8 de agosto de 2014

RAVEN - STAY HARD (1985)


Stay Hard é o quarto álbum de estúdio da banda inglesa Raven. Seu lançamento oficial aconteceu em 1985, com as gravações ocorrendo no Pyramid Studios, em Ithaca, nos Estados Unidos. A produção ficou a cargo de Michael Wagener, Tony Incigeri, Jon e Marsha Zazula, assim como da própria banda.


O Raven é uma banda britânica de Heavy Metal, a qual possui suas origens ligadas a New Wave Of British Heavy Metal (NWOBHM), e que conseguiu alguma repercussão junto ao público. O post vai tratar da história do grupo para posteriormente fazer a análise das canções.

O Raven foi formado em 1974, em Newcastle, na Inglaterra, pelos irmãos John Gallagher e Mark Gallagher e também por Paul Bowden.

Raven começou a criar um som que estava enraizado no Hard Rock britânico, com tendências de rock progressivo e uma vontade de se arriscar em diferentes estilos musicais.

Os shows da banda eram intensos e frenéticos e a interação entre os membros do grupo desenvolveu uma imagem única (aliada ao estilo de tocarem seus instrumentos), descrito como “Athletic” (atlético, em uma tradução literal).

O grupo começou a usar apetrechos tais como protetores, capacetes e placas de vários esportes (hóquei, beisebol, etc), e as incorporar à reprodução de seus instrumentos (por exemplo, cotoveleiras e máscaras de hóquei foram usadas para atacar címbalos).

John Gallagher
Sua musicalidade começou a se desenvolver em uma amálgama única de velocidade e potência - influenciando fortemente os gêneros de metal com maior velocidade, tais como thrash metal e power metal.

A banda acabou conquistando uma reputação como um show extremamente enérgico - e por, regularmente, acabar destruindo seu equipamento.

Eles começaram tocando em pubs locais e trabalhando em clubes masculinos, no Nordeste da Inglaterra - ocasionalmente abrindo shows para bandas punk como The Stranglers e The Motors.

Eventualmente, a banda assinou um contrato de gravação com o selo Neat Records, um lendário selo de Heavy Metal para baixos orçamentos.

O primeiro single foi “Don't Need Your Money” e em 1980 o grupo embarcou como banda de abertura para grupos como Motorhead, Whitesnake, Iron Maiden e Ozzy Osbourne.

Seu primeiro álbum foi “Rock Until You Drop”, lançado com relativo sucesso em 1981, dando à banda uma turnê por Itália e Holanda e construindo uma fiel base de fãs no 'underground'.

O segundo álbum, “Wiped Out”, foi lançado em 1982 e foi influente na criação das crescentes vertentes do Heavy Metal; o Thrash Metal e o Speed Metal. O álbum conseguiu alguma repercussão no Reino Unido, embora não tanto em termos de paradas de sucesso.

A repercussão foi suficiente para chamar a atenção do mercado norte-americano, atraindo o selo Megaforce Records, de Nova Jersey, que acabou assinando contrato com o Raven.

O terceiro álbum veio em 1983, com o nome de All For One, já sendo lançado também nos Estados Unidos pelo selo Megaforce Records.

Naquele mesmo ano, o Raven excursionou pelos Estados Unidos de maneira extensiva, tendo como banda de abertura um jovem grupo que havia lançado seu debut, o Metallica e seu genial Kill 'Em All.

Mark Gallagher
O gerente e fundador da Megaforce, Johnny Zazula, acreditava que o Raven era uma banda para as grandes gravadoras e os manteve em turnê constantemente até que as mesmas notassem o grupo.

O ao vivo Live at the Inferno, resultado de uma das intensas turnês, foi lançado em 1984.

A Atlantic Records assinou um contrato com o Raven, fazendo a banda mudar sua base permanente de Newcastle para Nova York.

