3 de junho de 2017

FOO FIGHTERS - THE COLOUR AND THE SHAPE (1997)


The Colour and the Shape é o segundo álbum de estúdio da banda norte-americana chamada Foo Fighters. Seu lançamento oficial aconteceu em 20 de maio de 1997, através do selo Roswell/Capitol Records. As gravações ocorreram entre novembro de 1996 a fevereiro do ano seguinte nos estúdios Bear Creek Studios (em Woodinville, Washington), U.S. WGNS Studios (Washington, DC) e Grandmaster Recorders (em Hollywood, California); todos nos Estados Unidos. A produção ficou sob responsabilidade de Gil Norton.

O Foo Fighters estreia no Rock: Álbuns Clássicos com um de seus trabalhos de maior repercussão. Vai-se tratar da formação do grupo até se chegar no tradicional faixa a faixa, como de costume.


Fim do Nirvana

O vocalista do Foo Fighters, Dave Grohl, juntou-se ao grupo chamado Nirvana, como baterista, em 1990. Durante as turnês do conjunto, ele levava uma guitarra com a qual escrevia músicas.

Grohl sempre manteve estas canções longe do resto da banda; afirmando em 1997: “Eu estava maravilhado com as músicas do vocalista Kurt Cobain, e [eu estava] intimidado. Pensei que era melhor guardar minhas músicas para mim mesmo”.

Grohl, ocasionalmente, reservava tempo no estúdio para gravar demos e covers de canções que gostava, chegando a emitir uma fita com algumas dessas músicas, chamada Pocketwatch, sob o pseudônimo de Late!, em 1992.

Com o Nirvana, Dave Grohl gravou 2 álbuns que entraram para a história do Rock: Nevermind, de 1991, e In Utero, de 1993.

O líder do Nirvana, Kurt Cobain, foi encontrado morto em sua casa, em Seattle (Estados Unidos), em 8 de abril de 1994. O grupo, consequentemente, acabou.

Primeiros Passos

Dave Grohl recebeu ofertas para trabalhar com vários artistas; rumores da imprensa indicavam que ele poderia se juntar ao Pearl Jam e que ele quase aceitou uma posição permanente como baterista do Tom Petty and the Heartbreakers.

Por fim, Grohl declinou dos convites e, em vez disso, entrou no Robert Lang Studios, em outubro de 1994, para gravar quinze das quarenta músicas que havia escrito anteriormente. Com exceção de uma parte de guitarra na canção “X-Static”, tocada por Greg Dulli, do Afghan Whigs, Dave Grohl tocou todos os instrumentos e cantou todos os vocais nas faixas.

Dave comentou: “Eu pensei que preferiria fazer o que ninguém esperava que fizesse. Eu gosto de escrever música e gosto de tentar cantá-las, e não há nada que alguém possa realmente fazer para me desencorajar”.

Grohl completou o material de um álbum em cinco dias e distribuiu cópias, em cassete, das sessões, para seus amigos opinarem sobre o material.

O primeiro álbum: Foo Fighters

Grohl esperava manter seu anonimato e lançar as gravações em uma série limitada sob o título 'Foo Fighters', termo retirado da Segunda Guerra Mundial, 'foo fighter', o qual se referia a objetos voadores não identificados. Entretanto, a demo caiu nas mãos da indústria musical, criando interesse entre gravadoras.

Dave formou uma banda para apoiar o disco. A princípio, ele conversou com Krist Novoselic, ex-companheiro de banda do Nirvana, sobre se juntar ao grupo, mas ambos decidiram que não seria uma ideia tão boa assim.

Grohl afirmou: “Para Krist e eu seria realmente natural e realmente ótimo”. Depois, concluiu: “Mas para todos os outros, teria sido estranho e me deixado em uma posição muito ruim. Então eu realmente ficaria sob [amira do] o microscópio”.

Dave Grohl

Após ouvir sobre o desmantelamento de uma banda de Seattle, Sunny Day Real Estate, Grohl contratou dois de seus membros, o baixista, Nate Mendel, e o baterista, William Goldsmith.

