11 de março de 2016

BLACK SABBATH - HEAVEN AND HELL (1980)


Heaven And Hell é o nono álbum de estúdio da banda britânica Black Sabbath. Seu lançamento oficial ocorreu em 20 de abril de 1980, através dos selos Vertigo e Warner Bros. (EUA e Canadá). As gravações aconteceram entre outubro de 1979 e janeiro de 1980, no Criteria Recording Studios, em Miami, nos Estados Unidos e no Studio Ferber, em Paris, França. A produção ficou por conta do lendário Martin Birch.


Após um longo período, o Black Sabbath retorna ao Blog. Como habitual, primeiro irão se abordarem os fatos que se antecederam ao lançamento do álbum para, em seguida, construir-se o disco faixa a faixa.

Em 28 de setembro de 1978, o Black Sabbath lançava seu oitavo álbum de estúdio, Never Say Die!

Embora tenha atingido a 12ª posição da parada britânica, o disco não conseguiu repetir o extraordinário sucesso que a banda obteve, especialmente no início daquela mesma década, particularmente nos Estados Unidos, onde Never Say Die! ficou apenas na 69ª posição da principal parada de sucessos do país.

A turnê em apoio a Never Say Die! começou em maio de 1978, com o Van Halen como banda de abertura. Críticos musicais da época ficaram insatisfeitos com o desempenho do Black Sabbath nos shows da turnê, adjetivando-o como "cansado e sem inspiração".

Isto ficava ainda mais nítido por conta do Van Halen como banda de abertura, um grupo jovem e repleto de vitalidade e que estava em turnê pelo mundo, pela primeira vez.

A banda filmou uma apresentação no Hammersmith Odeon, em junho de 1978, que mais tarde foi lançada em DVD como Never Say Die. O último show da turnê, e também a última aparição de Osbourne com a banda (até as reuniões posteriores) foi em Albuquerque, Novo México, Estados Unidos, em 11 de dezembro daquele mesmo ano.

Após a turnê, o Black Sabbath retornou para Los Angeles e, novamente, alugou uma casa em Bel Air, onde passariam quase um ano trabalhando em novo material para o próximo álbum.

Naquele ponto, todo o grupo estava abusando de álcool e outras drogas, mas o guitarrista Tony Iommi afirma que o vocalista, Ozzy Osbourne, "estava em um nível totalmente diferente". A banda apresentava novas ideias para as músicas, mas Osbourne demonstrava pouco interesse e se recusaria a cantá-las.

A pressão da gravadora aliada às frustrações com a falta de interesse e motivação de Ozzy, fizeram Iommi tomar a difícil decisão de demitir Osbourne em 1979.

Iommi acreditava que as únicas opções disponíveis eram dispensar Osbourne ou terminar a banda completamente. "Naquele tempo, Ozzy havia chegado ao fim", disse Iommi.

O baterista do conjunto, Bill Ward, quem era mais próximo a Osbourne, foi o escolhido por Tony para dar a notícia ao vocalista, em 27 de Abril de 1979.

O baterista revelou: "Esperava que eu fosse profissional, mas eu não poderia ter sido, na verdade. Quando eu estou bêbado é horrível, eu sou horrível". E completa: “O álcool foi definitivamente uma das coisas mais prejudiciais para o Black Sabbath. Nós estávamos destinados a destruir-nos mutuamente. A banda estava intoxicada, muito intoxicada”.

Ironicamente, foi Sharon Arden (mais tarde Sharon Osbourne, esposa de Ozzy Osbourne), filha do manager do Black Sabbath, Don Arden, quem sugeriu o ex-vocalista do Rainbow, Ronnie James Dio, para substituir Ozzy Osbourne, em 1979.

Ronnie James Dio
Naquela altura, Don Arden ainda tentava convencer Osbourne a se juntar novamente à banda, pois via a line-up original como a mais rentável.

