9 de julho de 2016

METALLICA - MASTER OF PUPPETS (1986)


Master of Puppets é o terceiro álbum de estúdio da banda norte-americana Metallica. Seu lançamento oficial aconteceu em 3 de março de 1986 através do selo Elektra Records. Suas gravações ocorreram entre 1º de setembro e 27 de dezembro de 1985, no Sweet Silence Studios, em Copenhagen, na Dinamarca. A produção ficou por conta da própria banda e de Flemming Rasmussen.


Este post especial é uma homenagem aos 30 anos de lançamento deste álbum e, também, uma comemoração pelos 5 anos do Blog Rock: Álbuns Clássicos.

O Metallica retorna mais uma vez ao Blog para se contar a história de um dos álbuns mais influentes da história do Heavy Metal. Como sempre, um breve histórico antecederá o tradicional faixa a faixa do disco em questão.


Em 27 de julho de 1984, o Metallica lançava seu segundo álbum de estúdio, Ride The Lightning.

O álbum já apontava para um apuro maior nas composições da banda, intensificando a incorporação de elementos do Heavy Metal mais tradicional ao Thrash Metal, este, a sonoridade inicial do grupo californiano.

Neste trabalho há faixas emblemáticas do Metallica como “For Whom The Bell Tolls”, “Fade to Black” e “Creeping Death”.

Avesso à mídia e ao Mainstream, naquela época, o disco atingiu o 87º lugar na parada britânica, conquistando a 100ª posição na correspondente norte-americana. Entretanto, a crítica especializada e o público headbanger consagrou o trabalho.

Michael Alago, diretor da gravadora Elektra Records A&R, e o cofundador da Q-Prime Management, Cliff Burnstein, assistiram a um show do Metallica em setembro de 1984. Eles ficaram impressionados com o desempenho do grupo e tanto a Elektra quanto a Q-Prime firmaram contrato com a banda.

James Hetfield
O sucesso crescente do Metallica foi tal que o selo britânico Music for Nations lançou “Creeping Death” como um single de edição limitada, o qual vendeu 40 mil cópias. Nele havia dois covers, “Am I Evil”, do Diamond Head e “Blitzkrieg”, do grupo de mesmo nome.

O Metallica embarcou em sua primeira grande turnê europeia com a banda inglesa Tank, com um público médio de 1300 pessoas.

Retornando para os EUA, o grupo continuou em turnê, desta vez em conjunto com o W.A.S.P. e o Armored Saint.

O Metallica tocou seu maior show, até então, no festival Monsters of Rock, em Donington Park, Inglaterra, em 17 de Agosto de 1985, com Bon Jovi e Ratt, para um público na casa de 70 mil pessoas.

Outro grande show ocorreu em Oakland, Califórnia, no festival Day on the Green, quando a banda tocou para uma multidão de 60 mil pessoas.

Desta forma, o Metallica estava motivado para gravar um novo álbum, o qual impressionaria aos críticos e fãs, começando a escrever novo material em meados de 1985.

O baterista Lars Ulrich e o frontman James Hetfield foram os principais compositores do novo álbum, já intitulado Master of Puppets. Ambos desenvolveram suas ideias em uma garagem, em El Cerrito, Califórnia, antes de convidarem o baixista Cliff Burton e o guitarrista Kirk Hammett para complementarem os ensaios.

Hetfield e Ulrich descrevem o processo de composição a partir de riffs de guitarras, trabalhados até soarem como uma canção.

Master of Puppets foi o primeiro álbum do Metallica a não apresentar contribuições do ex-guitarrista Dave Mustaine. Mustaine alegou que tinha coescrito “Leper Messiah”, baseado em uma velha canção chamada “The Hills Ran Red”. A banda negou, embora tenha admitido que, em uma seção, incorporou ideias do ex-guitarrista.

A banda não estava satisfeita com a acústica dos estúdios americanos os quais consideraram para a gravação e assim decidiram realizar o processo na terra natal de Lars Ulrich, a Dinamarca.

