24 de abril de 2013

METALLICA - KILL 'EM ALL (1983)



Em lembrança aos 30 anos do lançamento deste álbum

Kill ‘Em All é o álbum de estreia da banda norte-americana chamada Metallica. Seu lançamento oficial ocorreu no dia 25 de julho de 1983, sob o selo Megaforce. A produção ficou sob a responsabilidade de Paul Curcio com as gravações acontecendo no Music America Studios, em Rochester, Estados Unidos. As gravações se deram entre os dias 10 e 27 de maio daquele ano.



Falar do Metallica é comentar sobre uma das grandes instituições do Rock & Roll dos últimos 30 anos. Vai-se tratar, brevemente, dos primórdios da banda e sobre os fatos que levaram ao surgimento de seu álbum de estreia.

Os primórdios do Metallica datam do fim de 1981, em Los Angeles, Califórnia. O baterista dinamarquês Lars Ulrich colocou um anúncio no jornal local (The Recycler) que dizia algo como: “Baterista procura outros músicos de Heavy Metal para tocar Tygers of Pan Tang, Diamond Head e Iron Maiden. Os guitarristas da banda Leather Charm responderam ao anúncio. Eram eles Hugh Tanner e James Hetfield.

A sessão não foi bem sucedida e Ulrich continuou sem uma banda. Mesmo assim ele procurou seu amigo Brian Slagel, fundador da Metal Blade Records, e propôs que gravasse uma canção para ser parte da nova compilação que Slagel lançaria em seu selo, chamada Metal Massacre.

Lars Ulrich


Slagel acabou consentindo com a proposta de Ulrich e este voltou a se comunicar com James Hetfield, para que este fosse o vocalista e guitarrista da futura banda. Isto ocorreu por volta de Outubro de 1981, cerca de 5 meses depois do primeiro encontro dos dois.

O amigo de Ulrich, Ron Quintana, estava se decidindo sobre qual nome ele utilizaria em um novo fanzine. Ele pensava em Metalmania e Metallica e, Lars, espertamente, sugeriu que ele utilizasse Metalmania no fanzine para, assim, apoderar-se do nome Metallica para sua nova banda.

Um novo anúncio no jornal The Recycler foi postado, desta vez procurando um guitarrista solo. Após Hetfield e Ulrich virem o equipamento praticamente profissional do cara que respondeu ao anúncio, ele foi efetivado como o guitarrista solo do Metallica. Seu nome: Dave Mustaine.

No início de 1982, o Metallica grava sua primeira faixa, para a compilação Metal Massacre I: era “Hit The Lights”. Hetfield cantou, tocou guitarra e o baixo, Ulrich foi o baterista e a guitarra solo foi creditada para Lloyd Grant, um guitarrista mais focado no Blues.

James Hetfield


Embora creditada erroneamente no primeiro lote da Metal Massacre I, como ‘Mettallica’, a banda fez certo barulho com sua “Hit The Lights” e, assim, conseguiu que sua primeira apresentação fosse conquistada: em 14 de março de 1982, no Radio City, em Anaheim, na Califórnia, já com o novo baixista, Ron McGovney.

Assim, a primeira formação da banda contava com James Hetfield nos vocais e guitarra-base, Lars Ulrich na bateria, Dave Mustaine na guitarra-solo e Ron McGovney no baixo.

Com esta formação, o grupo gravaria sua primeira demo, Power Metal, que contava com 4 faixas: “Hit The Lights”, “Jump In The Fire”, “The Mechanix” e “Motorbreath”. James Hetfield se referia ao som do grupo como Power Metal.

Mais tarde naquele ano, Hetfield e Ulrich foram a um show no clube noturno Whisky a Go Go, em West Hollywood. A apresentação da banda Trauma surpreendeu os dois, especialmente durante os solos de seu grande “guitarrista”. Ao fim do show, quando foram cumprimentá-lo, descobriram que o músico que usava o pedal wah-wah era um baixista. Seu nome era Cliff Burton. Ele foi convidado a se juntar ao Metallica, mas declinou do pedido.

Hetfield e Mustaine estavam insatisfeitos com o baixista Ron McGovney, pois ele em nada contribuía para a banda.