Inicialmente, Dio e Iommi discutiam a formação de uma nova banda, em vez de uma continuação do Black Sabbath. A dupla se encontrou novamente, por acaso, no The Rainbow, na famosa Sunset Strip, em Los Angeles, no final daquele ano.

Ambos estavam em situações semelhantes, já que Dio estava buscando um novo projeto e Iommi perseguia um vocalista. Disse Dio, sobre o encontro: "Deve ter sido o destino, porque estamos conectados tão instantaneamente".

Eles mantiveram contato, via telefone, até Dio chegar à casa de Iommi, em Los Angeles, para uma sessão bem descontraída. Naquele primeiro dia, a dupla terminou a canção "Children of the Sea", uma música que Iommi havia abandonado antes da demissão de Osbourne.

O Line-up do Black Sabbath era um verdadeiro caos antes da gravação de Heaven and Hell. Não apenas Osbourne havia recentemente sido substituído, mas o baterista Bill Ward estava lutando contra questões pessoais que poderiam levá-lo a, eventualmente, deixar a banda.

Algumas gravações demo originais para o álbum contaram com Geoff Nicholls no baixo, pois o baixista do conjunto, Geezer Butler, estava passando por um divórcio e seu futuro com o grupo também era incerto.

Na verdade, quando Dio entrou para a banda, acabou assumindo as posições de baixista e vocalista, uma vez que já havia o feito em seus tempos com a banda Elf, no início da década de 1970.

Eventualmente, Butler retornou e Nicholls permaneceu como tecladista não-oficial da banda. O baixista Craig Gruber, o qual trabalhou com Dio nas bandas Elf e Rainbow, também ensaiou com o Black Sabbath durante este período, embora a verdadeira extensão do seu envolvimento permaneça desconhecida.

Em uma entrevista, de 1996, Tony Iommi disse que Gruber ensaiou com a banda apenas "um pouco", enquanto o baixista declarou que sua contribuição foi muito mais substancial.

Gruber afirma ter co-escrito a maioria das músicas do álbum e que, na verdade, era ele, e não Geezer Butler, quem tocou baixo no álbum. E, que apesar de não ser creditado por suas contribuições, afirmou que "chegamos a um acordo financeiro adequado".

Posteriormente, Iommi declarou em sua autobiografia (de 2011) que Gruber, de fato, gravou todas as passagens do baixo no álbum Heaven and Hell, mas que, ao retornar ao grupo, Geezer Butler regravou todas as partes do baixo para o disco, sem ao menos ter ouvido as faixas do baixo de Gruber.

Tony Iommi
Heaven And Hell foi gravado no Criteria Studios, de Miami (o mesmo estúdio em que a banda havia gravado Technical Ecstasy (1976)) e Ferber Studios, em Paris.

Dio sugeriu que o grupo contratasse o produtor Martin Birch para o álbum. Assim, Birch foi o primeiro produtor que a banda usou desde Master of Reality, de 1971, pois Iommi havia produzido os álbuns do Sabbath, desde então, por conta própria.

A arte da capa do álbum foi retirada de uma pintura do artista Lynn Curlee, Smoking Angels, inspirada por uma fotografia do ano de 1928, a qual trazia mulheres vestidas como anjos fumadores em um ambiente de bastidores, durante uma pausa em um concurso de faculdade. A ilustração da contracapa do disco é obra do artista Harry Carmean.

Vamos às faixas:

NEON KNIGHTS

Já nos primeiros instantes o ouvinte percebe que o Black Sabbath está com uma pegada diferente: mais rápida e urgente. Entretanto, o talento de Tony Iommi continua o mesmo, com um riff primoroso que embala a faixa. Ronnie James Dio mostra a que veio com vocais impressionantes. Excelente!

A letra envolve o fantástico:

Bloodied angels fast descending
moving on a never-bending light
phantom figures free forever
out of shadows, shining ever-bright


A canção foi lançada como single, atingindo a 22ª colocação na principal parada britânica de sucessos desta natureza.

