13 de julho de 2011

RAINBOW - RISING (1976)



Rising é o segundo álbum de estúdio da banda inglesa de Rock Rainbow. Seu lançamento se deu em 17 de maio de 1976 e a sua produção ficou a cargo do renomado Martin Birch (que produziu, entre outros, Deep Purple e Iron Maiden). Sua gravação durou menos de um mês, em fevereiro de 1976, no Musicland Studios, em Munique, na Alemanha.

A arte da capa de Rising é uma das mais clássicas da história do Rock, com um punho segurando um arco-íris.

O Rainbow foi a banda formada por Ritchie Blackmore após sua primeira saída do Deep Purple e que passou por diversas e incontáveis formações. Em 1975, Blackmore demite todos os músicos que gravaram o primeiro álbum da banda (Ritchie Blackmore’s Rainbow (1975)), com exceção do vocalista (ninguém menos que o lendário Ronnie James Dio). Então, ele recruta novos músicos para realizar uma breve turnê no fim de 1975: na bateria Cozy Powell, no baixo Jimmy Bain e o tecladista Tony Carey. O entrosamento demonstrado pela banda deu a Blackmore a sensação de que a gravação de um novo álbum era o próximo passo do Rainbow.

Como dito anteriormente, o entrosamento da banda era excelente, tanto que a gravação do álbum foi em tempo extremamente curto, menos de um mês. Ressalte-se que duas das canções de Rising já estavam sendo tocadas na turnê do fim do ano anterior à gravação do álbum, “Stargazer” e “Do You Close Your Eyes”.

O álbum possui apenas 6 faixas. Quando lançado em vinil em 1976, a distribuição das músicas pelos lados A e B foi muito criativa e inteligente. Do lado A, as quatro faixas menores e mais rápidas e diretas. Do lado B, as duas faixas maiores, com mais de 8 minutos, épicas. A parte musical foi criada pela genial dupla Blackmore e Dio e as letras a cargo de Dio.

O grande clássico “Tarot Woman” é a faixa que abre o álbum. O início da música, com presença marcante dos teclados de Carey, mostra que neste trabalho o Rainbow buscou dar mais espaço para os demais músicos da banda e não apenas se calcar nos gênios de Blackmore e Dio. Evidentemente, há destaque para o riff e os vocais da faixa, mas Powell faz um ótimo trabalho e os teclados são um show à parte.

As demais faixas que compõem o lado A do vinil original são mais simples e diretas.  “Run With The Wolf” e o single “Do You Close Your Eyes” seguem na mesma batida da primeira canção, com destaque para os teclados e para a atuação de Ronnie James Dio.

“Starstruck” tem um ritmo mais variado nas guitarras de Blackmore, lembrando um pouco a sonoridade que o guitarrista desenvolvia no Deep Purple. A letra foge da linha mais fantasiosa e fantástica adotada pela banda (notória contribuição de Dio), pois retrata a perseguição que uma grupie fazia à Blackmore por onde quer que a banda estivesse.

“Stargazer” é um dos maiores clássicos do Rock. O solo de Ritchie Blackmore nesta música é extraordinário, digno de seus melhores momentos no Deep Purple, recheado de feeling e o estilo que o guitarrista eternizou.

A atuação de Ronnie James Dio também é notável. Tanto o alcance de sua voz, sempre fantástica, a entonação perfeita e sobretudo a interpretação, são um dos pontos mais altos da carreira do baixinho vocalista.

Importante ressaltar a introdução de bateria feita na música por Cozy Powell. Simplesmente sensacional. No fim da faixa é possível notar a participação da Orquestra Filarmônica de Berlim, que durante o decorrer da música fica ofuscada pelo trabalho do tecladista Tony Carey.

A letra de “Stargazer” fala sobre um mago que ilude pessoas a trabalharem na construção de uma torre que traria felicidade a todos quando concluída. No entanto, o mago cai da torre e falece, desiludindo a todos.

“A Light In The Black” traz duelos entre a guitarra de Ritchie Blackmore e o tecladista Tony Carey, no bom e velho estilo adotado no Deep Purple, antiga banda do guitarrista. A guitarra está bem rápida nesta faixa e conta com um solo precioso. A faixa conta com longos períodos instrumentais, fato que teria irritado Dio – a despeito de sua bela atuação nos trechos vocalizados.

Após o lançamento do álbum, a banda saiu em turnê pela Europa tendo como abertura os australianos do AC/DC.  Há também datas na Austrália e Japão e os shows nipônicos são gravados para lançamento de um futuro álbum ao vivo – On Stage (1977) – que também incluía gravações de shows na Alemanha.