Cliff Burton acabou aceitando entrar no Metallica mais para o final de 1982, fazendo a exigência de que o grupo deixasse Los Angeles e se mudasse para El Cerrito, na região da Bay Area de San Francisco, onde o novo movimento de bandas ligadas ao Heavy Metal e a nascente nova vertente do estilo fervilhava... o Thrash Metal.

Cliff Burton


O primeiro show com Cliff Burton no Metallica foi em Março de 1983 e sua primeira gravação com o grupo foi a demo conhecida como Megaforce, do mesmo ano.

Foi o promotor de shows Johnny Z Zazula, que ouviu a demo No Life ‘til Leather (dos tempos de McGovney no baixo) quem começou a ajudar o grupo com seu desejo de gravar um álbum. Primeiro, ele tentou vários acordos com gravadoras da Costa Leste dos Estados Unidos, mas não obteve nenhuma resposta interessante.

Assim, foi o próprio Zazula que bancou os custos da produção do primeiro álbum do Metallica e assinou com o grupo com a sua própria gravadora, a Megaforce Records.

Em 11 de abril de 1983, aconteceria um fato que mudaria a história do Heavy Metal: o Metallica demitiu o guitarrista Dave Mustaine. A alegação foi de que os abusos constantes de álcool e drogas do guitarrista, aliado ao seu comportamento extremamente violento, estava prejudicando o desenvolvimento do grupo.

O guitarrista convidado para substituir Mustaine foi o da banda Exodus, Kirk Hammett. Mesmo vários anos depois, a mágoa de Mustaine para com o Metallica permaneceu. Hammett foi para a costa leste dos Estados Unidos na mesma noite. O primeiro show com Hammett foi em 16 de abril de 1983, em Dover, Nova Jérsei. A banda dividiu o palco com o Anthrax e sua formação que contava com Dan Lilker e Neil Turbin. Era a primeira vez que os grupos tocavam juntos!

Em maio de 1983 o grupo viajou para Rochester, próximo a Nova York, para gravar o seu álbum inicial que teria o excêntrico nome de Metal Up Your Ass. Tanto o selo quanto as distribuidoras se recusaram a divulgar um álbum com este nome e o Metallica foi obrigado a mudar a denominação do disco.

Ao saber disto, Cliff Burton teria dito “Matem a todos” (Kill ‘Em All, em tradução livre) e acabou rebatizando o trabalho. A arte da capa, com uma imagem de um martelo ensanguentado, dá o mote para o impacto.

HIT THE LIGHTS

A primeira faixa de Kill ‘Em All é “Hit The Lights”.

O início da canção já mostra para o ouvinte o que ele terá por todo o álbum: a fúria do Heavy Metal tocada a toda velocidade. O riff de “Hit The Lights” é de alta velocidade e é acompanhado pela inquieta bateria de Lars Ulrich e solos frenéticos. Hetfield opta por gritar as letras na mesma intensidade da música. É um grande começo para o disco.

As letras são bem simples e mostram a emoção de uma banda de rock “incendiando” seus fãs:

You know our fans are insane
We are gonna blow this place away
With volume higher
Than anything today the only way
When we start to rock
We never want to stop again

“Hit The Lights” é uma composição antiga de James Hetfield, dos tempos de sua primeira banda, o Leather Charm.



THE FOUR HORSEMEN

A segunda canção do álbum é “The Four Horsemen”.

Um riff sensacional cheio de peso, mas um pouco mais cadenciado, é a base da música e se estende por toda a sua duração. Desta vez, os vocais de Hetfield estão um tanto quanto mais contidos, embora ele continue ‘atacando’ as letras. Os solos são sensacionais, assim como a parte mais melódica no meio da faixa. A canção deixa mais claro como a NWOBHM exerceu influências na banda. Música espetacular.

Em uma interpretação mais livre, a canção remete aos textos bíblicos do Apocalipse, referindo-se aos seus 4 cavaleiros:

Time
Has taken its toll on you
The lines that crack your face
Famine
Your body it has torn through
Withered in every place
Pestilence
For what you have had to endure
And what you have put others through
Death
Deliverance for you for sure
There is nothing you can do

Há também uma interpretação de que as letras se referem ao próprio Metallica como 4 cavaleiros.

