele para a audição, uma música de seu grupo anterior, The Screaming Mimis, intitulada "Talk Dirty To Me".


Incapaz de garantir um contrato de gravação com uma grande gravadora, o Poison assinou com o selo Enigma Records em 1986, por aproximadamente 30 mil dólares, uma fração das centenas de milhares de dólares que muitos artistas semelhantes recebiam de grandes gravadoras na época. Seu álbum de estreia, Look What the Cat Dragged In, foi lançado em 23 de maio de 1986, com os próprios membros da banda financiando parcialmente a gravação.


Bobby Dall



O disco começou a ser gravado naquele mesmo ano no Music Grinder Studios, em Hollywood, na Califórnia. A produção ficou por conta de Ric Browde. Todo o processo teria custado cerca de 23 mil dólares, parte dos quais, o conjunto e seus familiares teriam bancado dos próprios bolsos.


Vamos às faixas:


CRY TOUGH


Cry Tough” possui uma pegada bem oitentista, contando com uma levada mais cadenciada.


A letra possui uma pegada de autoajuda:


You gotta cry tough

Out on the streets

To make your dreams happen

You gotta cry out

Out to the world

To make them all come true





A faixa foi lançada como o primeiro single do disco, atingindo a posição 97 da principal parada britânica.


I WANT ACTION


I Want Action” é baseada em um bom riff e ritmo mais divertido.


A letra possui teor de sedução:


I want action tonight

Satisfaction all night

You've got the love I need tonight





A canção foi lançada como single em 1987, atingindo a 50a posição da principal parada norte-americana desta natureza.


I WON’T FORGET YOU


Em “I Won’t Forget You”, a música faz uma balada com boa pegada sessentista, em um dos melhores momentos do disco.


A letra é sobre sofrimento amoroso:


I won't forget you, baby

(I won't forget you)

Even though I could

I won't forget you, baby

(I won't forget you)

Even though I should, yeah





A música é muito responsável pelo sucesso do álbum. Lançada como single, alcançou a 13a posição da principal parada norte-americana. "I Won't Forget You" é amplamente considerada uma das melhores canções do Poison. Em 2017, a Billboard e a OC Weekly classificaram a música em oitavo e sexto lugares, respectivamente, em suas listas das 10 melhores músicas do Poison.


A música (junto a "Talk Dirty to Me", "Fallen Angel" e "Ride the Wind") foi objeto de uma ação judicial, em 2011, por membros da extinta banda Kid Rocker, que alegaram que as músicas eram baseadas em músicas tocadas para o guitarrista do Poison, C.C. DeVille antes de ele ser membro do Poison.


PLAY DIRTY


Play Dirty” traz um ótimo trabalho das guitarras.


A letra fala sobre diversão:


They play dirty

And dirty games too

Play dirty

Like dirty boys do


LOOK WHAT THE CAT DRAGGED IN


A faixa-título traz um dos melhores riffs do disco, dos mais pesados, embora a intensidade caia no refrão.


A letra fala sobre uma vida desregrada:


Oh, my God, look what the cat dragged in

Livin' my life, sin after sin

Night rolls up and I do it again

Oh, my God, look what the cat dragged in


TALK DIRTY TO ME


Talk Dirty to Me” é pesada e mais direta, com um bom trabalho de CC DeVille na guitarra.


A letra é sexual:


Cause baby we'll be

At the drive-in

In the old man's Ford

Behind the bushes (ah)

Till I'm screaming for more

Down the basement

Lock the cellar door and baby

Talk dirty to me





A composição foi um single de muito sucesso para a banda, atingindo a 9a posição na principal parada norte-americana desta natureza e a 67a colocação em sua correspondente britânica.


As origens exatas da canção não são claras. A música, uma ode ao amor adolescente inspirada em um riff de Eddie Cochran, foi trazida ao Poison pelo guitarrista C.C. DeVille durante o teste para a banda em 1985. DeVille se recusou a aprender o material da banda para a audição e, em vez disso, insistiu que tocassem uma música que ele alegou ter composto enquanto estava com sua banda anterior, The Screaming Mimis, e que acabou sendo um uma versão inicial de "Talk Dirty To Me".


Embora a banda tenha ficado desanimada com a personalidade ousada de DeVille, eles viram um tremendo potencial na música e contrataram o guitarrista principalmente para incluí-la em seu repertório.


WANT SOME, NEED SOME


Want Some, Need Some” continua na linha do álbum, um Glam Metal mais suave e acessível.


