Keeper
of the Seven Keys: Part II é o terceiro álbum de estúdio da banda
alemã Helloween. Seu lançamento oficial aconteceu em 29 de agosto
de 1988, através do selo Noise Records. As gravações ocorreram
entre maio e junho de 1988, no Horus Sound Studio, na cidade alemã
de Hannover. A produção ficou por conta de Tommy Newton e de Tommy
Hansen.
O
Helloween retorna ao RAC com outro de seus
trabalhos mais emblemáticos, Keeper of the Seven Keys: Part II.
Muito resumidamente, vai-se ater aos fatos que antecedem ao seu
lançamento para depois se focar no faixa a faixa.
Keeper
of the Seven Keys
Em
23 de maio de 1987 era lançado Keeper of the Seven Keys, o
segundo álbum de estúdio do Helloween.
Tudo
que o Blog acha e pensa sobre este disco sensacional, o leitor pode
encontrar aqui.
Keeper
of the Seven Keys alçou o Helloween a um status de astros
do Heavy Metal, especialmente na Europa Continental.
Michael Weikath |
O
disco também marcou a estreia do sensacional vocalista Michael
Kiske, o qual transformou o conjunto em uma banda explosiva em cima
dos palcos.
Quando
Kiske entrou no grupo, o impacto foi imediato. A ideia era gravar um
álbum duplo para comemorar e apresentar o novo line-up, mas a
gravadora se recusou e o Helloween gravou e lançou ‘apenas’
Keeper of the Seven Keys: Part I.
Como
foi dito, a combinação volátil de poder e melodia inspiraria uma
geração inteira de bandas de metal e transformou o Helloween
em superstars em toda a Europa, bem como no Reino Unido, com o
conjunto fazendo tentativas de incursões até mesmo nos Estados
Unidos durante aquela época.
O
conjunto saiu em turnê, implacavelmente, pelo resto do ano de 1987 e
pelo seguinte, incluindo um período prolongado como banda de
abertura para o Iron Maiden.
Mas,
apesar desse ritmo de trabalho maníaco, o Helloween ainda
encontrou tempo para gravar a continuação de sua obra que o faz
ganhar o continente.
Part
II
Seguindo
a ideia de lançar um álbum duplo, o nome para o terceiro disco de
estúdio do conjunto não poderia ser outro: Keeper of the Seven
Keys: Part II.
Markus Grosskopf |
Para
as gravações, o grupo pausou seu ritmo insano de turnê,
reunindo-se entre em maio e junho de 1988 no Horus Sound Studio, em
Hannover, cidade alemã às margens do rio Leine e terra natal de
outra grande banda alemã, o Scorpions.
Para
a produção, o grupo apostou na mesma dupla de produtores do
bem-sucedido álbum antecessor: Tommy Newton e Tommy Hansen.
A
capa, novamente, é belíssima. Obra de Edda & Uwe Karezewski.
Vamos
às faixas:
INVITATION
"Invitation" é apenas uma pequena e criativa introdução para o álbum...
EAGLE
FLY FREE
"Eagle Fly Free" apresenta tudo aquilo que o Power Metal deve ter: um ritmo frenético, seção rítmica alucinante, guitarras insanas e um vocalista inspiradíssimo. Se alguém não conhece - e deseja conhecer - o Power Metal, basta apresentá-lo a esta música sensacional.
A
letra possui um tom crítico com a evolução humana:
Nowadays
the air's polluted
Ancient
people persecuted
That's
what mankind contributed
To
create a better time
YOU
ALWAYS WALK ALONE
Em "You Always Walk Alone", o trabalho das guitarras de Kai Hansen e Michael Weikath continua afiadíssimo. O grupo reduz, mesmo que pontualmente, o ritmo alucinante da faixa antecedente. O refrão é ótimo e Michael Kiske continua excelente nos vocais.
A
letra fala sobre confiança:
The
life I try to give is
All
I have inside of me
It's
one kind of life for me
This
music you hear
The
strength we have inside is
So
much more than you will know
But
if you can't see the life around
You'll
always walk alone
RISE
AND FALL
O Power Metal continua com tudo nesta canção. O baixo de Markus Grosskopf está mais evidente e o uso de um coro de vozes no refrão funciona muito bem. Os solos de guitarra se encaixam perfeitamente com a música.
A
letra possui conteúdo fantástico:
It's
the rise and fall
The
prize for all
That
ain´t nice at all
Luck
is like a ball
You
can´t recall or care at all
So
better use your brain!
DR.
STEIN
A incrível "Dr. Stein" é emblemática. Sua sonoridade consegue manter o peso e a intensidade características do Helloween, mas o flerte inteligente com o Hard a eleva de patamar. Com atuações impecáveis, "Dr. Stein" é uma canção de primeira linha.
A
letra brinca com o mito de Frankenstein:
Dr.
Stein grows funny creatures
Lets
them run into the night
They
become
Great
rock musicians
And
their time is right
“Dr.
Stein” é um grande clássico do Helloween.
A
faixa foi lançada como single, atingindo a 57ª posição da
principal parada britânica desta natureza. Ainda conquistou as 10ª
e 21ª colocações nas paradas de Alemanha e Suíça;
respectivamente.