Grohl convidou Pat Smear (do Germs) para se juntar como segundo guitarrista do grupo. Smear trabalhou como um guitarrista de turnê para o Nirvana, após o lançamento de seu álbum de 1993, In Utero.

Grohl finalmente licenciou o álbum para a Capitol Records, a qual o lançou pela nova gravadora de Dave, a Roswell Records.

O Foo Fighters fez sua estreia pública, ao vivo, em 23 de fevereiro de 1995, no Jambalaya Club em Arcata, Califórnia e, em seguida, em 3 de março, no Satyricon, em Portland. A este, seguiu-se um show no Velvet Elvis, em Seattle, em 4 de março.

A apresentação de 3 de março foi parte de um show beneficente para angariar fundos para uma investigação particular sobre o estupro e assassinato da cantora Mia Zapata, do The Gits.

Dave Grohl se recusou a fazer entrevistas ou se apresentar em grandes shows para promover o álbum. O Foo Fighters realizou sua primeira grande turnê no segundo trimestre de 1995, sendo banda de abertura para Mike Watt.

O primeiro single da banda, “This Is a Call”, foi lançado em junho de 1995, e seu álbum de estreia, Foo Fighters, saiu no mês seguinte.

As músicas “I'll Stick Around”, “For All the Cows” e “Big Me” foram lançadas como singles subsequentes. A banda passou os meses seguintes em turnê, incluindo sua primeira aparição no Reading Festival, na Inglaterra, em agosto.

Foo Fighters atingiu a ótima 3ª colocação na principal parada britânica de álbuns, conquistando a 23ª posição na sua correspondente norte-americana. Comercialmente, foi muito bem, e o trabalho já supera a casa de 1 milhão de cópias vendidas apenas nos Estados Unidos.

The Colour and the Shape

Depois de sair em turnê nos primeiros meses de 1996, o Foo Fighters entrou no Bear Creek Studio em Woodinville, estado americano de Washington, com o produtor Gil Norton para gravar seu segundo álbum.

Enquanto Grohl, mais uma vez, escreveu todas as músicas, o resto da banda colaborou nos arranjos. Com as sessões quase finalizadas, Grohl levou as mixagens preliminares para Los Angeles, com a intenção de terminar suas partes de vocal e guitarra.

Quando estava em Los Angeles, Grohl percebeu que não estava satisfeito com a forma como as mixagens finais estavam ficando, e mudou as gravações de bateria feitas por William Goldsmith, por suas próprias, para todas as composições menos duas músicas. As primeiras sessões no estúdio Bear Creek, no estado de Washington, revelaram-se pobres e fizeram a banda descartar a maioria das gravações.

Durante as sessões de Los Angeles, o conjunto se reagrupou sem o baterista William Goldsmith, no início de 1997, para gravar uma segunda vez no Grandmaster Recordings de Hollywood, com Grohl sentado na bateria. Infeliz com a forma de tocar de Goldsmith, Dave removeu-a das gravações e regravou todas as partes de bateria.

Nate Mendel

Quando Goldsmith estava prestes a ir para Los Angeles, com o objetivo de descobrir por que não estava sendo chamado para regravar suas partes, ele ligou para o baixista Mendel perguntando se deveria fazer a viagem.

Grohl, então, ligou para Goldsmith dizendo: “Cara, não venha aqui, estou gravando algumas faixas de bateria”.

Chocado com o fato, Goldsmith encontrou-se com Mendel, em Seattle, e repetiu a afirmação de Grohl que havia regravado 'algumas' das faixas. Mendel perguntou: “Foi isso que ele te disse?”; Goldsmith confirmou, e Mendel disse a verdade: “Não, cara, ele refez todas elas”.

Grohl explicou que gostaria de que a bateria soasse de uma forma específica no álbum. Dave queria que Goldsmith tocasse na turnê, mesmo que não fosse sua bateria no disco, mas a de Grohl. Sentindo-se traído, Goldsmith deixou a banda.