Ulrich teve aulas de bateria e Hammett trabalhou com o grande guitarrista Joe Satriani para aprimorarem o ato de gravar de forma mais eficiente. Ulrich também esteve em negociações com Geddy Lee, baixista do Rush, para produzir o álbum, mas a colaboração nunca se concretizou por causa de diferenças nas agendas.

O Metallica gravou o álbum com o produtor Flemming Rasmussen, no Sweet Silence Studios, em Copenhaguen, na Dinamarca, de 1º de Setembro a 27 de dezembro de 1985.

A composição de todas as músicas, excetuando-se “Orion” e “The Thing That Should Not Be”, foi concluída antes da chegada da banda em Copenhagen. Rasmussen afirmou que a banda trouxe demos bem preparadas das canções e apenas pequenas mudanças no estúdio foram feitas para as composições.

A gravação demorou mais que a do álbum anterior, porque o Metallica havia desenvolvido um senso de perfeccionismo e também possuía ambições maiores para este trabalho. O grupo também evitou a produção e os sintetizadores, em voga na época, para álbuns de Hard Rock e Heavy Metal então contemporâneos, como usados por Bon Jovi, Iron Maiden e Judas Priest.

Apesar de uma reputação de consumidores ávidos de bebidas alcoolicas, a banda permaneceu sóbria durante os dias de gravação.

O guitarrista Kirk Hammett recordou que, na época, o grupo estava “apenas fazendo um outro álbum”, concluindo que “não fazia idéia de que o registro teria essa grande influência que passaria a ter”.

Kirk Hammett
Rasmussen e Metallica não conseguiram concluir as mixagens como planejado. Assim, as fitas master foram enviadas em janeiro de 1986 para Michael Wagener, que terminou a mixagem do álbum.

A capa foi idealizada pelo Metallica e por Peter Mensch e desenhada e executada por Don Brautigam. Ela retrata um campo de cemitério com cruzes brancas amarradas com cordas, manipuladas por um par de mãos em um céu vermelho. Ulrich explicou que a obra de arte resumiu o conteúdo das letras do álbum: pessoas que estão sendo inconscientemente manipuladas.

A obra de arte original foi vendida, no Rockefeller Plaza, em New York City, por 28 mil dólares, em 2008.

Vamos às faixas:

BATTERY

A introdução acústica e suave embala o ouvinte, mas não se engane: você está diante de um dos hinos do Thrash Metal em todos os tempos. Velocidade alucinante e seção rítmica galopante são marcas registradas de "Battery". Os vocais agressivos de Hetfield são intensos. O andamento é veloz, embalados por um riff classudo da melhor escola californiana do Thrash Metal. O solo de guitarra de Hammett é ótimo. Um clássico!

A letra se refere à raiva e agressão:

Smashing through the boundries
Lunacy has found me
Cannot stop the Battery
Pounding out aggression
Turns into obsession
Cannot kill the Battery
Cannot kill the family
Battery is found in me
Battery



MASTER OF PUPPETS

"Master of Puppets" se inicia com um dos mais brilhantes riffs de guitarra de todos os tempos. E uma pequena variação dele é a condução principal deste hino do Heavy/Thrash Metal. A intensidade e rapidez da canção combinam com a interpretação nervosa de Hetfield nos vocais. O refrão é sensacional. O meio da música reserva uma considerável passagem instrumental, a primeira, mais cadenciada, com boa influência do Rock setentista. Outra, uma trilha Thrash como quase nunca se ouve, embalada pelo solo alucinante da guitarra de Hammett. Espetacular!

A letra fala sobre o vício em cocaína:

Taste me you will see
More is all you need
You're dedicated to
How I'm killing you

Indubitavelmente, “Master of Puppets” é um dos grandes clássicos da história do Metallica.


Lançada como single principal para promover o álbum, não atingiu nenhuma das principais paradas de sucesso deste tipo de lançamento.

No entanto, com o passar do tempo, a canção acabou ganhando o reconhecimento necessário. Tanto que o single ultrapassa a marca de 500 mil cópias comercializadas.