A
música é tocada em praticamente todos os shows da banda além de
ter sido regravada, em um estilo meio Jazz, para a coletânea
Unarmed – Best of 25th Anniversary, de 2009.
WE
GOT THE RIGHT
Com uma presença marcante da seção rítmica, "We Got the Right" reduz a velocidade, mas ganha em peso e intensidade. Mesclando o supracitado peso com toques inteligentes de melodia e sensibilidade, o conjunto criou uma fabulosa música, mais voltada para o Metal Tradicional.
A
letra fala sobre direito e luta:
We
are credulous idiots
And
won't understand what they plan
We
march with the times
It's
what they expect and we do
Why
don't you open your eyes
To
undercover all of these lies?
I
think you won't accept this
Go
oppose with your fist
Fight
for your rights
MARCH
OF TIME
Embora "March of Time" seja um Power Metal daqueles que só o Helloween foi capaz de compor, com criatividade, melodia e ferocidade; é possível notar a influência que o Iron Maiden teve sobre o grupo, pois diversas passagens da canção remetem à lendária banda britânica, especialmente durante os solos de guitarra.
A
letra fala sobre tempo:
Times
of peace, times of fights
Constant
movement is our life
Can't
stop no more, not until we die
We
long for more eternity
And
maybe there's another life
This
one is short, no matter how you try
I
WANT OUT
"I Want Out" é uma música sensacional. Aliando melodia, intensidade e criatividade, a canção possui um refrão incrível, contando com uma atuação excepcional de Kiske nos vocais. O riff principal da faixa é memorável. Enfim, apenas ouça, mais palavras são absolutamente desnecessárias.
A
letra fala sobre liberdade:
People
tell me A and B
They
tell me how I have to see
Things
that I have seen already clear
So
they push me then from side to side
They're
pushing me from black to white
They're
pushing 'til there's nothing more to hear
“I
Want Out” é outro grande clássico do Helloween,
possivelmente, sua música mais conhecida.
A
canção foi lançada como single, alcançando a 69ª colocação na
principal parada britânica desta natureza. Também ficou com a 27ª
posição na correspondente suíça.
A
composição não é apenas um símbolo da banda Helloween, mas do
próprio estilo Power Metal.
A
música foi composta por Kai Hansen, que disse, em uma entrevista,
ser uma pista de seu desejo de realmente querer ‘sair’ da banda.
A
faixa é caracterizada por uma introdução amplamente reconhecível
e a marca registrada de Michael Kiske nos vocais, especialmente no
refrão.
“I
Want Out” também é influenciada pelo punk (especialmente, nas
letras, em tom de rebeldia) em contraste com outras músicas do
Helloween, ou no
trabalho de Hansen após deixar o grupo. Muitas vezes, é
interpretada ao vivo pelo Helloween e pelas bandas atuais de
Hansen e Kiske, Gamma Ray e Unisonic, respectivamente.
Nomes
do calibre de HammerFall, Sonata Arctica, Avalanch
e Skylark já fizeram versões para o clássico.
KEEPER
OF THE SEVEN KEYS
A nona - e última - faixa de Keeper of the Seven Keys: Part 2 é justamente a faixa-título, ou seja, "Keeper of the Seven Keys". Com mais de 13 minutos, a derradeira composição do disco é uma turnê de força, criatividade e senso melódico, uma verdadeira ode ao Heavy Metal. Encerra o álbum de modo espetacular.
A
letra é em tom de fantasia:
You're
the Keeper of the Seven Keys
That
lock up the seven seas
And
the Seer of Visions
Said
before he went blind
Hide
them from demons
And
rescue mankind
Or
the world we're all in will soon be sold
To
the throne of the evil paid with Lucifer's gold
To
the throne of the evil paid with Lucifer's gold
Considerações
Finais
Keeper
of the Seven Keys: Part II provou que o Helloween estava
em estado de graça, alavancando o nome do grupo de modo ainda maior.
O
disco atingiu a 108ª posição da principal parada norte-americana
de álbuns, conquistando a 24ª colocação na sua correspondente
britânica. Ainda ficou com os 5º, 6º, 7º e 9º lugares nas
paradas de Alemanha, Suíça, Suécia e Áustria, respectivamente.
A
crítica musical, em geral, enaltece os méritos do álbum. Keith
Bergman, do site Blabbermouth, dá nota máxima ao trabalho,
afirmando: “Se fosse possível dar a este disco (nota) 11, eu daria
- os dois primeiros álbuns ‘Keeper’ são marcos
essenciais na história do heavy metal, obras-primas incontestáveis
e pedras de toque que lançaram os sonhos de mil bandas de próxima
geração. ‘Parte II’ é mais ambicioso e mais grave, mais
atraente e mais complexo, e estabeleceu a banda em um curso de
grandeza”.
A
revista inglesa Classic Rock dá uma nota 8 (em 10) para
Keeper of the Seven Keys, enquanto Martin Popoff, em seu The
Collector's Guide to Heavy Metal: Volume 2: The Eighties, atribui
a nota 9 (em 10) ao trabalho.