A letra é sobre solidão:


I want some

I need some

anybody, somebody

Someone custom built for me

I want some

I need some

Whole lotta lovin' satisfaction guaranteed


BLAME IT ON YOU


Blame It On You” é mais pesada e agressiva, sendo das melhores do disco.


A letra é simples:


Spends all my money

Wastes all my time

Got me all mixed up

Goin' outta my mind


#1 BAD BOY


Esta faixa segue mais o estilo da anterior, baseada em distorção e peso.


A letra fala sobre uma pessoa pouco confiável:


All my friends are two faced

And I'm a social disgrace

Well, I've got no morals

Don't belong in a rat race


LET ME GO TO THE SHOW


O álbum se encerra com uma canção que lembra os primórdios do Mötley Crüe, o que ótimo.


A letra é divertida:


Mama, let me go to the show

I dig those bad boys playing that rock and roll

Mama, let me go out tonight

Mama, please, before I lose my mind


Considerações Finais


Originalmente, o álbum incluía apenas um single, "Cry Tough"; no entanto, Look What the Cat Dragged In se tornou um inesperado sucesso e, posteriormente, gerou mais três singles de sucesso nas paradas: "Talk Dirty to Me", "I Want Action" e "I Won't Forget You".


O disco se tornou o álbum mais vendido da história da Enigma. Com grande rotação na MTV, sua estreia rendeu à banda turnês com os colegas roqueiros glam Ratt, Cinderella e Quiet Riot, bem como uma cobiçada vaga no Texxas Jam em Dallas.


Look What the Cat Dragged In alcançou a excepcional 3ª posição da principal parada norte-americana de álbum, a Billboard 200, além da 14ª colocação na correspondente canadense.


Cry Tough” não repercutiu nas paradas de sucesso, entretanto "Talk Dirty to Me" atingiu a 9ª posição na Billboard Hot 100, conquistando a 67ª colocação em sua correspondente britânica. "I Want Action" e "I Won't Forget You" ficaram com 50º e o 13º lugares na supracitada parada norte-americana.


A crítica tem o disco em muito alta conta. Em 2019, a revista Rolling Stone colocou o disco no 2º lugar de sua lista ‘50 Greatest Hair Metal Albums of All Time’. Em um mesmo sentido, a revista LA Weekly, em 2011, pôs o álbum na 6ª posição da lista ‘Top 20 Hair Metal Albums of All Time’.


A Ultimate Classic Rock colocou a obra na 16ª colocação de sua lista ‘Top 30 Glam Metal Albums’, de 2021. Em 2016, a Loudwire listou o álbum na 10ª posição de sua lista ‘Top 30 Hair Metal Albums’. Por fim, a Metal Rules deixou o disco no 4º lugar da lista ‘Top 50 Glam Metal Albums’.


Finalmente, cabe dizer que Look What the Cat Dragged In já vendeu mais de 3 milhões de cópias apenas nos Estados Unidos.





Formação:

Bret Michaels – Vocal, Guitarra Base

C.C. DeVille – Guitarra Solo, Backing vocals

Bobby Dall – Baixo, Backing vocals

Rikki Rockett – Bateria, Backing vocals


Faixas:

Todas as canções creditadas a todos os membros da banda.

01. Cry Tough - 3:36

02. I Want Action - 3:05

03. I Won't Forget You - 3:35

04. Play Dirty - 4:08

05. Look What the Cat Dragged In - 3:10

06. Talk Dirty to Me - 3:44

07. Want Some, Need Some - 3:39

08. Blame It on You - 2:32

09. #1 Bad Boy - 3:14

10. Let Me Go to the Show – 2:45


Letras:

Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a: https://www.letras.mus.br/poison/


Opinião do Blog:

Penso que não há muita discussão, para o bem ou para o mal, em que o Poison é uma das principais bandas do Glam Metal.


Nesta estreia do grupo, Look What the Cat Dragged In, há dois momentos muito distintos: o primeiro, que trouxe fama ao grupo, com canções que fundem seu Hard Rock a uma pegada ainda mais acessível, onde estão clássicos como “I Want Action” e “Play Dirty”.


Entretanto, agrada-me bem mais a trinca de canções que encerram o disco: “Blame It on You”, “#1 Bad Boy” e “ Let Me Go to the Show” são menos badaladas, mas possuem um som mais ‘sujo’ e direto, mostrando o poder real da banda.


Também há a ótima balada “I Won't Forget You” que soa reverenciando as bandas sessentistas, inspirada e tocante.


Enfim, o Poison teria ainda mais fama e reconhecimento em seus álbuns posteriores, mas Look What the Cat Dragged In é uma ótima carta de apresentação.

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