"Neon Knights" foi a última canção composta pela banda para o álbum Heaven and Hell. Foi rapidamente escrita e gravada no Studio Ferber, em Paris, durante janeiro 1980; simplesmente para completar o tempo no primeiro lado do vinil.

As letras foram escritas por Dio. É a única canção do disco a realmente contar com a contribuição, como compositor, do baixista Geezer Butler, o qual foi o letrista principal da banda durante a era Ozzy Osbourne. Butler esteve ausente durante a maior parte do processo de composição devido à sua própria incerteza sobre se queria permanecer no grupo.

Neon Knights” esteve quase sempre presente no set list da banda durante as passagens de Ronnie James Dio nos vocais. O próprio Dio incluía a música em suas apresentações durante sua carreira solo.

Entre os inúmeros covers para a faixa, destacam-se o de bandas como Iron Savior, Queensrÿche e Anthrax.



CHILDREN OF THE SEA

Uma bela e acústica melodia, encorpada por suaves vocais de Dio, introduz a belíssima "Children Of The Sea". Seu andamento é mais cadenciado, mas intenso e pesado. O refrão é um dos mais incríveis da discografia do Black Sabbath. A seção rítmica formada por Butler e Ward torna tudo ainda mais forte. A fabulosa atuação de Dio só é comparável ao solo de guitarra de Iommi, repleto de feeling e sensibilidade. Música monumental!

A letra remete à finitude das coisas:

We made the mountains shake with laughter as we played
Hiding in our corner of the world
Then we did the demon dance and rushed to nevermore
Threw away the key and locked the door


Também foi lançada como single, mas não obteve maior repercussão em termos das principais paradas de sucesso.

Foi a primeira canção composta pelo Black Sabbath após a saída de Ozzy Osbourne, ainda na Jam inicial que Dio fez com Tony Iommi.





LADY EVIL

Já em "Lady Evil", a banda opta por um andamento um pouco mais rápido, mas com um ritmo mais ousado e malicioso. A guitarra de Iommi apresenta-se dominante e o baixo de Butler dita o andamento da faixa. Outra ótima composição!

A letra fala de feitiçaria:

Lady Evil, evil
She's a magical mystical woman
Lady Evil, evil in my mind
She's queen of the night, but alright



HEAVEN AND HELL

Após uma fabulosa introdução, a faixa-título desenvolve-se alternando momentos mais cadenciados com outros bem acelerados. É difícil destacar pontos positivos quando um grupo praticamente atinge a perfeição em uma composição. Envolvente, impressionante e cativante; "Heaven And Hell" é uma obra-prima do Heavy Metal. Ps: que o leitor se atente para a atuação soberba de Ronnie James Dio.

A letra menciona o poder de escolha que cada um de nós possui:

The lover of life's not a sinner
The ending is just a beginner
The closer you get to the meaning
The sooner you'll know that you're dreaming
So it's on and on and on, oh it's on and on and on
It goes on and on and on, Heaven and Hell
I can tell
Fool, fool

Heaven and Hell” é um dos maiores clássicos da história do Black Sabbath. Mesmo assim, seu single não obteve maior sucesso nas principais paradas desta natureza.

De qualquer forma, Ronnie James Dio citava “Heaven And Hell” como sua música favorita de toda a sua enorme e mais que bem-sucedida carreira.

Dio, responsável pela letra da faixa, em uma entrevista para o programa "Heavy: The Story of Metal", do canal VH1, afirmou que a canção é sobre a capacidade de cada ser humano escolher entre fazer o bem e fazer o mal, e, essencialmente, que cada pessoa tem "o céu e o inferno" dentro de si.

Muitos lineups posteriores do Black Sabbath incluiriam esta canção em seus sets ao vivo, sendo cantada pelos (então) seus futuros vocalistas Ian Gillan, Glenn Hughes, Ray Gillen, e Tony Martin. Rob Halford, do Judas Priest, também cantou a música com o Black Sabbath em 14 e 15 de novembro de 1992, quando ele preencheu a função de vocalista por dois concertos.