Precisando de um substituto para Goldsmith, Grohl contatou o baterista de turnês de Alanis Morissette, Taylor Hawkins, perguntando se ele poderia recomendar alguém. Dave ficou surpreso quando o próprio Hawkins ofereceu seus serviços como baterista. Hawkins fez sua estreia com o grupo a tempo para o lançamento do segundo álbum do conjunto, The Colour and the Shape.

A banda se esforçou para criar um trabalho de rock abrangente, embora a imprensa de música previsse outro lançamento mais voltado ao grunge.

Principalmente inspirado pelo divórcio de Grohl da sua então esposa, a fotógrafa Jennifer Youngblood, em 1996, o lirismo no disco é substancialmente mais introspectivo e a música mais desenvolvida, quando comparado ao trabalho anterior.

A lista de faixas do álbum foi projetada para se assemelhar a uma sessão de terapia, dividindo o álbum entre faixas mais dinâmicas e baladas, refletindo suas emoções conflitantes.

O acordo que a banda firmou com a Capitol Records permitiu um grande grau de controle criativo sobre a verdadeira 'estreia' do grupo. As músicas do álbum foram compostas durante extensa turnê que o conjunto realizou nos dezoito meses anteriores.

O baixista Mendel afirmou que “o germe de cada música é Dave”, com o vocalista fornecendo um riff e a estrutura básica, e depois, cada membro da banda contribuiria para uma parte da música.

Grohl recrutou o produtor Gil Norton para fornecer um polimento pop adicional para o material, exigindo ouvir os overdubs de guitarra e harmonias com clareza significativa.

Dave Grohl admirou Norton por seu trabalho com o conjunto Pixies e como ele foi capaz de “destilar uma música pop coerente fora de toda a sua estranheza multi-camadas”.

Norton era muito exigente com o desempenho da banda, levando eventualmente o baixista Nate Mendel para melhorar sua formação musical. Grohl afirmou, também, que “foi frustrante, difícil e longo, mas no final do dia você ouviu o que você havia feito e entendia o porquê teve que fazer isso um milhão de vezes”.

Depois da mudança para Los Angeles, o orçamento do álbum aumentou e os prazos se tornaram ainda mais um problema. O tempo de estúdio foi caro e o grupo foi pressionado pela Capitol para entregar o disco em tempo hábil.

A pressão nunca se materializou para o grupo e a principal prioridade da banda foi fazer “música por sua própria causa [...] e deixar as preocupações comerciais cuidarem de si mesmas”.

O título do álbum veio do gerente de turnê da banda, na época, que costumava passar as tardes visitando lojas de bens de segunda mão e comprando recordações estranhas. Em uma ocasião, ele comprou um pino de boliche com listras vermelhas e brancas, observando para a banda que ele preferia a “cor e a forma” (em inglês, the colour and the shape) do objeto.

Smear, Mendel, Hawkins e Grohl
O grupo achou arbitrário e hilário, decidindo por esse título, em vez de basear o título pelo tema ou humor da música. A banda considerou colocar um sofá de terapeuta na capa do disco, como um reflexo da sequência das canções no registro. A capa é bastante simples.

Vamos às faixas:

DOLL

"Doll" é uma levada bem simples e uma pequena introdução para o disco.

A letra reflete um arrependimento:

I wish I never had taken this dare
I wasn't quite prepared

Grohl afirmou que é “basicamente uma canção sobre ter medo de entrar em algo que você não está preparado”.



MONKEY WRENCH

"Monkey Wrench" apresenta um andamento bem acelerado e intenso. As guitarras estão bastante pesadas e fortes, com baixo e bateria ditando o ritmo o tempo todo. Bons vocais de Grohl e um refrão bem legal.