É tida como a canção mais executada pela banda em seus shows, mesmo que durante os anos 90 tenha ficado um certo período fora do set list, ou mesmo sendo executada parcialmente nas apresentações do grupo.

Várias são as premiações recebidas pela canção. O canal de TV norte-americano VH1 colocou “Mater of Puppets” na 3º posição de sua lista greatest heavy metal song ever. Já a revista britânica Q Magazine, coloca a música na 22ª colocação na lista 100 Greatest Guitar Tracks.

O jornalista e crítico musical canadense, Martin Poppof, posicionou “Master of Puppets” no 2º lugar em seu livro The Top 500 Heavy Metal Songs of All Time.

Incontáveis são as versões cover existentes para a faixa. Como exemplo, citam-se bandas como Trivium e Dream Theater, além do violonista David Garrett.

A canção também aparece como trilha sonora nos filmes Old School, de 2003, e The Big Short, de 2015. Além disso aparece na série animada Simpsons, no episódio The Mook, the Chef, the Wife and Her Homer, além de estar no game Guitar Hero: Metallica.



THE THING THAT SHOULD NOT BE

Já em "The Thing That Should Not Be", o Metallica continua com sua jornada pesada e intensa, mas de modo um pouco mais cadenciado. Aqui a influência do Heavy Metal mais tradicional é bem perceptível, contando com um riff bem 'a la Black Sabbath'. O refrão é, outra vez, um show à parte. Tanto o baixo de Cliff Burton quanto a bateria de Lars Ulrich se destacam em outra faixa impressionante.

A letra é baseada no conto do escritor H. P. Lovecraft, The Shadow over Innsmouth:

Fearless wretch
Insanity
He watches
Lurking beneath the sea
Great old one
Forbidden site
He searches
Hunter of the shadows is rising
Immortal
In madness you dwell



WELCOME HOME (SANITARIUM)

"Welcome Home (Sanitarium)" é a 'balada' do álbum. Na verdade, sua primeira parte conta com uma melodia suave, mas ao mesmo tempo triste e densa e, claro, belíssima. O solo de abertura, de Hammett, é curto, mas exuberante. A interpretação de Hetfield é assustadoramente perfeita para combinar com a massa sonora. Quando a faixa se transforma em um Thrash Metal típico, a banda acerta mais uma vez, com um ritmo alucinante. Kirk Hammett nunca mais foi tão incrível quanto nesta composição. Um espetáculo!

A letra é baseada no romance One Flew Over the Cuckoo's Nest, de Ken Kesey:

Sleep, my friend, and you will see
That dream is my reality
They keep me locked up in this cage
Can't they see it's why my brain says "rage"



DISPOSABLE HEROES

"Disposable Heroes" retorna com a fúria do Thrash Metal típico do Metallica. A banda oscila em andamentos ora mais contidos em uma sonoridade mais tradicional e outras vezes mais veloz e agressivo, como fez em Kill 'Em All. Não há momentos calmos ou menos intensos. O refrão é ótimo. O solo de guitarra de Hammett aos 4:30 é muito legal!

A letra mostra uma mensagem contra a guerra:

Soldier boy, made of clay
Now an empty shell
Twenty one, only son
But he served us well
Bred to kill, not to care
Do just as we say
Finished here, Greeting Death
He's yours to take away



LEPER MESSIAH

Mais cadenciada e arrastada, mas não menos brilhante. Esta é "Leper Messiah". Outro riff bem 'sabáthico' e o baixo de Cliff Burton ditando o ritmo são marcas impressivas da canção. A atuação precisa e envolvente de Hetfield nos vocais também engrandecem uma das melhores composições da discografia do Metallica. Pena que não seja tão reverenciada quanto deveria. O solo de Hammett é de arrepiar.

A letra fala sobre fé cega:

Time for lust
Time for lie
Time to kiss your life goodbye
Send me money, send me green, heaven you will meet
Make a contribution and you'll get a better seat
Bow to Leper Messiah

O título da música deriva do clássico de David Bowie “Ziggy Stardust”.