O tecladista Geoff Nicholls, que era um músico contratado durante a gravação deste álbum, é dito como o responsável pela famosa linha de baixo da música. Tal linha se assemelha a da canção "Mainline Riders" da banda Quartz, da qual Nicholls era um ex-membro.

Entre prêmios, “Heaven And Hell” está na 11ª posição do livro The Top 500 Heavy Metal Songs of All Time, de Martin Popoff. Também ficou com a 81ª colocação da lista Best Hard Rock Song of All Time, de 2009, do canal de televisão VH1.

Bandas como Stryper, Dream Theater, Overkill e Death Angel, por exemplo, já fizeram versões para a canção. Também está presente no game Grand Theft Auto IV.





WISHING WELL

"Wishing Well" segue a proposta de peso, intensidade e muita melodia que dita boa parte do trabalho e que apresenta um resultado muito bom. O riff principal da canção é bastante envolvente e a seção rítmica novamente esbanja talento. Tudo é completado pela atuação impecável de Dio.

A letra contrapõe desejo e realidade:

Time is a never-ending journey
Love is a never-ending smile
Give me a sign to build a dream on
Dream on...





DIE YOUNG

Após uma enigmática introdução, "Die Young" está repleta de referência da New Wave Of British Heavy Metal: rápida, direta e muito veloz. O baixo de Butler se destaca bastante, bem como a guitarra de Iommi. Outra canção bem acima da média.

A letra se refere a viver intensamente:

Ooh!
Gather the wind, though the wind won´t help you fly at all
Your back´s to the wall
Chain the sun, and it tears away (and it breaks)
You as you run, you run, you run
Behind the smile, there´s danger and a promise to be told:
You´ll never get old – ha!


Lançada como single, ficou com a 41ª posição na principal parada de sucesso britânica desta natureza.

Ele foi tocada ao vivo durante quase todos os concertos da era Dio e, mais tarde, às vezes com Ian Gillan e Tony Martin nos vocais.

Uma das versões mais famosas para “Die Young” é da banda Machine Head, que a gravou na época da morte de Dio, como uma forma de homenagem.





WALK AWAY

"Walk Away" possui um riff muito interessante, com um ritmo mais cadenciado e bastante pesado, mas, simultaneamente, recheado de melodia. É uma faixa bastante interessante e que remete aos tempos de Dio no Rainbow. Excelente canção.

A letra tem conteúdo fantástico:

She moves in sunlight
Never seen the night at all
Like a star in the midnight sky
Burns before it falls
I've never been lonely
And I can't imagine why
Maybe she could be the one to tell me
I guess it's do or die



LONELY IS THE WORD

A oitava - e última - faixa de Heaven and Hell é "Lonely Is The Word". Cadenciada e com um peso absurdo, a composição segue com um andamento mais contido, mas repleta de uma intensidade incontrolável. O riff principal é magistral e a atuação de Dio é simplesmente perfeita. A guitarra de Iommi brilha intensamente. Fecha o álbum de maneira excepcional.

A letra é sobre destino:

I've been higher than stardust
I've been seen upon the sun
I used to count in millions then
But now I only count in one
Come on join the traveler
If you got nowhere to go
Hang your head and take my hand
It's the only road I know



Considerações Finais

Heaven And Hell mudou os rumos da história do Black Sabbath e foi um trabalho impactante, como sua repercussão em termos de paradas de sucesso confirma.

Ficou com a ótima 9ª colocação na principal parada britânica de álbuns, bem como com a 28ª posição na sua correspondente norte-americana. Ainda atingiu o 22º e o 25º lugares nas paradas de Noruega e Suécia, respectivamente.

Greg Prato, do AllMusic, chama Heaven and Hell de "Um dos melhores registros do Sabbath" e sustenta que a banda "soa renascida e reenergizada”.