A letra reflete o fim de um relacionamento:

One last thing before I quit
I never wanted anymore than I could fit into my head
I still remember every single word you said
And all the shit that somehow came along with it
Still there's one thing that comforts me
Since I was always caged but now I'm free

Lançada como single, alcançou o 12º lugar na principal parada britânica desta natureza.

Grohl afirmou que era “uma canção sobre perceber que você é a fonte de todos os problemas em um relacionamento e ama tanto a outra pessoa, que você quer libertá-la do problema, que é realmente você mesmo”.

A música teve um videoclipe com extensa divulgação pela MTV norte-americana, tendo aparecido, também, em vários games como Guitar Hero e Rock Band.

A revista britânica Kerrang! coloca “Monkey Wrench” em duas diferentes listas: 48ª posição na lista 100 Greatest Rock Tracks Ever, de 1999; e na 26ª colocação da lista 100 Greatest Singles of All Time, de 2002. A revista britânica Q colocou a faixa no 65º lugar de outra lista, 100 Greatest Songs Ever!!, de 2006.



HEY, JOHNNY PARK!

Já em sua terceira faixa, o Foo Fighters opta por desacelerar, apostando mais na leveza e sutileza. O baixo de Nate Mendel está bem presente e o solo de Pat Smear é bem legal. Bons vocais e a bateria marcante são ótimas contribuições de Grohl.

A letra fala sobre compreensão em um relacionamento:

It's impossible
I can't let it out
You'll never know
Am I selling you out?
Sit and watch
Your every mood



MY POOR BRAIN

Em "My Poor Brain", Grohl oscila entre vocais mais amenos e mais agressivos conforme a sonoridade da canção se alterna em uma construção interessante e criativa, embora não original. Mas isto não diminui em nada a alta qualidade da composição. 

A letra mostra alguém confuso:

You've got me on guard
I've got my headstart
My head and your heart
The same in the stars



WIND UP

"Wind Up" possui um riff bem pesado e marcante e que é realçado por um andamento mais cadenciado da curta música. O refrão possui uma melodia bem agradável.

A letra fala sobre rebeldia:

My only promise is that I'll never tell
Keep you at a distance from the things that I felt
I'll bite the bullet, take the beating until
I take it all back anyway, what was I supposed to say?



UP IN ARMS

Já "Up in Arms" possui pouco mais de 2 minutos, obviamente, sendo bem curtinha. Começa como uma balada e termina em um punk rock no estilo Green Day. Tem um solo de guitarra eficiente, embora quase instantâneo. 

A letra tem sentido romântico:

I was the one who left you
Always coming back
I cannot forget you, girl
Now I am up in arms again



MY HERO

"My Hero" possui uma introdução em crescente que é muito boa, contando com um trabalho de bateria incrível de Grohl, acompanhado pelo eficiente baixo de Mendel. O riff principal da canção é muito interessante, unindo peso, intensidade e um notável senso melódico. O refrão é sensacional. Excepcional música, grande trabalho da banda!

A letra menciona os heróis do dia a dia:

Don't the best of them bleed it out?
While the rest of them peter out
Truth or consequence, say it aloud
Use that evidence, race it around


Lançada como single, “My Hero” atingiu a 21ª posição da principal parada britânica desta natureza.

Há um videoclipe que foi usado para ajudar a divulgar a canção. O próprio Dave Grohl foi o diretor do clipe.

“My Hero” está presente em diferentes filmes: Varsity Blues (Brian Robbins, 1999), Not Another Teen Movie (Joel Gallen, 2001), Somewhere (Sofia Coppola, 2010) e The Other Guys (Adam Mckay, 2010).

Aparece, também, nos games Gran Turismo 2 e Rock Band. Foi uma das 38 músicas selecionadas para a coletânea Songs for Japan, de 2011, com fins beneficentes para ajudar as vítimas do terremoto e tsunami que devastaram parte do Japão em 11 de março de 2011.

Versões cover foram feitas por bandas como The Red Jumpsuit Apparatus e Paramore.

