6 de abril de 2022

PAUL STANLEY - PAUL STANLEY (1978)

 


Paul Stanley é um álbum solo do vocalista e compositor norte-americano Paul Stanley, mais conhecido por ser o frontman da banda Kiss. Seu lançamento oficial aconteceu em 18 de setembro de 1978, através do selo Casablanca. As gravações ocorreram entre fevereiro e julho de 1978, nos estúdios Electric Lady e Record Plant, ambos em Nova York, e no Village Recorder, em Los Angeles, todos nos Estados Unidos. A produção ficou por conta de Jeff Glixman e do próprio Paul Stanley.


O Rock: Álbuns Clássicos fará uma pequena resenha sobre um dos 4 álbuns solos lançados pelos membros da banda Kiss em 1978, justamente o de seu vocalista, Paul Stanley. Acompanhe!


Alive II


O segundo álbum ao vivo do Kiss, Alive II, foi lançado em 24 de outubro de 1977. A banda contava com sua clássica formação, qual seja, Paul Stanley (vocal/guitarra), Gene Simmons (vocal/baixo), Ace Frehley (guitarra) e Peter Criss (bateria).


O disco conseguiu emplacar muito bem em termos da principal parada norte-americana desta natureza, atingindo a 7ª posição e já supera a casa de 2 milhões de cópias vendidas apenas nos Estados Unidos.


O álbum foi importante em manter o nome do Kiss em alta, já que o grupo vinha de 2 grandes sucessos comerciais de estúdio: Rock and Roll Over (1976) e Love Gun (1977), ambos já resenhados neste site.


Marketing e Estratégias Comerciais


Entre 1976 e 1978, o Kiss ganhou 17,7 milhões de dólares com royalties de álbuns e publicações musicais.Uma pesquisa do instituto Gallup, em 1977, elegeu o Kiss como a banda mais popular da América.


No Japão, o Kiss realizou cinco shows esgotados na popular casa chamada Budokan Hall, em Tóquio, quebrando o recorde anterior (4) estabelecido pelos Beatles.


Em maio de 1977, o Kiss apareceu pela primeira vez nos quadrinhos, na edição 12 de Howard the Duck, publicada pela Marvel Comics.


A primeira coletânea do Kiss, Double Platinum, foi lançada em 2 de abril de 1978. Este álbum duplo incluiu muitas versões remixadas de sucessos da banda, bem como "Strutter '78", uma versão, regravada, de uma música do primeiro álbum do grupo.


Paul Stanley



Durante este período, o merchandising do Kiss tornou-se uma fonte substancial de renda para o grupo. Alguns dos produtos lançados incluíam histórias em quadrinhos emitidas pela Marvel, uma máquina de pinball, bonecas, kits "Kiss Your Face Makeup", máscaras de Halloween, jogos de tabuleiro, lancheiras, cromos e muitas outras recordações.


A adesão ao Kiss Army, o fã-clube da banda, estava na casa dos seis dígitos. Entre 1977 e 1979, as vendas mundiais de mercadorias do grupo (na loja e em turnê) atingiram cerca de 100 milhões de dólares.


Alive II e a turnê que se seguiu teve a maior média de público na história do grupo. Além disso, a receita bruta do Kiss em 1977 foi de 10,2 milhões de dólares. O grupo, junto com o manager Bill Aucoin, procurou impulsionar a marca com mais força. Para esse fim, uma estratégia ambiciosa e em duas frentes foi concebida para 1978: a primeira parte envolveu o lançamento simultâneo de quatro álbuns solo dos membros do Kiss. A segunda parte do plano, do Kiss e de Aucoin, exigia que a banda aparecesse em um filme que consolidaria sua imagem de ‘super-heróis do rock and roll’.


Embora o Kiss tenha alegado que os álbuns solo foram destinados a aliviar as crescentes tensões dentro da banda, seu contrato de gravação, de 1976, na verdade, pedia quatro discos solo, cada um deles contando como meio álbum para um compromisso de cinco discos do grupo.


Cada álbum foi um esforço individual de cada membro (nenhum cara do grupo apareceu no álbum do outro) e cada um deles foi lançado e comercializado como álbuns do Kiss (com arte de capa e inserções semelhantes).


Esta foi a primeira vez que todos os membros atuais de uma banda de rock lançaram álbuns solo no mesmo dia. Para os membros da banda, foi uma chance de mostrarem seus estilos e gostos musicais individuais, fora do Kiss, e, em alguns casos, colaborarem com artistas da época.


Paul Stanley


Paul resolver tomar conta do processo de gravação de seu álbum solo de maneira mais proeminente. Assumiu a produção sozinho (sendo auxiliado pelo experiente Jeff Glixman apenas em algumas canções).