ORION

Como era costume nos primeiros álbuns do grupo, sempre havia uma faixa instrumental. Esta é "Orion". O baixo de Cliff Burton é que dá as cartas por aqui, desde a introdução da música. A canção apresenta um conjunto de melodias, ora tendendo ao Heavy Metal tradicional, em outras vezes flertando com até mesmo com o Hard Rock setentista. Alternando peso e suavidade, "Orion" encanta por manter sua unidade melódica ao longo de toda sua extensão de maneira brilhante.



DAMAGE, INC.

A oitava - e última - faixa de Master of Puppets é "Damage, Inc.". Após uma introdução de pouco mais de 1 minuto o ouvinte estará diante da mais pura fúria Thrash Metal que o Metallica já produziu. O andamento é rápido e com uma absurda intensidade. Hetfield casa seus vocais perfeitamente com a massa sonora. Umas das - senão a melhor - melhores atuações de Lars Ulrich em um álbum do grupo. Fecha o álbum com chave-de-ouro.

A letra é sobre a violência sem sentido e represália a um alvo não especificado:

Dealing out the agony within
Charging hard and no one's gonna give in
Living on your knees, conformity
Or dying on your feet for honesty
Inbred, our bodies work as one
Bloody, but never cry submission
Following our instinct not a trend
Go against the grain until the end



Considerações Finais

Em comparação aos trabalhos antecedentes, Master of Puppets foi bem melhor em relação a paradas de sucesso.

Atingiu a 41ª colocação na principal parada britânica, conquistando a 29ª posição na correspondente norte-americana. Ainda ficou com 18º lugar na parada da Suíça.

O álbum permaneceu cerca de 72 semanas na Billboard 200 e deu à banda sua primeira certificação de ouro.

A Billboard informou que o álbum vendeu 300 mil cópias em suas três primeiras semanas. Apesar de praticamente nenhum airplay de rádio e não existirem videoclipes, de acordo com a atitude anti-mainstream propagada, então, pelo Metallica, o álbum vendeu mais de 500 mil cópias em seu primeiro ano.

Master of Puppets foi aclamado pela crítica especializada em música. O editor Tom King disse que Metallica estava em seu ápice de composição durante as sessões de gravação, em parte porque o baixista Cliff Burton contribuiu com as canções.

O álbum foi aclamado como uma obra-prima pela crítica fora do público Heavy Metal e citado por alguns como o maior álbum do gênero.

Cliff Burton
Em uma revisão contemporânea, Tim Holmes, da revista norte-americana Rolling Stone, afirmou que a banda havia redefinido o Heavy Metal com a habilidade técnica e a sutileza exibidos no álbum, que ele descreveu como “o som da paranoia global”.

A revista inglesa Kerrang! escreveu que Master of Puppets “finalmente colocou o Metallica nas grandes ligas a que pertence”.

Já Steve Huey, do AllMusic, vê Master of Puppets como o melhor álbum do Metallica e observou que, embora não fosse tão inesperado quanto Ride the Lightning, é um disco mais musical e tematicamente consistente. Greg Kot, do jornal Chicago Tribune, disse que as canções da banda ficaram mais intensas nesse ponto, apontando para uma “tendência progressiva do Rush”.

Para não dizer que tudo são flores, a revista Spin e o crítico Robert Christgau não fizeram críticas positivas ao trabalho.

Master of Puppets tem aparecido em listas de melhores álbuns de várias publicações. Ele foi classificado como número 167 na lista 500 greatest albums of all time, da revista Rolling Stone.

A revista Time o incluiu em sua lista dos 100 melhores álbuns de todos os tempos, com Josh Tyrangiel, afirmando que o disco reforça a velocidade em se tocar Heavy Metal e diminui alguns dos seus clichês.

A Slant Magazine colocou o álbum na 90ª posição de sua lista dos melhores álbuns da década de 1980. O álbum é destaque no livro 1001 Albums You Must Hear Before You Die. O site IGN chama Master of Puppets de “o melhor álbum de heavy metal de todos os tempos”. A revista Guitar World o elegeu como o quarto melhor álbum de guitarra de todos os tempos, em 2006.