Em 2008, a banda se viu em uma polêmica na corrida eleitoral dos Estados Unidos devido ao uso político de “My Hero”.

O Foo Fighters criticou a campanha do candidato presidencial republicano, John McCain, por usar sua música em comícios sem sua permissão.

O Foo Fighters respondeu ao incidente dizendo: “É frustrante e enfurecedor que alguém que afirma falar para o povo americano repetidamente demonstrasse tão pouco respeito pela criatividade e propriedade intelectual... A coisa mais triste sobre isso é que “My Hero” foi composta como uma celebração do homem comum e seu potencial extraordinário. Tê-la apropriada sem o nosso conhecimento e usada de uma forma que perverte o sentimento original da letra, apenas mancha a canção”.

A campanha de McCain observou que a canção foi usada de maneira correta, sob o licenciamento geral (que não exige a permissão do artista), e todos os direitos apropriados foram pagos devidamente.

Entretanto, a banda tocou uma versão alterada e acústica da canção, ao vivo, durante uma apresentação no fim da convenção nacional do Partido Democrata, em 2012.



SEE YOU

"See You" não chega aos 2 minutos e meio, mas é um Rock com jeito dos anos 60 bem interessante. Destaque para a seção rítmica, a qual imprime um peso peculiar para a faixa quase acústica. Bem legal!

Novamente, a letra fala sobre relacionamento:

I'm done resenting you
You represented me so well
And this I promise you
How could I end up in the hands of someone else



ENOUGH SPACE

"Enough Space" é bem pesada e possui um clima de urgência, comum com o som mais alternativo, bem em alta com durante a década de 90. É uma música que lembra bastante bandas como o Nirvana e o Pearl Jam.

A letra tem uma temática futurística:

I was waiting for something
Maybe flying machines
That's when I found lily
The best I've ever seen

Segundo Dave Grohl, a música foi inspirada no filme Arizona Dream, dirigido por Emir Kusturica, de 1993.



FEBRUARY STARS

As linhas lentas e suaves de "February Stars" são acompanhadas por uma interpretação vocal de Dave Grohl que é perfeita para se casar com o instrumental. A balada possui um ritmo bastante arrastado, mas a suavidade dá lugar a um final catártico, pesado e muito marcante. Grande música!

A letra é uma boa metáfora sobre conquistar objetivos:

You ask for walls
I'll build them higher
We'll lie in shadows of them all
I'd stand but they're much too tall
And I fall



EVERLONG

"Everlong" alia peso, intensidade e melodia em um riff principal que transborda criatividade. É muito interessante como a seção rítmica conduz a faixa de forma eficaz. O refrão é excelente, dando o ar de ápice da música. Ótima atuação dos vocais de Grohl, em outro momento especial do disco.

A letra possui temática romântica:

And I wonder when I sing along with you
If everything could ever feel this real forever
If anything could ever be this good again
The only thing I'll ever ask of you
You've gotta promise not to stop when I say when
She sang


Lançada como single, “Everlong” atingiu a 18ª posição da principal parada britânica desta natureza. O single ultrapassa a casa de 700 mil cópias vendidas.

O videoclipe, o qual recebeu intensa circulação nos canais especializados em música, foi dirigido por Michel Gondry. O vídeo foi indicado ao prêmio de Best Rock Video, na edição de 1998, do MTV Video Music Awards, mas o vencedor foi “Pink”, do Aerosmith.

A música está em edições dos games Guitar Hero e Rock Band. Aparece no seriado Friends e no filme The Wolf of Wall Street, de Martin Scorsese, lançado em 2013. O apresentador de TV norte-americano, David Letterman, afirma que “Everlong” é sua canção favorita.

“Everlong” também aparece em diversas listas de premiação. Por exemplo, está na 39ª posição da lista 100 Greatest Singles of All Time, da revista Kerrang!!, de 2002. É a 28ª colocada na lista 100 Greatest Hard Rock Songs, de 2009, feita pelo canal de TV VH1. Também aparece no 48º lugar da lista 150 Best Tracks of the Past 15 Years, de 2011, feita pela revista britânica NME.