Além disso, Stanley foi o único a não apostar em covers, trazendo um conteúdo 100% original. Outra estratégia foi a de não contar com convidados famosos (a exceção do baterista Carmine Appice), além do guitarrista Bob Kulick que assumiu o instrumento em todas as composições ao lado de Paul. Assim, o disco trouxe, segundo a ideia de Stanley, bons músicos de estúdio.





Musicalmente, Paul decidiu trilhar um caminho sonoro semelhante ao de sua banda principal e daí dá para se entender quem realmente segurava as rédeas do Kiss em termos de composição.


Vamos às faixas:


TONIGHT YOU BELONG TO ME


Tonight You Belong to Me” abre o disco com um Hard bem cadenciado e ótimos vocais de Stanley.


A letra retrata um eu lírico em fim de relacionamento:


Well, don't say I love you, baby, love isn't sorrow and pain
I hope and pray this never happens again
Well, go on and leave me, all I can say
Baby, I know you will be sorry some day


MOVE ON


Move On” segue bem a sonoridade que o Kiss fazia naquela época.


A letra é simples e fala sobre mudar:


The time is at hand
The day is upon us
There's no need to say goodbye
You don't understand
But babe I don't want you to cry
Move on


AIN’T QUITE RIGHT


Ain't Quite Right” traz um pouco de Blues Rock para o disco.


A letra fala sobre um eu lírico infiel:


Mmm, no, I won't tell you
That you're the only one for me
And I'd be a liar if I promised
I could give you every single thing you ever need


WOULDN’T YOU LIKE TO KNOW ME


Já em “Wouldn’t You Like to Know Me”, a aposta em uma sonoridade mais simples e direta, com um Rock ‘n’ Roll divertido.


Novamente, a letra fala sobre relacionamento:


You come a-crawlin', but you're much too late
You've got the key, but babe I locked the gate
I tried to call you when you were not home
Nobody likes to spend the nights alone


TAKE ME AWAY (TOGETHER AS ONE)


Take Me Away (Together as One)” é uma balada mais sutil, com bom trabalho das guitarras.


A letra é sobre recordações:


Yesterday, is far away, so take me out to sea
Far away, I've been what never will be
Check me in, to lose or win, I'm livin' memories
The drift begins, the dream of it sets me free


IT’S ALRIGHT


Um riff simples, mas eficiente, faz de “It's Alright” uma composição bem divertida.


A letra fala sobre uma relação:


I knew the minute that I picked you up
That I would never want to put you down
Don't try to tell me that you've had enough
Until you realize what you've found


HOLD ME, TOUCH ME (THINK OF ME WHEN WE’RE APART)


Hold Me, Touch Me (Think of Me When We're Apart)” é outra balada do disco, mas soa mais comum e menos inspirada.


A letra tem teor sexual:


Hold me, touch me, and think of me when we're apart
Hold me, baby won't you touch me
And think of me here in the night
And you know it'll be alright




"Hold Me, Touch Me (Think of Me When We're Apart)" foi lançada como single e atingiu a 46a posição da principal parada norte-americana desta natureza. Em comparação com os outros singles retirados dos outros 3 discos solos dos outros membros do Kiss, a canção foi a segunda melhor sucedida, perdendo apenas para “New York Groove”, do álbum de Ace Frehley, e que é um cover da composição de Russ Ballard.


LOVE IN CHAINS


Love in Chains” é um Hard vigoroso, com muita pegada de Kiss.


A letra fala sobre uma garota:


They know you feel just like a queen
Baby, are you havin' life
But all the things they'd never seen
Stab at your heart like a knife


GOODBYE


Goodbye” encerra o álbum com um Rock simples e de boa intensidade.


A letra fala sobre despedida:


I'm gonna be with you
So goodbye
Is only for now
'cause I'm comin' back
I swear it somehow


Considerações Finais


O álbum solo Paul Stanley acabou atingindo a 40a posição da principal parada norte-americana desta natureza.


A crítica, geralmente, aceita o trabalho de maneira pouco exultante. Greg Prato, do AllMusic, dá uma nota 3 (em 5) ao disco, apontando: “O álbum solo de Paul Stanley de 1978 foi o mais parecido (dos quatro) com o Kiss, soando mais como um lançamento oficial da banda do que como um lançamento solo. Mas isso não é necessariamente uma coisa ruim - Stanley havia se tornado um compositor experiente de hard rock a essa altura, produzindo alguns dos melhores materiais do Kiss (...) e sabiamente manteve sua fórmula vencedora em Paul Stanley.”