Fato é que a composição de “The Four Horsemen” é controversa. Primeiro porque se trata de uma composição de Dave Mustaine nos tempos de sua banda anterior ao Metallica, que se chamava Panic. Ao entrar no Metallica, Mustaine trouxe a canção que se denominava “The Mechanix”.

Segundo, pois, depois de Mustaine ser chutado da banda, Hetfield se debruçou sobre a mesma, modificando-a. O primeiro passo foi alterar a velocidade com que a mesma era executada, tornando-a um pouco mais cadenciada. O segundo passo foi alterar a letra da faixa: “The Mechanix” tinha conteúdo sexual, enquanto “The Four Horsemen” passou a tratar de temática apocalíptica.

O terceiro passo foi colocar um interstício mais lento e melódico durante a canção, que como pode ser ouvida em algumas demos lançadas anteriormente pelo grupo, inexistia. Dave Mustaine afirma que também esta parte foi composta por ele, inspirada no clássico do Lynyrd Skynyrd, “Sweet Home Alabama”, que ele sempre ouvia na companhia de Cliff Burton.

No álbum de estreia do Megadeth, Mustaine incluiu “The Mechanix” conforme ele mesmo havia a criado.



MOTORBREATH

A terceira faixa do trabalho é “Motorbreath”.

A canção começa e se mantém por toda a sua duração em mais alta velocidade. Uma pequena variação do riff é sentida entre os refrãos e os versos. Hetfield mantém seus vocais de maneira mais agressiva e o solo de Hammett, embora mais curto, é bastante eficiente. Outro ponto interessante do trabalho.

A letra é simples e fala de como se viver a toda velocidade:

Motorbreath
It's how I live my life
I can't take it any other way
Motorbreath
The sign of living fast
It is going to take
Your breath away



JUMP IN THE FIRE

A quarta música do disco é “Jump In The Fire”.

O riff de “Jump In The Fire” é bem criativo e original e embala a canção como um todo, sendo que a banda opta por uma levada mais cadenciada para esta faixa. Os vocais se casam perfeitamente com o ritmo da música e se demonstram perfeitos para o resultado final do trabalho. O solo de Hammett é genial!

A letra de “Jump In The Fire” se remete à visão do diabo para as pessoas que pecam e serão, inevitavelmente, dragadas para o inferno:

Down in the depths of my fiery home
The summons bell will chime
Tempting you and all the earth
To join our sinful kind
There is a job to be done and I'm the one
You people make me do it
Now it is time for your fate and I won't hesitate
To pull you down into this pit

“Jump In The Fire” é das primeiras composições do Metallica. Quando Dave Mustaine se juntou ao grupo, ele escreveu as primeiras versões das letras da faixa, optando por um conteúdo mais sexual. Novamente, quando ele foi demitido do conjunto, Hetfield alterou a letra da canção para o conteúdo mais ‘infernal’.

A verdade é que quando Hetfield foi reescrever a letra de “Jump In The Fire”, segundo Lars Ulrich, o conjunto ouvia bastante o single do Iron Maiden “Run To The Hills” e o Metallica desejava que sua nova canção soasse como o clássico dos britânicos.

“Jump In The Fire” foi lançada como single e não repercutiu nas paradas de sucesso. A capa do single é uma cópia da capa do romance “The Devils of D-Day”, de Graham Materston, a qual foi pintada por Les Edwards.



No single original de 1983, a canção era acompanhada por versões “ao vivo” de “Phantom Lord” e “Seek And Destroy” as quais, na verdade, eram versões alternadas de estúdio com o barulho do público colocado no estúdio.



(ANESTHESIA) – PULLING TEETH

A quinta faixa do trabalho é “(Anesthesia) – Pulling Teeth”.

‘Anesthesia’ é uma reprodução do solo que Cliff Burton realizava pela primeira vez em que foi visto pela dupla Lars Ulrich e James Hetfield com sua banda Trauma. Mais para o final do solo, Ulrich o acompanha com a bateria. Cliff faz uso da técnica conhecida como tapping e também do pedal com efeitos wah-wah. ‘Anesthesia’ está presente no filme de 2011 chamado Hesher.