WALKING AFTER YOU

"Walking After You" é uma balada que possui uma musicalidade leve e praticamente acústica. O andamento é bastante arrastado e sua longa extensão também são notáveis. 

Também possui uma letra sentimental:

I cannot be without you, matter of fact
Oh oh ohh, I'm on your back
I'm on your back
Oh oh ohh, I'm on your back

Lançada como single, atingiu a 20ª posição da principal parada britânica desta natureza.

O videoclipe para a canção foi dirigido por Matthew Rolston.

A faixa foi regravada quando o Foo Fighters gravou o álbum The X-Files: The Album, de 1998, trilha sonora do filme The X-Files, dirigido por Rob Bowman, de 1998.



NEW WAY HOME

A décima terceira - e última - faixa de The Colour and the Shape é "New Way Home". Trata-se de um rock simples, com o peso na dose certa e uma melodia simples, embora cativante. Possui um interlúdio mais ameno para desembocar em um pesado final. Fecha o trabalho de modo muito competente.

A letra é em tom de resignação:

Have you found your way around the down and out?
I know it must seem long, so long
I'm still trying to keep this time from running out
Head down, always moving on, and on, and on



Considerações Finais

Com singles de sucesso, The Colour and the Shape foi muito bem-sucedido em termos comerciais.

O álbum atingiu a excelente 3ª colocação da principal parada britânica desta natureza, ainda conquistando a 10ª posição de sua correspondente norte-americana. Ainda ficou com os 5º, 8º e 10º lugares das paradas de Austrália, Canadá e Suécia; respectivamente.

A resposta da crítica especializada ao registro foi geralmente positiva. O jornal musical, Melody Maker, com sede no Reino Unido, considerou The Color and the Shape como um importante lançamento do rock norte-americano, escrevendo: “The Color and the Shape é um grande álbum de rock em um momento em que grandes álbuns de rock são vistos com crescente desconfiança”. Christina Kelly, da revista norte-americana Rolling Stone, foi em grande parte positiva, embora ela tenha destacado a produção de Norton como um ponto negativo.

Stephen Thomas Erlewine, do AllMusic, dá ao álbum uma nota 4 de um máximo de 5 possível, descrevendo: “(...) Alguns podem sentir a perda dessa agressividade crua do trabalho antigo de Grohl, mas ele é um artesão e um músico tão forte que tal exatidão também se adapta a ele, destacando seu senso de melodia e melodrama, elementos abundantemente em exibição nos dois maiores sucessos do álbum, “My Hero” e “Everlong”. E conclui: “tudo aqui terminou definindo o som de Rock moderno, pós-grunge, e permanece como, talvez, o melhor exemplo de seu tipo”.

O conceituado crítico, Robert Christgau, descreve o trabalho como música rotineira, mas elevada pelo “conteúdo/conceito de separação conjugal” de Grohl, permitindo-lhe “habitar plenamente a música que significava tanto para ele e milhões de outros fãs de Kurt Cobain”.

O guitarrista Pat Smear anunciou ao resto do grupo que queria deixar a banda, alegando exaustão e esgotamento, mas concordou em ficar com o conjunto até que um substituto pudesse ser encontrado. Quatro meses depois, em setembro de 1997, no MTV Video Music Awards, Smear anunciou ao público, simultaneamente, sua saída do conjunto e seu substituto, o antigo colega de Grohl na banda Scream, Franz Stahl.

Stahl partciparia da turnê com a banda pelos próximos meses e apareceu em duas faixas que o grupo gravou para trilhas sonoras de filmes: uma regravação de “Walking After You”, para The X-Files, e “A320”, para Godzilla, de 1998, dirigido por Roland Emmerich.

O lado B do single “My Hero”, “Dear Lover”, apareceu no filme de terror Scream 2, de 1997, dirigido por Wes Craven.