Em 2016, o álbum foi considerado “culturalmente, historicamente ou esteticamente significante” pela Biblioteca do Congresso Nacional dos Estados Unidos, sendo selecionado para preservação no National Recording Registry.

O Metallica optou por uma extensa turnê em vez de liberar um videoclipe para promover o álbum. O grupo passou entre março e agosto de 1986 em turnê como banda de abertura para Ozzy Osbourne, nos Estados Unidos, sendo sua primeira turnê para plateias de grandes arenas.

O grupo costumava tocar riffs do Black Sabbath durante as passagens de som, sendo que Osbourne percebia como um escárnio para com ele.

Referindo-se a essa ocasião, Ulrich afirmou que o Metallica teve a honra de tocar com Osbourne, o qual o tratou muito bem durante a turnê. De acordo com Ulrich, o público em grandes cidades já estava familiarizado com a música do Metallica, ao contrário das cidades menores que visitou.

Ulrich afirmou: “Nos mercados menores, as pessoas realmente não nos conheciam. Mas, depois de 45 ou 50 minutos, nós podemos dizer que já o conquistamos. E os fãs que vinham para ouvir Ozzy iam para casa gostando do Metallica”.

A turnê serviu para lentamente ser o início de estabelecer um público mainstream para a banda.

Nesta época, o Metallica ganhou reputação da mídia por seu hábito de beber em excesso, durante as turnês, ganhando o apelido de Alcoholica. Os membros da banda, ocasionalmente, usavam camisetas com os dizeres Alcoholica/Drink 'em All, brincando com o nome de seu álbum inicial.

A turnê, no entanto, foi marcada por vários incidentes. Hetfield quebrou o pulso em um acidente de skate, e seu técnico de guitarra, John Marshall, tocou a guitarra-base em diversas datas.

A parte europeia da Damage, Inc. Tour teve início em setembro de 1986, com o Anthrax como a banda de apoio, e acabaria se tornando uma tragédia inesquecível.

Após o show de 26 de setembro em Estocolmo, o ônibus da banda rolou em um trecho da estrada recoberto por gelo, na manhã seguinte. O baixista Cliff Burton foi jogado por uma janela e morreu instantaneamente.

Cliff Burton faleceu com apenas 24 anos de idade.

O motorista do ônibus afirmou que atingiu um pedaço de gelo negro, mas Hetfield não concordou com isto. O motorista foi acusado de homicídio, mas não foi condenado.

A banda voltou para San Francisco e, após algumas audições, contratou o baixista Jason Newsted, ex-Flotsam and Jetsam, para substituir Burton. Muitas das canções que apareceriam no próximo álbum da banda, ...And Justice for All, foram compostas enquanto Burton ainda estava vivo.

Master of Puppets supera a casa dos 6 milhões de álbuns vendidos apenas nos Estados Unidos.



Formação:
James Hetfield - Vocal, Guitarra-Base
Kirk Hammett - Guitarra
Cliff Burton - Baixo, Backing Vocals
Lars Ulrich - Bateria

Faixas:
01. Battery (Hetfield/Ulrich) - 5:12
02. Master of Puppets (Hetfield/Ulrich/Burton/Hammett) - 8:36
03. The Thing That Should Not Be (Hetfield/Ulrich/Hammett) - 6:37
04. Welcome Home (Sanitarium) (Hetfield/Ulrich/Hammett) - 6:27
05. Disposable Heroes (Hetfield/Ulrich/Hammett) - 8:17
06. Leper Messiah (Hetfield/Ulrich) - 5:40
07. Orion (Hetfield/Ulrich/Burton) - 8:28
08. Damage, Inc. (Hetfield/Ulrich/Burton/Hammett) - 5:29

Letras:
Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a: https://www.letras.mus.br/metallica/

Opinião do Blog:
Em Kill 'Em All e Ride The Lightning, o Metallica já havia provado que não era apenas mais uma banda surgida na década de 80, a mais fundamental na história do Heavy Metal. Os dois primeiros discos do grupo são essenciais para fãs de estilos mais pesados dentro do Rock.