WHIPLASH

“Whiplash” é a sexta canção do disco.

O riff em velocidade alucinante é a grande marca da sexta faixa de Kill ‘Em All em uma amostra genuína daquilo que se convencionou a chamar de Thrash Metal. “Whiplash” segue em altíssima rapidez por toda sua extensão, com vocais que acompanham perfeitamente o ritmo da música e a bateria e o baixo frenéticos dando o tom desta obra espetacular.

A letra é uma verdadeira celebração da interatividade entre banda e fã:

Late at night all systems go
You have come to see the show
We do our best You're the rest
You make it real you know
There is a feeling deep inside
That drives you fuckin' mad
A feeling of a hammerhead
You need it oh so bad

“Whiplash” foi o primeiro single para promover o álbum Kill ‘Em All, embora também não tenha repercutido entre as paradas de sucesso.



Durante os shows, James Hetfield costuma trocar a letra original que diz “We will never quit cause we are METALLICA” por “We will never quit cause YOU are METALLICA”. Quando o baixista do grupo era Jason Newted, algumas vezes este assumia os vocais na execução desta canção.

Incontáveis são as versões covers existentes para o clássico: Pantera, Destruction e até mesmo o Motörhead fizeram covers para “Whiplash”. A versão do Motörhead, inclusive, rendeu ao grupo um prêmio Grammy.

A faixa também aparece nos games Tony Hawk’s Underground 2 e Guitar Hero: Metallica.



PHANTOM LORD

A sétima música de Kill ‘Em All é “Phantom Lord”.

Nos primeiros momentos da canção o ouvinte já sabe que o peso será mantido. O riff principal é, ao mesmo tempo, genial, pesado e veloz, em mais uma aula do que é Thrash Metal. Os vocais de Hetfield também contribuem para o ritmo frenético da faixa. No refrão há uma pequena variação no ritmo do riff principal. O solo de Hammett é, novamente, arrasador.

As letras contam com um claro e sombrio tema de terror:

Hear the cry of War
Louder than before
With his sword in ha o
To control the land
Crushing metal strikes
On this frightening night
Fall onto your knees
For the Phantom Lord

O Anthrax fez uma versão bem interessante para “Phantom Lord”.



NO REMORSE

A oitava composição do álbum é “No Remorse”.

Mais uma demonstração do poder do Thrash Metal é o que se ouve nos instantes iniciais da incrível “No Remorse”. Kirk Hammett faz um solo inicial abusando do feeling. Desta vez o ritmo frenético de algumas faixas anteriores aparece, mas intercalado por certa cadência. O andamento, embora pesado, é mais lento. O Thrash Metal ultra veloz volta de maneira perfeita ao final do trabalho.  Absolutamente genial!

A letra de “No Remorse” é a melhor do álbum. Hetfield leva-nos para uma reflexão, embora simples, de como a guerra é apenas um joguete de poder para quem o detém:

War without end
No remorse No repent
We don't care what it meant
Another day Another death
Another sorrow Another breath
No remorse No repent
We don't care what it meant
Another day Another death
Another sorrow Another breath

Os gigantes do estilo Death Metal, Cannibal Corpse, fizeram uma versão para esta fabulosa canção.

Para quem é mais antigo se lembrará de que os instantes finais de “No Remorse” eram a trilha sonora da vinheta (intervalo) do programa “Fúria”, especializado em Heavy Metal que era transmitido na MTV Brasil.



SEEK AND DESTROY

A nona faixa de Kill ‘Em All é um dos maiores clássicos do Metallica, “Seek And Destroy”.

Um dos grandes riffs de todos os tempos embala esta fantástica canção. O mesmo se estende por toda a sua extensão e a banda opta por diminuir um pouco a velocidade, mas sem perder nada em questões de peso e intensidade do trabalho. James Hetfield também a canta de maneira mais ‘contida’, dando o tom perfeito de um dos hinos do Heavy Metal. Simplesmente incrível! Os solos de Hammett são quase perfeitos.