Dando ao álbum cinco estrelas, Tyler Munro, do Sputnikmusic, opina: "Musicalmente, o álbum acelera a coisa, mantendo o som do Sabbath ... Completa-se com uma linha de baixo lenta e pesada e uma bateria repetitiva; a faixa título do álbum é muito possivelmente a melhor coisa que o Sabbath já fez... é uma das melhores canções de doom metal já gravadas”.

Embora a adição de Dio revitalizou a banda e trouxe-lhes uma jovem base de fãs mais entusiasmada, havia alguns críticos e ouvintes que insistiam em que o Black Sabbath havia sido irremediavelmente alterado.

A revista Rolling Stone afirmou: "Embora Dio podesse situar-se com o melhor deles, o Black Sabbath nunca mais seria o mesmo".

Em sua autobiografia, Iommi admite, "Nós estávamos fazendo grandes shows e era difícil para Ronnie ficar à frente de pessoas que haviam visto Ozzy nessa posição por dez anos. Alguns garotos odiavam e gritavam: Ozzy, Ozzy! Mas, eventualmente, Ronnie os conquistou".

O Black Sabbath excursionou nos EUA ao longo de 1980, com o Blue Öyster Cult na turnê "Black and Blue", incluindo um show no Nassau Coliseum, em Uniondale, Nova Iorque, filmado e lançado nos cinemas em 1981, sob o nome de Back and Blue.

Em 26 de julho de 1980, a banda tocou para 75.000 pessoas em um show com lotação esgotada em Los Angeles, no Memorial Coliseum, juntamente com os grupos Journey, Cheap Trick, e Molly Hatchet.

Em 18 de agosto 1980, após um show em Minneapolis, Bill Ward deixou a banda. "Era intolerável, para mim, entrar no palco sem Ozzy. E eu bebia 24 horas por dia, o meu alcoolismo estava acelerado".

O baixista Geezer Butler afirmou que, após o show, Ward chegou bêbado, falando sobre coisas como "Ele poderia muito bem ser um marciano". Ward, em seguida, ficou com raiva, e decidiu arrumar suas coisas, entrar em um ônibus e ir embora.

O grupo, então, trouxe o baterista Vinny Appice para substituir Ward.

A banda completou a turnê mundial de Heaven and Hell em fevereiro de 1981, e retornou ao estúdio para começar a trabalhar em seu próximo disco.

Heaven and Hell ultrapassa a casa de 1 milhão de cópias vendidas apenas nos Estados Unidos.



Formação:
Tony Iommi - Guitarra
Geezer Butler - Baixo
Bill Ward - Bateria, Percussão
Ronnie James Dio - Vocal
Músico Adicional:
Geoff Nicholls - Teclados

Faixas:
01. Neon Knights (Iommi/Butler/Ward/Dio) - 3:53
02. Children of the Sea (Iommi/Butler/Ward/Dio) - 5:34
03. Lady Evil (Iommi/Butler/Ward/Dio) - 4:26
04. Heaven and Hell (Iommi/Butler/Ward/Dio) - 6:59
05. Wishing Well (Iommi/Butler/Ward/Dio) - 4:07
06. Die Young (Iommi/Butler/Ward/Dio) - 4:45
07. Walk Away (Iommi/Butler/Ward/Dio) - 4:25
08. Lonely Is the Word (Iommi/Butler/Ward/Dio) - 5:51

Letras:
Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a: https://letras.mus.br/black-sabbath/

Opinião do Blog:
O Blog se dispensa de entrar na improdutiva e patética discussão de qual Black Sabbath é melhor: com Dio ou Ozzy? Cada um que tenha suas preferências, mas o Blog consegue enxergar as inúmeras qualidades de cada uma das formações desta banda essencial para o mundo do Rock.

A chegada de Ronnie James Dio deu um novo rumo ao grupo, trazendo uma sonoridade mais atualizada (para a época) em conformidade com as mudanças que o Heavy Metal sofria na então nascida New Wave Of British Heavy Metal.