Quem
destoa é o crítico Eduardo Rivadavia, do site AllMusic, que
atribui uma nota 3 (em 5) ao disco, afirmando: “Mas pareceu que o
até então líder do Helloween, o guitarrista Kai Hansen,
havia perdido o interesse em sua própria banda, e o resultado foi um
álbum terrivelmente inconsistente. Com exceção da excelente “I
Want Out”, suas poucas contribuições nas canções mostram
indiferença, deixando o vocalista Michael Kiske e o segundo
guitarrista Michael Weikath tentarem retirar os espaços - com
resultados mistos”.
A
MTV norte-americana colocou o single “I Want Out” em rotação
pesada e, também, no seu programa Headbanger's Ball. A emissora
também apresentou a turnê inaugural Headbangers Ball com o
Helloween se juntando a uma banda de thrash metal, de São
Francisco, Exodus, em apoio à atração principal, o Anthrax.
O grupo foi colocado no prestigiado segundo spot, logo antes da
apresentação principal do Antrax.
Na
sequência desta exposição ao público norte-americano, a banda
alcançou sucesso mundial.
O
guitarrista Kai Hansen, inesperadamente, deixou a banda, em 1989,
logo após a parte europeia da turnê Keeper of the Seven Keys:
Part II, devido a problemas de saúde, conflitos dentro da banda,
problemas com a gravadora Noise International e uma crescente
insatisfação com a vida em turnê. O guitarrista Michael Weikath
escolheu seu amigo, Roland Grapow, como substituto de Hansen,
inclusive para o resto da turnê.
Roland
Grapow, o qual era mecânico de automóveis na época, afirmou, em
2017 que, se Weikath não lhe tivesse pedido para se juntar à banda,
ele teria mantido seu emprego e abandonado seu sonho de se tornar um
músico profissional.
Em
1989, a banda lançou o álbum, ao vivo, chamado Live in the U.K.,
com material de sua turnê europeia de 1988.
Formação:
Michael
Kiske - Vocal
Kai
Hansen - Guitarra, Backing Vocals
Michael
Weikath - Guitarra, Teclados
Markus
Grosskopf - Baixo
Ingo
Schwichtenberg - Bateria
Faixas:
01.
Invitation (Weikath) - 1:06
02.
Eagle Fly Free (Weikath) - 5:08
03.
You Always Walk Alone (Kiske) - 5:08
04.
Rise and Fall (Weikath) - 4:22
05.
Dr. Stein (Weikath) - 5:03
06.
We Got the Right (Kiske) - 5:07
07.
Save Us (Hansen) - 5:15
08.
March of Time (Hansen) - 5:13
09.
I Want Out (Hansen) - 4:39
10.
Keeper of the Seven Keys (Weikath) - 13:37
Letras:
Para
o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a:
https://www.letras.mus.br/helloween/
Quando o RAC escreveu sobre Keeper of the Seven Keys: Part 1 era evidente que o Blog voltaria ao Helloween para terminar o post corretamente. Não que se tenha esquecido algo, mas é que se torna imperioso ver as duas partes da saga quase como uma coisa só. E, por favor, não recordem ao site que existiu o 'The Legacy', lançado em 2005.
Mantendo a mesma impecável formação, o grupo, no mínimo, manteve o mesmo nível de desempenho em Keeper of the Seven Keys: Part 2, apresentando ao mundo as características definitivas do que se convencionou chamar Power Metal.
A qualidade das composições continua soberba em uma fusão de peso, ritmo (intenso e acelerado) e melodias cativantes e bem construídas, tudo isto, unido, em um arcabouço musical único para aquela época e que se tornou exaustivamente copiado pelas décadas seguintes.
Desta forma, Keeper of the Seven Keys: Part 2 é a continuação perfeita e orgânica do disco lançado no ano anterior, não apenas guardando com aquele a temática, mas se apresentando como continuidade - e evolução natural - da musicalidade que fora demonstrada um ano antes.
Quanto às letras, continuam sua abordagem fantasiosa, com toques realísticos e o natural bom humor que o Helloween tem como característica marcante.
É claro que aqui não há faixas sequer medianas. Keeper of the Seven Keys: Part 2 é um dos melhores e mais importantes álbuns da história do Heavy Metal.
Mas, sem mais delongas, o RAC é obrigado a eleger suas favoritas. A grandiosa faixa-título é épica e emblemática. "Eagle Fly Free" é uma verdadeira pedrada e "We Got the Right" é um clássico de inspiração metálica.
Entretanto, o Blog escolhe a incrível "March of Time" e o clássico indiscutível "I Want Out" como suas preferidas.
Enfim, em conjunto com seu antecessor, Keeper of the Seven Keys: Part 2 é a obra definitiva do Power Metal, sua pedra fundamental e o modelo a ser reverenciado. O álbum foi o que faltava para colocar, de modo incontestável, o Helloween entre as mais importantes e influentes bandas de Heavy Metal de todos os tempos. Concluindo e sem medo de soar redundante, caro leitor, Keeper of the Seven Keys: Part 2 é a mais perfeita definição do que é Power Metal.
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