Infelizmente a formação que gravou este álbum clássico durou apenas até o final de 1976, pois Blackmore demitiria o tecladista Tony Carey e o baixista Jimmy Bain por “divergências musicais”. Sim, sempre elas.

Formação:
Ritchie Blackmore – Guitarra
Ronnie James Dio – Vocal
Tony Carey – Teclado
Jimmy Bain – Baixo
Cozy Powell – Bateria
Participação da Orquestra Filarmônica de Berlim na faixa “Stargazer”.

Faixas:
01. Tarot Woman (R. Blackmore/R. Dio) – 5:58
02. Run with the Wolf (R. Blackmore/R. Dio) – 3:48
03. Starstruck (R. Blackmore/R. Dio) – 4:06
04. Do You Close Your Eyes (R. Blackmore/R. Dio) – 2:58
05. Stargazer (R. Blackmore/R. Dio) – 8:26
06. A Light in the Black (R. Blackmore/R. Dio) – 8:12

Letras:
Para o conteúdo das letras, recomendamos o acesso a: http://letras.terra.com.br/rainbow/

Opinião do Blog:
Rising é um álbum soberbo em quase todos os aspectos. Há a conjunção de duas das maiores estrelas da história do Rock & Roll em seu processo criativo: Ritchie Blackmore e Ronnie James Dio.

Este álbum é a prova definitiva que muitas vezes o sucesso comercial não é sempre o melhor termômetro para avaliar uma obra. Não que Rising tenha ido mal, longe disso, mas a sua vendagem comercial é totalmente incompatível com a excelência sonora que proporciona aos seus ouvintes.

Se tivesse apenas “Stargazer”, já teria entrado para a história. Na modestíssima opinião deste blog, esta é uma das melhores músicas da história. E não apenas do Rock, Hard Rock ou Heavy Metal. Da música em geral. Guitarras, solos arrasadores, cozinha perfeita, teclados exatos e um show de interpretação pelo saudoso gênio dos vocais, Ronnie James Dio.

Se Rising não teve a repercussão que merecia, é dever de todo fã de Rock & Roll divulgar e mostrar para as futuras gerações qual é o resultado quando dois grandes músicos estão juntos. Rising é um álbum clássico e “Stargazer”, a obra-prima.

Vídeos Recomendados:

Stargazer


Tarot Woman


A Light In The Black


11 comentários:

  1. Adoreei sua opinião em relação a "Stargazer", pois concordo plenamente...ela é concerteza uma das melhores músicas da história ! Cada segundo dela é marcante... são quase 9 minutos de pura emoção ! \o/

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  2. Obrigado, Karen, eu realmente sou fanático por este álbum e por esta música. Se existe perfeição, Stargazer é um exemplo disto!

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  3. Essa banda fez as musicas mais incríveis que eu já ouvi.

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  4. Talvez esta seja a grande obra-prima do Rainbow. O que de melhor resultou na combinação de talentos entre o ex-Deep Purple Ritchie Blackmore e o saudoso Ronnie James Dio pode ser conferido aqui em Rising. Desde a abertura com "Tarot Woman", passando por "Run with the Wolf", "Starstruck", "Do You Close Your Eyes", a inesquecível "Stargazer", até o encerramento com "A Light in the Black" (percursora do heavy metal oitentista), temos um dos discos clássicos do hard rock setentista. Pena que seu grande problema seja sua duração: apenas 33 minutos!

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    1. Realmente, fica o gostinho de "quero mais". Mas é como dizem: "os melhores perfumes estão nos pequenos frascos".
      Abraço!

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    2. Olha, eu nunca ouvi falar neste dito popular, mas o que vale é a intenção. A mesma coisa vale para os seis primeiros discos do Van Halen (com David Lee Roth) e até mesmo o meu amado British Steel do Judas Priest, que não chega aos 40 minutos, mas é um disco e tanto.

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    3. E um ditado antigo, meu caro Igor, do meu tempo, rsrs.
      Mas tem razão, vários álbuns clássicos tem duração bem curta. Só por exemplo, Songs for Beginners, do Graham Nash, não tem nem 33 minutos! Abraço.

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    4. Nunca ouvi este álbum, mas vou dar uma checada nele.
      Abração pra você também, amigo!

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  5. Pra mim Rainbow só prestou de fato com o baixinho,Talvez se o Blackmore não tivesse demitido Dio a história poderia ter sido ainda melhor(pela evolução que a banda vinha tendo em cada álbum que gravava).

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    1. Eu até gosto do que o Rainbow fez depois, mas só como diversão. A fase com Dio é muito acima das outras fases em termos de qualidade.

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