Entretanto, o ouvinte atento percebe que a essência do grupo foi mantida, com um som pesado e baseado nos riffs magistrais do gênio da guitarra chamado Tony Iommi.

Iommi entrega uma atuação praticamente perfeita no álbum: seus riffs estão especialmente saborosos, por vezes abusando do peso; em outras, apostando em um andamento mais veloz; mas sempre com um absurdo senso melódico. Nos solos, o guitarrista demonstra sua habitual categoria.

Bill Ward e Geezer Butler formam uma das seções rítmicas mais competentes e entrosadas da história do Rock. E aqui não é diferente, o talento deles está por todos os cantos de Heaven and Hell.

Ronnie James Dio nos entrega uma de suas mais impressionantes atuações em um álbum de Rock. Faltam elogios para se definir como o vocalista emprega a interpretação perfeita para cada momento do disco.

Além disso, Dio empresta todo o seu talento nas letras das canções. Com muita criatividade, elas fogem do lugar comum.

Com canções tão brilhantes, fica difícil apontar as favoritas de um álbum que há muito tempo é trilha sonora da vida de quem faz o Blog. Mas a tradição será preservada!

"Neon Knights" é uma das melhores faixas de abertura de álbuns de Heavy Metal em todos os tempos, com sua intensidade absurda. "Children Of The Sea" é belíssima, misturando peso e sensibilidade em doses perfeitas e complementares. Ainda há a absurda atuação de Ronnie James Dio na sensacional "Lonely Is The Word", emocionante e comovente.

E dispensa maiores comentários a faixa-título. "Heaven And Hell" é um dos hinos supremos de toda a história do Metal.

Enfim, o leitor está diante de um dos melhores álbuns de todos os tempos, uma aula completa de Heavy Metal, contando com a atuação brilhante de todos os envolvidos no trabalho. Ademais, o espetacular Ronnie James Dio entrega uma de suas mais fantásticas atuações, que merece ser ouvida frequentemente pelos amantes do estilo. Álbum essencial, obrigatório e que deu nova vida a uma das maiores instituições da história do Rock: o Black Sabbath!

6 comentários:

  1. Valeu pelo comentário, Igor. Black Sabbath está entre minhas bandas preferidas, especialmente os 5 primeiros álbuns e os 2 primeiros com o Dio. Essencial.
    Abraço!

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  2. GOSTEI MUITO DO SEU BLOGG.

    SOU FA DO BLACK SABBATH, ESPECIALMENTE DESTE ALBUM PERFEITO DOS AMANTES DO HEAVY METAL. GOSTO DO OZZY, MAS IGUAL AO DIO NUNCA MAIS, FOI O MELHOR DE TODAS AS VOZES DO METAL. BLACK SABBATH E´ SERA SEMPRE A MELHOR DO METAL DA HISTORIA.

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    1. Obrigado pelo elogio e seja bem-vindo ao site. Também adoro o Sabbath e o Dio. Saudações!

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  3. Dio, para mim, é o melhor vocalista que o Sabbath teve - a voz dele casa perfeitamente com as músicas da banda. Mas Ozzy tem um carisma todo especial e esteve presente na maioria das músicas que a gente associa ao Sabbath, então, é difícil colocá-lo em segundo plano. O que me leva a escolher Dio é justamente a performance ao vivo, pois ele estava sempre impecável, enquanto que Ozzy às vezes era desagradável, beirando a desafinação.
    Para mim este disco está no Top5 do Sabbath, e Mob Rules chega perto. Mas como esquecer da gozação do Ozzy sobre a formação Dio-Iommi-Butler-Appice, "Geezer And The Three Italians"?

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    1. Concordo, Heaven & Hell é soberbo, um dos melhores álbuns de Metal de todos os tempos. Acho também que o Dio é mesmo insuperável como vocalista, mas o Ozzy trouxe uma carga dramática para interpretar as músicas da fase clássica do Sabbath que é simplesmente perfeita para o conceito original da banda.

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