Mas a banda quis ir além. E o passo definitivo para entrar na história foi dado em seu terceiro álbum. Master of Puppets eleva o nível do grupo a patamares estratosféricos.

Provando estar no ápice de seu entrosamento e criatividade, o Metallica entrega uma atuação impecável de todos os seus membros. Dispensável mencionar a categoria de Cliff Burton no baixo da banda. Lars Ulrich também tem sua melhor atuação em um álbum do grupo.

O grande diferencial do grupo é mesmo as guitarras. Tanto a base de Hetfield quanto os solos de Hammett estão impecáveis, intensos e precisos. Não há passagens supérfluas, tudo é feito de modo a tornar as composições melhores.

Até mesmo é possível perceber a melhora da atuação de James Hetfield como vocalista, atuando de maneira muito mais confiante e segura, especialmente quando comparado aos álbuns anteriores do conjunto.

As letras fogem dos lugares comuns, questionam e instigam. Merecem uma conferida atenta, especialmente a faixa-título e "Leper Messiah".

Master of Puppets é daqueles casos em que não há canção de enchimento e mais se parece a uma coletânea, pois seu conteúdo é de qualidade poucas vezes igualado. Mas a tradição do Blog manda destacar algumas faixas e é isto o que temos que fazer!

A fúria Thrash descomunal de "Battery" e "Damage, Inc." encanta qualquer fã do estilo Thrash Metal com ambas estando entre as melhores composições da história desta vertente do Heavy Metal.

Mas o Blog destaca a faixa-título, como uma amostra perfeita da genialidade do Metallica em seus primeiros anos. O DNA da banda está ali, escancarado a todos.

"Welcome Home (Sanitarium)" é uma faixa atemporal, belíssima e tocante, ao mesmo tempo em que se apresenta agressiva e intensa. "Orion" é de uma beleza inquietante e "Leper Messiah" traz peso e intensidade em uma execução absolutamente extraordinária.

Enfim, seria Master of Puppets o melhor álbum de Heavy Metal de todos os tempos? Pergunta dificílima, mas quem o aponta como tal não está cometendo nenhuma heresia. Trata-se de um disco que influenciou praticamente todas as bandas de Metal que surgiriam após seu lançamento. Candidato fortíssimo ao posto e presença obrigatória em qualquer lista de melhores álbuns de todos os tempos, independente do estilo musical. Obrigatório, essencial e necessário!

Nada como uma obra-prima deste quilate para comemorar os 5 anos do Blog e agradecer a todos os nossos poucos, mas fiéis, leitores. Muito obrigado e continuem conosco!

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. De nada, e um grande abraço pra você também!

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  3. Como eu disse anteriormente, os 4 primeiros discos do Metallica lançados nos anos 1980 representam a melhor fase da banda, em termos musicais, líricos e instrumentais, isto é, antes deles “se venderem” na década seguinte, a partir do lançamento de seu quinto e mais bem-sucedido disco, conhecido como Black Album (1991). Bom, mas o assunto é Master of Puppets, um retrato de uma época em que o Metallica ERA o Metallica. Aqui eles misturaram a rapidez e a agressividade de Kill ‘em All com a sofisticação e a complexidade de Ride the Lightning, e o resultado na época foi impressionante. Imagino que a reação deve ser assim com quem ouve o disco pela primeira vez.

    Sendo este o trabalho que mais me agrada ouvir do quarteto, lamentavelmente foi também o último a contar com o baixista Cliff Burton, que foi morto durante a turnê de promoção de MOP, por conta de um acidente de ônibus. A banda se reergueu meses depois do acidente e em 1988 lançaram o que pra mim foi seu último grande disco, encerrando assim uma década e ao mesmo tempo uma fase curta, porém muito inspirada e produtiva na história do Metallica.

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