A turnê para promover o disco incluiu uma performance no palco principal do Glastonbury Festival e culminou com uma apresentação no Reading Festival, ambos em 1998, na Inglaterra.

The Colour and the Shape supera a casa de 2,3 milhões de cópias vendidas apenas nos Estados Unidos.



Formação:
Dave Grohl - Vocal, Guitarra, Bateria
Pat Smear - Guitarra
Nate Mendel - Baixo
Músicos Adicionais:
William Goldsmith - bateria em “Doll”, introdução em “Up in Arms”, versos em “My Poor Brain”, “The Color and the Shape” e “Down in the Park”
Lance Bangs, Chris Bilheimer e Ryan Boesch - Palmas em “See You”

Faixas:
01. Doll (Grohl/Mendel/Smear) - 1:23
02. Monkey Wrench (Grohl/Mendel/Smear) - 3:51
03. Hey, Johnny Park! (Grohl/Mendel/Smear) - 4:08
04. My Poor Brain (Grohl/Mendel/Smear) - 3:33
05. Wind Up (Grohl/Mendel/Smear) - 2:32
06. Up in Arms (Grohl/Mendel/Smear) - 2:15
07. My Hero (Grohl/Mendel/Smear) - 4:20
08. See You (Grohl/Mendel/Smear) - 2:26
09. Enough Space (Grohl) - 2:37
10. February Stars (Grohl/Mendel/Smear) - 4:49
11. Everlong (Grohl) - 4:10
12. Walking After You (Grohl) - 5:03
13. New Way Home (Grohl/Mendel/Smear) - 5:40

Letras:
Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso: https://www.letras.mus.br/foo-fighters/

Opinião do Blog:
Talvez o Foo Fighters tenha demorado mais tempo que deveria para aparecer pelas páginas do Rock: Álbuns Clássicos. Mas este dia finalmente chegou e de maneira grandiosa, com um de seus mais marcantes e importantes trabalhos. Que bom!

É claro que tudo de bom - e de não tão bom assim - que o Foo Fighters apresenta está intrinsecamente ligado a Dave Grohl. Mais que isso, é resultado direto da forma como ele conduz sua banda.

Para o RAC, não há dúvidas, a atitude mais inteligente de Grohl foi se afastar musicalmente do Nirvana, principalmente para evitar comparações desnecessárias que poderiam ser injustas com o novo esforço musical de Dave.

Isto não quer dizer que o grunge, musicalidade principal do Nirvana, não esteja presente no Foo Fighters. Ela aparece, mas não está só: o Hard Rock, o Heavy Metal, o Punk, enfim: The Colour and the Shape é sobretudo um álbum de Rock dos anos 90: moderno, atual (para a época) e repleto de influências musicais de seu principal compositor.

E é tudo isto que faz com que The Colour and the Shape seja um trabalho tão aclamado pela crítica e tão querido pelos fãs do grupo. Sua musicalidade é, ao mesmo tempo, intensa e pesada; tocante e suave.

Há faixas pesadas como as ótimas "Hey, Johnny Park!" e a ótima "Monkey Wrench", as quais cativam os ouvintes. A sensibilidade melódica de Grohl dá às caras nas belíssimas "February Stars", "See You" e na excessivamente arrastada "Walking After You", para o Blog, o ponto baixo do disco.

Mas o destaque fica para duas incríveis composições: a cadenciada e espetacular "My Hero", com uma intensidade incrível! E "Everlong" é um rock 'classudo', com ótimo trabalho de bateria e guitarras.

Liricamente, as canções tratam de relacionamentos e suas idas e vindas. Vale conferir.

Enfim, The Colour and the Shape é um dos grandes álbuns não apenas dos anos 90, mas das duas últimas décadas. Dave Grohl é muito mais que "apenas" o ex-baterista do Nirvana, é um músico excelente e grande compositor. O Foo Fighters é uma grande banda que merece ser conhecida e ouvida com atenção. Álbum muito bem recomendado pelo site!

0 Comentários:

Postar um comentário