O quarto álbum de estúdio, Stay Hard, sairia em 1985. É sobre ele que o Blog vai tratar agora:

STAY HARD

Um típico Heavy Metal clássico abre o álbum. O ritmo é intenso, o peso está bem presente e a velocidade é moderada. Os vocais são bons e o solo é competente e correto. Uma ótima forma de se começar o disco.



WHEN THE GOING GETS TOUGH

Outro bom riff inicia a segunda faixa do trabalho, com a bateria bastante proeminente, em um bom momento de Bob Hunter. A levada da música é mais rápida que sua precedente, mas com o mesmo peso.



ON AND ON

Com uma pegada um pouco mais comercial, flertando com o Hard Rock – tão em alta nos Estados Unidos naquela década – assim é “On And On”. O ritmo é mais cadenciado, sendo uma canção bem menos pesada que as antecessoras. Mesmo assim, trata-se de um dos pontos mais altos do álbum.

“On And On” foi lançada como single para promover o álbum Stay Hard, mas não conseguiu emplacar nas principais paradas de sucesso.

Entretanto, “On and On” conseguiu boa circulação nas rádios e MTV norte-americana, sendo considerado um dos bons sucessos que o Raven conseguiu emplacar.



GET IT RIGHT

O peso está de volta em “Get It Right”. No refrão o ritmo se torna mais lento, flertando novamente com o Hard Rock. Trata-se de uma composição mais simples e que apenas complementa o disco.



RESTLESS CHILD

Um riff bem mais impactante é a base de “Restless Child”, lembrando-se de maneira mais marcante a New Wave Of British Heavy Metal. O andamento da canção é mais lento, mas com boa intensidade. O solo é ótimo!



THE POWER AND THE GLORY

“The Power and The Glory” lembra bastante os trabalhos iniciais do Mötley Crüe, com uma sonoridade que é uma mistura de Hard Rock com Heavy Metal, mas sem o mesmo brilhantismo dos norte-americanos. Trata-se de uma canção boa, mas que tinha potencial para ser bem melhor.



PRAY FOR THE SUN

“Pray For The Sun” é uma tentativa do Raven em fazer uma balada nos moldes do Hard oitentista. O resultado é razoável, pois a melodia não é das mais bonitas e a produção atrapalha um pouco a audição quando a música tenta ficar mais pesada. Os solos são competentes.



HARD RIDE

O Heavy Metal com pegada oitentista volta, desta vez lembrando bastante o que o Judas Priest fazia naquela década. É uma faixa pesada, direta, sem firulas, com guitarras bem colocadas e vocais concisos. Outro momento bem interessante do disco.



EXTRACT THE ACTION

“Extract The Action” é um sopro de Heavy Metal tradicional no trabalho, ao melhor estilo NWOBHM, o que a torna um dos melhores momentos de todo o disco. O peso está bem presente, além do fato do riff ser de qualidade impressionante. Excelente!



THE BOTTOM LINE

O baixo de John Gallagher começa bastante presente na última canção do trabalho. Trata-se de uma faixa instrumental, a qual conta com peso e ritmo acelerado, em uma boa composição. Fecha o álbum de maneira bastante digna.

Considerações Finais

Com apoio de uma gravadora maior, melhores exposição e divulgação, o Raven conseguiu pela primeira vez aparecer na principal parada de sucessos dos Estados Unidos, apesar de ser apenas com a modestíssima 81ª posição.

A verdade é que a Atlantic Records forçou a banda a mudar seu som para um estilo mais comercial, pois nos Estados Unidos o Glam Metal estava no auge durante o ano de 1985. Claro, com a conivência da banda.

Fãs mais inveterados do grupo torceram o nariz para Stay Hard e a posição do Raven em tentar uma proposta mais comercial.

Mas com o passar dos anos, o Raven voltou ao seu estilo mais habitual e pesado, ganhando novamente boa parte do público fiel que o grupo conquistou no Underground.