As letras são simples, em um tom de fúria assassina:

Our brains are on fire with the feeling to kill
And it will not go away until our dreams are fulfilled
There is only one thing on our minds
Don't try running away 'cause you're the one we will find

“Seek And Destroy”, desde seu lançamento, foi a canção de Kill ‘Em All que permaneceu quase sempre no set list dos shows da banda através do tempo. Normalmente, nos últimos anos, tem sido usada para fechar as apresentações do conjunto.

Tanto James Hetfield quanto Lars Ulrich afirmam que a inspiração para “Seek And Destroy” veio de uma canção da banda inglesa Diamond Head (uma das confessas e principais influências do Metallica) chamada “Dead Reckoning”. Também a faixa do Saxon “Princess Of The Night” teria influenciado na construção do clássico do Metallica.

Versões covers são incontáveis. Somente para citar alguns exemplos para o leitor: Apocalyptica, Primal Fear, Pantera e Testament são alguns dos grupos que executaram a música.



METAL MILITIA

A décima – e última – faixa de Kill ‘Em All é “Metal Militia”.

Uma aula de Thrash Metal é o que se pode ouvir em “Metal Militia”. O início da canção é em ritmo e velocidade alucinantes, mostrando o poder do Heavy Metal que o Metallica compunha. Durante toda a sua extensão a música permanece em alta velocidade, com vocais bem característicos de James Hetfield. O solo de Hammett é mais uma vez matador e Lars mostra seu trabalho frenético na bateria. Outro dos melhores pontos do disco!

As letras são simples e em um tom da formação de uma Milícia do Metal.

We are as one as we all are the same
Fighting for one cause
Leather and metal are our uniforms
Protecting what we are
Joining together to take on the world
With our heavy metal
Spreading the message to everyone here
Come let yourself go
On through the mist and the madness
We are trying to get the message to you

Também era parte das vinhetas do programa Fúria da MTV Brasil, mais precisamente da sua abertura.



Considerações Finais

Comercialmente, o álbum de estreia do Metallica não pode ser considerado um sucesso de início. Calcula-se que cerca de 300 mil cópias foram vendidas em sua primeira prensagem. Com o passar dos anos e o aumento do sucesso do Metallica, Kill ‘Em All foi gradativamente aumentando a sua vendagem, chegando a ocupar a 120ª posição da parada norte-americana de álbuns.

Kirk Hammett


Em 1989, a revista Rolling Stone colocou Kill ‘Em All na 35ª posição de uma lista dos 100 melhores álbuns dos anos 80. Já a Kerrang colocou o álbum na 29ª posição de sua lista de 100 melhores discos de Heavy Metal de todos os tempos.

A qualidade incontestável do álbum, aliado ao seu pioneirismo, trouxe ao Metallica um enorme respeito e público crescente no movimento underground. Além disto, em conjunto com o álbum Show no Mercy (1983), do Slayer, marcam o aparecimento ao mundo do movimento Thrash Metal norte-americano.

Quem, até pouco tempo atrás, não ficava nada satisfeito com os resultados do álbum de estreia do Metallica era Dave Mustaine. À revista Metal Forces (que elegera Kirk Hammett o guitarrista número 1 do ano pela sua atuação em Kill ‘Em All), Dave afirmou que era engraçado Hammett ser tão celebrado tendo “roubado” os solos que ele (Mustaine) havia criado.

Mustaine prometeu criar, por vingança, uma banda mais rápida e pesada que o Metallica e acabou fundando o Megadeth. Em seu álbum de estreia, Killing Is My Business... and Business Is Good! (1985), Mustaine incluiu a faixa “The Mechanix”, como originalmente ele havia composto para mostrar como se faz ao Metallica.

Voltando ao que realmente interessa, o Metallica embarcou em uma turnê para a promoção do álbum, a Kill ‘Em All For One tour, com os ingleses do Raven. Depois o Metallica foi a banda de abertura para o Venom em sua turnê Seven Dates of Hell, na qual participou de um festival chamado Aardschok, em Zwolle, na Holanda, frente a 7 mil pessoas.



Estima-se que Kill ‘Em All tenha superado a casa de 3 milhões de cópias vendidas.