Os álbuns de Stanley e Frehley eram mais parecidos com o estilo hard rock do Kiss, enquanto o álbum de Criss apresentava um estilo R&B (com várias baladas). O de Simmons foi o mais diversificado dos quatro, apresentando hard rock, baladas, pop influenciado pelos Beatles e uma versão cover de "When You Wish Upon a Star" do filme Pinóquio, da Disney.


Os álbuns solo foram lançados em 18 de setembro de 1978. A gravadora Casablanca gastou 2,5 milhões de dólares na campanha de marketing dos álbuns, e anunciou que estava fabricando cinco milhões de cópias deles, garantindo o status de Platina.


Apesar das grandes remessas, nenhum dos álbuns vendeu particularmente bem. Dos quatro, o álbum de Simmons alcançou a posição mais alta na parada dos Estados Unidos, chegando ao 22º lugar, enquanto o de Frehley gerou o único single no Top Quarenta da Billboard, um cover de "New York Groove", composta por Russ Ballard.


O álbum de Frehley passou a ser o mais vendido desde a introdução do sistema Soundscan nos Estados Unidos, em 1991.


O segundo projeto do Kiss em 1978: o filme.


As filmagens começaram na primavera americana de 1978. Embora o projeto tenha sido proposto à banda como um cruzamento entre A Hard Day's Night e Star Wars, o resultado final ficou muito aquém dessas expectativas.


O produto final, Kiss Meets the Phantom of the Park, estreou na NBC em 28 de outubro de 1978. Foi lançado nos cinemas, após muitas mudanças, fora dos EUA, em 1979, sob o título Attack of the Phantoms. Os membros da banda estavam descontentes com o filme finalizado e falariam sobre sua experiência cinematográfica em entrevistas posteriores com uma mistura de embaraço e arrependimento humorístico. Eles sentiram que o filme os retratava mais como palhaços do que como super-heróis. O fracasso artístico do filme levou a uma ruptura entre a banda e Bill Aucoin.


Paul Stanley já supera a casa de 1 milhão de cópias vendidas nos Estados Unidos.





Formação:

Paul Stanley – Vocal e Backing Vocal, Guitarra Rítmica, Violão, EBow, todas as guitarras na faixa 7

Músicos Adicionais:

Bob Kulick – Guitarra solo, Violão
Steve Buslowe – Baixo nas faixas 1–5
Eric Nelson – Baixo nas faixas 6–9
Richie Fontana – Bateria nas faixas 1–4
Carmine Appice – Bateria na faixa 5
Craig Krampf – Bateria nas faixas 6–9
Diana Grasselli – Backing Vocals na faixa 2
Miriam Naomi Valle – Backing Vocals na faixa 2
Maria Vidal – Backing Vocals na faixa 2
Peppy Castro – Backing Vocals nas faixas 3 e 7
Doug Katsaros – Piano, conjunto de cordas Omni e Backing vocals na faixa 7
Steve Lacey – Guitarra na faixa 8


Faixas:

1. Tonight You Belong to Me (Stanley) - 4:41

2. Move On (Stanley/Japp) - 3:12

3. Ain't Quite Right (Stanley/Japp) - 3:34

4. Wouldn’t You Like to Know Me (Stanley) - 3:16

5. Take Me Away (Together as One) (Stanley) - 5:26

6. It's Alright (Stanley) - 3:38

7. Hold Me, Touch Me (Think of Me When We're Apart) (Stanley) - 3:40

8. Love in Chains (Stanley) - 3:34

9. Goodbye (Stanley) - 4:09


Letras:

Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a: https://www.letras.mus.br/paul-stanley/


Opinião do Blog:

O Rock: Álbuns Clássicos sempre teve grande apreço pelo talento de Paul Stanley, especialmente como vocalista e frontman do Kiss.


Em sua estreia solo, Stanley preferiu não inventar e seguiu, pode-se dizer fielmente, a cartilha do que vinha fazendo em seu grupo principal. A musicalidade, então, apresenta-se como um Hard Rock simples, mas com boas doses de melodia e algumas de intensidade.


As letras focam nas temáticas sexo e romance, sendo totalmente frívolas.


O resultado final, não se pode negar, é irregular. Há faixas que chegam a cativar como “Move On” e “Love in Chains” (esta, a melhor do disco), mas outras que são absolutamente descartáveis, como o single “Hold Me, Touch Me (Think of Me When We're Apart)”.


Dos 4 álbuns solo lançados em 1978 pelos integrantes do Kiss, o preferido segue sendo Ace Frehley (Nota do Blog: não escrevi sobre ele porque não o tenho). Mas Paul Stanley continua se constituindo em um disco divertido, mesmo com altos e baixos, mas sempre com ótimos vocais de um dos mais carismáticos frontman da história do Rock.

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