Formação:
John Gallagher - Baixo, Vocais
Mark Gallagher - Guitarra
Rob Hunter – Bateria

Faixas:
01. Stay Hard (Gallagher/Gallagher/Hunter) – 2:59
02. When the Going Gets Tough (Gallagher/Gallagher/Hunter) – 3:34
03. On and On (Gallagher/Gallagher/Hunter) – 3:54
04. Get It Right (Gallagher/Gallagher/Hunter) – 4:49
05. Restless Child (Gallagher/Gallagher/Hunter) – 2:45
06. The Power and the Glory (Gallagher/Gallagher/Hunter) – 3:37
07. Pray for the Sun (Gallagher/Gallagher/Hunter) – 4:22
08. Hard Ride (Gallagher/Gallagher/Hunter) – 3:15
09. Extract the Action (Gallagher/Gallagher/Hunter) – 3:04
10. The Bottom Line (Gallagher/Gallagher/Hunter) – 3:37

Letras:
Infelizmente, o Blog não conseguiu encontrar um link confiável com as letras das canções. Pedimos desculpas aos leitores do Blog, com a promessa de que se as encontrarmos no futuro, faremos uma atualização deste post.

Opinião do Blog:
Quem acompanha o Blog mais de perto sabe que o mesmo não possui preconceitos estabelecidos em questões musicais. Mudanças de estilos e novas propostas musicais são aqui analisadas com base exclusivamente em nossa opinião sobre o resultado musical do álbum.

O Raven tem seu nome cravado na NWOBHM, com álbuns bem interessantes como Rock Until You Drop e Wiped Out. Mas o Blog preferiu dar uma olhada em um disco mais polêmico, Stay Hard.

Não há muito que se falar sobre a qualidade dos músicos. Todos executam o que se propõem a fazer com qualidade e competência, mesmo que não sejam brilhantes.

O fato de a banda ser conivente com a proposta da gravadora em fazer um álbum mais comercial, voltado ao Hard Rock, gerou um trabalho no mínimo dúbio. Há momentos muito bons e outros bem estranhos.

“Stay Hard” é um bom momento do disco, assim como a instrumental “The Bottom Line”. “On and On” abraça o Hard Rock, mas mesmo assim é uma canção bastante interessante, mas é quando o grupo volta às raízes, com “Extract The Action”, é que ele atinge seu ponto máximo.

Entretanto, há pontos baixos no álbum. “When the Going Gets Tough” e “Get It Right” são canções que em nada acrescentam à discografia do Raven. Mas pode ser pior, e é: “Pray For The Sun” é uma composição forçada, sem nenhum brilho e que diminui o valor final de Stay Hard.


Mesmo assim, o álbum vale uma conferida para quem tem a mente mais aberta e não é tão apegado a tradições. Claro, Stay Hard está em um nível abaixo do melhor que o Raven produziu, mas como a banda é boa, vale à pena conhecer uma faceta diferente dos britânicos.

2 comentários:

  1. O fato é que o Raven é uma das bandas mais talentosas do Metal. Impressionante o nível tecnico dos músicos, a precisão (só ouvir Wiped Out, Life´s A Bitch, ou o novo álbum Extermination).

    A banda sempre aliou e extrema energia, criatividade e tecnica fantástica (para uma banda da NWOBHM) para criar verdadeiras pérolas. Não bastasse isso, foram os maiores responsáveis pelo surgimento do Thrash Metal e tbm ajudaram a criar o Speed Metal (junto com o Riot, em 1981, com o fantástico álbum Fire Down Under). O álbum Stay Hard bebe mais na década de 70....aqui os músicos não fazem composições intrincadas como fizeram nos seus melhores momentos...ainda assim, é um álbum acima da média em comparação a certas bandas mais famosas em seus momentos irregulares...

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    1. Obrigado pelo comentário e por manifestar sua opinião sobre a banda/álbum, pois enriquece a postagem. Abraço.

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