Formação:
James Hetfield – Vocal, Guitarra-Base
Lars Ulrich – Bateria
Cliff Burton – Baixo, Backing Vocals
Kirk Hammett – Guitarra-Solo

Faixas:
01. Hit the Lights (Hetfield/Ulrich) - 4:16
02. The Four Horsemen (Hetfield/Ulrich/Mustaine) - 7:13
03. Motorbreath (Hetfield) - 3:08
04. Jump in the Fire (Hetfield/Ulrich/Mustaine) - 4:41
05. (Anesthesia) - Pulling Teeth (Burton) - 4:15
06. Whiplash (Hetfield/Ulrich) - 4:10
07. Phantom Lord (Hetfield/Ulrich/Mustaine) - 5:02
08. No Remorse (Hetfield/Ulrich) - 6:26
09. Seek & Destroy (Hetfield/Ulrich) - 6:55
10. Metal Militia (Hetfield/Ulrich/Mustaine) - 5:09

Letras:
Para o conteúdo complete das letras, indicamos o acesso a: http://letras.mus.br/metallica/

Opinião do Blog:
Kill ‘Em All é um dos marcos – e aqui não vou entrar no mérito de quem foi o criador do estilo – do início da vertente do Heavy Metal que se convencionou chamar de Thrash Metal. Além disto, é o debut de uma das maiores bandas de todos os tempos, goste-se ou não, o Metallica.

Com a fúria juvenil de seus membros, o trabalho é uma verdadeira porrada no ouvinte. Os riffs presentes em todo o trabalho são uma aula de peso associado à velocidade, com construções brilhantes por parte da banda. A dupla de guitarristas formada por Hetfield e Hammett dá um verdadeiro show.

James Hetfield canta de maneira agressiva e pouco técnica, mas que se adéqua como poucos à sonoridade instrumental das faixas. Além disto, já neste primeiro trabalho da banda, ele demonstrava porque é um dos melhores guitarristas base de todos os tempos, além de exímio compositor.

Não entrando na celeuma de Mustaine (e ele efetivamente contribuiu com o álbum, enquanto compositor de 4 faixas), Hammett executa os solos com sua técnica costumeira. Os solos esbanjam feeling e velocidade e se casam perfeitamente com as canções.

Cliff Burton se destaca monstruosamente em seu solo ‘Anesthesia’ e contribui bastante com seu baixo nas demais músicas. Ele passaria a compor mais efusivamente nos 2 trabalhos posteriores do grupo. Já Ulrich opta por tocar seu instrumento freneticamente, no ritmo de todo o trabalho.

Fica claro que o Metallica bebeu na produtiva e farta fonte da New Wave Of British Heavy Metal, pois várias passagens do álbum remetem ao estilo britânico, à época, recentemente explodido nas paradas de sucesso. Isto fica evidente em canções como “Seek And Destroy” e “Jump In The Fire”.

Também é observado o pioneirismo e força criativa de uma das bandas fundadoras do Thrash Metal norte-americano. Por todo o álbum, a rifferama infernal (no melhor sentido) é passível de apreciação. Canções incríveis como “Whiplash”, “Motorbreath” e “Hit The Lights” são das melhores amostras da então nova vertente do Heavy Metal que surgia.

Além disto, há músicas soberbas como “Phantom Lord”, “No Remorse” e “Metal Militia”, que trazem o melhor em termos de peso e velocidade sem perder um naco de criatividade melódica.

Kill ‘Em All é um dos grandes álbuns da história do Heavy Metal, tendo influenciado incontáveis números de bandas. Marca, como dito anteriormente, o surgimento de uma das maiores bandas de todos os tempos e representa o nascedouro de uma das mais interessantes e prolíficas vertentes do Heavy Metal, o Thrash Metal norte-americano.

Enfim, um álbum obrigatório para qualquer fã do estilo. Um disco genial!

4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Entendo e respeito sua posição. Cada um com suas preferências. Mas, para fãs de Heavy/Thrash Metal, estes álbuns são essenciais. Na minha modesta opinião, claro.

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  3. Isto aí, meu caro! Não custa nada tentar.

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